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Academic year: 2021

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TÍTULO: EPIDEMIOLOGIA DAS LESOES NA CAPOEIRA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: FISIOTERAPIA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): LEILA IONE RAVAGNANI DE SOUZA BARROS FILHA

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): GLAUBER ALVARENGA

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): MAURA DIAS

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SUMÁRIO: 1. Resumo 02 2. Introdução 04 3. Objetivos 05 4. Metodologia 05 5. Desenvolvimento 05 6. Resultados 06 7. Considerações Finais 08 8. Fontes Consultadas 09

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1. RESUMO

A Capoeira teve seu início com a viagem do escravo negro africano para o Brasil. Devido às condições em que os escravos eram obrigados a viver, surge a capoeira, uma luta em forma de dança que tornou realidade um sonho chamado liberdade. Atualmente, considerada modalidade desportiva homologada pelo Ministério da Educação e Cultura, não há dados detalhados sobre o número e as características dos praticantes de capoeira na cidade de São Paulo, mas sabe-se que existe um elevado número de agremiações e clubes, a maioria sem nenhum tipo de legalização ou referencia. Muito já se foi levantado sobre a capoeira, porém são poucos estudos com respaldo cientifico, dentro e fora da literatura brasileira sobre os aspectos fisiológicos e epidemiológicos que sustentam essa prática. Esse trabalho tem como objetivo identificar a incidência de lesões na capoeira, analisar os segmentos de maior acometimento e os tipos de lesão recorrente.

Foi realizado um levantamento epidemiológico prospectivo, em academias de capoeira na cidade de São Paulo. A coleta de dados foi realizada pessoalmente através de questionário de pesquisa contendo 16 questões abertas e fechadas para investigação da incidência de lesões. O questionário incluiu levantamentos sobre dados pessoais do atleta, incluindo idade, sexo e questões relacionadas à capoeira como tempo de prática e tempo em horas de treinamento por semana.

Na segunda parte foram realizadas perguntas sobre a ocorrência de lesões na capoeira, sua origem traumática e segmento acometido.

Adotaram-se como critérios básicos de procedimento a inclusão no estudo: atletas de ambos sexos, somando um total de 50 entrevistados, sendo os mesmos com uma faixa etária de 18 a 35 anos, que possuam uma rotina especifica de treinamento em capoeira há pelo menos um ano e com freqüência mínima de duas horas semanais. Foram excluídos atletas que não possuíam lesões recorrentes da prática de capoeira.

Os atletas foram convidados pessoalmente a participar, podendo ou não participar conforme sua vontade. Após a coleta, os dados foram analisados a fim de identificar a epidemiologia das lesões na capoeira, sua origem e associação ao tempo de prática esportiva.

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Epidemiologia das lesões na Capoeira

Foram obtidas evidencias de que primeiramente a articulação do joelho é a mais acometida seguida da articulação do ombro, sendo a origem traumática indireta a principal causa. Para ambos segmentos a lesão recorrente encontrada em maior numero é tendinite. A alta taxa de lesão é preocupante, o

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2. INTRODUÇÃO:

A palavra “capoeira” tem origem na língua tupi-guarani. Segundo alguns estudiosos, capoeira pode ter dois significados: mato ralo ou gaiola grande. O primeiro deles é mais aceito pelos capoeiristas, que fazem a ligação entre “mato” e o local onde a capoeira era inicialmente praticada pelos escravos. Os primeiros relatos de uso da palavra “capoeira” indicam que esta foi usada para designar tanto um conjunto de técnicas de combate envolvendo armas brancas e golpes com pernas e cabeça, quanto um grupo de “arruaceiros” e “malfeitores” que se opunham à polícia (Vieira & Assunção, 1998).

Segundo Nestor Capoeira (1999), independentemente de a capoeira ter nascido no Brasil ou na África, há evidências consistentes de que se trata de uma criação dos africanos e seus descendentes.

Vieira & Assunção (1998) citam que alguns mitos sobre o surgimento da capoeira foram criados no interior das comunidades pelos praticantes e veiculados por diversos meios (tradição oral, cânticos e publicações de pequena circulação) e ganharam forças pelos interesses políticos, culturais e particulares, por isso, perduram até os dias atuais.

A partir de 1972, a capoeira passa a ser considerada como modalidade desportiva e foi homologada pelo Ministério da Educação e Cultura (GLADSON,1989).

Muito já se foi levantado sobre a capoeira, porém são poucos os estudos com respaldo científico, dentro e fora da literatura brasileira, sobre os aspectos fisiológicos e epidemiológicos que sustentam esta prática (MORAES ET AL, 2003). As informações conhecidas sobre a freqüência de lesões restringem-se à literatura associada aos esportes de contato (McLatchie et al, 1980, Shirley, 1998,) faltando informações sobre as características dos acometimentos traumáticos relacionados à prática da capoeira, o que foi uma motivação ao desenvolvimento de um instrumento de avaliação a esse respeito.

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Epidemiologia das lesões na Capoeira

3. OBJETIVOS:

O objetivo deste estudo é identificar através de um questionário de pesquisa a incidência de lesões na capoeira, os segmentos de maior acometimento e os tipos de lesão recorrente.

4. METODOLOGIA

Foi realizado um levantamento epidemiológico prospectivo, em academias de capoeira na cidade de São Paulo.

O questionário foi elaborado pela autora, contendo 16 questões abertas e fechadas, com dados pessoais do atleta, incluindo idade, sexo e questões relacionadas à capoeira como tempo de prática e tempo em horas de treinamento por semana.

Na segunda parte foram realizadas perguntas sobre a ocorrência de lesões na capoeira, sua origem traumática e segmento acometido.

Adotaram-se como critérios básicos de procedimento a inclusão no estudo, atletas de ambos sexos, somando um total de 50 entrevistados, sendo os mesmos com uma faixa etária de 18 a 35 anos, que possuam uma rotina especifica de treinamento em capoeira há pelo menos um ano e com freqüência mínima de duas horas semanais. Foram excluídos atletas que não possuíam lesões recorrentes da prática de capoeira.

5. DESENVOLVIMENTO:

Os atletas foram convidados pessoalmente a participar do questionamento podendo ou não participar conforme sua vontade. Todos atletas foram orientados quanto a pesquisa, posteriormente assinaram um termo de consentimento formal livre e esclarecido de acordo com a resolução no 196/96 do conselho nacional de saúde.

A entrevista aos atletas foi realizada pessoal e individualmente pela pesquisadora na academia em que o atleta treinava de forma que quaisquer dificuldades averiguadas como falta de compreensão, foram sanadas pelo esclarecimento de duvidas.

Após a coleta, os dados foram analisados a fim de identificar os segmentos de maior acometimento, a epidemiologia das lesões na capoeira e sua origem traumática.

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6. RESULTADOS:

Foram avaliados 50 capoeiristas. Conforme descrito na tabela 1, n=42 (84%) relataram lesões recorrentes da pratica da modalidade:

Lesão recorrente f (pessoas) fr (%) SIM 42 84,0% NÃO 8 16,0% Σ 50 100,0%

Tabela 1: Quantidade de atletas com lesão recorrente da prática de capoeira.

A origem do trauma segue ilustrada em tabela 2, sendo e n=36 (63,2%) por trauma indireto e n=21 (36,8%) por trauma direto.

Origem do Trauma f (lesões) fr (%) INDIRETO 36 63,2% DIRETO 21 36,8% Σ 57 100,0%

Tabela 2: Análise da origem do trauma em relação ao total de lesões.

O numero total de lesões encontradas (n=57) é maior do que o numero de indivíduos da amostra (n=50), o que indica incidência superior a um acometimento por atleta.

As áreas de maior acometimento foram joelho n=17 (30,4%), ombro n=12 (21,4%), seguidos por coluna n=6 (10,7%), tornozelo e pé n=6 (10,7 %), conforme gráfico 1.

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Epidemiologia das lesões na Capoeira

De acordo com as tabelas 3 e 4 abaixo, os tipos de trauma para joelho foram n=12 (70,6%) de origem indireta e n=5 (29,4%) de origem direta em uma amostra de 17 acometimentos. Os tipos de lesão prevalecentes foram tendinite n=10 (59%), ligamentar n=3 (18%), tríade infeliz n=2 (12%).

Tipos de trauma- joelho F fr (%)

INDIRETO 12 70,6%

DIRETO 5 29,4%

17 100,0%

Tabela 3: Tipos de trauma para joelho

Tipos de lesão – joelho F fr (%)

TENDINITE 10 59% LIGAMENTAR 3 18% TRÍADE INFELIZ 2 12% MENISCO 1 6% ENTORSE 1 6% 17 100%

Tabela 4: Tipos de lesão para joelho

De acordo com as tabelas 5 e 6 abaixo, os tipos de trauma para ombro foram n=8 (66,7%) de origem indireta e n=4 (33,3%) de origem direta em uma amostra de 12 acometimentos. Os tipos de lesão prevalecentes foram tendinite n=7 (58,3%), luxação n=3 (25%).

Tipos de trauma – ombro F fr (%)

INDIRETO 8 66,7%

DIRETO 4 33,3%

12 100,0%

Tabela 5: Tipos de trauma para ombro

Tipos de lesão – ombro F fr (%)

TENDINITE 7 58,3%

LUXAÇÃO 3 25,0%

ENTORSE 1 8,3%

FRATURA 1 8,3%

12 100,0%

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Esportes competitivos, como os de lutas, obrigam a treinamentos intensos e longos, havendo sem duvida uma sobrecarga do corpo humano e nesse aspecto, o joelho fica vulnerável, seja em atletas ou esportistas (ASSIS, 2005). . O joelho, devido à sustentação, forças externas e deslocamentos rápidos com as mudanças bruscas de direção, é uma das articulações mais exigida na prática da Capoeira”. (DECANIO, 2008)

Foram encontrados resultados semelhantes em outros estudos. NETO (2012) em seu estudo comparativo de lesões em diferentes modalidades de capoeira apontou que em 25 dos avaliados praticantes de capoeira regional, similar a avaliada neste estudo, as áreas de maior acometimento foram o joelho n=6 (25,0%), seguido e ombro n=4 (16,7%).

BONFIN et AL (2000), relata que as lesões no joelho, ligamento cruzado anterior, ocorrem nas praticas esportivas que envolvem rotação e saltos.

SENA et AL (2008), observou que as lesões de joelho, com predominância de ligamento cruzado anterior e menisco, pode ocorrer em decorrência da postura do individuo, estando mais sujeito a acontecer através de deslocamentos rápidos (ginga, golpes e giratórios), repetições de movimentos, devido também ao pé de apoio no solo, ocasionando a força de atrito e resultando na força de reação do solo, onde dependendo do piso e o individuo estando descalço será menor e calçado será maior.

Foram encontradas 57 lesões em uma amostra de 50 indivíduos, o que indica um índice superior a um acometimento por individuo. A alta taxa de lesão é preocupante, o que pode diminuir o rendimento e a vida útil do praticante, desta forma surge a reflexão sobre o desenvolvimento e implantação de um protocolo preventivo especifico para esse segmento esportivo.

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Epidemiologia das lesões na Capoeira

8. FONTES CONSULTADAS:

ACHOUR; Junior A. Alongamento e aquecimento; aplicabilidade na performance atlética. Revista da Associação do Professores de Educação Física 1995; 10(18) : 50-69

ASSIS; Mmv, GOMES; Mi, CARVALHO Emu. Avaliação Isocinetica de Quadris e Ísquio-Tibiais nos atletas de Jiu-Jitsu. Revista Brasileira em Promoção de Saúde 2005; 18(2) : 85-89

BONFIN; Tr, PACCOLA; Caj. Propriocepção após a reconstrução do ligamento cruzado anterior usando ligamento patelar homólogo e autólogo. Rev. Brás. Ortop. 2000; 35(6): 194-201.

CAPOEIRA, Nestor. Capoeira : os fundamentos da malícia (5

a

. ed.). Rio de Janeiro: Record; 1999.

CARAZZATO, G.j., CABRITA. H., CASTROPIL,.W.(1996). Repercussão no Aparelho locomotor da prática do judô de alto nível. Revista Brasileira de Ortopedia. Vol. 31. N.º 12. Pg 957-959.

DECANIO, A.a; Lesões Traumáticas Durante a Prática da Capoeira

KENDAL; Ho, KENDAL; Fp, WANDSMORTH; Ge. 1995 Músculos provas funções, 1º Ed, SP Manole

MCLATCHIE, G., DAVIES, J.e, CALOUNEY, J.h.(1980).Injuries in karate: a case for medical control. Journal of Trauma. Vol. 20. Pg. 956-971.

MORAES, E.r.p., SILVA, M.a.g., Santos, J.P. (2003). A prevalência de lombalgia em capoeiristas do Rio de Janeiro. Fisioter.Brás. Vol. 4. Nº 5. Pg. 311-9.

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em 2006.

NETO; Mg, et al; Estudo comparativo de lesões musculoesqueléticas em diferentes modalidades de capoeira. Ter Man. 2012; 10 (50): 359-363

SENA Crc, GRACIANO Hm, CARVALHO Alm. Lesões de joelho na pratica da capoeira. 2008

SHIRLEY, M.e.(1992) The taekwondo side kick: a kinesiological analysis with strength and conditioning principle. National Strength and Conditioning Association Journal. Vol.14, Pg.72-78.

SIGNORETTI Mm, PAROLINA Ec – Analise Postural em capoeiristas da cidade de São Paulo. Aspectos fisiológicos e biomecânicos. Revista da Faculdade de Ciências da Saúde. 2009; 6: 462-470

SILVA, Gladson O. Capoeira: do engenho à universidade. São Paulo: Cepeusp, 1995

VIEIRA Lr., ASSUNÇÃO Mr. Mitos, controvérsias e fatos: construindo a história da capoeira. Estudos Afro-Asiáticos. 1998; (34): 81-121.

Referências

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