Carlos Eduardo Peixoto Raquel Veludo Fernandes
Júlia Silva Ana Salgado Raquel Pacheco
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. - Delegação Norte
This presentation is supported by the Portuguese Science and Technology Foundation (FCT) (PTDC/MHC-PAP/4295/2012) and by the Operational Program for Competitive Factors (COMPETE) (CCOMP-01-0124-FEDER-029554)
O Testemunho da Criança no Contexto Judicial Português
Largo da Sé Nova |
3000-Declaro que a verba justificada se refere a despesas elegíveis e ao investimento aprovado, que não corresponde a alterações não autorizadas do projeto, nem a trabalhos fora da sua caracterização, e que foram cumpridas as disposições legais e regulamentares.
Refª projeto: PTDS/MHC-PAP/4295/2012
Nome do Investigador Responsável
Carlos Eduardo dos Santos Peixoto
Assinatura do Investigador Responsável
____________________________________________
Data
__20 / 07 / 2015__
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P.
213 Coimbra | NIF: 508 203 970 | web: www.inml.mj.pt | telef: +351 239854220 | fax: +351 239836470 | e
Declaração do Investigador Responsável
Declaração
Declaro que a verba justificada se refere a despesas elegíveis e ao investimento aprovado, que não corresponde a autorizadas do projeto, nem a trabalhos fora da sua caracterização, e que foram cumpridas as disposições legais e regulamentares.
PAP/4295/2012
Investigador Responsável
tigador Responsável
____________________________________________
1
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. – Sede
213 Coimbra | NIF: 508 203 970 | web: www.inml.mj.pt | telef: +351 239854220 | fax: +351 239836470 | e-mail: correio@inml.mj.pt
Declaro que a verba justificada se refere a despesas elegíveis e ao investimento aprovado, que não corresponde a autorizadas do projeto, nem a trabalhos fora da sua caracterização, e que foram cumpridas as
Estudo
Estudo 1: Estudo descritivo das práticas de entrevistas no contexto de Declarações para Memória Futura (DMF)
Estudo 2: Estudo Comparativo entre entrevistas DMF e entrevistas como Protocolo de Entrevista Forense do National Institute of Child Health and Human Development (NICHD), também em contexto de DMF
Estudo 1: Amostra
✓ 137 entrevistas;
✓ Realizadas entre 2009 e 2014;
✓ Recolhidas em diversas entidades judiciais (tribunais, DIAP);
✓ 38 entrevistas Norte, 48 Centro, e 51 Sul.
Entrevistadores
48 do sexo masculino, 85 do sexo feminino e em 7 casos esta informação não estava disponível
Crianças
Idades entre os 3 e os 17 anos.
28 do sexo masculino e 112 do sexo feminino.
53 crianças relataram um único episódio abusivo e 87 relataram múltiplos eventos abusivos. 133 crianças alegadamente vítimas de abuso sexual, 2 de abuso físico e 4 de abuso sexual e físico, 1 de outro tipo de abuso.
Tipos de Questões e processo de
obtenção de informação
Processo Mnésico Tipo de questão Exemplos Qualidade de informação Quantidade de Informação Evocação Livre Abertas“Conta-me tudo sobre isso” “Conta-me mais sobre isso” “E depois o que aconteceu”
Alta Espontânea Alta Discurso Fluído Evocação Livre Diretas
“Quem?; Onde?; Como?; Onde?; Quando?” Alta Espontânea Limitada Especificidade Reconhecimento Escolha Múltipla
”foi por fora ou dentro da roupa?” “ele bateu-te?” Baixa Risco de contaminação Baixa Opções restritas de resposta
Reconhecimento Sugestivas “ele fez-te mal, não foi?”
Baixa Alto Risco de informação errada Baixa Opções restritas de resposta
Desempenho dos Entrevistadores e
das Crianças
Os juízes realizaram 90,3% das questões, os procuradores 7,3% e os advogados 1,9%.
Os psicólogos apenas intervieram em 6 entrevistas o que representa 0,5% das questões realizadas.
R
esultados
Abertas Directas
Resultados
Percentagem de detalhes por tipo de questão
Abertas Diretas Escolha
Múltipla Sugestivas Juiz 5,8% 24,6% 58,7% 10,9% Procurador 3,7% 29,5% 57,8% 9,0% Advogado 0,0% 36,1% 49,4% 14,6% Psicólogo 33,0% 13,9% 53,1% 0,0%
Conclusões
Os juízes fazem a maior parte das questões
O tipo de questão mais utilizado são as de escolha múltipla
Baixa participação dos advogados e dos psicólogos A maioria dos detalhes obtidos são com base em
questões que estimulam processo de reconhecimento, o que leva a um maior risco de contaminação do discurso da criança
A criança responde à grande maioria das questões colocadas - risco de fornecer informação errada Abordagem confirmatória e não estimula o discurso espontâneo da criança
Protocolo de Entrevista Forense do
NICHD
■ Regras de comunicação
■ Estabelecimento da relação ■ Prática de narrativas
■ Transição para a fase
substantiva
■ Investigação das alegações ■ Intervalo
■ Revelação
■ Finalização da entrevista
Revista do Ministério Público 134 : Abril : Junho 2013 [ PP. ??-?? ]
RESUMO
O testemunho de crianças no sistema penal constitui, ainda, um desafio que tem gerado investigação extensa na comunidade cien-tífica e a busca de formação pelos vários profissionais envolvidos no contexto judicial. Este artigo tem como objetivo apresentar um protocolo de entrevista forense do National Institute of Child Health and Human Development (NICHD). Este protocolo tem sido alvo, nos últimos 30 anos, de vários estudos de validação e de aplicação em casos reais em vários países, sendo um dos mais investigados e mais aplicados. Dada a lacuna identificada em Por-tugal nesta área da entrevista de crianças no âmbito judicial, este artigo visa apresentar os pressupostos subjacentes ao protocolo do NICHD, bem como a estrutura da entrevista, apresentando-a como proposta para uma boa prática em contexto judicial.
PALAVRASCHAVE: entrevista forense, NICHD,
abuso sexual de crianças
O Protocolo de Entrevista Forense do NICHD: contributo na obtenção
do testemunho da criança no contexto português[1]
Carlos Eduardo Peixoto[2]
Psicólogo Forense
Instituto Nacional de Medicina legal e Ciências Forenses, IP – Delegação Norte
Catarina Ribeiro[3]
Psicóloga Forense
Instituto Nacional de Medicina legal e Ciências Forenses, IP – Delegação Norte Docente da Universidade Católica Portuguesa e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Isabel Alberto[4]
Professora Auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
[1]Os autores agradecem todo
o apoio e colaboração fornecidos pelo Professor Michael Lamb na
adaptação do Protocolo NICHD
ao contexto português. Trabalho apoiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT) (PTDC/MHC-PAP/4295/ 2012) e pelo Programa Opera-cional Fatores de Competitivi-dade (COMPETE) (CCOMP -01-0124-FEDER-029554).
[2]Membro do CENCIFOR.
cespeixoto@gmail.com
[3]Membro do CENCIFOR.
Estudo 2: Amostra
Amostras emparelhadas em função da idade e sexo da criança, tipo de ofensa e relação com o ofensor N=18; entre os 6 e os 17 anos; 5 do sexo masculino e 13 do sexo feminino
Amostra DMF selecionada de uma amostra alargada de 137 entrevistas
Entrevistas da amostra NICHD realizadas em contexto de DMF
Comparação tipo de questão utilizada
0% 25% 50% 75% 100% NICHD DMF 10,4% 2,2% 69,6% 40,7% 17,9% 21,5% 2,1% 35,6%Tipo de questão depois do intervalo
0% 25% 50% 75% 100% 2,2% 2,3% 53,5% 34,5% 23,5% 20,6% 20,7% 42,7%Percentagem dos Detalhes por tipo
de questão
0% 25% 50% 75% 100% NICHD DMF 8,4% 0,1% 62% 19,8% 25,4% 26,6% 4,2% 53,6%Conclusões
As entrevistas com o protocolo utilizaram mais questões abertas
A maioria dos detalhes foram obtidos através de questões que estimulam a evocação livre
Ainda uma elevada percentagem de questões de escolha múltipla
A optimização deste procedimento necessita
articulação, especialização, treino e supervisão dos diferentes atores judiciais
Recomendações
1. Adotar a utilização do registo vídeo, nos termos do CPP, como forma preferencial de registo de entrevista (Sala adaptada para a entrevista forense).
2. A adoção do Protocolo de Entrevista Forense do NICHD como
metodologia para a obtenção da prova testemunhal da criança e de outras vítimas especialmente vulneráveis.
3. Criação de um corpo de entrevistadores forenses.
4. Estabelecer um sistema de monitorização e supervisão das práticas de entrevistas e aplicação do Protocolo de Entrevista Forense do NICHD.
5. Providenciar formação especializada em Psicologia do Testemunho, intensiva e contínua, aos diversos atores judiciais, no sentido de os habilitar a uma melhor avaliação da prova testemunhal.
cespeixoto@gmail.com
https://sites.google.com/site/projectonichd
Agradecimentos:
Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. (INMLCF) Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT)(PTDC/MHC-PAP/4295/2012) e
pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) (CCOMP-01-0124-FEDER-029554)
Michael Lamb (U. Cambridge); Catarina Ribeiro (U. Católica Portuguesa/ INMLCF); Teresa Magalhães (FMUP); David La Rooy (Royal Holloway); Isabel Alberto (U. Coimbra); Rui do Carmo (Ministério Público); Raquel Fernandes (INMLCF); Telma Almeida (INMLCF); Júlia Silva (INMLCF);
Ana Salgado (INMLCF); Raquel Pacheco (INMLCF); NICHD Protocol