• Nenhum resultado encontrado

Valor adicionado e distribuição da riqueza em diferentes setores da BM&FBOVESPA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Valor adicionado e distribuição da riqueza em diferentes setores da BM&FBOVESPA"

Copied!
59
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRESSA MINÉIA SCHULER KNOD

VALOR ADICIONADO E DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA EM

DIFERENTES SETORES DA BM&FBOVESPA

(Trabalho de conclusão do curso)

(2)

ANDRESSA MINÉIA SCHULER KNOD

VALOR ADICIONADO E DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA EM

DIFERENTES SETORES DA BM&FBOVESPA

Trabalho de Conclusão de curso, apresentado no Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Econômicas, Contábeis e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Me. ROSELAINE FILIPIN

(3)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e em segundo lugar minha família que batalharam comigo para que essa jornada se tornasse possível, estiveram ao meu lado em todos os momentos, me proporcionando o direito de estudar sendo minha inspiração, não deixando-me desistir sem lutar pelos meus objetivos.

(4)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por ter iluminado meu caminho e ter me dado força em todos os momentos, até a etapa final deste percurso. Especial agradecimento ao meu esposo Rafael, que esteve ao meu lado, sempre compreensivo, me dando apoio e me fazendo companhia em cada trabalho que realizava, em cada prova que estudava. Agradeço também ao meu pai, por ter me dado suporte financeiro, fazendo com que esse sonho pudesse se tornar realidade e principalmente por acreditar em minha capacidade. À minha mãe e minha irmã e a todos que de alguma forma estiveram comigo nestes anos de estudo. Obrigado por me apoiar, me dar força e estar ao meu lado em todos os momentos.

Aos mestres professores que são à base do ensino que nos proporcionam o conhecimento e nos incentivando sempre a buscar mais. Em especial tenho que agradecer a minha professora orientadora Roselaine Filipin que aceitou o desafio de me auxiliar na conclusão desde estudo, obrigada por tudo e por todos os ensinamentos, pela paciência, compreensão e incentivo, foi todo o seu conhecimento e apoio que possibilitou que este estudo se tornasse possível. Enfim, a todos que estiveram ao meu lado e contribuíram de alguma forma para a finalização desta etapa da minha vida, meu sincero agradecimento.

(5)

RESUMO

A demonstração do valor adicionado é uma demonstração contábil que passou a ser obrigatória com a alteração da Lei 6404/76 por meio da Lei 11.638/07, para as empresas de capital aberto, assim, o presente estudo teve como objetivo verificar o comportamento da distribuição da riqueza através da demonstração do valor adicionado nos diferentes setores de atividades da BM&FBovespa. Utilizou-se de pesquisa aplicada, descritiva e quantitativa, para que a coleta de dados foi pesquisado em meios eletrônicos a DVA divulgadas das empresas listadas na BM&Fbovespa referente ao ano de 2016. Posteriormente foi analisada a riqueza gerada e a sua distribuição com agentes, dentre eles, empregados, governo, financiadores e proprietários, de uma empresa de cada setor e subsetor. Verificou-se que, o setor que mais gerou riqueza foi o de petróleo. Gás e biocombustíveis, o governo e financiadores foram os agentes contratuais que mais absorveram riqueza das empresas, depois empregados e a menor parte com os proprietários.

Palavras - chave: Demonstração do valor adicionado; BM&FBovespa; distribuição da

(6)

LISTA DE SIGLAS

BM&FBovespa Bolsa de Valores de São Paulo CFC Conselho Federal de Contabilidade CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis CRC Conselho Regional de Contabilidade DFC Demonstração do Fluxo de Caixa DRA Demonstração do resultado Abrangente DRE Demonstração do Resultado do Exercício

DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DVA Demonstração do valor adicionado

IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil NBC Normas brasileiras de contabilidade

(7)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Distribuição da riqueza entre os stakeholders. ... 26 Quadro 2 - Modelo Demonstração do Valor Adicionado – Empresas em Geral. ... 27 Quadro 3 - Lista dos Setores da BM&FBovespa ... 33

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor bens industriais... 35

Tabela 2– Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor consumo não cíclico. ... 37

Tabela 3 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor consumo cíclico. ... 39

Tabela 4 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor financeiro e outros. ... 41

Tabela 5 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor materiais básicos. ... 42

Tabela 6 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor petróleo. Gás e biocombustíveis. ... 44

Tabela 7 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor saúde. ... 45

Tabela 8 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor tecnologia da informação. ... 46

Tabela 9 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor telecomunicações. ... 47

Tabela 10 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor utilidade Pública. ... 48

Tabela 11 – Subsetores com o maior valor adicionado gerado a distribuir. ... 50

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Subsetores que mais distribuíram riqueza. ... 51 Figura 2 – Distribuição da riqueza entre os stakeholders. ... 53

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO... 12

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA... 13 1.3 OBJETVOS ... 14 1.3.1 Objetivo Geral ... 14 1.3.2 Objetivos Específicos ... 14 1.4 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16 2.1 CONTABILIDADE ... 16 2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ... 17 2.2.1 Balanço Patrimonial ... 19

2.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE) ... 20

2.2.3 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) ... 21

2.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)... 21

2.2.5 Demonstração do Fluxo de caixa (DFC)... 22

2.3 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ... 23

2.4 TEORIA DA EVIDENCIAÇÃO ... 28

3 METODOLOGIA ... 29

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 29

3.1.1 Quanto à natureza ... 29

3.1.2 Quanto aos objetivos ... 30

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 30

3.1.4 Dos procedimentos técnicos ... 30

3.2 COLETA DE DADOS ... 31

3.2.1 Instrumentos de coletas de dados... 31

(11)

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 33

4.1 BENS INDUSTRIAIS ... 35

4.2 CONSUMO NÃO CÍCLICO ... 37

4.3 CONSUMO CÍCLICO ... 38 4.4 FINANCEIRO E OUTROS ... 40 4.5 MATERIAIS BÁSICOS ... 42 4.6 PETRÓLEO. GÁS E BIOCOMBUSTÍVEIS ... 44 4.7 SAÚDE ... 45 4.8 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO... 46 4.9 TELECOMUNICAÇÕES ... 47 4.10 UTILIDADE PÚBLICA ... 48

4.11 SUBSETORES COM O MAIOR VALOR ADICIONADO A DISTRIBUIR ... 49

4.12 MÉDIA GERAL DA DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA ... 51

CONCLUSÃO ... 54

(12)

1 INTRODUÇÃO

Em dezembro de 2007, ocorreu a promulgação da Lei 1.1638/07, que altera substancialmente o processo da contabilidade, e passa a ser regulado pelas normas internacionais, contexto em que o Conselho Federal de Contabilidade emitiu pronunciamentos técnicos – CPC como orientação para a elaboração e divulgação das informações contábeis, os quais foram transformados em normas brasileiras de contabilidade (BRASIL, 2007).

Dentre as várias alterações da referida Lei, em que determina os demonstrativos obrigatórios a serem apresentados pelas empresas, a Demonstração do valor adicionado (DVA) passou a ser obrigatória para as empresas de capital aberto a partir de 2009, e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, criou o CPC 09, que o Conselho Federal de Contabilidade – CFC, transformou na RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.138/08, e em Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 09, que regula os procedimentos quanto à elaboração da DVA.

Com as novas regras e procedimentos técnicos a serem observados no trabalho de elaboração dessa demonstração a DVA passa a ser incluída no corpo da doutrina contábil no Brasil. Conforme as normas brasileiras de contabilidade, na NBC TG 09 (2008), os dados e as informações sobre o valor da riqueza gerada pelas empresas devem ser extraídos do sistema contábil e os valores informados terem como base o princípio e a distribuição dessa riqueza em determinado período (CFC, 2008).

Conforme Cosenza e Vieira (2013), a aderência do Brasil as diretrizes contábeis internacionais é resultado do processo de abertura da economia brasileira para o exterior. Tal fato colocou as empresas do país em contado com a economia mundial, podendo ter títulos negociados nas bolsas de maiores movimentos do mundo, alcançando investidores de outros países. Nesse sentido, o conhecimento do valor contábil do patrimônio líquido das empresas ganha maior importância, por causa da necessidade de avaliar o efetivo valor de mercado de suas ações.

Segundo a NBC TG 09 (2008) a DVA fundamenta-se em conceitos macroeconômicos, e tem por objetivo apresentar a parcela de contribuição que a entidade tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país em que as operações estiverem sendo realizadas.

Essa demonstração proporciona aos investidores o conhecimento de informações de natureza econômica e social oferecendo uma melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade que a abriga.

(13)

Para Silva e Marques (2015), a DVA trata-se de um poderoso instrumento para acompanhar e controlar o valor da riqueza gerada pelas empresas e a forma de destinação dessa riqueza. A DVA mostra também a contribuição da instituição para o Governo através do pagamento de impostos, taxas e contribuições, sendo possível estimar por setores a carga tributária que as empresas estão submetidas, bem como o valor distribuído entre funcionários, financiadores e acionistas.

Assim, o estudo apresenta no primeiro capitulo a introdução, seguido dos objetivos, problematização e a justificativa. Na sequência o segundo capítulo, apresenta revisão da fundamentação teórica sobre o objeto de estudo. O terceiro capítulo trata da metodologia utilizada no estudo, ou seja, a classificação da pesquisa, coleta de dados e análise e interpretação dos dados resultantes.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A contabilidade proporciona tomada de decisões adequadas, levando as entidades a obter uma boa administração. É de extrema importância que pequenas e grandes empresas mantenham a escrituração e análise de suas demonstrações para que possam conhecer a situação econômica e financeira.

Segundo o IBRACON (NPC 27 1998), as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados.

Para Zanluca (2017), a Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, constitui desse modo, uma importante fonte de informações à medida que apresenta um conjunto de elementos que permitem a análise do desempenho econômico da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.

Segundo Dalmacio (2007), a Demonstração do Valor Adicionado vem ganhando destaque dentre os componentes do Balanço Social por apresentar várias informações valiosas, tais como a evidenciação da riqueza gerada e seus possíveis efeitos sobre a sociedade onde a empresa atua, detalhamento sobre a distribuição da riqueza criada e ainda

(14)

por apresentar uma possibilidade infinita de análises comparativas temporais e setoriais que podem fornecer subsídios para definição e implantação de políticas de planejamento econômico e social.

Nesse sentido, o tema de estudo é contabilidade societária – DVA e distribuição das riquezas em diferentes setores da Bovespa.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A DVA compreende todo um conjunto de informações de natureza econômica e financeira, que tem como objetivo demonstrar o valor da riqueza gerada pela empresa e sua distribuição com os envolvidos na sua geração (LUCA et al, 2009).

Góis et al (2016), analisaram a relação entre a distribuição do valor adicionado das empresas entre os principais agentes contratuais como empregados, governo, financiadores e proprietários e o seu contexto societário em 99 empresas, classificadas pela revista Exame Melhores e Maiores, edição 2013, entre as 100 maiores companhias abertas do Brasil por valor de mercado, nos exercícios de 2010, 2011 e 2012, Concluíram que o contexto societário, representado pelo maior acionista controlador, influencia a distribuição do valor adicionado com os principais agentes contratuais das empresas.

Cosenza e Vieira (2013) analisaram a correlação do valor adicionado com o valor da empresa, medido através da cotação que receberam as ações de 18 empresas escolhidas aleatoriamente do cadastro da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), comparativamente a outros indicadores econômico-financeiros existentes. O estudo demonstrou o poder explicativo do valor adicionado em relação aos preços das ações destas empresas naquele mercado de capitais e mostra a utilidade deste conceito econômico para os stakeholders, vis-à-vis aos demais indicadores analisados. Concluíram que a DVA poderia se constituir numa excelente balizadora para análise e avaliação do valor econômico das empresas, já que os resultados da pesquisa mostraram que o valor adicionado aproximou-se em melhor grau do valor de mercado das empresas, se confrontado com outros indicadores tradicionais.

Scarpin et al (2014), investigaram a correlação da distribuição do valor adicionado aos agentes colaboradores na formação da riqueza e a lucratividade das empresas. Os resultados demonstram que, em média, os setores analisados apresentaram grande diferença da mediana

(15)

para o período estudado. Concluíram que há correlação entre a distribuição do valor adicionado aos agentes colaboradores e a lucratividade das empresas nos setores analisados.

Diante desse contexto, cabe a seguinte questão problema desse estudo: qual o comportamento da distribuição da riqueza a partir da DVA das empresas nos diferentes setores de atividades da BM&FBovespa?

1.3 OBJETVOS

Os objetivos de um estudo buscam propor caminhos que permitam responder a questão de pesquisa proposta para a investigação. Sendo assim são separados em objetivo geral e os objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse estudo é verificar o comportamento da distribuição da riqueza através da demonstração do valor adicionado nos diferentes setores de atividades da BM&FBovespa.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Revisar a literatura;

• Listar as empresas por setor de atuação listadas na BM&FBovespa; • Apresentar os percentuais da distribuição da riqueza por empresas; • Comparar os resultados entre os setores.

1.4 JUSTIFICATIVA

Conforme a NBC TG 26 (2009 R4) as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade, e também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Assim a DVA

(16)

conforme Scapin et al (2016) surgiu como uma das ferramentas para atender às novas exigências dos usuários das demonstrações contábeis.

Dentro desse contexto a importância de estudar a DVA, bem como sua aplicabilidade, por ser um demonstrativo contábil que passou a ser obrigatório a partir do processo de internacionalização das normas de contabilidade.

Assim para a aluna do curso de ciências contábeis, é de extrema importância esse estudo da DVA, por ser uma demonstração onde há poucos estudos, torna-se um desafio na medida em que se constata a importância dessa demonstração para o gerenciamento e tomada de decisões das entidades.

Para a Unijuí, para o Curso de Ciências Contábeis e sociedade em geral, este estudo será importante, pois estará à disposição do público, sejam alunos, professores e também profissionais em busca de aperfeiçoamento, para pesquisas de ampliação de conhecimento e agregação de conhecimento na área da Demonstração do Valor Adicionado.

(17)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse capitulo é apresentado o referencial teórico através de pesquisa bibliográfica realizada em livros, artigos, sites de estudos e demais materiais, baseada em obras de diversos autores, sobre os temas, contabilidade, demonstrações contábeis, demonstração do valor adicionado e teoria da evidenciação.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades. O patrimônio é constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade (BASSO, 2011).

Para Fabretti (2009, p.7) “contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade”.

Segundo Basso, Filipin, Enderli (2015), por muito tempo a contabilidade teve como intuito registrar as riquezas que o homem possuía, executadas com os meios disponíveis de acordo com o conhecimento desenvolvido naquela época, ou seja, primeiro em rochas, madeiras, chifres de animais, placas de argilas. A contabilidade tomou formato mais técnico-científico e de importância maior quando o frade italiano Luca Pacioli, considerado o pai da Contabilidade moderna, sistematizou o método das partidas dobradas.

Portanto a contabilidade, já aceita no mundo das ciências humanas e sociais, produz conhecimentos e desenvolve esse sistema de registros que vigora até os dias de hoje, com as normais atualizações técnicas decorrentes da evolução dos meios postos à disposição dos profissionais, apreendendo o patrimônio, registrando suas variações, acumulando dados e gerando informações aos diferentes usuários no seu ambiente de decisões (BASSO, 2011).

Toda área do conhecimento humano, para se tornar útil à humanidade, precisa satisfazer uma ou outra necessidade. Com a Contabilidade não é diferente e pode-se resumir sua finalidade como sendo a de gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio e suas variações aos seus diferentes usuários, com ênfase no controle e no planejamento, ou seja, para suas decisões (...) (BASSO, FILIPIN, ENDERLI 2015 p. 21).

(18)

Na mesma linha de pensamento para Sá (1998), a Contabilidade possui diversas funções no meio social, orienta, analisa e certifica os fatos entre outras, essas funções tem como objetivo orientar empresas e as pessoas no mercado econômico, como investir e gerar lucro com mais garantia. O auxilio da contabilidade enfatiza a real situação seja ela econômica ou financeira dentro das organizações.

As finalidades da contabilidade são: orientação para investidores e para o mercado de capitais. Orientação para credores e instituições de crédito. Orientações sociais e trabalhistas. Análises científicas para modelos de comportamento da riqueza para ensejar decisões administrativas. Modelos para a prosperidade. Controles governamentais de fiscalização e auditoria fiscal. Instrumentos de provas judiciais e perícia contábil. Previsões de ocorrências e efeitos orçamentários. Explicação de fatos patrimoniais e análises contábeis. Investigação sobre a regularidade da gestão. Dados e pesquisa social e econômica (SÁ, 1998, p. 89).

A contabilidade tem grande importância e apoio nas informações que fornece para os seus usuários na tomada de decisão, ou seja, com números e valores reais os diagnósticos financeiros proporcionam ao gestor obter bons resultados do seu investimento.

A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação necessárias à tomada de decisões sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (FRANCO, 1997, p. 21).

Para Marion (2012, p. 26), a Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomadas de decisões.

A contabilidade é um instrumento indispensável para os empreendedores na gestão dos seus negócios, dando a orientação e o rumo certo dos investimentos, dando entendimento das variáveis e sustentação financeira aos negócios.

2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Segundo a NBC TG 26 (2009) item 9, as demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um

(19)

grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte: (a) ativos; (b) passivos; (c) patrimônio líquido; (d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas; (e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e (f) fluxos de caixa.

Ainda Conforme a NBC TG 26 (2009) item10, o conjunto completo de demonstrações contábeis inclui:

(a) balanço patrimonial ao final do período; (b) demonstração do resultado do período;

(c) demonstração do resultado abrangente do período;

(d) demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; (e) demonstração dos fluxos de caixa do período;

(f) demonstração do valor adicionado do período, conforme NBC TG 09 – Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente;

(g) notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias; e

(h) balanço patrimonial no início do período mais antigo comparativamente apresentado quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou ainda quando procede à reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis.

Conforme a NBC TG 26 (2009) item 15, as demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Presume-se que a aplicação das normas, interpretações e comunicados técnicos, com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações contábeis que se enquadram como representação apropriada.

(20)

2.2.1 Balanço Patrimonial

Para Nishio et al (2010), o Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil constituída de duas partes e composto por três elementos básicos, os Ativos (bens e direitos), os Passivos (Obrigações) e o Patrimônio Liquido, tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial. O Balanço Patrimonial é uma demonstração estática. As contas são classificadas no balanço de forma ordenada e uniforme para facilitar a interpretação e análise dos usuários da situação econômica e financeira da empresa.

O Balanço Patrimonial como sendo o instrumento que retrata a posição das contas de uma entidade após todos os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os provisionamentos e ajustes, bem como após o encerramento das contas de receita e despesa também terem sido executados. Este tipo de demonstração contábil pode ser comparado a uma fotografia da situação financeira e patrimonial da entidade, pois revela dados quantitativos e qualitativos de um determinado instante de tempo configurando-se, portanto, em um relatório aparentemente estático (mas que se comparado ao longo do tempo, permite a elaboração de inferências acerca da tendência da situação dessa entidade (IUDÍCIBUS; MARION, p. 183).

O Balanço Patrimonial é um dos demonstrativos que a Lei nº 6.404/76, em seu artigo 176, define com obrigatório, mas em função das informações que podem ser obtidas por meio dele, torna-se um elemento indispensável na análise da situação financeira das empresas. Conforme exposto por Kroetz (2000, p.36), “nele se sintetiza, na forma de origem e aplicações, a riqueza da entidade, servindo de ferramenta para análises e controles, objetivando estudar o comportamento e tendências do patrimônio”.

Segundo a NBC TG 26 (2009) item 54, balanço patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, no mínimo, as seguintes contas:

(a) caixa e equivalentes de caixa; (b) clientes e outros recebíveis; (c) estoques;

(d) ativos financeiros;

(e) total de ativos classificados como disponíveis para venda e ativos à disposição para venda, Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada; (f) ativos biológicos;

(g) investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial; (h) propriedades para investimento;

(i) imobilizado; (j) intangível;

(k) contas a pagar comerciais e outras; (l) provisões;

(m) obrigações financeiras;

(n) obrigações e ativos relativos à tributação corrente, conforme definido na NBC TG 32 - Tributos sobre o Lucro;

(21)

(o) impostos diferidos ativos e passivos, como definido na NBC TG 32;

(p) obrigações associadas a ativos à disposição para venda de acordo com a NBC TG 31;

(q) participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro do patrimônio líquido; e

(r) capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários da entidade.

Em tese, o balanço patrimonial reflete toda a riqueza da empresa, o capital investido e todos os lucros da vida da empresa até aquele momento que ainda não foram distribuídos.

2.2.2 Demonstração do resultado do exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício pode ser conceituada, de acordo com Iudícibus, Martins e Gelbcke (2000, p. 290), “como sendo uma apresentação, em forma resumida, das operações realizadas pela empresa, durante o exercício social, demonstradas de forma a destacar o resultado líquido do período”.

Os sete incisos do art. 187 da Lei 6.404-76 determinam o que será discriminado na Demonstração do Resultado do Exercício:

I - a receita bruta da vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; V- o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para o imposto; VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Para Nishio et al (2010), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência, gerando informações significativas para a tomada de decisão.

(22)

2.2.3 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)

Segundo Basso (2011), a Demonstração do Resultado abrangente é uma exigência da Lei 11.941/09 para as empresas que não apresentem em seus resultados itens de variações que se enquadrem em uma situação a seguir, que evidentemente não foram computadas na apuração do resultado, por estarem constando no patrimônio líquido.

a) Efeitos de correção de erro ou mudanças de políticas contábeis apresentados como ajustes retrospectivos de períodos anteriores ao invés de como parte do resultado no período em que surgiram;

b) ganhos e perdas provenientes de conversão de demonstrações contábeis de operação no exterior;

c) alguns ganhos e perdas atuariais;

d) algumas mudanças nos valores justos de instrumentos financeiros (hedge); e) outros tópicos sobre instrumentos financeiros, como resultados de ações de controladas e coligadas e outros dessa natureza, entre outras situações enquadráveis pelos pronunciamentos técnicos do CPC.

Paralelamente para Lemes e Carvalho (2010), a DRA é composta pela DRE e outros Resultados Abrangentes, os quais compreendem receitas e despesas reconhecidas diretamente no Patrimônio Líquido que não resultam de ações dos sócios como proprietários. Exemplos de Outros Resultados Abrangentes consistem nas alterações da reserva de reavaliação e os ganhos/perdas atuariais e de tradução de operações estrangeiras.

2.2.4 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é aquela destinada a evidenciar mudanças, em natureza e valor, havidos no patrimônio líquido da entidade, num determinado período de tempo, geralmente ao final do exercício social. Possuem informações de todas as contas que integram o patrimônio líquido da entidade (BASSO, 2011).

“A DMPL é uma demonstração que tem como objetivo principal, evidenciar as transformações ocorridas no patrimônio líquido das empresas durante o exercício” (HOSS, 2013, p. 213).

A Resolução CFC no 1.185/09, que aprovou a NBC TG 26, identifica que as alterações no patrimônio líquido da entidade entre duas datas de balanço devem refletir o aumento ou a redução nos seus ativos líquidos durante o período (QUINTANA, 2014, p. 68).

(23)

Para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no início e no final do período, demonstrando-se separadamente as mutações decorrentes do resultado líquido (HOSS, 2013, p. 2013).

O patrimônio líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente admitidos os lucros acumulados (HOSS, 2013, p. 214).

A entidade deve apresentar na demonstração das mutações do patrimônio líquido, ou nas notas explicativas, o montante de dividendos reconhecidos como distribuição aos proprietários durante o período e o respectivo montante por ação.

2.2.5 Demonstração dos Fluxos de caixa (DFC)

O fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial financeira que tem a função de controlar as entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, sendo esses organizados e estipulados pelos gestores da empresa, com a finalidade de alcançar metas, atingindo os objetivos desejados. Zdanowicz (1995, p. 37) conceitua de forma sintética o fluxo de caixa dizendo que “é o instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo projetado”.

Silva (2005, p. 12) descreve a importância do fluxo de caixa:

O fluxo de caixa projetado e real da empresa representa uma importante informação gerencial. Através dessas demonstrações do fluxo de caixa, podem ser analisadas as alternativas de investimentos, os motivos que ocasionaram as mudanças da situação financeira da empresa, as formas de aplicação do lucro gerado pelas operações e também as razões de eventuais reduções do capital de giro.

Zdanowicz (1995, p. 25), considera como objetivo importante a ser destacado:

a) Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para execução do plano geral de operações e, também, da realização das transações econômico-financeiras pela empresa;

b) Empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e estudando antecipadamente a melhor aplicação, o tempo e a segurança dos mesmos;

c) Planejar e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de ingressos e de desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção e despesas operacionais, assim como de dados relativos aos índices de atividades: prazos médios de rotação de estoque, de valores a receber e de valores a pagar;

d) Saldar as obrigações da empresa na data do vencimento;

(24)

f) Analisar as fontes de crédito que ofereçam empréstimos menos onerosos, em caso de necessidade de recursos pela empresa;

g) Evitar desembolsos vultuosos pela empresa, em época de baixo encaixe;

h) Desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela empresa; i) Permitir a coordenação entre os recursos que serão alocados em ativo circulante, vendas, investimentos e débitos.

Tem por objetivo básico segundo Zdanowicz (1995, p. 24) “[...] a projeção das entradas e das saídas de recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis para a empresa”.

Segundo a NBC TG 03 (2010) as informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da entidade de utilização desses fluxos de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração.

Segundo a NBC TG 03 (2010) item 03 os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão interessados em saber como a entidade gera e utiliza caixa e equivalentes de caixa. Esse é o ponto, independentemente da natureza das atividades da entidade, e ainda que o caixa seja considerado como produto da entidade, como pode ser o caso de instituição financeira. As entidades necessitam de caixa essencialmente pelas mesmas razões, por mais diferentes que sejam as suas principais atividades geradoras de receita. Elas precisam de caixa para levar a efeito suas operações, pagar suas obrigações e proporcionar um retorno para seus investidores.

2.3 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)

O conceito de valor adicionado é utilizado na macroeconomia para avaliação do Produto Nacional Bruto (PNB). O valor adicionado é a diferença entre o valor bruto da produção e os consumos intermediários nessa etapa. Assim segundo Simonsen (1975, p.83) “soma dos valores adicionados, em determinado período de tempo, em todas as etapas dos processos de produção do país”.

A DVA está inserida por meio da alteração da Lei das S.A 6.404/76 pela Lei 11.638/2007, que define a obrigatoriedade da apresentação da demonstração para as empresas de capital aberto em seu art.176.

(25)

O Conselho Federal de Contabilidade, dentro das alterações envolvidas, determinou por meio das Normas Brasileiras de Contabilidade a normatização da elaboração da DVA NBC TG 09 (2008).

NBC TG (2008) Item 11. Existem, todavia, diferenças temporais entre os modelos contábeis e econômicos no cálculo do valor adicionado. A ciência econômica, para cálculo do PIB, baseia-se na produção, enquanto a contabilidade utiliza o conceito contábil da realização da receita, isto é, baseia-se no regime contábil de competência. Como os momentos de realização da produção e das vendas são normalmente diferentes, os valores calculados para o PIB por meio dos conceitos oriundos da Economia e os da Contabilidade são naturalmente diferentes em cada período. Essas diferenças serão tanto menores quanto menores forem as diferenças entre os estoques inicial e final para o período considerado. Em outras palavras, admitindo-se a inexistência de estoques inicial e final, os valores encontrados com a utilização de conceitos econômicos e contábeis convergirão.

Dessa maneira o valor adicionado nas empresas é definido como a diferença entre o valor das vendas e o dos consumos intermediário (compras a outras empresas) em determinado período.

A NBC TG 09 (2008) determina que a entidade, sob a forma jurídica de sociedade por ações, com capital aberto, e outras entidades que a lei assim estabelecer, devem elaborar a DVA e apresentá-la como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício social. É recomendada, entretanto, a sua elaboração por todas as entidades que divulgam demonstrações contábeis.

A demonstração do valor adicionado (DVA) é relatório contábil que divulga tanto os benefícios que as organizações proporcionam à sociedade quanto a sua capacidade de colaborar para o desenvolvimento econômico. Mostra ainda um mapeamento de como essa riqueza é distribuída aos seus diversos componentes, tais como empregados, governo, financiadores, proprietários (CUNHA; RIBEIRO; SANTOS, 2005).

A norma brasileira de contabilidade, NBC TG 09 (2008), destaca que a DVA deve proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis informações relativas à riqueza criada pela entidade em determinado período e, ainda, permitir-lhes compreender a forma como tais riquezas foram distribuídas ao longo de cada exercício social.

Para Cunha, Ribeiro e Santos (2005, p. 10)

Com a DVA, torna-se possível uma melhor avaliação do conjunto de empresas formadoras de uma sociedade. Os Valores Adicionados por elas, calculados por meio da DVA, constituem-se numa parte significativa de toda a riqueza gerada por

(26)

um país. É, também, por meio da DVA que se pode mostrar e avaliar como essa riqueza está sendo distribuída por meio dos impostos pagos ao governo, lucros e dividendos aos acionistas, e ainda remunerações pagas aos trabalhadores.

Segundo Santos (2003, p. 35), “é a forma mais competente criada pela contabilidade, para auxiliar na medição e demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição, da riqueza de uma entidade”.

De acordo com Santos (2003), a DVA se difere da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) no que se refere ao tipo de informação. Enquanto a DRE se preocupa em determinar a parcela do lucro que cabe à empresa e aos seus sócios, o resultado, a DVA procura mensurar o total da riqueza gerada e como foi distribuído entre os diversos elementos que colaboraram na geração dessa riqueza.

Nessa mesma linha de pensamento Martins (1997), afirma que a demonstração do resultado é uma visão particular, pode-se dizer, no extremo, até egoísta, de apenas um dos interessados na empresa, os seus proprietários. A demonstração do valor adicionado é uma visão muito mais geral, dando a mesma importância a todos os fatores de produção: o trabalho, os demais capitais na forma de credito e também o governo.

Com a informação gerada pela DVA, sua importância é apresentada no item 12 da Resolução 11038/08, como: Para os investidores e outros usuários, essa demonstração proporciona o conhecimento de informações de natureza econômica e social e oferece a possibilidade de melhor avaliação das atividades da entidade dentro da sociedade na qual está inserida. A decisão de recebimento por uma comunidade (Município, Estado e a própria Federação) de investimento pode ter nessa demonstração um instrumento de extrema utilidade e com informações que, por exemplo, a demonstração de resultado por si só não é capaz de oferecer.

Conforme a NBC TG 09 (2008), a DVA deve apresentar a seguinte estrutura: Receitas; Insumos adquiridos de terceiros; Valor adicionado bruto; Depreciação, amortização e exaustão; Valor adicionado líquido produzido pela entidade; Valor adicionado recebido em transferência; Valor adicionado total a distribuir; e Distribuição do valor adicionado, compreendendo pessoal, impostos, taxas e contribuições, remuneração do capital de terceiros e remuneração do capital próprio.

Os elementos que fazem parte da distribuição da riqueza na DVA com cada tipo de stakeholder, empregados, governo, financiadores e proprietários, estão apresentados no Quadro 1.

(27)

Quadro 1 - Distribuição da riqueza entre os stakeholders.

Empregados Remuneração direta: valores relativos a salários, 13º salário, honorários da administração, férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

Benefícios: representados pelos valores relativos à assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc.

FGTS: valores depositados em conta vinculada dos empregados

Governo Federais: tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos estados, municípios, autarquias etc., tais como IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS e Contribuição sindical patronal.

Estaduais: tributos devidos aos estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos municípios, autarquias etc., tais como ICMS e IPVA.

Municipais: tributos devidos aos municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como ISS e IPTU

Financiadores Juros: as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos

Aluguéis: os aluguéis pagos ou creditados inclusive os acrescidos aos ativos

Outras: Outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia e direitos autorais

Proprietários Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos: valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para a conta de reserva de lucros

Lucros retidos e prejuízos do exercício: valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo

Fonte: Adaptado da NBC TG 09 (2008).

Como mostra o Quadro 1, a DVA demonstra a remuneração aos vários agentes econômicos, representados pelos principais contratos da empresa: empregados, governo, financiadores e proprietários.

Por meio das informações disponibilizadas na DVA, esses grupos de stakeholders podem assumir um papel mais dinâmico na tomada de decisão, na medida em que são capazes de verificar, por exemplo, (a) se a entidade está gerando um montante de riqueza satisfatório; (b) se essa riqueza apresenta crescimento no decorrer do tempo; e (c) se sua parcela na distribuição do valor adicionado é apropriada (SCHERER, 2006). Dessa forma, os stakeholders passam a usufruir de condições que lhes possibilitam fazer um real acompanhamento da atuação de uma entidade no ambiente em que está inserida, avaliando como ela reparte o bolo de sua riqueza (VIEIRA, 2010).

O Quadro 2 é o modelo de uma demonstração do valor adicionado para empresas em geral.

(28)

Quadro 2 - Modelo Demonstração do Valor Adicionado – Empresas em Geral. DESCRIÇÕES Em Milhares de reais 20X1 Em Milhares de reais 20X0 1 – RECEITAS

1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços 1.2) Outras receitas

1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios

1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui os valores dos impostos – ICMS, IPI, PIS e COFINS)

2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos 2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

2.3) Perda / Recuperação de valores ativos 2.4) Outras (especificar)

3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)

4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4) 6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

6.1) Resultado de equivalência patrimonial 6.2) Receitas financeiras

6.3) Outras

7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6) 8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)

8.1) Pessoal

8.1.1 – Remuneração direta 8.1.2 – Benefícios

8.1.3 – F.G.T.S

8.2) Impostos, taxas e contribuições 8.2.1 – Federais

8.2.2 – Estaduais 8.2.3 – Municipais

8.3) Remuneração de capitais de terceiros 8.3.1 – Juros

8.3.2 – Aluguéis 8.3.3 – Outras

8.4) Remuneração de capitais próprios 8.4.1 – Juros sobre o capital próprio 8.4.2 – Dividendos

8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício

8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação) Fonte: NBC TG 09 (2008).

(29)

Para Santos (2007, p. 37), “a DVA é a forma mais competente criada pela Contabilidade para auxiliar na medição e demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição da riqueza de uma entidade”.

2.4 TEORIA DA EVIDENCIAÇÃO

Segundo Piacentini (2004), as evidenciações voluntárias são utilizadas pelos investidores para analisar as estratégias e os fatores críticos de sucesso da companhia, tanto no ambiente em que estão inseridas, como sob o aspecto competitivo do cenário econômico.

De acordo com Tinoco e Kraemer (2004), o objetivo da evidenciação é divulgar informações sobre o desempenho econômico, financeiro, social e ambiental das entidades aos parceiros sociais, os stakeholders, considerando que os demonstrativos financeiros e outras formas de evidenciação não devem ser enganosos.

A evidenciação requer que as entidades propiciem informações suficientes para que os usuários possam avaliar o que desejam, dentro da importância da informação gerada, como a natureza, o risco (MARTINS et.al. 2013).

A utilização das formas de evidenciação poderá ser de caráter obrigatório ou voluntário. Entretanto, Ponte e Oliveira (2004, p. 09) salientam que “[...] as empresas podem adotar diferentes formas de evidenciação, mas devem fornecer informações em quantidade e qualidade que atendam às necessidades dos usuários das demonstrações contábeis”.

Iudícibus (1997, p. 115) descreve a relação da contabilidade e as formas de evidenciação da informação, da seguinte forma:

[...] evidenciação é um compromisso inalienável da contabilidade com seus usuários e com os próprios objetivos. As formas de evidenciação podem variar, mas a essência é sempre a mesma: apresentar informação quantitativa e qualitativa de maneira ordenada, deixando o menos possível para ficar de fora dos demonstrativos formais, a fim de propiciar uma base adequada de informação para o usuário.

A qualidade da informação contábil é importante para a continuidade da empresa, pois pode evitar a desapropriação dos bens da organização. Antunes e Costa (2007, p. 4) a definem “[...] como sendo o grau de funcionalidade da contabilidade como mecanismo, ou seja, o grau de impedimento da expropriação dos recursos dos provedores de capital”.

(30)

3 METODOLOGIA

Lakatos e Marconi (2001, p. 8) definem metodologia como um “conjunto de atividades sistemáticas e racionais que permitem alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões”.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Esta etapa visa atender os objetivos gerais e específicos e, para isso, foram utilizados alguns procedimentos de pesquisa que serão abordados a seguir.

A classificação da pesquisa se dá através de meios compostos de diferentes métodos, abordagens, tipos, procedimentos técnicos, estratégias, para procurar respostas e apoiar investigações direcionadas a solucionar questões e problemas de pesquisa ou avanços e até saltos de conhecimentos (ZAMBERLAN et al 2014, p. 93-99).

A pesquisa pode ser classificada quanto à sua natureza, quanto à forma de abordagem do problema, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos. Neste sentido, a pesquisa se apresenta da seguinte forma:

3.1.1 Quanto à natureza

Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada, visto que abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem (GIL, 2010). Para Vergara (2010, p. 43) “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

Este estudo é classificado como sendo de natureza aplicada onde tem como objetivo verificar, investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos a fim de ampliar o conhecimento e aplicação da teoria.

(31)

3.1.2 Quanto aos objetivos

Este estudo classifica-se como sendo uma pesquisa descritiva, baseado em Beuren et al (2012) pode-se dizer que a pesquisa descritiva tem o intuito de descrever, identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos o objetivo do estudo.

As pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis... e a maioria das que são realizadas com objetivos profissionais provavelmente se enquadra nessa categoria (GIL, 2010, p. 27).

A pesquisa descreve como as empresas distribuem sua riqueza por meio da DVA, assim sua classificação é pesquisa descritiva.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

Conforme Diehl e Tatim (2006, p. 51) “as abordagens qualitativas e quantitativas são duas estratégias diferentes pela sua sistemática e, sobretudo, pela forma de abordagem do problema que constitui o objeto de estudo”.

Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa quantitativa, porque considera que tudo que pode ser quantificável pode traduzir em números, opiniões e informação para classificá-las e analisá-classificá-las.

A partir dos dados levantados o problema será resolvido por meio de abordagem quantitativa, pois os dados serão tabulados e calculados.

3.1.4 Dos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa constitui-se em documental e bibliográfica.

Segundo Vergara (2004) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituindo principalmente de livros, revistas, jornais, artigos, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Ainda para Vargas (2004) a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica, o que as diferencia é a natureza de suas fontes, ou seja, esta se vale de materiais que ainda não receberam um

(32)

tratamento analítico, são os ofícios, balancetes, comunicações informais, isto é, documentos que não estão em acesso direto ao público, são quase confidenciais.

Nesse estudo foi utilizados, livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso, teses, dissertações com abordagem do objeto de estudo para a fundamentação teórica, quanto a pesquisa documental, será analisado o DVA das empresas estudas.

3.2 COLETA DE DADOS

Para o presente estudo, os dados são extraídos por meio de pesquisa nos meios eletrônicos, ou seja, através de demonstrativos contábeis divulgados nas empresas listadas na BM&FBovespa classificadas por setor de atuação, utilizando uma empresa de cada setor: bens industrias, consumo cíclico, consumo não cíclico, financeiro e outros, materiais básicos, petróleo. Gás e bicombustíveis, saúde, tecnologia da informação, telecomunicações e utilidade pública.

3.2.1 Instrumentos de coletas de dados

Para Markoni; Lakatos (2010, p. 157) “a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos escritos ou não, constituindo o que denomina de fontes primarias”. Sendo assim, para Beuren et al (2012, p. 135):

Na pesquisa documental, as fontes de coleta são mais diversificadas e dispersas. (...) pode encontrar dados em diversas fontes de documentos escritos, como: arquivos públicos, publicações parlamentares, jurídicas e administrativas, censos estatísticos, documentos de arquivos privados, cartas, contratos, além dos documentos não escritos, como: fotografias, objetos, canções, vestuário, filmes, mapas, gráficos, desenhos, entre outros.

Na coleta de dados, é utilizada a pesquisa documental, pois foi coletadas as DVA do ano de 2016, das empresas listadas na BM&FBovespa. Das empresas listadas foram separadas por setor de atuação, de cada setor de atuação foi escolhido de forma aleatória uma empresa de cada subsetor.

(33)

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A partir das informações coletadas do site da BM&FBovepsa a demonstração do valor adicionado de cada setor e desses o subsetor, escolhida uma empresa de forma aleatória do ano de 2016, é feita a comparação do valor adicionado a distribuir em relação a receita gerada no ano, e a distribuição com os agentes, empregados, governo, financiadores e proprietários, em relação ao valor adicionado a distribuir, a fim de demonstrar as informações da distribuição da riqueza.

(34)

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A demonstração do valor adicionado é a demonstração contábil destinada a evidenciar, de forma concisa, os dados e as informações do valor da riqueza gerada pela entidade em determinado período e sua distribuição, a partir desta demonstração, é apresentado neste capítulo os dados coletados por meio de pesquisa nos meios eletrônicos, ou seja, através de demonstrativos divulgados nas empresas listadas na BM&Fbovespa classificadas por setor de atuação.

Quadro 3- Lista dos Setores da BM&FBovespa.

SETOR SUBSETOR

Bens Industriais Comércio

Construção e Engenharia Máquinas e Equipamentos Material de Transporte Serviços

Transporte

Consumo Cíclico Automóveis e Motocicletas

Comércio Construção Civil Diversos

Hotéis e Restaurantes Mídia

Tecidos. Vestuário e Calçados Utilidades Domésticas Viagens e Lazer

Consumo não Cíclico Agropecuária

Alimentos Processados Bebidas

Comércio e Distribuição Diversos

Produtos de Uso Pessoal e de Limpeza

Financeiro e Outros Exploração de Imóveis

Holdings Diversificadas Intermediários Financeiros Outros

Previdência e Seguros Securitizadora de Recebíveis Serviços Financeiros Diversos

Materiais Básicos Embalagens

Madeira e Papel Materiais Diversos Mineração Químicos

(35)

Petróleo. Gás e Biocombustíveis Petróleo. Gás e Biocombustíveis

Saúde Comércio e Distribuição

Equipamentos

Medicamentos e Outros Produtos

Serv.Méd.Hospit..Análises e Diagnósticos

Tecnologia da Informação Computadores e Equipamentos

Programas e Serviços

Telecomunicações Telecomunicações

Utilidade Pública Água e Saneamento

Energia Elétrica Gás

Fonte: Adaptado BM&FBovespa (2017).

Conforme Quadro 3 as empresas são divididas em 10 setores, e dentro de cada setor o subsetor. O setor de bens industriais possui seis subsetores que são: comércio, construção e engenharia, máquinas e equipamentos, material de transporte, serviços e transporte. No setor de consumo cíclico são oito subsetores o de automóveis e motocicletas, comércio, construção e engenharia, diversos, hotéis e restaurantes, mídia, tecidos. Vestuário e calçados, utilidades domésticas. Consumo não cíclico possui seis subsetores que são: agropecuária, alimentos processados, bebidas, comércio e distribuição, diversos e produtos de uso pessoal e limpeza. O setor financeiro e outros possuem sete subsetores, exploração de imóveis, holdings diversificadas, intermediários financeiros, outros, previdência e seguros, securitizadora de recebíveis, serviços financeiros diversos. Materiais básicos possuem seis subsetores que são eles: embalagens, madeira e papel, materiais diversos, mineração, químicos, siderurgia e metalurgia. O setor de Petróleo. Gás e biocombustíveis possuem apenas um subsetor o de petróleo. Gás e biocombustíveis. Saúde tem quatro subsetores, comércio e distribuição, equipamentos, medicamentos e outros produtos, serv.Méd.hospit. Análises e diagnósticos. Tecnologia da informação tem dois subsetores o de computadores e equipamentos e programas e serviços. No setor de Telecomunicações tem um subsetor também de mesmo nome, e o setor de utilidade pública que possui três subsetores de água e saneamento, energia elétrica e gás.

Para realização do estudo foi coletado a DVA do ano de 2016 do site da BM&FBovespa de cada setor e subsetor uma empresa, a partir dai foi comparado o valor adicionado a distribuir em relação a receita. Foi analisado também o valor distribuído com pessoal, impostos, taxa e contribuições, remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios em relação ao valor total distribuído no período.

(36)

4.1 BENS INDUSTRIAIS

As empresas de bens industriais são aqueles que se destinam à produção de outros bens ou à prestação de serviços.

Tabela 1 – Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor bens industriais.

Descrição Comércio Construção e Engenharia Máquinas e Equipamentos Material de

Transporte Serviços Transporte

Receitas 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Valor Adicionado gerado a

distribuir 25,24 30,48 21,40 50,91 58,98 52,09 Distribuição do Valor Adicionado 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Pessoal 65,17 46,05 80,04 43,77 47,00 53,21 Remuneração Direta 50,54 31,85 60,44 35,63 36,67 53,91 Benefícios 8,50 10,93 8,24 6,11 6,07 0,00 FGTS 6,12 3,26 4,53 2,04 4,26 0,00 Outros 0,00 0,00 6,84 0,00 0,00 -0,70

Impostos, Taxas e Contribuições 46,99 40,26 8,96 6,77 20,36 23,95

Federais 23,52 20,20 7,12 9,47 13,88 23,47 Estaduais 21,86 18,86 1,36 -2,83 3,28 0,32 Municipais 1,61 1,21 0,48 0,12 3,19 0,17 Remuneração de Capitais de Terceiros 3,64 25,47 28,02 34,89 33,81 5,51 Juros 1,82 22,27 14,95 33,46 26,72 0,00 Aluguéis 1,82 3,20 0,00 1,43 2,34 0,00 Outras 0,00 0,00 0,00 0,00 4,74 0,00 Comissões 0,00 0,00 11,31 0,00 0,00 0,00 Outras 0,00 0,00 1,76 0,00 0,00 0,00 Remuneração de Capitais Próprios -15,79 -11,78 0,00 14,57 -1,16 17,33

Juros sobre capital próprio 0,00 0,00 0,00 7,75 0,00 0,00 Dividendos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,82 Lucros Retidos / Prejuízo do

Período -15,79 -11,78 0,00 6,81 -1,16 12,51

Outros 0,00 0,00 -17,02 0,00 0,00 0,00

Reserva de Investimento 0,00 0,00 -17,02 0,00 0,00 0,00 Fonte: Autora 2017.

A Tabela 1 apresenta o setor de bens industriais o qual é dividido em seis subsetores, e sua a distribuição do valor adicionado gerado a distribuir se deu da seguinte forma. No subsetor de serviços a empresa apresentou a partir de sua receita o maior percentual de valor adicionado gerado que representa 58,98% da receita bruta comparado com os outros setores,

(37)

seguido de transporte 52,09%, material de transporte 50,91%, diminuindo o percentual no setor de construção e engenharia para 30,48%, no subsetor de comércio o percentual distribuído foi de 25,24%, e o menor percentual gerado foi no subsetor máquinas e equipamentos com 21,40% da receita bruta.

Foi analisado o percentual distribuído com pessoal das empresas de cada subsetor a partir da riqueza gerada. O subsetor de máquinas e equipamentos distribuiu 80,04% de sua riqueza com remuneração direta, ou seja, salários, seguido de comércio 65,17%, diminuindo o percentual no subsetor de transporte para 53,21%, seguido de serviços 47%, construção e engenharia 46,05% e material de transporte com 43,77%.

Na sequencia os valores de impostos, taxas e contribuições, observa-se grande variação de um subsetor para o outro como no comércio 46,99% e material de transporte 6,77%.

Quanto à remuneração de capital de terceiros o subsetor de material de transporte possui o maior percentual 34,89%, seguido de serviços com 33,81%, máquinas e equipamentos 28,02%, o percentual diminui consideravelmente no subsetor de transporte 5,51% e 3,64% no comércio.

Considerando que comércio, construção e engenharia, e serviços tiveram prejuízo e por isso não remunerou o capital próprio, o subsetor de transporte teve percentual positivo 17,33% e material de transporte com 14,57% de juros sobre o capital próprio.

Boscov e Bispo (2010) analisaram a distribuição da riqueza criada e evidenciada em 3.378 demonstrações de empresas dos setores comércio, indústria e serviço, do período de 1997 a 2006, retiradas do banco de dados da revista Exame Melhores e Maiores. Os autores constataram que as empresas do setor serviços proporcionam, em média, maior remuneração a seus credores, enquanto os empregados das empresas do setor industrial são os que recebem a menor participação na riqueza. Os setores comércio e serviço apresentam diferenças significativas quanto ao percentual de riqueza distribuída aos credores e quanto à parcela de lucro que fica retida nas empresas. Verificou-se ainda diferença entre os três setores analisados quando à distribuição aos acionistas (pagamento de juros sobre o capital próprio e dividendos).

(38)

4.2 CONSUMO NÃO CÍCLICO

O setor de consumo não-cíclico é composto por empresas do setor alimentar, fumo, bebidas, saúde, etc. Estas empresas são assim denominadas pois nas épocas de crise seus resultados são menos afetados quando comparados com as empresas de consumo cíclico.

Tabela 2– Valor adicionado gerado e distribuído em %: setor consumo não cíclico.

Descrição Agropecuária Alimentos

Processados Bebidas Comércio e Distribuição Diversos Produtos de uso pessoal e limpeza Receitas 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Valor Adicionado gerado a

Distribuir 39,79 70,13 59,80 14,73 24,73 37,86

Distribuição do Valor Adicionado 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Pessoal 95,51 28,13 8,60 58,65 20,49 28,75

Remuneração Direta 71,27 19,53 7,45 37,49 15,69 20,23 Benefícios 10,22 6,07 0,57 13,47 3,60 6,26 FGTS 10,79 1,75 0,27 3,50 1,21 2,25 Outros 3,23 0,78 0,30 4,18 0,00 0,00

Impostos, Taxas e Contribuições 8,07 1,62 49,95 27,32 9,09 22,44

Federais 7,14 1,54 20,52 15,34 -1,61 4,27 Estaduais 0,29 0,04 29,37 8,66 9,49 17,75 Municipais 0,63 0,04 0,06 3,32 1,22 0,42 Remuneração de Capitais de Terceiros 92,88 61,08 10,88 30,27 69,89 38,52 Juros 92,88 12,55 10,22 17,11 57,68 18,48 Aluguéis 0,00 0,09 0,67 13,16 12,20 2,22 Outras 0,00 48,44 0,00 0,00 0,00 17,83 Arrendamento Mercantil 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Variação cambial, monetária e

outras 0,00 31,98 0,00 0,00 0,00 0,00 Outras 0,00 16,46 0,00 0,00 0,00 0,00 Remuneração de Capitais

Próprios -96,45 9,17 30,56 -16,23 0,53 10,29

Dividendos 0,00 2,51 13,20 0,06 0,00 0,00 Juros sobre o Capital Próprio 0,00 0,00 8,07 0,00 2,27 10,29 Lucros Retidos / Prejuízo do

Período -96,45 6,66 8,04 -7,33 1,74 0,00 Fonte: Autora 2017.

Conforme Tabela 2, a geração da receita do setor de consumo não cíclico foi da seguinte forma. A empresa do subsetor de alimentos processados gerou no ano de 2016 70,13% de sua receita, bebidas 59,80%, diminuído o percentual no subsetor de agropecuária

Referências

Documentos relacionados

Diante do problema, na presente investigação objetivou-se identificar os sorovares de Salmonella isolados de casos de infecções humanas, no período de 1991 a 2008, pela Seção de

amostras com (0≤x≤1) possuem padrão de difração de raios-x similar (simetria cúbica e grupo espacial Fd 3 m ), confirmadas por refinamento Rietveld, indicando assim que a

---O presente pedido é referente ao licenciamento de um edifício para habitação unifamiliar, localizado num prédio urbano, na Estrada Principal em Casal de Barbas, com

Dentro da Neuropsicologia, as regiões envolvidas nos processos executivos vêm sendo vistas como uma espécie de fronteira final (Stuss & Levine, 2002), uma vez que desvendar seu

E analisar o processo de implantação do Sistema de Gerenciamento de Projetos do Exército (GPEx) como executante e/ou como observador em determinadas fases

A função bloqueio tem grande importância tanto para a operação quanto para a manutenção, sendo que em muitos casos, a instalação de uma válvula de bloqueio é pensada

De acordo com o planejamento dessa organização, para arrecadar o total de recursos necessários para cobrir o tratamento das pessoas com ancilostomose, por um ano, o número