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Alternativas para redução de inadimplência: estudo de caso de Financeira

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Academic year: 2021

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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

CAMPUS UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

MARINA DOS SANTOS

ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE INADIMPLÊNCIA

Estudo de caso de Financeira

PASSO FUNDO 2015

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ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE INADIMPLÊNCIA

Estudo de caso de Representação Financeira

Projeto de Estágio Supervisionado apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado I, do Curso de Administração da Universidade de Passo Fundo, campus de Passo Fundo, como parte da avaliação da disciplina.

Orientador: Jones Adão Pereira Soares.

PASSO FUNDO 2015

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MARINA DOS SANTOS

ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO DE INADIMPLÊNCIA

Estudo de caso de Representação Financeira

Estagio supervisionado aprovado em 09 de dezembro de 2015, como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Administração no curso de Administração da Universidade de Passo Fundo, campus Passo Fundo, pela Banca Examinadora formada pelos Professores:

Prof. Jones Adão Pereira Soares. Orientador

Prof. Amanda Guareschi UPF

Prof. Henrique Blois UPF

Passo Fundo 2015

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Dedico este trabalho a minha família que esteve presente em todas as noites sem dormir, principalmente a minha falecida mãe que sempre me incentivou e nunca me deixou desistir e que hoje sou grata do fundo do meu coração. Agradeço a todos os professores que nesse longo caminho me ensinaram e ajudaram no aprendizado e com suas historias de vida.

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O presente trabalho tem como objetivo conceituar crédito, risco e inadimplência, inserindo tais conceitos na prática de uma empresa concessora de crédito da cidade de Passo Fundo, de modo a analisar os motivos pelos quais a inadimplência é crescente no setor de financiamento de veículos. Para tanto, serão elaborados e analisados gráficos com os motivos e para traçar um perfil de cliente inadimplente, estes criados a partir de relatórios emitidos através do sistema da empresa estudada. Serão elaborados gráficos analisados separadamente as causas da inadimplência por meio de questionários que foram aplicados, para que se possam verificar as porcentagens de cada situação estudada. Por fim, tentam-se indicar possíveis saídas para melhorarem-se os índices de inadimplência, através dos resultados encontrados na pesquisa realizada.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS B

Bacen: sigla para Banco Central do Brasil. É uma pessoa jurídica de caráter publico, ou seja, é uma autarquia responsável diretamente pelas políticas monetárias do páis. Ou seja, é a

principal autoridade monetária.

D

Default: Default é o descumprimento de qualquer cláusula de um contrato relacionada com credor e devedor. É uma expressão da língua inglesa que significa falta, descuido, negligência ou omissão.

F

Fomentador: desenvolve algo, estimula, inventiva.

S

SCR: Sistema de Informações de Crédito do Banco Central é o principal instrumento utilizado pela supervisão bancária para acompanhar as carteiras de crédito das instituições financeiras. Nesse sentido, desempenha papel importante na garantia da estabilidade do Sistema

Financeiro Nacional e na prevenção de crises.

SERASA: A Serasa é uma empresa privada brasileira, que faz análises e pesquisas de informações econômico-financeiros das pessoas, para apoiar decisões de crédito, como empréstimos.

Sisbacen: É o sistema do Banco Central. Nele estão centralizadas todas as informações de todos os clientes com instituições financeiras.

SPC: significa Serviço de Proteção ao Crédito, ou seja, um banco de dados privado de

informações de crédito, de caráter público, de acordo com a definição do Código de Defesa do Consumidor, gerido e alimentado por associações comerciais e câmaras de dirigentes lojistas do país.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Gênero dos entrevistados... 36

Gráfico 2 – Resultado do semestre Gênero... 36

Gráfico 3 – Faixa etária dos entrevistados mês... 37

Gráfico 4 – Faixa etária dos entrevistados homens... 38

Gráfico 5 – Faixa etária dos entrevistados mulheres... 38

Gráfico 6 – Estado civil semestre... 39

Gráfico 7 – Estado civil masculino do semestre... 39

Gráfico 8 – Estado civil feminino do semestre... 40

Gráfico 9 – Escolaridade entrevistados mês... 41

Gráfico 10 – Escolaridade entrevistados semestre... 41

Gráfico 11 – Escolaridade entrevistados homens semestre... 42

Gráfico 12 – Escolaridade entrevistados mulheres semestre... 42

Gráfico 13 – Marca de veículos mês... 44

Gráfico 14 – Média semestral marca de veículos... 44

Gráfico 15 – Grau de inadimplência de acordo com ano do veículo... 45

Gráfico 16 – Média inadimplência ano veiculo semestre... 46

Gráfico 17 – Valor de financiamento que mais financiam e atrasam... 47

Gráfico 18 – Média semestre valores devedores... 47

Gráfico 19 – Quantidade de parcelas em atraso mês... 48

Gráfico 20 – Média semestre de maior atraso parcelas... 49

Gráfico 21 – Tomadores de crédito X inadimplentes mês... 50

Gráfico 22 – Total semestre tomadores de crédito x inadimplentes... 50

Gráfico 23 – Porcentagem de entrada mês... 51

Gráfico 24 – Total semestre porcentagem valor de entrada... 51

Gráfico 25 – Valor de parcelas com maior numero de inadimplência mês... 52

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Visão total do perfil do cliente inadimplente... 55

Figura 2 – Fluxograma passo a passo do processo de liberação de financiamento... 56

Figura 3 – Gênero dos clientes aplicado o questionário... 58

Figura 4 – Motivo que levou a escolher a financeira em questão... 58

Figura 5 – Qual motivo do atraso das parcelas... 60

Figura 6 – Previsão de pagamento para parcela em atraso... 61

Figura 7 – Quais documentos foi solicitado ao cliente para formalização da venda... 61

Figura 8 – Na formalização do contrato a financeira solicitou comprovante de renda... 62

Figura 9 – Na analise junto à financeira foi solicitado referencias comerciais... 62

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1 INTRODUÇÃO ... 10

1.1 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO ASSUNTO ... 11

1.2 Objetivos ... 13 1.2.1 Objetivo geral ... 13 1.2.2 Objetivos específicos ... 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 14 2.1 Crédito ... 14 2.1.1 Oferta de crédito ... 15 2.1.2 Política de crédito ... 18

2.1.3 A análise de crédito e do cliente ... 18

2.1.4 Decisão de crédito... 19

2.1.5 Os aspectos pessoais dos clientes ... 20

2.1.6 A importância do cadastro ... 24

2.1.7 O sistema de informação Bacen ... 25

2.2 RISCO ... 27

2.2.1 Risco na concepção do crédito ... 28

2.2.2 Provisão para créditos de liquidação duvidosos ... 29

2.2.3 Inadimplência ... 30

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 32

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 32

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 33

3.3 PROCEDIMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS ... 33

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 35

4.1 Caracterização do ambiente do estudo ... 35

4.2 Resultados em gráficos...………... 35

4.2.1 Análise do Gênero dos clientes inadimplentes ... 35

4.2.2 Faixa etária clientes ... 37

4.2.3 Estado Civil Entrevistados ... 38

4.2.4 Relação à Escolaridade ... 40 4.2.5 Nível de Renda ... 43 4.2.6 Marca Veículos ... 43 4.2.7 Ano Veículos ... 45 4.2.8 Valores Financiados ... 46 4.2.9 Parcelas ... 48

4.2.10 Tomadores de crédito X contratos inadimplentes ... 49

4.2.11 Valores de entrada ... 50

4.2.12 Parcelas Inadimplentes ... 52

4.2.13 Análise do perfil do cliente inadimplente ... 53

4.3 Processos de funcionamento padrão de analise e liberação de crédito ... 55

4.3.1 Analise ao questionário aplicado aos clientes já inadimplentes junto a financeira ... 57

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REFERÊNCIAS ... 70 ANEXO A………...……… 72

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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho foi procurado analisar a inadimplência no atual contexto das empresas do setor financeiro, principalmente aquelas voltadas à concessão de crédito para financiamento de veículos. Analisaremos especificamente o financiamento de veículos por parte de financeiras e a inadimplência nesta modalidade de concessão de crédito.

Cabe aqui definir o que é crédito. Segundo Wolfgang Schrickel (1998, p.69),

Crédito é todo o ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte de seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente após decorrido o tempo estipulado.

Denota-se que, aquele que empresta o valor tem a justa expectativa de que tal valor volte a sua posse, inclusive com um acréscimo decorrente de encargos. No entanto, apesar da oferta de crédito estar aumentando, muitas vezes a perspectiva de ter o valor devolvido está ficando frustrada.

O crédito é parte essencial para o desenvolvimento de um país, eis que é somente com ele que as empresas podem obter capital de giro para produzirem mais e, consequentemente, aumentarem as vendas e a contratação de novos empregados, gerando mais renda.

Ademais, os particulares também necessitam de crédito, eis que é quase impossível que pessoas empregadas por alguns salários mínimos adquiram bens de consumo duráveis a vista. Assim, precisa que lhes seja concedido crédito para a compra de automóveis, e também para bens menores, como móveis residenciais.

Algumas lojas acabam por ter o chamado "crediário próprio", vendendo bens a prestações e recebendo as mesmas durante os meses contratados. No entanto, não tem qualquer garantia de que irão receber os valores cobrados pelo bem vendido.

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Assim, normalmente, empresas que financiam bens de valor mais elevado como imóveis e carros, utilizam-se da hipoteca sobre os mesmos como garantidores do débito, além de se utilizarem dos serviços de financeiras, que tem como função a prestação de serviços referente aos financiamentos, refinanciamentos, crédito pessoal e consignado, assim como a análise dos cadastros para a liberação dos valores e a formalização de contratos dos serviços prestados.

Tem-se que as financeiras acabam por assumir o risco do empréstimo de valores, eis que, se não houver o pagamento, essas empresas serão as atingidas, sabendo-se que a loja que vendeu o bem já recebeu os valores.

Como nenhuma atividade empresarial está isenta de riscos, as financiadoras acabam tendo que se submeter a este. Aqui, cabe conceituar também o que é o risco. Para Gitman “risco pode ser definido como possibilidade de perda, ou como variabilidade de retornos esperados, relativos a um ativo” (1997, p. 203).

Todas as operações que envolvam crédito estão sujeitas ao risco da inadimplência, eis que não há como garantir-se que os valores eventualmente emprestados serão devolvidos nas condições contratualmente estipuladas. O setor bancário é onde mais se encontram incertezas na devolução do valor esperado. Como se tem a ciência de que esse risco não tem como ser evitado, deveram encontrar maneiras de tentar minimizá-lo, de forma a diminuirmos a inadimplência que fatalmente ocorrerá em uma parcela do crédito.

Assim, foi procurado trabalhar na presente monografia acerca da crescente inadimplência verificada no país. Para compreender tal fenômeno e tentar explicá-lo, nos utilizaremos de uma pesquisa sobre a inadimplência, bem como seus principais instrumentos e forma de recuperação de créditos inadimplidos utilizados pela instituição financeira. Também procuraremos fazer uma análise dos motivos que levam à inadimplência, o perfil de cliente inadimplente e possíveis medidas para amenizá-la, na tentativa de reduzir seus índices.

1.1 IDENTIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO ASSUNTO

Atualmente, o mercado de empréstimos e financiamentos está em constante crescimento, sendo que a oferta desse tipo de serviço está cada vez maior e mais fácil aos consumidores. Com o crescimento de algumas empresas e o surgimento de novas, cresce exponencialmente a concorrência entre as mesmas, como é a lei de mercado.

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O que ocorre é que, uma das formas de concorrência que algumas financeiras estão adotando para angariar clientes é a facilidade na liberação de crédito, não realizando uma análise de crédito antes da concessão dos valores, como deveria ser feito para que se diminuísse a inadimplência. Assim, em não se fazendo uma pesquisa preliminar da situação financeira do financiado, o risco de que este não efetue o cumprimento de sua obrigação aumenta drasticamente, causando um endividamento cada vez maior da população brasileira.

Tem-se que, em função da supracitada facilidade de obtenção creditícia, a taxa de inadimplência teve um grande salto sendo que, nos financiamentos de veículos, ela praticamente dobrou entre fevereiro de 2014 (2,8%) e fevereiro de 2015 (5,5%). Tamanho crescimento é um sinal de alerta para os financiadores em relação à concessão de crédito, eis que grande parte deste aumento se deu pelo não pagamento de parcelas de financiamento e também pelo refinanciamento de veículos, prática adotada por consumidores com dificuldades financeiras.

Assim, somando-se os fatores de não verificação de antecedentes no momento da concessão com as inúmeras ofertas de crédito fácil, que fazem com que muitos consumidores assumam dois ou mais financiamentos ao mesmo tempo, tem-se a receita para a inadimplência acentuada.

No presente trabalho se abordará a inadimplência estudando-se o caso de uma empresa financiadora da cidade de Passo Fundo, que passa por problemas relacionados à inadimplência muitos dos contratos ativos, sendo que, mesmo com uma funcionária direcionada somente para o contato com os inadimplentes na tentativa de reverter este quadro, ainda tem-se uma significativa parcela dos contratos em atraso, o que mostra que os problemas enfrentados estão relacionados ao momento da concessão do financiamento.

Assim, no presente trabalho foi procurado analisar as razões para o aumento da inadimplência e propor alternativas para o maior controle antes da liberação do crédito.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Analisar os cadastros de clientes já inadimplentes com a financeira criando um perfil do cliente inadimplente, as razões que os levam a inadimplência e propor alternativas para uma analise mais criteriosa antes da liberação do crédito.

1.2.2 Objetivos específicos

a) verificar maneiras para aprimorar a análise de crédito antes de sua concessão; b) traçar um perfil de cliente que leva o contrato de financiamento a

inadimplência;

c) identificar aonde se encontram as falhas no processo de liberação de crédito que estão resultando em altíssimos índices de inadimplência;

d) sugerir melhorias que ajude na analise, auxiliando a se ter maior segurança para conceder o credito.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo foi feito uma revisão de vários conceitos muito importantes para o presente trabalho, tais como crédito, sendo aqui incluído a suas subdivisões. Ainda, foi expressado sobre a política de concessão de crédito, sua finalidade e a questão de quando e para quem conceder o crédito.

Por fim, o trabalho possui como complementado pesquisas sobre análise de clientes e seus cadastros e a importância da experiência de crédito e boas referências.

2.1 CRÉDITO

Primeiramente definir o que é crédito. Segundo Paiva (1997, p. 3) “a palavra crédito deriva do latim credere que significa acreditar, confiar e, dependendo do contexto em que está inserida, pode ter vários significados”.

Ainda, segundo o dicionário Aurélio, emprestar significa “confiar a alguém (certa soma em dinheiro ou coisa certa), para que faça uso dela durante certo tempo, restituindo-a depois ao dono”.

Assim, pode-se entender por crédito todo o tipo de confiança de que a pessoa a que ele for dado retornará as expectativas daquele que o concede. Como já citado, não se falam somente em valores, mas em toda a certeza que se deposita em outrem para a concretização de um negócio.

Na área financeira o crédito é um instrumento a ser utilizado pelos consumidores que necessitam de algo, mas não tem o valor para adquirir tal produto. Nos dias atuais, o crédito está sendo utilizado normalmente para satisfazer um desejo de compra, principalmente de bens de consumo que tem um valor mais elevado, normalmente ultrapassando em muitas vezes o salário recebido por aquele que deseja comprar.

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Assim, é necessário que alguém lhe conceda o valor no momento da compra, bem como se disponha a receber a quantia emprestada de forma parcelada. A esta prática denomina-se financiamento.

O crédito, para a atividade bancária, é definido como a entrega de um valor presente mediante uma promessa de pagamento (SILVA, 1998). Ainda, tem-se que, no ramo bancário, a concessão de crédito vem acompanhada da cobrança de um valor, denominado de juros, que é a remuneração da instituição concessora de crédito, eis que esse é o seu negócio e, portanto, deve receber uma remuneração para tal contratação.

Mesma situação ocorre em financiamento de bens, onde o valor emprestado não será o mesmo do valor pago, principalmente se o parcelamento for extenso, já que os juros são calculados mensalmente.

2.1.1 Oferta de crédito

O crédito, é uma ferramenta essencial para o crescimento da economia de um país, no entanto, sem ele não é possível fomentar a economia e os setores de produção, em consequência, não se desenvolvem. Pode-se dizer que, ao fomentar o consumo, o crédito obriga o setor produtivo a fabricar mais bens e, por consequência, a empregar mais indivíduos, aumentando a renda da população, que, ao melhorar seu nível de renda, compra mais bens, formando um círculo vicioso extremamente importante.

Assim, o crescimento do mercado interno atua diretamente e de forma positiva no desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O crédito, quando administrado da forma correta, é fator determinante no desenvolvimento da população urbana e rural de um país. Nesse sentido:

O crédito permite a antecipação do uso de bens e serviços aos consumidores, melhorando suas vidas. De outra forma, os consumidores – famílias, indivíduos ou empresas – teriam que esperar mais tempo, talvez anos de poupança, dependendo do valor do bem desejado, para desfrutar dos benefícios que o bem pode retornar. A facilidade de adiantar o consumo de bens e serviços gera riqueza e prosperidade na economia, comércio, indústria, agricultura e indivíduos. (LAMB e KLOECKNER apud CLIVATTI, 2007, p. 15).

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Denota-se, portanto, que o crédito como fomentador da economia nacional atende as expectativas do tomador de ter o bem desejado, e do concessor, que terá o valor emprestado devolvido, devidamente acrescido de remuneração.

Além dos particulares, muitas empresas recorrem ao crédito bancário para financiar seus projetos de implementação ou expansão. De acordo com Carneiro, Salles, Wu (2004) supõem-se que tais empresas são agentes racionais e que visam maximizar seus lucros, visto que, a taxa de juros pode ser considerada como o custo de oportunidade de uma unidade marginal do estoque de capital, e é fundamental para maximizar os lucros que o custo de oportunidade (taxa de juros) seja igual à produtividade marginal do capital. Se a produtividade marginal dos fatores de produção é decrescente, uma menor taxa de juros resulta em um estoque de capital maior.

Assim, quanto maior o investimento em empresas, maior o capital dessas para produzirem novos bens e, consequentemente, para contratar novos profissionais para a realização das expansões necessárias.

Para alguns autores, tal círculo entre a oferta, a procura, a produção e a compra de bens é a essência do capitalismo moderno, eis que uma situação fomenta a outra, numa auto-regulação essencial para a modernidade. Para Baumol William (2008), existem quatro tipos ideais de capitalismo: o oligárquico, o de Estado, o das grandes corporações e o de empreendedorismo. Segundo o autor:

O capitalismo guiado pelo Estado define economias nas quais o crescimento representa um objetivo econômico central (como o é nas outras duas formas de capitalismo), mas tenta atingi-lo favorecendo empresas ou setores específicos. Governos destinam crédito (através de bancos estatais ou orientando decisões de crédito através de bancos privados), fornecem subsídios diretos e/ou incentivos fiscais, concedem proteção ao comércio, ou usam outros dispositivos reguladores na tentativa de “escolher vencedores”.

O capitalismo estatal, é o que mais se aproxima da atual situação econômica brasileira, onde o Estado está tentando, através da liberação de crédito, fomentar a economia de modo a impulsionar a produção para que estas retornem não só impostos ao governo, mas gerem empregos e renda para a população.

Seguindo o mesmo raciocínio, encontramos a hipótese da renda permanente de Friedman (1957), eis que esta indica que a oferta de crédito tem reação positiva à renda

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agregada, pois um aumento transitório na renda geralmente é poupado pelas famílias, o que contraria a ideia de Keynes (op. cit), de que o consumo seria influenciado pela taxa de juros.

Tem-se que é função do mercado financeiro intermediar a oferta e a demanda pelo crédito, de um lado captando a poupança das famílias, e de outro financiando investimentos privados com o valor arrecadado, fazendo com que o dinheiro esteja sempre em circulação, mantendo seu valor.

Cabe ao mercado financeiro avaliar o risco de crédito daqueles que serão tomadores dos recursos, a fim de prever um possível risco de default e evitando assim futura inadimplência. Pode-se considerar que a oferta de crédito tem relação inversa ao risco de inadimplência, vez que, se essa estiver em percentual elevado haverá uma menor abertura a concessão de novos créditos, até mesmo para tentar-se frear a inadimplência que já está ocorrendo.

Foi vivenciada situação adversa, eis que o que vemos nos dias atuais é que, quanto maior a oferta do crédito, esta derivada também do crescimento exponencial de empresas no ramo, também aumenta a quantidade de inadimplentes.

O que ocorre é que, na tentativa de se manterem em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas concessoras acabam por aumentar a oferta de crédito e relaxar no momento da concessão do crédito, facilitando para que o tomador consiga os valores desejados, sem, contudo, analisar as variáveis necessárias para assegurar o retorno do valor emprestado.

Nesta mesma senda, tem-se a necessidade das empresas que necessitam de financiamento, mas que acabam por não conseguir honrá-lo. Nesse sentido:

Na ânsia de atingir novos espaços (status e competitividade), os tomadores de crédito (pessoas físicas e jurídicas) assumem condições creditícias insatisfatórias e muitas vezes tornam-se inadimplentes porque seu empreendimento ou receita não suportam a carga financeira atribuída no financiamento. (PIROLO, 2007, p. 11).

Assim, para tentar-se uma diminuição no inadimplemento das obrigações, necessária se faz a implementação de políticas de crédito, bem como uma análise prévia dos antecedentes creditícios do tomador, onde se possa verificar se este está ou já foi inadimplente com alguma outra concessora de crédito.

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2.1.2 Política de crédito

Silva (1993, p. 40) define que, “políticas são instrumentos que determinam padrões de decisão para a resolução de problemas semelhantes.” As políticas de crédito usadas nas instituições financeiras servem para criar um padrão a ser cumprido na análise de crédito dos clientes, para se verificar se haverá a liberação do crédito ou não, na tentativa de otimizar a concessão dos empréstimos.

É necessário que se conheça o destinatário do crédito para que se possa analisar o risco da operação, eis que nenhuma operação comercial é isenta de risco de perda. Assim, necessárias se fazem as políticas adotadas internamente nas empresas, eis que uma empresa concessora somente poderá ser considerada bem sucedida se o retorno dos valores emprestados for várias vezes superior àqueles não devolvidos.

Assim, com o uso de políticas se consegue a uniformidade na resolução de problemas e dificuldades que possam ser encontrados no momento da concessão, eis que esses podem acontecer com frequência.

Cada instituição possui a sua política de crédito, elaborada internamente, e servindo esta para dar apoio a quem analisa a concessão, de forma a equilibrar volume e qualidade, orientando os envolvidos na tomada de decisões. Ainda, se definidos os resultados desejados e quais produtos serão trabalhados no mercado em questão, facilita-se o trabalho de todos os envolvidos nesse processo.

2.1.3 A análise de crédito e do cliente

A análise de crédito, tende a observar, de forma objetiva, as informações prestadas pelo cliente, verificando sua veracidade e, se necessário, pesquisando informações não fornecidas por aquele que está pleiteando o empréstimo.

Assim, se faz um processo de contato e investigação do cliente, decompondo-se o todo para se examinar cuidadosamente os dados informados. O objetivo da análise é buscar pontos fortes e fracos do cliente, eis que é necessário que se aprecie se o cliente em questão pode vir a causar prejuízo. Logicamente, as análises não são cem por cento efetivas. Eis que um cliente sem antecedentes de inadimplência pode vir a não quitar um contrato pelos mais diversos motivos, mas o exame dos dados busca minimizar esse risco ao mínimo, para que a empresa tenha sempre a menor perda possível.

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Realizar a análise de crédito dos clientes é uma maneira de os bancos e das financeiras tentarem controlar a inadimplência ao máximo, aumentando a margem de lucro da empresa. Assim, é importante se encontrar o ponto de equilíbrio entre a oferta de crédito e o risco do empreendimento.

Para uma boa apreciação do perfil pessoal, é preciso estudar todos os aspectos que possam influenciar na decisão, buscando identificar todos os riscos já existentes e indicar alguma possível ocorrência futura. Para tanto, é preciso conhecer o cliente, realizando uma entrevista com o mesmo, buscando informações em seu local de trabalho e com seus superiores, bem como referências de amigos e vizinhos indicados pelo próprio cliente. Desta forma é possível a obtenção de informações positivas ou negativas do cliente, bem como se verificando se sua renda condiz com o crédito que pretende obter. Ao fim, emite-se um parecer de risco, verificando-se se é aceitável a concepção de crédito para aquela pessoa, bem como qual valor pode ser liberado e o quanto este poderá despender ao mês para a amortização.

2.1.4 Decisão de crédito

Após a análise realizada conforme método explicado no item anterior passa-se a decisão de conceder ou não o crédito ao cliente. Para tanto, é preciso avaliar as alternativas apresentadas pelas partes, levando-se em conta o valor da liberação, o prazo, e o valor mensal a ser pago pelo cliente, dados que devem ter sido levantados quando da análise do crédito.

As instituições financeiras possuem diversas variáveis que influenciam na decisão da liberação do crédito, como a taxa de juros aplicada, o prazo escolhido pelo cliente, garantia que está sendo alienada e renda do tomador do crédito. Com todos esses dados calcula-se o risco da operação.

Portanto, a observação das diretrizes estabelecidas na política de crédito é essencial ao processo decisório, eis que tais parâmetros foram criados buscando uma otimização no procedimento.

A doutrina administrativa cita como fatores os chamados “C’s” como parte da análise necessária. Para Weston e Brigham (apud SILVA, 1988, p. 130), os cinco C’s do crédito são: caráter, condições, capacidade, capital e colateral. Porém, Silva (1988) acrescenta o sexto “C”

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que é conglomerado. Estudaremos detalhadamente tais denominações no próximo tópico do presente trabalho.

Enfim, um dos parâmetros importantes na decisão de crédito é a alçada atribuída ao responsável pela decisão ou o chamado comitê de crédito. As alçadas são delegadas pelas instituições aos órgãos, pessoas ou gestores de crédito para decidir sobre as operações sem a necessidade de aprovações superiores. Tal delegação é importante na atual situação, vez que, se a cada liberação fosse necessária à aprovação dos diretores gerais, não se haveria efetividade, tornando-se humanamente impossível o atendimento a todos que procuram esses serviços.

Assim, ultrapassada a fase da análise para a concessão, a instituição financeira deverá se posicionar favorável ou não a liberação do crédito. Deverá levar em conta que, adotando uma política mais liberal, aumentará sua carteira de clientes, mas poderá ter mais inadimplência. Do contrário, se restringir o acesso ao crédito, gera abertura para que o possível cliente busque abrigo em outra empresa financiadora.

2.1.5 Aspectos pessoais do clientes

Voltando ao tópico da análise de crédito, não podemos deixar de citar aqui a teoria acerca da apreciação das condições do tomador antes da concessão dos valores pleiteados.

Assim, foi criado os “C’s do crédito”, sistema descrito por Weston e Brigham em cinco preposições, sendo elas caráter, capacidade, condições, colateral e capital. José Pereira da Silva (1988) acrescenta mais um conglomerado. Ambos os autores dão igual importância a todos os “C’s” citados, assim definidos:

O caráter está relacionado à firmeza de vontade, determinação, intenção do financiado em pagar ou não o empréstimo. O capital diz respeito à situação econômico-financeira do tomador. A capacidade é a habilidade, a competência do cliente em gerar receitas para pagar o crédito recebido. Colateral refere-se às garantias. Condições é a avaliação do ambiente político, econômico e social onde o tomador está inserido, procurando compreender as influências desses fatores na perspectiva do cliente em honrar seus compromissos com a instituição financeira. (LAMB e KLOECKNER apud CLIVATTI, 2007, p. 18).

Já para Gitman (1997), devem ser enfatizados os aspectos pessoais, consubstanciados nos dois primeiros elementos, quais sejam, caráter e capacidade, eis que esses dois seriam os

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de mais importante análise no momento da concessão, pois determinariam o sucesso na devolução dos valores emprestados.

No entanto, por se tratarem de dois aspectos muito subjetivos, o sujeito pode possuí-los no momento da contratação e, no momento do adimplemento, deixar de tê-lo por qualquer motivo. Assim, devem ser utilizados com moderação.

A soma desses elementos fornece um conhecimento mais completo do cliente, sendo que cada um dos elementos tem seu respectivo peso, sendo que a conclusão se dá numa análise de todos juntos. Utilizando-se desse sistema temos uma avaliação mais aprofundada, passando maior segurança ao banco que está analisando a proposta de seu cliente. Quanto mais informações forem conseguidas sobre o cliente menor será o risco do crédito.

A supracitada teoria há algum tempo já é utilizada nos bancos e financeiras para análise do perfil do cliente antes da liberação do crédito, sendo muito bem aceito por estas instituições. A empresa que está sendo estudada também se utiliza deste método para avaliação do perfil do cliente, conforme descrevere-se:

a) Caráter – Segundo Schrickel (2000, p. 48), “este é o 'C' de crédito mais importante, tendo em vista que independe do montante emprestado, se refere à capacidade que o tomador tem de repagar o empréstimo”. Trata-se de um fator muito subjetivo, eis que está intrinsecamente ligado a moral do indivíduo, e esta não pode ser mensurada em números. Nessa etapa se constrói a ficha cadastral, onde deverão ser listados os principais dados do cliente, tanto para sua identificação posterior como para poder efetuar uma busca em cadastros restritivos.

O cadastro, quando bem elaborado, é fonte preciosa de informações sobre o cliente. A partir desse serão utilizados banco de dados para avaliar o histórico do tomador de recursos e assim saber se já obteve crédito outras vezes e como foi esta experiência de crédito. Deve-se analisar se honrou os compromissos anteriores, se tem restrições junto aos órgãos de proteção ao crédito e se foi pontual no pagamento dos créditos a ele concedidos.

Mesmo considerando que o cliente tenha cumprido com todas suas obrigações anteriores, não fica descartada a possibilidade do mesmo deixar de ter este “caráter” a qualquer momento, ou seja, mudar sua forma de agir com relação aos credores. Como tal situação é completamente imprevisível, o concessor do empréstimo terá de contar com a boa-fé e o caráter do tomador. Neste sentido:

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Como um empréstimo, a rigor, é uma permuta de alguma coisa tangível, é imperativo que o devedor tenha um animus de devolver a coisa após decorrido o prazo convencionado entre as partes. O caráter, relacionado aos empréstimos em geral, diz respeito, portanto, à determinação de pagar do tomador (SCHRIKEL, 1998, p. 48).

Assim, apesar de uma boa análise deste “C” ser imprescindível, às vezes esta não será determinante para o adimplemento total do valor emprestado, eis que se trata de situações muito subjetivas, não havendo como tabelá-las.

b) Capacidade – essa diz respeito à capacidade do cliente em pagar o débito que está assumindo ao assinar um contrato. Conforme Schrickel (1998, p. 50), “capacidade e caráter se confundem em alguns aspectos. Com o sistema de industrialização o sistema econômico ficou mais complexo”.

Assim, não basta saber se o cliente vai querer pagar (caráter), mas se poderá pagar. Para se poder avaliar a capacidade do tomador, o financiador deve conseguir respostas a uma série de perguntas, segundo Schrikel (1998), sendo que essas se referem a dados pessoais do mesmo, tais como: idade, grau de educação, formação acadêmica, experiência profissional, posicionamento gerencial sobre os negócios, etc. Tais dados informarão ao concessor o valor que o tomador recebe mensalmente, com o que gasta, e o quanto de seu salário sobra para ser destinado ao pagamento do valor financiado.

Segundo Schrikel, deve ser analisada aqui a capacidade e a liquidez, sendo que o conceito de ambos é muito parecido. Não basta que o sujeito tenha a capacidade de efetuar o pagamento, mas que a tenha de forma a ser feita nas datas acordadas, pois “[...] a liquidez é a capacidade de liquidar obrigações em dia” (SCHRIKEL, 1998, p. 223).

Assim, este “C” serve para realmente verificar-se, no momento da análise, se o cliente conseguirá comportar o crédito e efetuar seu pagamento, bem como para que se calculem os valores seguindo a renda e perfil informados pelo cliente.

c) Capital – “Capital se refere na conversão de negócios em renda. Aqui é mais importante toda a análise do balanço patrimonial, do que só o Capital Social” (SCHRICKEL, 1998, p. 52).

Capital, como o nome já diz se refere à capacidade da empresa tomadora do empréstimo de ter recursos próprios para arcar com o débito assumido, à solidez da empresa e no fato de ela ter uma atividade produtiva que gere resultados a essa e a faça ter lucro, para poder adimplir as dívidas assumidas. Não é apenas patrimônio líquido, mas sim a estrutura

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econômica da empresa. Se as linhas de créditos disponíveis e os recursos próprios que a empresa tem, forem insuficientes, podemos ter a certeza que o insucesso será grande.

Além das empresas, também deve ser analisado o capital de pessoas físicas. Para Schrickel (1998), quando se trata de pessoa física, o capital, na análise de crédito, não se reporta ao patrimônio dessa pessoa, mas sim à sua renda, pois é dessa fonte que se proverão os recursos para saldar os empréstimos assumidos. Os bens da pessoa física somente serão analisados caso sejam dados em garantia ou alienados fiduciariamente, caso contrário não farão diferença no momento da análise.

d) Condições: Trata-se de variáveis como taxa de juros, risco, país e atividade econômica, conforme relata Scrickel:

[...] as condições dizem respeito ao micro e macrocenário em que o tomador de empréstimos está inserido. No caso de empresas, tal cenário é o ramo de atividade e economia como um todo. Vale dizer, é muito importante saber avaliar o momento do empréstimo. (1998, p. 53-54).

Assim, devem-se analisar estas variáveis em conjunto com tendências setoriais, o crescimento e a recessão de mercados ligados ao ramo de atividade da empresa tomadora do empréstimo, bem como sua dependência do governo e do mercado externo e, políticas econômicas que possam vir a alterar as condições de comercialização de produtos do setor daquela empresa (GITMAN, 1997, p. 697).

e) Colateral: significa garantia. É o bem que assegurará, pelo menos em tese, que

o valor retirado será devolvido nas condições estipuladas contratualmente. Nesse sentido:

Refere-se à riqueza patrimonial das empresas. Sua importância é para atenuar o risco, é uma tentativa de diminuir a inadimplência. [...] o ideal é nunca relacionar o colateral com os pontos fracos dentro dos elementos caráter, pois incluirá riscos que não devem ser assumidos pelo banco, e sim aos elementos de capital, capacidade e condições, para minimizar os pontos fracos do tomador de recursos para estes elementos. (SCHRICKEL, 1998, p. 55).

Tem-se que, quando do empréstimo de um valor, a expectativa da empresa é que esse retorne, com juros e correção monetária contratados, no prazo estipulado. Caso isso não ocorra, a garantia serve como barganha, eis que, se o devedor não efetuar o pagamento, está

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sujeito à perda do bem. Infelizmente, a existência de uma garantia não dá ao credor cem por cento de certeza no recebimento dos valores, mas já o deixa mais seguro de um recebimento, mesmo que parcial, em caso de ser necessária uma ação judicial.

Além do tipo de garantia, também devemos nos preocupar com a quantidade do bem. Este é outro tipo de análise que deve ser feita sobre o colateral, qual seja verificar se as garantias oferecidas podem quitar a dívida em caso de inadimplência. Assim menciona Gitman (1997, p. 696) sobre o assunto:

Colateral é o montante de ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência.

Cabe reforçar novamente que a existência de garantia não assegura totalmente o pagamento do débito, eis que existem devedores que, mesmo dando o bem em garantia, o alienam ou depredam, diminuindo consideravelmente seu valor. Ainda, certos bens, como equipamentos de informática, têm vida útil curta e desvalorizam muito rapidamente, o que faz com que sejam péssimas garantias e não quitem o débito em caso de falta de pagamento do devedor.

2.1.6 A importância do cadastro

O cadastro é parte essencial no processo de realização de um financiamento, eis que é a partir dele que se terá acesso aos dados do cliente, inclusive em casos de inadimplência. Assim, é de suma importância que esse seja feito com o maior cuidado e atenção possíveis, bem como seja mantido atualizado durante todo o período do contrato.

A veracidade das informações passadas durante o cadastramento do cliente junto à financeira é muito importante, visto que os analistas de crédito irão se utilizar dessas para verificar junto aos órgãos de proteção ao crédito eventuais restrições. Também se analisará se os dados informados pelo cliente são verdadeiros, se existe o endereço indicado, a empresa apontada como empregadora e as pessoas assinaladas como referências.

Todo este cuidado é necessário para se verificar se o tomador não está querendo enganar o banco para não efetuar o pagamento, fornecendo dados falaciosos de maneira a não ser encontrado após a concessão dos valores requeridos. Nesse sentido:

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O cadastro deve ser elaborado com informações atuais do cliente, devendo conter os dados pessoais, profissionais, de renda e referências, de maneira que ele seja corretamente identificado e avaliado sua capacidade econômica em assumir compromissos financeiros. As informações do cliente devem ser obtidas de documentos fidedignos para a certeza da identificação, a fim de evitar problemas decorrentes de falsidade na identificação da pessoa. Acrescentar dados sociais de consumo pode ser importante para subsidiar a decisão. (CLIVATTI, 2007, p. 17).

Na empresa estudada no presente trabalho, o sistema de cadastro do cliente é muito importante para apoiar a comunicação entre a financeira, o banco e o cliente, eis que se possui uma necessidade de relacionamento entre esses três polos da relação negociar. Ainda, são muito importante que o banco e a financeira tenham cadastros unificados, que possam ser acessados por ambas as partes, de forma a facilitar a verificação dos dados e a alimentação dos mesmos.

Mantendo-se o cadastro correto e atualizado, a financeira auxilia o banco que, no momento da análise do crédito, tem mais segurança, eis que poderá realizar a avaliação do risco do cliente da melhor forma possível, possibilitando-se que se tenham operações saudáveis e sem retorno negativo.

2.1.7 O sistema de informação BACEN

Além do controle realizado pelas financeiras e pelos bancos, o Banco Central também é responsável pela coleta e armazenamento de dados. Este é denominado “SISBACEN” e é definido como “um conjunto de recursos de tecnologia da informação, interligados em rede, utilizado pelo Banco Central na condução de seus processos de trabalho.” (BRASIL, 2012).

A primeira experiência de central de risco de crédito foi implantada na Alemanha em 1934. Diversos países como Bélgica, Chile, Espanha, França e Itália desenvolveram sistemas semelhantes. No Brasil, o Banco Central do Brasil pesquisou o funcionamento de diversas centrais de informações de crédito administradas pelos órgãos supervisores de diversos países e procurou aperfeiçoar o seu sistema contemplando a experiência internacional. (BRASIL, 2005).

Dentro do Sisbacen encontra-se o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central - SCR, que é um banco de dados sobre operações de crédito, alimentado mensalmente pelas instituições financeiras. Seu objetivo principal é permitir a supervisão do Banco Central

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sobre os bancos conveniados, bem como aferir as condições econômico-financeiras das instituições, com o propósito de proteger seus depositantes (bancos e financeiras).

Enviam informações para o SCR: a) Bancos Múltiplos;

b) Bancos Comerciais; c) Caixa Econômica Federal; d) Bancos de Investimentos; e) Bancos de Desenvolvimento; f) Sociedades de Crédito Imobiliário;

g) Sociedades de Crédito, Financiamentos e Investimento; h) Agências de Fomento ou de Desenvolvimento;

i) Campanhas Hipotecárias;

j) Sociedades de Arrendamento Mercantil;

k) Cooperativas de Crédito com carteira acima de dois milhões.

Percebe-se pela lista acima que praticamente todas as instituições que lidam com crédito no país são usuárias do Sisbacen, o que traz segurança ao mercado financeiro, já que existe um monitoramento contínuo das operações realizadas, de modo a impedir eventuais quebras abruptas.

Além disso, o SCR é uma importante ferramenta para análise de crédito anterior à contratação, vez que.

O SCR apresenta a situação das operações existentes no final de cada mês, independente de elas estarem em atraso ou em dia, enquanto os cadastros restritivos registram apenas os fatos desabonadores. Historicamente, mais de 2/3 dos devedores estão em dia com suas obrigações. Assim sendo, ao se consultar o SCR obtêm-se, na maioria das vezes, dados que caracterizam a situação positiva do cliente, tais como sua pontualidade nos pagamentos e seu tempo de relacionamento com o sistema financeiro.

Assim, mais do que supervisionar os Bancos Conveniados, o sistema descrito serve para que os próprios bancos e financeiras façam uma análise de crédito, eis que, como acima citado, esse não traz somente as negativações do cliente, como o SPC e Serasa, mas sim toda a informação pertinente à vida econômica daquele que pretende retirar o empréstimo.

Os usuários do sistema têm acesso à consulta de informações de clientes e grupos econômicos, dados adicionais para clientes relevantes, estrutura das informações afim com

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Basiléia II e data Warehouse. Além disso, tem também funcionalidades como cálculo de indicadores para formulação e acompanhamento das políticas monetária e fiscal, avaliação dos efeitos dos empréstimos sobre os setores produtivos da economia e sobre as finanças públicas e análise de conjunturas econômicas, incluindo a evolução do crédito e a inadimplência. (BRASIL, 2005).

Tais funcionalidades facilitam o trabalho daqueles que lidam diariamente com a análise e liberação de crédito, já que o sistema concentra várias etapas em um único local. Assim, quanto mais informação os gestores tiverem, mais respaldadas serão suas decisões de liberar o crédito.

2.2 RISCO

Etimologicamente, risco quer dizer perigo, inconveniente. Segundo Paiva (1997, p. 5), “o risco permeia a atividade humana”. Assim, denota-se que não há qualquer atividade humana que não pressuponha risco, por menor que esse seja.

Nas operações de crédito não é diferente. A palavra risco está sempre presente quando se fala em empréstimos, seja de altas ou de baixas somas. Segundo Schrickel “pelo fato de esta cessão patrimonial envolver expectativas quanto ao recebimento de volta da parte cedida, é imperativo reconhecer que a qualquer crédito está associada à noção de risco.” (1998, p. 25). Assim, levando-se em conta que o risco é uma probabilidade baseada em dados históricos, nos quais todos os clientes começam a construir a partir de sua primeira compra no crediário, este deve ser analisado no momento anterior à liberação do crédito, utilizando-se os métodos já mencionados acima. No entanto, como já dito, não há nenhuma operação que garanta isenção total do risco.

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2.2.1 Risco na concepção do crédito

O risco é tudo que pode ocorrer de errado durante um determinado tempo no qual esperamos que tudo corra bem. De acordo com Paiva (1997), concluímos que cada pessoa possui uma atitude frente ao risco e isso permite que as classifiquem em: arrojado, moderno ou conservador. O risco não pode ser confundido com incertezas, eis que ambos possuem conceitos diferentes:

a) risco existe e pode ser mensurado a partir de dados do histórico do consumidor, assim só se faz a liberação do crédito se esse histórico é favorável;

b) incerteza é quando a decisão de crédito é feita a clientes sem histórico, normalmente quando se realiza a primeira concepção de crédito.

Não há como se evitar o risco, por isso devemos achar um jeito de administrá-lo. Assim, se justifica a análise criteriosa dos clientes, levando-se em conta o risco de crédito que o mesmo já possui no mercado. É possível se dizer que, se um devedor não arca com alguma obrigação assumida, o perigo de que ele também não vá arcar com a que quer adquirir é muito grande.

Assim, fazendo-se uma analise criteriosa, busca-se ter um risco de perda menor. Ainda, deve-se procurar avaliar com o que o cliente irá gastar o valor, eis que isso também pode ser um indicativo da não devolução do valor (fazer um empréstimo para investir em uma empresa já existente tem um risco menor do que utilizar este valor para abrir um novo negócio, que pode não se desenvolver e fazer com que o tomador não tenha condições de arcar com o valor contratado).

O que pode-se ver é que, a todos os créditos concedidos, a financiadora assume automaticamente o risco de não ter os valores devolvidos, o que aumenta ainda mais a importância da análise prévia do cadastro de seus clientes.

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2.2.2 Provisão para créditos de liquidação duvidosos

A provisão é constituída como base na análise de riscos e realização dos créditos, em montante considerado suficiente para cobertura de eventuais perdas. Nesse sentido:

A constituição de provisão para créditos de liquidação duvidosa representa em qualquer empresa, uma estimativa de perda provável na realização dos créditos em atendimento aos Princípios Fundamentais de Contabilidade, em especial ao da Realização da Receita e Confrontação com a Despesa. Entretanto, sua constituição apresenta características específicas nos Bancos e demais instituições financeiras sujeitas ao controle e fiscalização do Banco Central do Brasil. (NIYAMA, p. 1).

Percebe-se que tal medida é necessária para que se possam provisionar as perdas em determinado período, a fim de que, ao fim daquele, o banco possa assegurar aos correntistas seus valores, mesmo diante da inadimplência de alguns tomadores de empréstimo.

Por conta do risco da inadimplência, as instituições financeiras foram classificadas, através da Resolução nº 002682, de 22 de dezembro de 1999 do Banco Central, em ordem crescente de risco de “A” até “H”. Tal classificação corresponde à responsabilidade da instituição de crédito frente ao devedor e a operação, conforme critérios da supracitada resolução.

Ainda, segundo a Resolução do Banco Central:

Art. 6º A provisão para fazer face aos créditos de liquidação duvidosa deve ser constituída mensalmente, não podendo ser inferior ao somatório decorrente da aplicação dos percentuais a seguir mencionados, sem prejuízo da responsabilidade dos administradores das instituições pela constituição de provisão em montantes suficientes para fazer em face de perdas prováveis na realização dos créditos: I - 0,5% (meio por cento) sobre o valor das operações classificadas como de risco nível A; II - 1% (um por cento) sobre o valor das operações classificadas como de risco nível B; III - 3% (três por cento) sobre o valor das operações classificadas como de risco nível C; IV - 10% (dez por cento) sobre o valor das operações classificados como de risco nível D; V - 30% (trinta por cento) sobre o valor das operações classificados como de risco nível E; VI - 50% (cinquenta por cento) sobre o valor das operações classificados como de risco nível F;VII - 70% (setenta por cento) sobre o valor das operações classificados como de risco nível G; VIII - 100% (cem por cento) sobre o valor das operações classificadas como de risco nível H. (BRASIL, 1999).

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Assim, percebe-se que o nível “H” tem o maior índice de liquidação duvidosa e, portanto, deve ser provisionado em 100%, a fim de que os demais clientes daquele banco não sofram por ocasião da inadimplência perdurar.

Do mesmo modo que o Banco Central, a empresa estudada conta com uma classificação de risco, sendo esta feita por lojas de veículos cadastradas. Por esse motivo podemos dizer que a concepção de crédito não depende somente do perfil e histórico do cliente, mas também da classificação da loja na qual está adquirindo o veículo.

Muitas vezes, pesquisando-se no histórico da loja, verifica-se que esta está causando a inadimplência, aumentando o índice de descumprimento de acordo daquele banco. Nessas situações são necessários que sejam descobertos quais os motivos que estão levando a esse resultado e o que se pode fazer para que sejam revertidos

Ainda, quando o crédito é concedido e o cliente começa a atrasar as parcelas, esse é incluído como provisão para crédito de liquidação duvidoso, normalmente após o atraso da segunda parcela. Com o atraso das demais, o banco começa a reconhecer que aquele cadastro pode se tratar de uma fraude, ou que aquele devedor não tem interesse em adimplir seu débito. Assim, o valor do crédito do cliente é lançado como “prejuízo”, e se tomarão as medidas

judiciais cabíveis para o caso.

2.2.3 Inadimplência

Inadimplência é a falta de pagamento de uma dívida ou o não cumprimento de cláusulas contratuais acertadas entre as partes. Ela ocorre quando uma das partes simplesmente não cumpre sua parte no acordo realizado, causando perdas ao credor, frente à dificuldade de serem recebidos. (SILVA, 1997, pg 42).

O não pagamento de um débito pode ter vários motivos, sendo que matéria publicada pelo SEBRAE de São Paulo elencou os mais citados pelos devedores: Dificuldades financeiras pessoais que impossibilitam o cumprimento de obrigações, desemprego, falta de controle nos gastos, compras para terceiros, atraso de salário, comprometimento de renda, doenças, uso do dinheiro com outras compras, má-fé.

Sabe-se que algumas das causas acima são fortuitas, e muitas vezes fogem ao planejamento que a pessoa (ou família) tinha no momento da concessão. No entanto, chama a

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atenção que uma parcela dos entrevistados disse não pagar por má-fé, o que faz ressurgir a necessidade de um cadastro bem feito, para inibir-se esse tipo de devedor.

O tomador que não arca com o empréstimo recebido também tem prejuízos, eis que seu nome é inscrito em cadastros de inadimplentes, e na maioria das vezes, é ajuizada uma ação de execução, que pode resultar na penhora de bens.

Para a empresa a inadimplência também traz malefícios, eis que dificulta a programação orçamentária para o próximo exercício, bem como onera os custos de capital e diminui a rentabilidade da instituição, eis que, quanto maior a inadimplência, maior o juro que deverá ser cobrado. (CLIVATTI, 2007).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Inicialmente, indica-se que o presente trabalho foi concebido como forma de entender e auxiliar a empresa na qual a autora trabalha, a fim de se verificar os motivos e possíveis soluções para a inadimplência.

Para tanto, é necessário que se faça um estudo do perfil de cliente dos quais e concedido o credito, dos métodos utilizados por essa para a concessão de financiamentos e posterior cobrança dos mesmos, residindo à inadimplência em uma falha ocorrida neste processo. Assim, se fará uma pesquisa, como bem define MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria:

Uma indagação minuciosa ou exame crítico e exaustivo na procura de fatos e princípios, uma diligente busca para averiguar algo. Pesquisa não é apenas procurar a verdade, é encontrar respostas para questões propostas utilizando métodos científicos. (MARCONI, LAKATOS 2009, p. 15).

Assim, a elaboração da pesquisa para encontrarem-se respostas acerca da pergunta formulada no início deste trabalho, qual seja, quais motivos que levam à inadimplência, e possíveis medidas para amenizá-la, na tentativa de reduzirmos seus índices.

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Ainda, tem-se que os métodos de procedimento podem ser entendidos como as etapas mais concretas de uma investigação, pressupondo atitudes mais concretas em relação aos fenômenos estudados (MARCONI, LAKATOS 2009).

O objeto de estudo é uma financeira que concede diversos tipos de crédito, desde aquisição de automóveis a crédito pessoal consignado em folha de pagamento. Assim, pretende-se trabalhar na classificação dos objetivos da mesma, de forma exploratória e

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descritiva, diretamente na área que, no momento, esta tendo dificuldades. Ao fim, descobrir um método que ajude a reverter o problema encontrado.

Para realização da pesquisa foi utilizada a abordagem estudo de caso, almejando com essa classificação de abordagem obter as melhores informações possíveis para que se obtenha o melhor resultado no final desta pesquisa. Juntamente foi aplicado um estudo de caso para uma análise mais detalhada da inadimplência, bem como para que se possam fazer corretamente as abordagens necessárias para a descoberta de soluções que possam auxiliar a representação, principalmente em casos mais complicados.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A empresa a ser estudada é do ramo de empréstimos e financiamentos. Seus principais produtos são financiamentos e refinanciamento de veículos, bem como concessão de crédito pessoal.

A pesquisa foi aplicada para uma população de 780 financiados, já inadimplentes no momento da entrevista na empresa no período de seis meses, esse período sendo o escolhido o primeiro semestre do ano de 2015, aplicando a mesma para verificar o perfil do cliente e os dados dos financiamentos concedidos, para que se possa tentar desvendar as causas da inadimplência e uma forma de diminuir a mesma. Os pesquisados são de ambos os sexos, de diferentes idades e classes sociais, tornando a pesquisa o mais abrangente possível.

3.3 PROCEDIMENTO E TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados se deu a partir do levantamento dos mesmos no próprio local onde ocorre o setor de inadimplência, ou seja, na empresa financeira, abordando apenas o produto financiamento de veículos.

Para formular um perfil foram coletado dados de 780 clientes no total, sendo esse valor a soma de 130 entrevistados no decorrer de seis meses. O questionário foi aplicado a uma amostra de 102 clientes, que responderam as perguntas até o prazo estipulado para finalização deste trabalho, foi constituído por análise de dados como faixa de atraso, valor da parcela, valores financiados e maiores números de marcas de veículo financiado em maior atraso, para com isso traçar um perfil de cliente com maior numero de inadimplência, maiores causas e ao final encontrarmos uma solução que auxilie na baixa desse índice hoje tão temido

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pelas empresas. Ainda, contatou-se com os inadimplentes para apuração da causa do atraso e tentativa de se reverter à mesma.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os dados foram analisados por meio de relatórios emitidos, e de gráficos elaborados com base nestes documentos. Após, foi feita a tabulação manual das respostas, criando-se uma tabela para melhor visualização na frequência das respostas, onde se transformarão em índices percentuais, os quais pode-se visualizar nos gráficos que demonstram as informações levantadas, como será demonstrado neste capítulo.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DO ESTUDO

O presente estudo foi realizado numa empresa concessora de financiamentos da cidade de Passo Fundo, sendo que a mesma, após a liberação do dinheiro ou do veículo financiado, também é responsável por efetuar a cobrança das inadimplências que possam vir a ocorrer.

Através da análise de relatórios se vê os momentos principais em que a inadimplência ocorreu, conforme se demonstra abaixo. Ainda, após esta verificação houve contato com os devedores, a fim de se traçar um perfil de clientes inadimplentes e indicar os motivos pelo atraso, de acordo com o gráfico.

4.2 RESULTADOS EM GRÁFICOS

4.2.1 Análise do Gênero dos clientes inadimplentes

Para iniciar um perfil para os clientes dessa pesquisa, começaremos pela analise do gênero que maior possui inadimplência junto à empresa. Conforme veremos no gráfico abaixo. Os homens estão liderando no decorrer dos seis meses e por consequência são os

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clientes que maior possui índice de inadimplência junto à financeira no final do semestre, possuindo eles 60% do nosso gráfico enquanto as mulheres estão apenas com 40%.

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15

60 59 63 60 62 58

40 41 37 40 38 42

MASCULINO FEMININO

Gráfico 1: Porcentagem de inadimplência por ordem de gênero mensal, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

60% 40%

HOMENS MULHERES

Gráfico 2: Porcentagem de inadimplência por ordem de gênero resultado semestre, dados da financeira. Fonte: Marina dos Santos, 2015

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4.2.2 Faixa etária clientes

Os entrevistados possuem uma faixa etária que varia dos 18 anos, idade mínima para poder adquirir um empréstimo ou financiamento, até 72 anos, idade máxima conforme política da empresa.

Pode verificar no gráfico abaixo que nosso maior número de inadimplentes esta na faixa etária de 35 anos a 50 anos e nosso menor numero de 51 anos a mais de 60 anos. O que podemos verificar também que os homens com o maior índice inclusive na faixa etária são os de 35 anos a 50 anos, já em contra versão as mulheres estão com seu maior índice de 21 anos a 35 anos.

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15

2% 1% 1% 1% 0% 1% 11% 8% 9% 8% 9% 7% 12% 12% 12% 11% 13% 9% 14% 16% 15% 14% 17% 15% 18% 18% 16% 15% 17% 18% 13% 13% 14% 16% 13% 14% 12% 11% 10% 14% 12% 11% 8% 7% 7% 10% 8% 11% 7% 8% 9% 6% 8% 10% 3% 6% 7% 5% 3% 4%

até 20 anos 20 anos à 25 anos 26 anos à 30 anos 31 anos à 35 anos 36 anos à 40 anos 41 anos à 45 anos 46 anos à 50 anos 51 anos à 55 anos 56 anos à 60 anos mais de 60 anos

Gráfico 3: Porcentagem de inadimplência por faixa etária, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

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Gráfico 4: Porcentagem de inadimplência por faixa etária homens, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

Gráfico 5: Porcentagem de inadimplência por faixa etária mulheres, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

4.2.3 Estado Civil Entrevistado

Analisando os entrevistados, defini-se os seguintes estados civis: casado, solteiro, união estável, separado e viúvo. Chegou ao gráfico que mostra que os clientes inadimplentes no total do semestre na sua maioria são os casados com 43% que estão se destacando, contra 7% separados e 3% viúvos que estão no menor índice.

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No que se diz respeito a análise entre homens e mulheres conseguiu-se verificar que os homens com maior número de inadimplência são os solteiros com 40%, porém tendo o seu menor índice os separados e viúvos somando 7% tendo em consideração que esses estados civis são os menos entre toda a pesquisa, ao contrario das mulheres que o índice que esta disparado os casados com 56%.

43%

31% 16%

7% 3%

CASADO SOLTEIRO UNIAO ESTAVEL SEPARADO VIUVO

Gráfico 6: Porcentagem de inadimplência por estado civil do semestre, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

35%

40% 18%

5% 2%

CASADO SOLTEIRO UNIAO ESTAVEL SEPARADO VIUVO

Gráfico 7: Porcentagem de inadimplência por estado civil semestre homens, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

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56% 18%

13%

9% 4%

CASADO SOLTEIRO UNIAO ESTAVEL SEPARADO VIUVO

Gráfico 8: Porcentagem de inadimplência por estado civil semestre mulheres, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

4.2.4 Relação à Escolaridade

Com a análise no cadastro dos clientes inadimplentes pode-se verificar os níveis de escolaridade dos mesmos em questão, podendo dividi-los por fundamental incompleto, fundamental completo/segundo grau incompleto, segundo grau completo/superior incompleto e superior completo ou pós.

Conforme resultado da pesquisa que verifica-se no gráfico, grande parte dos entrevistados que já são inadimplentes com a empresa possui segundo grau completo a superior incompleto com 55%, seguido por fundamental completo e segundo grau incompleto com 32% e como menos índice com 2% os que possuem fundamental incompleto.

Na analise de escolaridade por gênero também pode-se ver grande parte dos entrevistados possuindo segundo grau completo a superior incompleto, sendo homens com 60% e mulheres com 47% seguido por fundamental completo e segundo grau incompleto homens com 26% e mulheres com 41%.

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jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15

4% 2% 1% 2% 2% 1%

31% 29% 35% 35% 32% 31%

54% 57% 53% 53% 55% 57%

11% 12% 11% 10% 11% 11%

grau completo/Superior incompleto Fundamental completo/2º grau incompleto 2º grau completo/Superior incompleto Superior Completo ou Pós

Gráfico 9: Porcentagem de inadimplência por grau de escolaridade, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

2%

32%

55% 11%

Fundamental Incompleto Fundamental Completo/2ºgrau Incompleto 2º grau Completo/Superior Incompleto Superior Completo ou Pós

Gráfico 10: Porcentagem de inadimplência por grau de escolaridade semestre, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

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2%

26%

60% 12%

Fundamental Incompleto Fundamental Completo/2ºgrau Incompleto 2º grau Completo/Superior Incompleto Superior Completo ou Pós

Gráfico 11: Porcentagem de inadimplência por grau de escolaridade homens semestre, dados da financeira. Fonte: Marina dos Santos, 2015.

2%

41%

47%

10%

Fundamental Incompleto Fundamental Completo/2ºgrau Incompleto 2º grau Completo/Superior Incompleto Superior Completo ou Pós

Gráfico 12: Porcentagem de inadimplência por grau de escolaridade mulheres semestre, dados da financeira. Fonte: Marina dos Santos, 2015.

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4.2.5 Nível de Renda

Conforme informado no cadastro junto a financeira, a renda dos clientes selecionados para a pesquisa informa que os mesmos possuem uma variação de renda fixa de R$ 800,00 à R$ 3.500,00.

A maioria dos clientes possui uma renda entre RS 1.500,00 a R$ 2.500,00 tanto referente a cada mês especifico como gráfico semestral tendo como referencia a essa renda 40% do total de entrevistados seguido pela renda de R$ 800,00 a R$ 1.500,00 com 32%, tendo em vista que a política das financeiras em geral é o cliente poder comprometer apenas 30% do valor de sua renda para parcela de empréstimos e financiamentos.

Foi feita também a comparação de rendas em homens e mulheres para auxiliar na visão, solução e conclusão no final do trabalho para diminuição do índice em questão abordado no mesmo. Podemos perceber que o maior índice entre os homens encontra-se RS 1.500,00 a R$ 2.500,00 com 41% seguido pela renda de R$ 800,00 a R$ 1.500,00 com 31% e entre as mulheres encontra-se RS 1.500,00 a R$ 2.500,00 com 39% seguido pela renda de R$ 800,00 a R$ 1.500,00 com 34%.

4.2.6 MARCA VEÍCULOS

Para auxiliar a formar o perfil dos nossos clientes inadimplentes incluímos a pesquisa em questão a marca de veículos mais financiados pelos mesmos e chegamos a 13 marcas que são Volkswagen, Chevrolet, Fiat, Ford, Hyundai, Honda, Citroen, Nissan, Peugeot, Kia, Renault, Toyota e carros importados.

Pode-se perceber que os carros de maior venda são os da marca Volkswagen com 16%, seguido da Fiat com 14%, Ford e Chevrolet com 13% com demais marcas com sua menor venda, chegando a menor de 2% dos veículos importados nos quais os clientes em questão e a região de revendas trabalhadas não vendiam tanto.

(45)

Gráfico 13: Porcentagem de inadimplência por marca de veiculo mensal, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

16% 13% 14% 13% 6% 6% 3% 4% 8% 3% 4% 8% 2%

VW GM FIAT FORD HYUNDAI

HONDA CITROEN NISSAN PEUGEOT KIA

RENAUL TOYOTA IMPORTADOS

Gráfico 14: Porcentagem de inadimplência por marca de veiculo semestre, dados da financeira Fonte: Marina dos Santos, 2015.

jan/15 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15

16% 17% 16% 16% 15% 17% 12% 14% 13% 12% 13% 13% 14% 15% 14% 15% 14% 15% 11% 12% 13% 14% 12% 12% 6% 7% 7% 8% 7% 5% 6% 6% 6% 5% 5% 5% 4% 4% 3% 2% 4% 3% 5% 5% 5% 4% 5% 5% 8% 7% 6% 7% 7% 8% 3% 2% 3% 5% 3% 3% 5% 4% 4% 3% 3% 5% 8% 5% 9% 8% 10% 8% 2% 2% 1% 1% 2% 1%

VW GM FIAT FORD HYUNDAI

HONDA CITROEN NISSAN PEUGEOT KIA

Referências

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