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Academic year: 2021

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Instituto de Ciências da Saúde Cidade Universitária

Curso: EDUCAÇÃO FÍSICA Disciplina: FDHEF

Prof(a): JOSÉ LUIS FERNANDES Prova:Questionário para prova NP2

TABELA DE RESPOSTAS (TESTES)

Teste a b c d e 1 2 3 4 5 6 7

Questão 1- Após a metade do século XX o esporte sofreu diversas modificações e passou a

ser considerado uma atividade com características contemporâneas, podendo ser usado também como ferramenta educacional não formal. Quais são as principais características do esporte contemporâneo?

a) regras bem definidas, estabelecidas junto as escolas aristocráticas inglesas;

b) características financeiras de um grande negócio, envolvimento direto com a mídia e com patrocinadores;

c) violência exagerada gerada pela alta competitividade das equipes e das torcidas organizadas.

d) disputa atrelada a realização de cerimônias religiosas oferendas e sacrifícios feitos a deuses pagãos;

e) exercícios realizados para manter a sobrevivência da espécie humana, caça, pesca, fuga, locomoção.

Explicar a alternativa escolhida.

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Questão 2- Com base nas características que envolvem o esporte atual, devido o grande

sucesso que representa nos índices televisivos e extraordinário retorno financeiro para inúmeros patrocinadores, alguns jogos despertam o interesse da mídia epatrocinadores.Quais são os principais eventos mundiais esportivos, que representam as características do esporte contemporâneo e causam todos esses interesses?

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b) Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior;

c) Jogos Universitários Brasileiros e Jogos da Juventude; d) Olimpíadas do Trabalhador SESI e Virada Esportiva; e) Jogos Escolares e Jogos Municipais

.

Explicar a alternativa escolhida.

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Questão3- Historicamente a Educação Física Brasileira esteve relacionada à área da saúde,

influenciada por movimentos externos,nos quais, pedagogos, pensadores, militares e médicos, desenvolveram métodos sistematizados de ginástica voltados para a formação do cidadão forte, saudável e produtivo. Que tipo de movimento teve como principal influência em sua formação?

a) O movimento esportivo das escolas inglesas; b) O movimento patriótico da Unificação Alemã;

c) O movimento Olímpico francês do Barão de Coubertin; d) O movimento ginástico orientado pelos militares; e) O movimento Agita São Paulo e Agita Mundo. Explicar a alternativa escolhida.

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Questão 4- Historicamente o esporte brasileiro foi visto como uma atividade, que as mulheres

deveriam praticar com limites em função de sua condição física supostamente inferior. Segundo Kinijnik e Simões (2000), na sociedade brasileira machista, convencionou-se que: “o esporte é coisa de homem e novela é coisa de mulher”. Em função dessa visão, somada a outras de grande impacto dentro desse contexto, como foi vista a participação da mulher na educação física brasileira no início do século XX?

a) a mulher era proibida de fazer qualquer atividade física;

b) a mulher tinha restrições quanto a prática, pois era tida como o “sexo frágil”;

c) a mulher podia fazer as mesmas atividades que os homens, pois o mundo moderno já era livre de preconceitos.

d) a mulher podia exercitar-se apenas com séries de força, saltos e lutas; e) as mulheres podiam praticar o futebol, mas apenas pelas manhãs. Explicar a alternativa escolhida.

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Questão5- No governo de Getúlio Vargas na década de 1940, a educação física e o esporte no

Brasil foram usados como ferramenta de melhoria racial. A idéia era, através do desenvolvimento físico, melhorar a raça do povo brasileiro e essa ação passou a ser referida como Eugenia. Na década de 1970 o caráter biológico foi acrescido da tendência esportivista na educação física escolar comoinstrumento de detecção de atletas. Qual era o objetivo principal a ser alcançado através dessa segunda mudança?

a) Eugenia da raça e formação de atletas, que pudessem representar a nação em competições internacionais.

b) comprometimento com o desenvolvimento integral da criança. c) caracterizar a progressão normal do crescimento físico.

d) preparar os cidadãos para defender o país, em necessidade de guerras. e) dotar o povo de corpo belo, como espelho de uma nação saudável. Explicar a alternativa escolhida.

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Questão 6- A partir da década de 1970/1980, com o retorno de professores brasileiro que

fizeram pós-graduação no exterior, novasabordagens filosóficas e pedagógicas passaram a ser defendidas como alternativas ao modelo hegemônico biológico esportivista . Esse modelo passou a ser entendido como excludente, injusto e eugênico, o que levou a serem defendidas novas e diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Dentre todas as novas idéias, algumas tiveram maior impacto e uma delas propunha uma abordagem dirigida a crianças de 04 a 14 anos, que tinha como objetivo caracterizar a progressão normal do crescimento físico,do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo social na aprendizagem motora, defendendo que o movimento é o principal meio e fim da educação física.

Qual dessas abordagens visava essa proposta? a) construtivista-interacionista

b) crítico superadora c) psicomotricidade d) desenvolvimentista e) crítico emancipatória

Explicar a alternativa escolhida.

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Questão 7- O esporte como elemento da educação não formal, depende do planejamento e

orientação pedagógica do professor de educação física. Possui em sua dinâmica elementos similares ao sistema social, o que permite comparações e adaptações educativas. Ele pode ser configurado de várias formas. Uma delas pode desenvolver qualidades formativas junto a crianças e jovens, como o desenvolvimento pessoal através da auto-estima, ocupações e interesses mais promissores; são formadores de valores da personalidade como respeito às regras, responsabilidade, superação; é favorável a socialização como integração em grupos sociais, trabalho em equipe, dentre muitos outros benefícios.

Qual das formas de esporte possui as características descritas acima? a) esporte de rendimento.

b) esporte interativo. c) esporte participativo. d) esporte educacional. e) esporte de alto-rendimento. Explicar a alternativa escolhida.

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Questão 8- Nesta questão será feita uma abordagem sobreo esporte educacional como

ferramenta educacional, na qual será feita uma pergunta relacionada com a opinião de

pedagogos ou autores sobre o tema. Para isso, o assunto deve ser pesquisado na internet

ou livros e será feita uma questão relacionada com o assunto que deverá ser relacionada

com as seguintes discussões:

a) Opinião dos autores que analisam os pontos favoráveis ao esporte como

ferramenta educacional.

b) Opinião dos autores que analisam os pontos favoráveis ao esporte como

ferramenta educacional.

c) Significado do esporte como ferramenta educacional nas escolas.

O esporte educacional

O esporte tido como um instrumento no processo de educação de jovens e crianças é tema bastante discutido na atualidade. Existe uma concordância entre educadores, técnicos, pais e ex-atletas, que afirma ser de grande importância a prática esportiva na formação

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comum da população, deixando a idéia de que o esporte é benéfico para a educação em diversas circunstâncias e de forma incontestável.

Para FERRAZ (2002), a opinião dos adultos sobre a importância da prática esportiva de crianças e adolescentes é unânime: os pais valorizam a prática esportiva para os filhos, consideram-na tão importante quanto as atividades intelectuais, são benéficas para a saúde e favoráveis ao rendimento escolar.

Segundo o autor, os argumentos que sustentam esta conduta são: a aquisição de regras de conduta, de normas de comportamento e de valores sociais, que fundamentam nossa cultura. As atitudes de perseverança, de disciplina e de cooperação, inerentes à prática esportiva contribuiriam para a formação da personalidade. Outro aspecto importante seria o fato da competitividade esportiva poder ser transferida para a competitividade observada na vida social, preparando a criança e o jovem para a confrontação com as situações da vida cotidiana em sociedade.

Entretanto existe uma série de estudiosos que questionam a validade educacional e a efetividade formativa da prática esportiva realizada nas escolas. Esta linha de pensamento crítica do esporte afirma que as práticas esportivas escolares perdem suas características educacionais, uma vez que são, na maioria das vezes, orientadas a processos competitivos, que buscam de forma preferencial o resultado esportivo, a vitória. Ao visar exclusivamente o resultado esportivo, a prática deixaria de atender as necessidades educacionais do esporte, copiando a prática esportiva de performance.

Apesar da divergência a respeito dos valores educativos do esporte, é fato que o mesmo é um importante fenômeno social incorporado a cultura mundial e assim não pode ser negado como conteúdo da educação, uma vez que é nesta fase que se agregam os conceitos, valores, crenças, costumes e práticas da cultura vigente nas diversas sociedades.

Não seria prudente, em uma primeira análise, julgar o esporte como uma ferramenta educativa incontestável e nem como uma prática deletéria à formação dos jovens em função da

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hipercompetetividade, pois de acordo com a citação registrada por TAFFAREL (2000), p. 25, “o desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele não é em si mesmo nem socializante e nem anti-socializante. É aquilo que se fizer dele”.

FERRAZ (2002), afirma que se deve olhar para a prática esportiva sem pré-julgamentos. A competição deve ser considerada sob o ponto de vista da criança e não do adulto.

A inclinação educativa ou não do esporte depende apenas da maneira com que o mesmo é conduzido, de como é elaborado dentro do projeto pedagógico da escola, de quais são os objetivos da prática e de que orientação é dada à mesma.

Questão 9-

Nesta questão será feita uma abordagem sobreo esporte educacional como

ferramenta educacional, na qual será feita uma pergunta relacionada com a opinião de

pedagogos ou autores sobre o tema.

As Contribuições educacionais do esporte

O esporte, suas dinâmicas e seus valores sempre foram utilizados nos processos educativos. Já em sua origem na Inglaterra no século XIX, o esporte fez parte do currículo escolar e visou a preparação dos jovens aristocratas ingleses para a vida cotidiana. O francês Pierre de Coubertin, também aspirou grandes objetivos educacionais através da prática esportiva, criou um ideário olímpico, que visava educar os jovens do mundo através dos valores físicos e morais do esporte, promovendo o bem estar e a paz entre os povos do mundo.

Diversos autores defendem o esporte como um importante instrumento de educação e de socialização na sociedade contemporânea.

OSWALD (1999), afirma que o esporte é uma excepcional ferramenta de valor educacional, contribuindo para a formação do caráter e para a realização pessoal, seria também um excelente meio de socialização, desenvolvendo virtudes e proporcionando situações que serviriam de aprendizado para a vida cotidiana, adaptando melhor o indivíduo para o convívio em sociedade.

Segundo BENTO (2004), a prática esportiva possui contribuições, que vão muito além do domínio puramente motor e corporal, integrando dimensões cognitivas, afetivas e sociais, tais como:

 O desenvolvimento da personalidade

 A aquisição dos valores do fair play, do respeito, da consideração e da tolerância, assim como atitudes de integração e convivência;

 Formação de um estilo de vida que atua como forma preventiva a comportamentos desviantes ligados ao consumo de drogas e à prática de violência.

OSWALD (1999), destaca três principais valores educacionais do esporte, a formação do caráter, a evolução pessoal e a socialização. Estes valores se apresentam da seguinte forma, em função da participação esportiva:

2.1- Formação do caráter.

FEJGIN (1994), apóia a tese de que a participação de jovens e crianças em equipes esportivas escolares afeta aspectos do caráter e suas conseqüências, tais como a coragem, a

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cooperação, a aceitação da autoridade, proporcionando prestígio social e oportunidade de evolução pessoal e educacional.

LEONARD II (1998), afirma que a virtude mais comumente atribuída à participação esportiva é a construção do caráter, que neste contexto refere-se ao desenvolvimento de traços de personalidade desejáveis, tais como integridade, responsabilidade, maturidade, honestidade e transparência. Desta forma as exigências da prática esportiva contribuiriam para moldar a construção dos valores dos esportistas e suas atitudes diante de questões morais

Segundo OSWALD (1999), o esporte molda o caráter à medida que ensina o atleta a respeitar os outros através de regras, ensinamentos, penalizações e experiências, sejam adversários ou companheiros, independente de sua raça, sexo, religião, religião ou nacionalidade, pois todos têm uma história semelhante, viveram as mesmas preocupações, as mesmas adversidades. A educação esportiva ajuda a assegurar a observância de princípios éticos fundamentais e favorece o estabelecimento de uma sociedade mais pacífica e harmoniosa.

2.2- Evolução pessoal.

A participação esportiva proporciona uma evolução pessoal, possibilitando ao indivíduo a interação com o meio social, fazendo com que descubra suas potencialidades, suas competências, fazendo com que se sinta útil, elevando assim a sua auto-estima e sua capacidade evolutiva (OSWALD, 1999).

O autor ainda afirma que o esporte contribui para a evolução emocional do atleta, à medida que desenvolve a capacidade de autoconhecimento. O atleta esta sempre avaliando sua capacidade, seus limites, tentando expandi-los para melhorar sua performance. Este fato faz com que tenha um maior autocontrole, aumentando sua confiança e sua auto-estima. O individuo consciente de seus limites, de sua força de superação e com a auto-estima bem desenvolvida, estaria mais apto a enfrentar os desafios da vida em sociedade.

LEONARD II (1998), afirma que a evolução pessoal através da participação esportiva também pode ser representada pela mobilidade social dos praticantes, que ocorreria em função de uma possível participação esportiva profissional, devidos a melhores oportunidades de educação geradas pela prática esportiva, via o envolvimento com atividades profissionais paralelas a atuação esportiva, tais como professores, técnicos, preparadores físicos, dirigentes. Segundo o autor, é importante distinguir a mobilidade social direta da indireta. A mobilidade direta é gerada pela ascensão do atleta a condição de profissional, o que representa uma grande vantagem econômica. Entretanto o número de vagas no esporte profissional é muito limitado e poucos atletas se beneficiam desta condição. Para o autor a mobilidade social indireta é muito mais efetiva e abrangente, pois ocorre quando ex-atletas acabam seguindo carreiras como técnicos ou professores, ou ainda favorece atletas universitários que não teriam condições de cursar o ensino superior sem o auxílio financeiro ou bolsa recebida por sua participação esportiva.

2.3- Socialização.

Para BENTO (1990), a socialização é a aquisição de valores, normas e modelos de comportamento para o envolvimento social do indivíduo. O autor afirma haver uma grande concordância por parte dos estudiosos na opinião de que o esporte, como fenômeno cultural e social por excelência, desempenha um papel importante no âmbito da socialização.

Segundo LEONARD II (1998), socialização é o processo geral através do qual o homem aprende sua cultura e torna-se um membro participante da sociedade. A socialização pode ser vista de duas perspectivas diferentes: a transmissão de valores ideológicos culturais (crenças, atitudes e normas) e o desenvolvimento próprio ou evolução pessoal do indivíduo enquanto ser social, característica já discutida no tópico anterior.

A participação esportiva favorece a aceitação de regras, pois impõe normas, a via a regulamentação dos jogos e competições, da mesma forma que ocorre na vida cotidiana. Também submete o praticante a autoridades tais como técnicos, árbitros e dirigentes (OSWALD,1999).

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A organização burocrática do esporte imita a organização social, assim fica mais fácil para o atleta reconhecer na sociedade instrumentos reguladores também pertencentes ao esporte.

O esporte é elemento de inclusão do indivíduo em grupos sociais. A participação esportiva coloca os atletas em equipes e grupos, que possuem organização social própria. Existe uma dinâmica dentro de cada equipe que determina a hierarquia e os papéis dos participantes: técnico / professor, capitão do time, jogador. Esta estrutura possui um conjunto de direitos e deveres, que deve ser compartilhado por todos. O convívio social desenvolve no atleta a noção de que possui responsabilidades, não apenas com seus objetivos próprios, mas com as metas de todo o grupo social. Também proporciona a integração com a comunidade, seus valores e exigências, gerando a aceitação social, necessária para que se tenha uma vida harmoniosa (OSWALD, 1999; SAGE, 1998).

A socialização através da prática esportiva transmite valores aprendidos com o esporte para a vida. Não são apenas os atletas profissionais que se beneficiam destes valores somente na prática competitiva, mas todos os praticantes. Desta forma mesmo que o esporte não forme excelentes atletas, estará auxiliando na formação de cidadãos valorosos, mais aptos ao convívio em sociedade.

Questão 10-

Nesta questão será feita uma abordagem sobreo esporte educacional como

ferramenta educacional, na qual será feita uma pergunta relacionada com a opinião de

pedagogos ou autores sobre o tema:

A crítica ao esporte no processo educacional

O esporte contemporâneo goza de enorme prestígio para a formação de crianças e jovens. O discurso oficioso diz que o esporte é um elemento fundamental para o processo de educação, atribuindo às práticas esportivas papéis admiráveis, tais como o afastamento de pessoas do consumo de drogas e da criminalidade. Estas afirmações a respeito do valor

educativo do esporte parecem ser unânimes entre pais e educadores, porém diversos estudiosos declaram-se bem mais cautelosos em seus ensaios (BASSANI, TORRI & VAZ, 2003).

LEONARD II (1998), afirma que as características formativas do esporte nem sempre são coerentes com o discurso de educadores, ex-atletas e dirigentes. Para o autor a idéia de formação do caráter via a prática esportiva é produzida, sustentada e reforçada pela fala de indivíduos com destaque na sociedade. São atletas amadores que tiveram sucesso fora do âmbito esportivo e atribuem suas conquistas às influências das suas experiências

esportivas. Os líderes nacionais, geralmente utilizam metáforas envolvendo os valores esportivos como exemplos em seus discursos, da mesma forma o fazem os grandes

consultores da área de administração de empresas, que trabalham com analogias esportivas para motivar a ações gerenciais do mundo dos negócios. Estes casos de defesa do esporte como valor esportivo incondicional, estariam baseados em informações extraídas de casos isolados e não possuem representatividade científica para serem afirmadas com veemência.

KUNZ (1994), faz as seguintes criticas ao sistema esportivo de rendimento e de espetáculo:

1. O esporte espetáculo, de rendimento, não apresenta elementos de formação geral para constituir uma realidade educacional;

2. O esporte ensinado nas escolas é uma cópia do esporte de rendimento e apenas oferece vivências de sucesso para uma minoria e fracasso para a grande maioria; 3. A vivência do insucesso para crianças e jovens no contexto escolar seria uma

irresponsabilidade pedagógica;

4. O esporte de rendimento não deve ser utilizado como modelo nas escolas, pois segue princípios de comparações objetivas e absolutas, que valorizam mais o resultado que a própria participação. Contribui para a perda de liberdade e da criatividade do ser humano em função do racionalismo técnico instrumental das sociedades modernas.

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BRACHT (1997), afirma que o esporte enquanto elemento de educação e de participação reproduz características do esporte de rendimento espetacularizado, muito divulgado pelos meios de comunicação de massa. Este esporte espetáculo estaria disseminando valores junto à população, produzindo consumidores de um modelo hegemônico de atividade física similar ao esporte de rendimento. Estes consumidores estariam sendo aliciados à aquisição do esporte como uma mercadoria e a prática que deveria ser um direito cultural de todos, passa a ser comprada em escolas e centros particulares.

Para DE ROSE JUNIOR (2002), a crítica que se faz à competição esportiva infanto-juvenil se deve ao fato de muitas dessas competições se adaptarem a modelos e normas específicas da competição adulta, não levando em consideração o estágio de desenvolvimento e o nível de habilidade dos praticantes. O autor afirma que a prática esportiva competitiva mal orientada pode gerar condições excessivas de estresse nas crianças e jovens, principalmente quando a exigências impostas superam as demandas de capacidade de performance, de prontidão emocional e cognitiva, gerando um ambiente muito desafiador. Neste caso as situações ficariam excessivamente complexas, indo além da capacidade de superação da criança, podendo ocasionar frustração e abandono.

KUNZ (1994), BRACHT (1997) e DE ROSE JUNIOR (2002), reforçam a influência negativa do modelo esportivo de rendimento no processo educacional, pois os objetivos de transferência de valores via a prática ficariam marginalizado em função da importância dada ao resultado esportivo.

Em um estudo realizado junto a uma grande escola da rede pública de ensino da cidade de Florianópolis, BASSANI, TORRI e VAZ (2003), revelam que o esporte praticado na escola apresenta uma situação de conflito entre o rendimento esportivo esperado dos atletas e o aprendizado de “bons valores” por meio da prática esportiva. Esta divergência procura ser conciliada pelo técnico com discursos moralizantes e edificantes, mas a dinâmica do esporte, treinos e jogos, acabam fazendo com que prevaleça a valorização da vitória.

Os valores sobre ganhar e perder podem criar a idéia de que somente a vitória é válida no esporte e tudo o que for feito para alcançá-la é aceitável. Partindo deste ponto de vista, os valores educativos do esporte podem ser seriamente prejudicados (SAGE, 1998).

Para COAKLEY (2001), as estruturas rígidas de regras e competições organizadas no modelo adulto não permitem ao aluno questionamentos e a exploração de sua criatividade. Para o aluno, trata-se apenas de cumprir o seu papel e responder as expectativas estipuladas pelas autoridades competentes, pais, professores e técnicos.

LEONARD II (1998), alerta para o fato do processo de disciplinação excessiva, característica do modelo esportivo de rendimento, aplicado nas escolas, gerar uma socialização opressiva, representada pela autoridade e pela obediência aos técnicos e professores.

BRACHT (1997), afirma que o esporte possui uma neutralidade interna que faz com que se adapte às características das sociedades em que está inserido. Assim, o esporte contemporâneo, de rendimento, de participação e educacional, está em conformidade com as características da sociedade capitalista neoliberal, que é dominante na atualidade.

Fica a dúvida se a dinâmica esportiva que valoriza as características neoliberais deve ser adotada nos processos educacionais, apoiando a hiper-competitividade, a seletividade, a orientação ao resultado, assim como ocorre na vida cotidiana. A adoção desta conduta seria uma forma de preparar os jovens para uma melhor adaptação ao convívio social? Ou seria uma maneira de aceitar um modelo sócio-econômico que gera injustiças sociais?

GARIGLIO (1995), acredita que, apesar da escola cumprir uma função de reprodução dos contextos de nossa sociedade capitalista, existem movimentos antagônicos e de resistência em seu interior. A possibilidade de vivência lúdica seria um desses movimentos, ao passo que o lúdico na escola pode tornar real a construção de um projeto revolucionário. As atividades esportivas lúdicas dariam aos praticantes a oportunidade de reapropriação de suas vidas, de sua história e de sua cultura, possibilitando a crítica e a recriação da lógica capitalista neoliberal imposta à escola e a sociedade como um todo.

TAFFAREL (2000), defende um esporte educativo, que fuja da ditadura dos gestos, modelos e regras, que teria suas normas questionadas e adaptadas a realidade social e cultural dos alunos. O esporte educacional deve ser desmistificado, conhecido e praticado de forma

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prazerosa, com vivências de sucesso para todos. O esporte deve ser adquirido como um bem cultural, sua prática deve ser compreendida como um direito.

Neste sentido, KORSAKAS (2002), defende uma prática esportiva educativa onde a criança não seja apenas um objeto dos interesses de seus pais e técnicos. Esses interesses voltados ao resultado, à performance, muitas vezes expõem a criança a uma homogeneização da prática, apoiando-a exclusivamente no treinamento de equipes esportivas. Esse tipo de prática acaba por exigir a perfeição do gesto técnico e o rigor tático, reprimindo a capacidade criativa da criança e ignorando suas potencialidades e limitações individuais. A autora sugere um modelo esportivo educativo onde a criança participe do processo de construção do conhecimento através da resolução de problemas sugeridos, cabendo ao adulto a função de facilitador do processo educacional. Esta proposta estimularia uma prática esportiva emancipatória, participativa, cooperativa, que estimule a criatividade e o desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico e motor das crianças, em uma educação pensada de forma integral.

As propostas sugeridas anteriormente valorizam o esporte como prática educativa, que ao invés de reproduzir as características da sociedade em que está incluído, as questione, por acreditar serem responsáveis pela disseminação de injustiças. Estes modelos educacionais propõem a implantação de um esporte reflexivo, que se adapte às necessidades dos praticantes, possibilite o acesso a todos, indo contra as características da sociedade capitalista neoliberal, geradora de desigualdades sociais e exclusão. Desta forma o esporte educacional não seria uma ferramenta para moldar os praticantes de acordo com as solicitações injustas da sociedade atual e sim um instrumento criativo de exercício da cidadania e da democracia, permitindo o planejamento de uma mudança social.

Questão 11-

Nesta questão será feita uma abordagem sobreo esporte educacional como

ferramenta educacional, na qual será feita uma pergunta relacionada com a opinião de

pedagogos ou autores sobre o tema:

A defesa do esporte competitivo como instrumento de educação

Apesar das críticas discutidas anteriormente, alguns autores propõem condições para que o esporte possa trabalhar a favor da educação, excluindo as influências negativas do modelo esportivo de alto nível, que valoriza prioritariamente o resultado.

De acordo com BRACHT (2000), o esporte de rendimento traz na sua estrutura interna os mesmos elementos das relações sociais da sociedade contemporânea: forte orientação ao rendimento e a competição, seletividade via concorrência, igualdade formal perante leis e regras. Em função destas características, a prática esportiva deve ser adaptada ao ser incluída em um processo educacional. A implantação de uma prática que segue o modelo adulto de rendimento pode disseminar valores pouco construtivos à educação, além da exclusão dos menos habilidosos e de frustrações causadas por comparações objetivas sobre o rendimento de atletas, que podem estar em diferentes fases de formação e de prontidão maturacional. Para ser incluído em um ambiente educacional, o esporte deve ser tratado pedagogicamente. Para o autor a competição não deve ser negada, pois está implícita à prática do esporte, mesmo no contexto educacional. O que se deve evitar em um ambiente escolar e pedagógico é um enfoque competitivo exclusivamente preocupado com o resultado. A dinâmica da competição é um fator motivacional muito importante para a adesão à prática. A exaltação gerada pela participação, pela interação e pela possibilidade da criança demonstrar suas competências deve suplantar o valor dado à vitória.

Para DE ROSE JUNIOR (2002), a discussão sobre competição na infância e na adolescência sempre abrange o questionamento sobre a adequação e os benefícios do esporte competitivo para essas faixas etárias. Para muitos autores o termo “competição”, por si só, levaria a uma situação prejudicial, destacando os privilégios, enfatizando a inferioridade técnica, física, psicológica e social da grande maioria de perdedores. Segundo o autor a competição não deve ser encarada de forma tão radical, pois ela é natural da prática esportiva e deve ser entendida como um meio para o processo de desenvolvimento do ser humano e não como finalidade exclusiva da prática. A competição influenciaria comportamentos que estão na

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base dos estatutos individuais e sociais, ou seja, colabora com processos de evolução pessoal e socialização de crianças e jovens.

MARQUES (2004), defende a competição como elemento fundamental para o processo de formação da criança e do jovem, desde que sofra uma intervenção pedagógica nas escolas, passando a atender as necessidades, os interesses e os estágios de prontidão dos praticantes. A competição seria uma excelente oportunidade de construção da imagem social do indivíduo, através da interação promovida pela dinâmica esportiva, onde a criança pode mostrar suas capacidades e sentir-se aceita pelo grupo social.

Para o autor o esporte e a competição são apenas instrumentos. São os princípios e valores associados à competição e as experiências vividas durante a atividade que conferem às práticas esportivas o seu valor educativo.

GAYA (2000), questiona a teoria crítica sobre o esporte educacional, a qual maximiza os excessos e deixa de reconhecer aspectos positivos que a prática esportiva competitiva pode oferecer á educação. De acordo com o autor, o esporte de rendimento seria uma escola de vida, uma maneira de aprender a conviver com a vitória e com a derrota.

Os estudiosos orientados pela sociologia crítica entendem que não se deve favorecer um modelo de prática esportiva educacional que reproduz a estrutura social capitalista neoliberal, geradora de uma competição desleal e de um grave quadro de exclusão e desigualdade social.

Porém, GAYA (2000), afirma que os críticos do esporte imputaram, erroneamente, sobre a prática esportiva, em todos os níveis, os valores referentes as ideologias dominantes. O autor admite que a grande preocupação referente ao esporte na escola é a exclusão da maioria em prol dos mais talentosos e a utilização da educação física e do esporte como disciplina do currículo complementar, exclusivamente, para o treinamento das equipes esportivas da escola. Também não nega que isso ainda ocorra com certa freqüência e afirma que o esporte na escola tem objetivos distintos do esporte de rendimento. Na escola o esporte deveria ser orientado pelo princípio do auto-rendimento, onde todos tivessem oportunidade para aprendê-lo e atingir os melhores níveis possíveis, se assim desejassem.

Para MARQUES (2004), o modelo esportivo educacional deve dar ênfase ao divertimento e a participação, ao desenvolvimento da auto-estima da criança, deve ser estimulado o espírito de equipe, a avaliação deve ser centrada na aquisição e no desenvolvimento técnico e não apenas no resultado.

O esporte escolar é uma disciplina do currículo complementar e não deve ser confundido com a formação de equipes escolares, deve ter como objetivo multiplicar a aprendizagem das modalidades esportivas, não possuindo qualquer caráter de exclusão por critério de performance, possibilitando o acesso de todas as crianças às práticas esportivas formais (GAYA, 2000).

DE ROSE JUNIOR (2002), afirma que o esporte bem orientado pode tornar-se um fator importante no processo de educação e socialização de crianças e jovens, uma vez que formaria um esportista e um competidor ciente de suas capacidades e um cidadão apto a competir em todas as nuanças de sua vida futura. Para tanto o autor sugere os seguintes objetivos, apontados como facilitadores do processo competitivo infanto-juvenil:

 Sensibilizar os adultos sobre o processo competitivo e a participação da criança e do jovem nesse processo, suas necessidades, capacidades e expectativas;

 Entender que a criança não é um adulto em miniatura e, portanto, a competição deve ser organizada para ela e não para agradar aos adultos;

 Proporcionar aos jovens experiências positivas de competição;

 Encorajá-los a desenvolver auto-confiança, valores e conceitos positivos de si mesmos;

 Ajudá-los a desenvolver habilidades interpessoais;  Competir por diversão e apreciar a competição;

 Proporcionar um ambiente agradável, que permita a criança obter senso de competência.

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Desta forma, preconiza-se uma atividade esportiva educacional, que não perca sua identidade quanto à competição, o rendimento e a técnica, mas que permita o acesso indistinto à prática, independente do grau de performance do atleta, garantindo assim que todos se beneficiem dos valores educacionais do esporte sem desfigurá-lo, sem arrancar sua essência, aquilo que o faz esporte.

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