TERAPIA NUTRICIONAL
TERAPIA NUTRICIONAL
ENTERAL
ENTERAL
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
TNE
Conjunto de procedimentos terapêuticos que
Conjunto de procedimentos terapêuticos que
visam a manutenção ou recuperação do estado
visam a manutenção ou recuperação do estado
nutricional do paciente, através da
nutricional do paciente, através da
administração de nutrientes pelo trato
administração de nutrientes pelo trato
gastrointestinal, preservando a seqüência
gastrointestinal, preservando a seqüência
fisiológica de digestão, absorção e
fisiológica de digestão, absorção e
metabolismo desses nutrientes
Objetivos
Descrever os benefícios da TNE,
Rever as indicações e contra-indicações
Definir as vias de acesso e a forma de administração
Discutir as vantagens e desvantagens das várias vias de acesso
Demonstrar como escolher a formulação apropriada Apresentar as formas de monitorização e manejo, Sinalizar as complicações
Benefícios da TNE
•Fisiológico e metabólico Estímulo da função absortiva e metabólica
Síntese de fatores protetores, redução do risco de
inflamação, ulceração e sangramento
manutenção do trofismo da mucosa do TGI manutenção do ph e da microflora intestinal
Manutenção da barreira imunológica (presença da
atividade neuroendócrina, estímulo da produção de IgA )
•Menor custo
Indicações da TNE
Pacientes com tubo digestivo funcional ou parcialmente funcional, incapazes ou impossibilitados de se alimentarem suficientemente pela via oral.
INGESTÃO INADEQUADA •Caquexia cardíaca • Câncer •Lesões do SNC •Depressão •Anorexia Nervosa
DIFICULDADE DE ACESSO AO
INTESTINO NORMAL
• Lesões de face e mandíbula
• Câncer de boca
• Deglutição comprometida de causa
COMPROMETIMENTO DA DIGESTÃO E
ABSORÇÃO
•Insuficiência pancreática
•Doenças inflamatórias intestinais •Fístulas entéricas de baixo débito
Contra-indicação da TNE
Íleo paralítico intestinalObstrução intestinal mecânica Doença terminal
Fístula intestinais de alto débito ( >500ml / dia ) Instabilidade hemodinâmica
Síndrome do intestino curto
Inflamação do TGI (Pancreatite e Enterites graves) Diarréia grave
Vômitos incontrolados
Vias de acesso para TNE
Ao se selecionar acesso apropriado deve-se considerar:
•Diagnóstico
•Período provável da TNE
•Risco de broncoaspiração (nível de consciência) •Limitações estruturais e funcionais do TGI
Sempre que possível deve-se dar preferência ao
posicionamento gástrico, na tentativa de preservar as etapas fisiológicas de digestão e absorção.
ACESSO GÁSTRICO
•Catéter nasogástrico •Catéter nasoentérico •Gastrostomia
Vantagens da via gástrica
•> tolerância a fórmulas variadas
•Fácil posicionamento da sonda
•Tolera alta carga osmolar
•Tolera grandes volumes
•Tolera alimentação intermitente / por bolus
•Permite progressão mais rápida
•> tolerância a fórmulas variadas
•Fácil posicionamento da sonda
•Tolera alta carga osmolar
•Tolera grandes volumes
•Tolera alimentação intermitente / por bolus
•Permite progressão mais rápida
VIAS GÁSTRICAS DE
ALIMENTAÇÃO
NASOGÁSTRICA •Curta duração •Passagem manual •Orifício pequeno •Trauma / irritação nasofaríngea •Deslocamento GASTROSTOMIA •Longa duração •Passagem endoscópica ou cirúrgica •Orifício maior • Difícil deslocamento •Difícil obstruçãoGASTROSTOMIA
Indicação •NE prolongada •Esofagectomia •Estenose de esôfago •Doença neurológica •TU de cabeça e pescoçoContra-indicação •Hipertensão portal •Ascite •Obesidade •Cirurgia abdominal prévia Vantagens •Proteção da mucosa •Maior tolerância a fórmulas variadas •Administração em bolus •Utilização de alimentos in natura Complicações •Aspiração pulmonar •Escoriação da pele
•Vazamento do conteúdo gástrico para cavidade abdominal •Deiscência da parede abdominal
ACESSO PÓS-PILÓRICO
•Catéter nasoentérico •Jejunostomia
Vantagens do acesso pós-pilórico
•Permite alimentação P.O precoce •Menor risco de aspiração
•Maior dificuldade de saída acidental da sonda
Desvantagens do acesso pós-pilórico
•Oclusão mais freqüente •Síndrome de Dumping
•Necessita de bomba de infusão
VIA PÓS-PILÓRICA NASOENTÉRICA
Indicações
•História ou risco de aspiração •Refluxo gástrico
•Pacientes apresentando escala de Glasgow abaixo
de 12 e/ou Ventilação artificial
•Pancreatite aguda
VIA PÓS-PILÓRICA JEJUNOSTOMIA
Indicações
•TU gástrico em fase
terminal
•Fístula esôfago-brônquica •Duodenopancreatectomia •Contra-indicação de
alimentação peloTGI alto
•Gastroparesia
Considerações
•Migração acidental
•Vazamento do conteúdo intestinal
para cavidade peritoneal
•Exige formulações específicas •Diarréia
•Obstrução da sonda •Fístula jejunal
Processo de decisão na seleção da via de alimentação O TGI pode ser usado com segurança?
Não
NPT
Sim
Alimentação por sonda por mais de 15 dias
Não CNG
Sim Por mais de 6 semanas CNE
Enterostomia Risco de Aspiração pulmonar
Sim Gastrostomia Não
Jejunostomia Nasoduodenal ou
Método de administração de formulações enterais
Alimentação por sonda ou ostomia
• Intermitente • Contínua
• Gotejamento controlado • Bolus ou gravitacional
Métodos de administração de formulações enterais Indicação de bomba • Alimentação em intestino delgado • Risco de aspiração • Necessidade de fluxo preciso fig
MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE FORMULAÇÕES ENTERAIS
Alimentação intermitente Alimentação contínua
Técnica de administração Bolo: injeção com seringa, 100 a 300ml de
dieta no estômago a cada 3 a 6 horas, durante 2 a 6 min, precedida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30ml de água.
Intermitente gravitacional: volume de 100
a 300ml administrado por gotejamento (60-159ml/h) a cada 4 a 6 horas, precedida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30ml de água.
Intermitente com bomba de infusão: idem,
com controle de balanço hídrico ou sondas de pequeno calibre interno
Gotejamento gravitacional ou, de preferência, por bomba de infusão.
Alimentação contínua: ministração
a 25-125ml/h, por 24h no jejuno, duodeno ou estômago, interrompida a cada 6-8h para irrigação da sonda enteral com 20 a 30ml de água.
Alimentação cíclica: idem à
alimentação contínua, mas geralmente noturna.
Características • Similar à nutrição oral
• A distensão gástrica estimula secreção cloridropéptica
•Retardo do esvaziamento gástrico com risco de aspiração convalescente.
• ↑ da atividade contrátil do estômago com ↑ da vel. de administração (60ml/min) com vol. acima de 350 ml causa desconforto
• No jejuno é menor o risco
de aspiração, infundida mais lentamente reduz a distensão abdominal
Alimentação intermitente Alimentação contínua
Indicações específicas • Pacientes com
esvaziamento gástrico normal e com NE
domiciliar
• Pacientes incapazes de tolerar alimentação intermitente,
imobilizados, que requerem infusões mais lentas e precisas, eventualmente à noite
Protocolo de início • Dieta na concentração total a cada 3-4h com aumento de 60-120ml a cada 8-12h conforme tolerância e meta a ser alcançada. Monitorizar volume residual gástrico e tolerância gastrintestinal.
• Dieta na concentração total
começando com 10-40ml/h e
avançando para a meta nutricional em aumentos de 10-20ml a cada 8-12h conforme tolerância. A ação deve ser mais conservadora em pacientes
críticos em UTI, em jejum prolongado anterior e sob formulações
hipercalóricas ou de alta osmolaridade.
Aspectos psicológicos • Mais desejável ao
paciente domiciliar • Permite deambulação
• Maior segurança e confiabilidade de infusão devido ao uso da bomba de infusão
• Restrição ao paciente adulto MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE FORMULAÇÕES ENTERAIS
DOSE E VELOCIDADE DE ADMINISTRAÇÃO
• Administração gástrica pelo método intermitente
Iniciar com 100ml, e o volume é aumentado a cada 24 ou 48 horas. Se for preciso, grandes volumes são infundidos (até 500ml) de 3 a 4 horas e se o resíduo gástrico for > 150ml a dieta é suspensa.
• Administração pós-pilórica pelo método intermitente Iniciar com fórmula diluída à razão de 50ml/h, podendo ser aumentada até 25 a
50ml/h/d
DOSE E VELOCIDADE DE ADMINISTRAÇÃO
• Administração gástrica e porções distais ao
piloro pelo método contínuo
Iniciar com volume de 25 a 30ml/h/d, aumentando
gradativamente até velocidade máxima de 100 a 150ml/h
Cuppari, 2002 Iniciar com volume de 30 a 50 ml/h avançando até 25 a 30 ml a cada 8 ou 12 horas
INTERPRETAÇÃO DO VOLUME RESIDUAL GÁTRICO
• Resíduos > 200ml (sonda nasoenteral) ou > 100ml (gastrostomia)
• Sinais de desconforto abdominal ou distensão (avaliada pelo aumento da circunferência abdominal)
• Interromper a infusão de NE e investigar radiologicamente
o paciente
• Caso não haja sintomas digestivos, retardar a dieta por
uma hora e checar o voluma residual novamente
• Utilizar agentes promotores da motilidade gástrica
NUTRIÇÃO ENTERAL PRECOCE
• Benefícios absolutosSatisfaz necessidades nutricionais Evita complicações relativas à NPT Custo efetivo
Promove a integridade da mucosa intestinal • Benefícios relativos
Melhora cicatrização das feridas Reduz tempo de hospitalização
Reduz incidência de infecção, sepse e translocação bacteriana Suprime a resposta Hipermetabólica
Seleção de fórmulas enterais
1. Densidade calórica
2. Osmolaridade/ Osmolalidade
3. pH
4. Fórmula vs via e tipo de administração
5. Fontes dos nutrientes
6. Desenho da fórmula versus indicação
clínica
Seleção de fórmulas enterais
• Densidade calórica
Recomendação de líquidos: 25 a 40ml/ Kg peso/ dia ou 40 a 60 ml/ g de N ofertado
Dan,2002
Recomendação de líquidos: 35ml/ Kg peso ou 1ml de água/ Kcal
Krause, 1998
• Osmolaridade
Carboidratos simples (mono e dissacarídeos) > efeito osmótico do que amido, os minerais e eletrólitos(Na, Cloreto, K), proteínas hidrolisadas e os aa cristalinos, TCM
Seleção de fórmulas enterais
•
pH (> 3,5)
•
Fórmula vs via e tipo de administração
Posicionamento gástrico oferece > flexibilidade (hiperosmolares, diferentes métodos de infusão, < fracionamento e > volume)
Posicionamento pós-pilórico (isoosmolares, se intermitente volume de 300ml/h, >
Seleção de fórmulas enterais
• Fonte dos nutrientes
Carboidratos
Principais fontes: frutose , glicose, sacarose, maltodextrina, amido de milho
Oligossacarídeos: facilmente digeridos e
absorvidos, interferem menos na osmolaridade
Fibras
Principais fontes: pectina, goma guar (controle da glicemia) e polissacarídeo de soja (fibra solúvel e insolúvel/ controle da glicemia )
Produção dos ácidos acéticos, butírico (integridade da barreira intestinal) e propiônico
Seleção de fórmulas enterais
• Fonte dos nutrientes
Proteínas
Principais fontes: proteína da soja e caseína
A qualidade da proteína é atribuída ao perfil de aminoácidos
Lípides
Os óleos vegetais contêm variedade de AG essencias
A ingestão de AG essenciais (sobretudo o ácido linoléico) deve ser de 3 a 4 %
Carboidratos nas formulações enterais
Forma Fonte alimentar Digestão Características
Amido Amido de milho Sim Osmolaridade não é afetada Polímeros de glicose Polímeros de glicose maltodextrina Xarope de milho Oligossacárides e polissacárides de glicose
Sim Rápida hidrólise intestinal > absorção que a glicose livre > Influência na osmolaridade
Absorção de cátions divalentes (Zn, Mg, Ca)
Dissacárides Amido, dextrina, maltose, sacarose, lactose
Sim Rápida hidrólise da sacarose e
maltose
Maioria das fórmulas são isentas de lactose
Lenta hidrólise da lactose
Monossacá rides
Glicose, frutose, amido
Não > Osmolaridade
> Tolerância pelo TGI devido à capacidade absortiva
Fibras nas formulações enterais
Forma Fonte alimentar Digestão Características
Insolúvel
(celulose,
hemicelulose, lignina)
Plantas Sim ↑ peso fecal
Aceleram o trânsito intestinal Solúvel (pectina, mucilagem, polissacárides de algas e gomas)
Plantas Sim ↑ peso fecal
Retardam o trânsito intestinal e o esvaziamento gástrico
Os AGV contribuem para absorção de água e Na pelo cólon, ↓ pH e exercem efeito trófico
Acelera a atv. da lipase lipoprotéica Controle glicêmico Polissacárides da soja (fibra solúvel e insolúvel) Cotilédone da soja
Sim Principais fonte de fibra das formulações
Retardam o tempo de trânsito Podem aumentar o peso fecal Parecem reduzir a hipoglicemia Rebote pós-prandial
Proteínas nas formulações enterais
Forma Fonte alimentar Digestão Características
Proteína intacta
Caseína, proteína isolada da soja,
lactoalbumina, clara de ovo, carne, leite
Sim Indicados a pacientes com TGI íntegro Promove > estímulo de liberação dos
fatores de crescimento e hormônios que os
aas
Osmolaridade não é afetada
Proteína parcialmente hidrolisada Caseína, proteína isolada da soja, lactoalbumina, soro do leite e colágeno Sim p/ oligope ptídeos
Indicada à pacientes com ↓ na capacidade absortiva
Promove > estímulo de liberação dos
fatores de crescimento e hormônios que os
aas Dipeptídeos e tripeptídeos Caseína, proteína isolada da soja, lactoalbumina, soro do leite e colágeno
Não Indicada na hipoalbuminemia Absorção
por difusão passiva
Melhor absorção de água e sódio Aminoácidos
cristalinos L-aminoácidos Não Indicação: ↓ capacidade digestivaRequer transporte ativo, via bomba de sódio
Lípides nas formulações enterais
Forma Fonte alimentar Digestão Características
AG poliinsaturados (PUFA/TCL) Óleo de milho, girassol, soja e peixe
Sim Provê AG essenciais
Transportam as vit. Lipossolúveis Produzem eicosanóides
Não contribuem para a osmolaridade TCM Óleo de coco ou
TCM Não
Densidade calórica de 8,2 - 8,3 Kcal/g Rapidamente absorvidos pelo sistema portal
Não contém AG essenciais
Indicado p/ pacientes com má absorção de gordura
> Influência sobre a osmolaridade
Lípides
estruturados PUFA de óleos vegetais e TCM Sim Triglicérides reesterificados de cadeia média e longa resultando em um triglicéride misto em que a cadeia média e a longa estão dispostas na mesma molécula de glicerol
Categorias de fórmulas enterais
•Fórmulas poliméricas
- Formulação quimicamente definida - Modulares
• Fórmulas oligoméricas • Fórmulas específicas
Categorias de fórmulas enterais
Fórmulas poliméricas
• Proteínas intactas (lactoalbumina, caseína, soja) •Polissacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos • AGP
• TCM/ TCL
• Tipo de ptn, densidade calórica e osmolaridade são variáveis
• Com ou sem fibras
• Livre de glúten e lactose
Categorias de fórmulas enterais
Fórmulas oligoméricas •Aminoácidos, Peptídeos
• Monossacarídeos, Dissacarídeos ou polissacarídeos •AGP
•TCM
•Vitaminas e minerais
Macronutrientes são hidrolisados para melhor digestão e absorção
CATEGORIAS DE FÓRMULAS ENTERAIS
•Formulações específicas
• Dietas imunomoduladoras
• Dietas para hepatopatas • Dietas para nefropatas • Dietas hiperprotéicas
• Dietas hiperlipídicas
• Dietas acrescidas de fibras • Dietas elementares
Fórmulas Oligoméricas
Indicações para uso
• Doença inflamatória intestinal •Insuficiência pancreática
•Má-absorção
•Intolerância a ptn intacta •Síndrome do intestino curto •Enterite actínica
•Alimentação enteral precoce
Seleção de fórmulas enterais
“A seleção deve ser baseada nas condições clínicas pré-existentes, necessidades metabólicas, função gastrointestinal, tipo e localização da
PREPARAÇÕES NÃO-INDUSTRIALIZADAS PARA NUTRIÇÃO ENTERAL
• Preparadas à base de alimentos in natura, produtos alimentícios e/ou módulo de nutrientes.
• Indicadas em função do aspecto econômico
• Requerem suplementação de vitaminas e minerais
• Controle de qualidade físico-química e microbiológica deve ser rigoroso
• Usada em situações em que o TGI encontra-se com capacidade de digestão e absorção normais
• Requerem sondas de grande calibre
• Uso cuidadoso para pacientes com risco de imunodepressão (HIV, idosos, bebês prematuros, câncer, quimioterapia ou radioterapia)
• Podem ocorrer deficiências de Se, Cr, Molibdênio, taurina e carnitina
FONTES DE NUTRIENTES DAS
PREPARAÇÕES NÃO-INDUSTRIALIZADAS
CARBOIDRATOS
• Alto poder sobre a viscosidade, podendo impedir o adequado gotejamento da preparação
• Mistura entre fontes de carboidratos simples e complexos
• Presença de lactose deve ser avaliada (desnutrição, infecção, jejum)
• Dextrose ou glicose (alta osmolaridade)
FONTES DE NUTRIENTES DAS
PREPARAÇÕES NÃO-INDUSTRIALIZADAS
FIBRAS
• Adição em quantidades elevadas pode aumentar a viscosidade da dieta e dificultar o gotejamento
• Módulos podem ser utilizados (25-30 g)
• Suplementação de cálcio paralelamente a ingestão de fibras
PROTEÍNAS
• Estão na sua maioria, na forma intacta
• Utilização de Isolados protéicos de soja (proteína pura suplementado com aa L-metionina, taurina e carnitina)
FONTES DE NUTRIENTES DAS
PREPARAÇÕES NÃO-INDUSTRIALIZADAS
LIPÍDIOS
• Uso de óleos vegetais tipo milho, soja, canola e outros
• Os TCM devem ser usados com precaução, pois não contêm quantidades adequadas de AG
essenciais, podem causar diminuição do
esvaziamento gástrico e tem alto teor de gordura saturada
• Gorduras ricas em AG ômega -3 são mais difíceis de serem empregadas, em função do odor
FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA NE
• Temperatura
• Estabilidade de nutrientes
• Biodisponibilidade dos nutrientes
• Interação droga-nutriente
PREPARO DA NUTRIÇÃO ENTERAL INDUSTRIALIZADA Vantagens Desvantagens
Dieta industrializada em pó
•Individualização da fórmula com menor manipulação que dietas caseiras
•Maior estabilidade microbiológica e bromatológica
•Fornecem micronutrientes adequados e armazenamento facilitado pelo pequeno volume •Diluição da dieta fornecidade pelo fabricante
•Exigem manipulação maior que as dietas industrializadas líquidas
•Maior tempo de preparo •Maior custo operacional •Necessitam de área de preparo
Dieta industrializada semipronta
•Mesmas vantagens das dietas em pó porém com menor manipulação constando apenas de envase •Dietas líquidas prontas p/ uso •Alta praticidade e qualidade nutricional
• Chance de contaminação •Necessitam área de preparo •Dietas menos individualizadas •Embalagens pesadas e grandes
Dieta industrializada pronta para uso
•Não há manipulação •Facilidade de distribuição • Sem área de preparo, mas de armazenamento
•Controles microbiológicos e bromatológicos garantidos
•Maior volume de infusão •Necessitam de equipos próprio, bombas de infusão •Alto custo
PREPARO DA NUTRIÇÃO ENTERAL INDUSTRIALIZADA
(Regido pela portaria nº 337, de 14 de abril de 1999)
Deve existir áreas distintas de preparo
(salas para limpeza e higienização, manipulação, envase, dispensação e distribuição)
• Área de Recebimento (data de validade, condições da embalagem e do entregador, conferir rotulagem)
• Área de Armazenamento (temperatura ambiente) Data de fabricação
Separados da parede e entre pilhas de 10cm e distante do forro 60cm; prateleiras com altura de 25cm do piso
Proibido material de limpeza, de higiene, caixas de madeira
PREPARO DA NUTRIÇÃO ENTERAL INDUSTRIALIZADA
(Regido pela portaria nº 337, de 14 de abril de 1999)
• Higienização • Uniformes De cor clara
Sapato fechado ou bota
Avental fechado ou macacão com manga, decote fechado Gorro ou toca
Máscara
• Conservação e Transporte
Conservadas sob refrigeração, em geladeira exclusiva com temperatura de 2ºC a 8ºC (uso de termômetro)
Transporte em recipientes térmicos (não ultrapassar duas horas)
Riscos e prevenção de contaminação microbiológica
Contaminação de formulações enterais:
Prejudicam e podem comprometer a evolução clínica
do paciente
Estatisticamente é mais freqüente em ambiente
hospitalar
Falta de atenção dos manipuladores para as técnicas
de higiene
Inabilidade na desinfecção de equipamentos
Aditivos contaminados adicionados à dieta
Nutrientes
Atividade da água (aw ≥ 0,8 e ≤ 1,0)
pH em torno de 7,0 Osmolaridade
O que influencia o crescimento de microorganismos?
Distensão abdominal, vômito,diarréia
colonização do tubo digestivo
Infecção e sepse
Fontes de contaminação
Ingredientes não estéreis (módulos, água, medicações) Manipulação
Utensílios utilizados no preparo Temperatura (< 4°C ou >80ºC)
Tempo de administração de 8 a 12 hs (fórmulas prontas) ou 4 hs (fórmulas reconstituídas)
Reutilização e utilização dos componentes do sistema por tempo prolongado (até 24 horas)
Condições inseguras de armazenamento e transporte (2ºC a 8°C)
Cuidados e Prevenção da contaminação Sistema : n° mínimo de conexões
Fórmulas : preferencialmente estéreis, ou o menos manipuladas possível, água de bom padrão
Manipuladores : capacitados quanto às técnicas, exames médicos atualizados
Tempo de administração : respeitar os limites de tempo para cada fórmula
Material : descartar após 24 horas de uso Estocagem: mantidas a 4ºC
Complicações da Terapia Nutricional
Gastrointestinais
• Gastroparesia, náuseas e vômitos, refluxo gastro-esofágico, diarréia, constipação, distensão abdominal
Metabólicas
• Hiperidratação/ desidratação, alteração da glicemia,
anormalidade de eletrólitos, alterações da função hepática
Mecânicas
• Erosão nasal, abscesso septonasal, esofagite, deslocamento do catéter, faringite, otite, sinusite aguda, obstrução do catéter, ruptura de varizes esofágicas
Complicações da Terapia Nutricional
Infecciosas
• Gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo, nos utensílios e na administração da fórmula Respiratórias
• Aspiração pulmonar ou pneumonia infecciosa Psicológica
• Ansiedade, depressão, falta de estímulo ao paladar, monotonia alimentar, insociabilidade, inatividade
Complicações Gastrointestinais
Gastroparesia
Náuseas e vômitos
Distensão abdominal
Diarréia
Constipação
Gastroparesia - Resíduo gástrico
Gastroparesia - Resíduo gástrico
Não é uma complicação da TNE
Leva ao refluxo gastro-esofágico Aspiração causas Alterações neurológicas Alterações de motilidade Intolerância à TNE Intolerância à TNE
Náuseas e vômitos
Geralmente não é valorizada
Causas: Intolerância à lactose, Gordura na fórmula, Infusão rápida,
Soluções hiperosmolar (>350mosm), Sabor desagradável,
resíduo gástrico (> 50% do vol da dieta), Refluxo gastro-esofágico.
Como evitar: Usar fórmula isenta de lactose, a gordura não deve exceder a 30%, progredir volume criteriosamente (iniciar com 40-50ml/h ou 20-25ml/h), usar fórmulas
isotônicas, acrescentar flavorizante, gotejamento
controlado, agentes gastrocinéticos, reposicionar a sonda transpilórica.
Distensão abdominal
Causas: Rápida infusão da dieta
Administração em bolos Volume da dieta
Intolerância a lactose
Como evitar: gotejamento para 40-50ml/h,
gotejamento intermitente gravitacional,
volume de dieta e aumentar lentamente,
Diarréia
Complicação mais comum
Considera-se diarréia a mudança, por três ou mais vezes ao dia
• da freqüência das evacuações da quantidade de água do peso das fezes
• mudança da consistência
Bernard & Forlow, 1984
Diarréia - Causas
Diarréia - Causas
Não relacionadas com a NE
Não relacionadas com a NE
Medicações ( sorbitol, antibióticos, Bloqueadores de H2 , laxativos,
suplementos com potássio e fósforo, antiácidos com Mg, colchichina, propanolol)
Hipoalbuminemia
Atrofia da Mucosa Intestinal Deficiência de Lactose
Bactéria Patogênica ( clostridium difficille, enterotoxinas ) Super-crescimento bacteriano
Má absorção de gordura Citomegalovírus
Insuficiência pancreática Má absorção de sais biliares
Não relacionadas com a NE
Não relacionadas com a NE
Medicações ( sorbitol, antibióticos, Bloqueadores de H2 , laxativos,
suplementos com potássio e fósforo, antiácidos com Mg, colchichina, propanolol)
Hipoalbuminemia
Atrofia da Mucosa Intestinal Deficiência de Lactose
Bactéria Patogênica ( clostridium difficille, enterotoxinas ) Super-crescimento bacteriano
Má absorção de gordura Citomegalovírus
Insuficiência pancreática Má absorção de sais biliares
Diarréia -
Causas :
Causas :
Diarréia -
Causas :
Causas :
Relacionada com a NE Infusão rápida
Aumento de gordura ( % > 35% da caloria total) Formulações hipertônicas
Contaminação microbiana da fórmula e equipo Dieta “muito fria”
Sonda duodenal ou jejunal Dietas sem fibras
Diarréia intensa e rebelde ao controle Relacionada com a NE
Infusão rápida
Aumento de gordura ( % > 35% da caloria total) Formulações hipertônicas
Contaminação microbiana da fórmula e equipo Dieta “muito fria”
Sonda duodenal ou jejunal Dietas sem fibras
Diarréia
Conseqüências
Estresse emocional
Problemas na pele
Perda de nutrientes
Desidratação
Desequilíbrio eletrolítico
Constipação
Constipação
Causas Inatividade
Diminuição da motilidade
Diminuição da ingestão hídrica Falta de fibras na dieta
Utilização de agentes antimotílicos ( anticolinérgicos, antagonistas
do canal de Ca, quimioterápicos ( vincristina )
Bloqueadores neuromusculares- a motilidade intestinal
(ação anticolinérgica )
Como evitar Hidratação adequada Fibras na formulação
Uso de laxativos
Hidratação adequada Fibras na formulação Uso de laxativos
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
Hiper-hidratação •Desnutrição grave •Insuficiência cardíaca, renal ou hepática •↓ e concentrar o volume da dieta •Administrar diurético •Balanço hídrico diário •Controle do pesoDesidratação
•Uso de fórmulas hipertônicas
•Diarréia
•Baixa oferta de água
•Usar fórmulas isotônicas
•Controlar a diarréia •Repor água após as dietas
•Balanço hídrico •Observar a pele e a mucosa
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS
Hiperglicemia •Deficiência de insulina (diabetes,trauma, sepse,uso de corticóides) •Administrar insulina e/ ou hipoglicemiantes orais •Dietas isentas de sacarose •Monitorização da glicemia Hipoglicemia •Suspensão súbita da dieta em pacientes hiperglicêmicos •Excesso de administração da insulina •Monitorização da glicemia •Quadro clínico: sudorese, vertigem •Administrar 20ml de glicose a 50% EVCOMPLICAÇÕES METABÓLICAS
Anormalidades de eletrólitos e elementos- traços •Diarréia •Desnutrição •Infecção •Disfunção renal •Monitorizar os níveis séricos de eletrólitos •Observar sinais clínicos: tremores, anemia, dificuldade de cicatrização •Observar o uso de medicamentos que interferem na absorção Alterações das funções hepáticas •Sobrecarga calórica •Substratos inapropriados •Toxinas •Observar níveis de transaminases •Utilizar dietas especializadasCOMPLICAÇÕES MECÂNICAS
Obstrução da sonda
•Lavagem incorreta da sonda após a dieta e medicações
•Impactação de medicações •Dobramento e nó da sonda
Prevenção
•Administrar 30ml de água filtrada •Desobstrução com vit C, água morna, enzimas, bebidas
carbonatadas, bicarbonato de sódio e papaína
•Retirar a sonda e reintroduzi-la
Saída ou migração acidental da sonda
•Alterações do peristaltismo •Paciente hiperativo
Prevenção
•Avaliar (3x/ dia) ausculta, aspiração do conteúdo gástrico •Radiografia do abdome
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
Erosões nasais, necrose e abscesso septonasal
•Sonda de calibre grosso
•Sonda de pouca flexibilidade
Prevenção
•Usar sondas com diâmetro 5 a
12F
•Sondas de silicone ou
poliuretano, realizar lubrificação das narinas
Sinusite aguda, rouquidão, otite
•Sonda de pouca flexibilidade •Permanência prolongada do
SNE
Prevenção
•Usar sondas mais flexíveis
(silicone, poliuretano)
•Preferir gastrostomia para
COMPLICAÇÕES MECÂNICAS
Esofagite, ulceração esofágica e estenose
•Sondas de grosso calibre •Vômitos persistentes •Refluxo gastroesofágico
Prevenção
•Usar sondas com diâmetro de até
12F
•Retirar sonda e usar
jejunostomia
Ruptura de varizes esofagianas
•Irritação e pressão excessiva •Esofagites Prevenção •Retirada da sonda •Esclerose endoscópica •Jejunostomia •NPT
ASPIRAÇÃO PULMONAR
Etiologia
→Posicionamento inadequado da sonda
→ Migração da sonda
→ Posicionamento inadequado do paciente
Controle
→Aspiração do conteúdo gástrico/ Raio x abdominal
→Reavaliar o posicionamento da sonda
→Manter o paciente em decúbito elevado (30°) ou
sentado, aspiração do conteúdo gástrico antes de cada dieta
Controle Clínico E Laboratorial
1 vez por semana:
Hemograma,completo, glicose, uréia , creatinina, sódio, potássio, cálcio, fósforo, cloro, magnésio.
A cada 15 dias:
Proteínas totais e frações, TAP, PTTa, TGO, TGP,fosfatase alcalina, GamaGT, bilirrubina, lipidograma, uréia urinária de 24h e avaliação antropométrica.
• “ A Nutrição Enteral é a via mais natural para situações onde a ingesta oral não é possível.
• Esta via inclui maiores benefícios fisiológicos, metabólicos, incluindo mais segurança e menor custo.
• Existem vários acessos e formas de administração que vão ser planejadas de acordo com a necessidade de cada paciente.
• Pode ser acompanhada de complicações, algumas graves.
• Práticas devem ser conhecidas e instituídas a fim de prevenir ou tratar estas complicações, possibilitando sucesso e segurança na terapia enteral”
ASPEN, 1998