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RI T M O N O E NSIN O F UND A M E N T A L I: U M A PR OPOST A M USI C A L A

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Academic year: 2021

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RI T M O N O E NSIN O F UND A M E N T A L I: U M A PR OPOST A M USI C A L A

PA R T IR D A V I V Ê N C I A N O PIBID M ÚSI C A ± U F RN

Luciano Luan Gomes Paiva1 Orientador: Prof. Dr. Danilo Guanais RESUMO: Estratégias, recursos ou meios de ensino, são mecanismos que todo professor deve utilizar para tornar a construção de um conhecimento mais significativo para o aluno, estimulando-os a buscar cada vez mais o saber e fazendo-estimulando-os perceber a importância da escola na melhoria das condições de vida. Diante dessa perspectiva, este trabalho apresenta uma proposta para a educação musical no contexto da educação básica e tem como principal objetivo experimentar e desenvolver habilidades a partir da prática de percepção rítmica através de uma atividade lúdica envolvendo conceitos corporais e musicais. Este exercício foi criado a partir de conhecimentos construídos e vivenciados no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e em experiências nas disciplinas didático/pedagógicas estudadas no curso de licenciatura em música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O público alvo dessa atividade são crianças a partir dos seis anos de idade em processo inicial de alfabetização e musicalização, onde estarão desenvolvendo os aspectos da música associado às disciplinas como letramento e matemática, contribuindo assim com a interdisciplinaridade. Dessa maneira, essa comunicação propõe uma contribuição para os educadores, mostrando caminhos aplicáveis em outras atividades também, promovendo na criança um senso de lateralidade, sequência, memorização, concentração, atenção, prontidão, coordenação motora, crescimento intelectual, corporeidade e desenvolvimento cognitivo no aprendizado musical.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Musical. PIBID. Interdisciplinaridade. Introdução

Esse relato apresenta uma proposta para a educação musical utilizando de princípios didáticos como meios de ensino, recursos e estratégias de uma forma lúdica, trazendo novas concepções de ensino para a sala de aula, promovendo a construção de um conhecimento mais significativo, estimulando os alunos a buscar cada vez mais o saber e fazendo-os perceber a importância da escola na melhoria das condições de vida.

A equipe do subprojeto de Música do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é formada por um coordenador de área, prof. Dr. Danilo Guanais (professor titular da UFRN), dois supervisores, professora especialista Catarina Nascimento e o professor especialista Washington Nogueira e

     

1

 Licenciando  em  Música  (2012);  Bolsista  do  Programa  Institucional  de  Bolsa  de  Iniciação  à  docência/PIBID  coordenado   pelo  Prof.  Dr.  Danilo  Cesar  Guanais  de  Oliveira  na  área  de  Música  na  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  

Norte/UFRN  (2013).  

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quinze licenciandos em música. Eu como bolsista experimentei, junto com o professor Washington Nogueira de Abreu2, a atividade proposta em algumas das aulas em que observei/auxiliei.

FIGURA I ± Bolsistas da equipe do PIBID Música da UFRN (VI Encontro Integrativo do PIBID/UFRN - 7 e 8 de junho de 2013).

A atividade foi desenvolvida para alunos do 1º ano do ensino fundamental I, com idades entre seis e sete anos (podendo variar dependendo da turma), mas que pode ser aplicada para turmas com alunos a partir dos seis anos de idade. Tem como principal objetivo experimentar e desenvolver habilidades a partir da prática de percepção rítmica através de uma atividade lúdica envolvendo corporeidade na música. Empreguei também na atividade, conhecimentos construídos nas disciplinas didático/pedagógicas que vivenciei no curso de Licenciatura em Música na UFRN, como por exemplo:

     

2

 Professor  supervisor  do  PIBID  Música  (UFRN)  Especialista  em  Educação  Musical  na  Educação  Básica  e  Mestrando  em   Educação  Musical.  

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¾ Atividades O rientadas I ± Metodologia do Ensino da Música na Educação Infantil e Fundamental ± Atividade de observação de metodologias de ensino de música utilizadas na Educação Infantil com subsequente desenvolvimento de atividades práticas a partir dessas observações.

(consultar: <http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/link/public/curso/curriculo/98743742>).

¾ Fundamentos da A rte na Educação - Estabelecer bases teóricas e metodológicas para a compreensão dos objetivos do ensino da Arte e do papel do professor de Arte na contemporaneidade, enfatizando o contexto histórico da educação brasileira.

(consultar: < http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf>).

¾ Fundamentos da Psicologia Educacional - Propiciar o conhecimento de conceitos e princípios fundamentais das principais abordagens da Psicologia, identificando-os na prática educacional e analisando suas contribuições ao estudo dos fenômenos educativos escolares, especialmente no âmbito do aluno, do professor, da escola e da sociedade.

(consultar: < http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf>).

¾ Didática - Compreender a Didática como uma disciplina essencial para a formação docente no sentido de perceber e fazer uso dos mediadores necessários à organização do ensino e da aprendizagem à luz das tendências pedagógicas brasileiras.

(consultar: < http://www.sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/resumo_curriculo.jsf>). Início da Conexão

A atividade começa com o professor pedindo para que todos os alunos fiquem em pé e em círculo, peguem nas mãos uns dos outros para marcar uma distância e para que haja interação entre eles. Após essa marcação, o professor pede para que se soltem. A experiência, ao promover a interação entre os alunos, torna-se mais significativa, atendendo às prerrogativas dos Referenciais Curriculares Nacionais que nos diz:

propiciar a interação quer dizer, portanto, considerar que as diferentes formas de sentir, expressar e comunicar a realidade pelas crianças resulta em respostas diversas que são trocadas entre elas e que garantem parte significativa de suas aprendizagens (RCNEI vol I, 1998, p.31).

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FIGURA II ± Crianças em roda (Fonte:  <http://projetosparaeducacaoinfantil.blogspot.com.br>).

O professor pega um objeto, por exemplo, uma bola (objeto do cotidiano deles), escolhe um aluno para começar com o objeto, ele (aluno) vai passando para o colega que está ao seu lado (direito, por exemplo), e esse vai passando o objeto para o próximo coleguinha (da direita) livremente, continuando no mesmo sentido3, e assim sucessivamente, até completar uma volta inteira. É interessante executar esse tipo de estímulo e outros mais não só na escola, mas em outros contextos também, uma vez que RVDOXQRV³FRQVWURHP-se nas vivências e nas experiências sociais em diferentes lugares, em casa, na igreja, nos bairros, escolas, e são construídos como sujeitos diferentes e diferenciados, no seu tempo-HVSDoR´(SOUZA, 2004, p.10).

Começa o Ritmo

O professor vai começar a contar uma pulsação (podendo ser com palmas, estalos, contagens com o pé ou qualquer outra ação pulsante) para que os alunos continuem passando a bola na contagem proposta, partindo da audição e simultaneamente executando corporalmente; essa

     

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marcação pode variar o andamento e os alunos devem tentar acompanhar esse ritmo. A princípio, podemos salientar a relevância da prática, como nos afirma os Parâmetros Curriculares Nacionais:

as interpretações são importantes na aprendizagem, pois tanto o contato direto com elas quanto a sua utilização como modelo são maneiras de o aluno construir conhecimento em música. Além disso, as interpretações estabelecem os contextos onde os elementos da linguagem musical ganham significado (PCN ARTE, 1997, p.53).

Um, Dois, T rês...

Nesta etapa, os alunos passam a associar o ritmo com números, para que exercitem a sequência e memorização dos números. O professor vai fazendo a contagem do ritmo proposto para marcar o tempo (andamento) enquanto que cada aluno vai falando o número que seguir na ordem para si próprio (um, dois, três...). Entendemos que a criança, absorve bem mais, se tiver a prática em distintas dimensões. Essa comunicação pode ser confirmada pelos Referenciais Curriculares Nacionais:

para que as crianças possam compreender a realidade na sua complexidade e enriquecer sua percepção sobre ela, os conteúdos devem ser trabalhados de forma integrada, relacionados entre si. Essa integração possibilita que a realidade seja analisada por diferentes aspectos, sem fragmentá-la (RCNEI vol I, 1998, p 53 e 54).

FIGURA III ± Ensino tradicional (Fonte: <http://educador.brasilescola.com/orientacoes/respeitando-os-limites-aprendizagem-cada-aluno.htm>).

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A, B, C...

Após essa etapa, o professor pode ainda incluir letras na atividade, dispensando os números, oferecendo uma letra do alfabeto ordenadamente a cada aluno, para desenvolver a alfabetização, o letramento, a sequência e a memorização das letras associados com o ritmo ocorrendo à interdisciplinaridade. Segundo Louis Wirtz (1937), a interdisciplinaridade se trata de um processo dinâmico que implica a existência de um conjunto de disciplinas interligadas que evitam desenvolver as suas atividades de forma isolada, dispersa ou fracionada a fim de alcançar seus objetivos.

. Então o professor vai marcando o ritmo, enquanto que os alunos falam as letras na ordem alfabética (A, B, C...) e ainda passem o objeto no ritmo proposto. Assim como nos números, podemos variar também o andamento (salientando a empolgação dos alunos nos momentos em que fica mais rápido).

FIGURA IV ± Letramento na palma da mão (Fonte: <http://peadportfolio164184.blogspot.com.br/2009_11_01_archive.html>).

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Play!

Nesse momento, o professor pode colocar canções (infantis de preferência), sem os números e letras (para que os alunos entendam melhor a proposta), eles irão continuar passando o objeto, mas dessa vez no ritmo da música, que trará um ótimo proveito para essas crianças, pois:

as canções brasileiras constituem um manancial de possibilidades para o ensino da música com música e podem fazer parte das produções musicais em sala de aula, permitindo que o aluno possa elaborar hipóteses a respeito do grau de precisão necessário para a afinação, ritmo, percepção de elementos da linguagem, simultaneidades etc (PCN ARTE, 1997, p 54).

Na minha experiência, coloquei as músicas ³O sapo não lava o pé´, ³Meu lanchinho´ )UpUH Jacques), ³Era uma casa muito engraçada´, ³A galinha magricela´ e ³Marcha soldado´3ara esta última, o professor pode ainda pedir para que os alunos marchem marcando a pulsação enquanto passam a bola.

A identidade dos alunos será construída a partir de músicas de seu agrado, proporcionando a experiência do canto enquanto executam o movimento, com isso percebemos a entrada da musicalização na prática da atividade. Além disso, estarão exercitando diferentes tipos de compassos sem mesmo saber, como por exemplo, 2/4 (Marcha, soldado), 4/4 (O sapo não lava o pé), 3/4 (Era uma casa muito engraçada), etc. e começarão ainda a se envolver com a música e a sentir o ritmo, podendo estender essa sensação a outras músicas que ouve.

Sugestões para atividade

2SURIHVVRUSRGHDWpID]HUXPDHVSpFLHGH³FRPSHWLomR´SDUDHVWLPXODUos alunos, regrando a atividade. Por exemplo, quem errar (sair do ritmo ou passar o objeto no sentido errado) vai sentar na cadeira até a outra rodada começar. Ou seria até mais interessante pagar uma prenda imitando sons diversos como, um pássaro cantando, uma abelha zumbindo, a chuva caindo, a buzina de um carro etc. Fazendo isso, estamos inserindo um senso de audição e crítica a respeito do meio ambiente para essas crianças, uma vez que nos Parâmetros Curriculares Nacionais é comentado que:

trabalhando com a percepção dos sons do meio ambiente, ela procura estudar os sons quanto à sua propagação e densidade em espaços diferenciados. Essa área tem como objetivo desenvolver no aluno uma atitude crítica diante das consequências da poluição sonora para o organismo humano, bem como maior sensibilidade e consciência ante o meio ambiente em que se vive (PCN ARTE, 1998, p. 80).

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O professor pode construir manualmente com seus alunos o objeto de uso na atividade, principalmente com materiais simples e/ou recicláveis e até dar um nome para este objeto, escolhido democraticamente pelos alunos, pois ³a escola, especialmente nos cursos de Arte, deve colaborar para que os alunos passem por um conjunto amplo de experiências de aprender e criar, articulando percepção, imaginação, sensibilidade, conhecimento e produção artística pessoal e grupal´ 3&1$57(S 

FIGURA V ± Criatividade em sala (Fonte: < http://novohamburgo.org/site/noticias/educacao/2012/09/24/mec-quer-alfabetizar-criancas-aos-oito-anos-e-especialistas-aos-seis/>).

Considerações finais

Por fim, pudemos observar que alcançamos habilidades de ritmo e percepção através de uma atividade lúdica, trabalhando senso de ritmo e pulsação, atenção e prontidão (reflexo), lateralidade, letramento e matemática, musicalização com sons do cotidiano e a criatividade manual dos alunos.

Em toda essa prática entendemos que o processo de ensino para a educação básica depende, e muito da didática interdisciplinar do professor para com o aluno, mas também do apoio familiar, já que a família pode ajudar nesse processo com práticas simples como estas aqui citadas.

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Referências

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: volumes I, II e III. Brasília: MEC/SEF, p. 31-54, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte / Secretaria de Educação Fundamental.  Ensino de primeira à quarta série ± Brasília: MEC/SEF, p. 53-55, 1997. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : arte / Secretaria de Educação Fundamental. Ensino de quinta a oitava séries ± Brasília : MEC /SEF, p. 63-80, 1998. FONTERRADA, M. T. O. De tramas e fios. Um ensaio sobre a música e educação. São Paulo: Editora Unesp, 2005.

SOUZA, Jusamara. Educação musical e práticas sociais. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 10, p.10, mar. 2004.

WIRTZ, Louis. 1937. Disponível em: <http://conceito.de/interdisciplinaridade>.

   

Referências

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