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O desempenho econômico da empresa Magazine Luiza S/A antes e após a sua inserção no mercado acionário (estudo de caso - 2010/2012)

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

JACIELE NEGRETTE MOREIRA

O DESEMPENHO ECONÔMICO DA EMPRESA MAGAZINE LUIZA S/A

ANTES E APÓS A SUA INSERÇÃO NO MERCADO ACIONÁRIO

(Estudo de Caso – 2010/2012)

Ijuí (RS), 2013

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JACIELE NEGRETTE MOREIRA

O DESEMPENHO ECONÔMICO DA EMPRESA MAGAZINE LUIZA S/A

ANTES E APÓS A SUA INSERÇÃO NO MERCADO ACIONÁRIO

(Estudo de Caso – 2010/2012)

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas, do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientadora: Ms. Marlene Köehler Dal Ri

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A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

O DESEMPENHO ECONÔMICO DA EMPRESA MAGAZINE LUIZA S/A

ANTES E APÓS A SUA INSERÇÃO NO MERCADO ACIONÁRIO

(Estudo de Caso – 2010/2012)

elaborada por

JACIELE NEGRETTE MOREIRA

como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Economia.

Ijuí (RS), 13 de dezembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Ms. Marlene Köhler Dal Ri

Orientadora

_______________________________________ Prof.

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AGRADECIMENTOS

Ao longo deste estudo diversas pessoas contribuíram, de forma direta ou indireta, na sua construção. Em vista disto agradeço especialmente:

A Deus, pois muitas vezes foi Ele quem me deu força e coragem para não desistir e seguir em frente.

À minha família, que durante toda a minha vida, incondicionalmente me apoiou, incentivou e acreditou em mim e nas minhas capacidades, como pessoa e

profissional.

Aos meus amigos que, mediante a emissão de opiniões e experiências, me ajudaram na elaboração deste estudo.

À professora Marlene Köhler Dal Ri, por sua orientação, estímulo e apoio prestados, que foram de fundamental importância para a realização deste estudo e para o meu enriquecimento pessoal e profissional.

E, a todos os professores e amigos, que me ensinaram e ajudaram, de forma direta ou indireta, nesta longa caminhada em busca da graduação.

A todos os colaboradores da empresa Magazine Luiza S/A que, com muita boa vontade e paciência, viabilizaram a execução deste estudo.

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Dedico este estudo à pessoa que eu mais amo neste mundo: minha mãe – Vitalina Negrete!

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RESUMO

O presente estudo constitui-se numa pesquisa exploratória, bibliográfica e de estudo de caso, que teve a análise fundamentalista como eixo norteador. O objetivo geral do estudo buscou analisar o desempenho econômico da empresa Magazine Luiza S/A na Bolsa de Valores no período de 2010 a 2012, ou seja, antes e após a sua inserção no mercado acionário. A fim de analisar o desempenho da empresa Magazine Luiza no período em questão foram utilizados indicadores financeiros como: Indicadores de Liquidez, Indicadores de Endividamento, Giro de Valores Cíclicos e Indicadores de Rentabilidade. Os indicadores financeiros dos três exercícios sociais da empresa após a sua abertura de capital foram analisados trimestralmente (2010, 2011 e 2012), apresentando resultados satisfatórios. Entretanto, no final de 2011 até meados de 2012, os prejuízos foram significativos, decorrentes, principalmente, dos custos e das despesas extraordinárias, bem como dos créditos fiscais não aproveitados. O prejuízo computado pela empresa em 2011 ficou em torno de R$ 40,7 milhões. No final de 2011, em função do quarto trimestre em prejuízo, o Magazine Luiza colocou em prática um programa de racionalização de despesas que visa incluir todo o tipo de gasto operacional. Este tem sido o foco principal da companhia desde janeiro de 2012, e inclui a revisão dos quadros administrativos e de lojas. A análise fundamentalista se mostrou eficiente para analisar o desempenho da empresa Magazine Luiza S/A antes e após sua inserção no mercado acionário.

Palavras-chave: Magazine Luiza S/A. Análise fundamentalista. Indicadores financeiros. Mercado acionário.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Funções da Bolsa de Valores... 19

Quadro 2. Índices de aplicabilidade da Liquidez Corrente, Seca e Geral... 35

Quadro 3. Liquidez Corrente: AC/PC... 51

Quadro 4. Liquidez Geral: AC + RLP/PC + ELP... 52

Quadro 5. Liquidez Imediata: Disponibilidade/PC... 53

Quadro 6. Liquidez Seca: AC – Est./PC ... 54

Quadro 7. Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido: LQ/PL*100... 55

Quadro 8. Grau de Endividamento: (PC + ELP) / Ativo Total... 56

Quadro 9. Capital Circulante Líquido: AC – PC... 57

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas do processo de subscrição de novas ações... 25

Figura 2. Razões para abertura de capital... 26

Figura 3. Custos e obrigações da abertura de capitais... 26

Figura 4. Fases de negociações no mercado acionário... 28

Figura 5. Fachada da primeira loja Magazine Luiza, em Franca, SP... 38

Figura 6. Luiza Helena Trajano entre os fundadores da rede: Pelegrino José Donato e Luiza Trajano... 42

Figura 7. Resultado das principais empresas varejistas em 2010... 43

Figura 8. Comportamento das ações do Magazine Luiza S/A (2011)... 44

Figura 9. Venda de saldão no Magazine Luiza S/A... 45

Figura 10. Ranking do varejo por receita bruta (em R$ bilhão)... 46

Figura 11. Ranking das vendas de móveis e eletrodomésticos... 47

Figura 12. Síntese da trajetória do Magazine Luiza S/A... 47

Figura 13. Evolução do Ativo Total da empresa Magazine Luiza S/A, período mar./2010 a dez./2012 (em R$)... 48

Figura 14. Evolução do Patrimônio Líquido, do Passivo Circulante e do Ativo Circulante da empresa Magazine Luiza S/A, período mar./2010 a dez./ 2012 (em bilhões de reais)... 49

Figura 15. Evolução do Lucro Líquido do Magazine Luiza S/A (período de 2010 a 2012)... 50

Figura 16. Índice de Liquidez Corrente da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 51

Figura 17. Índice de Liquidez Geral da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 52

Figura 18. Índice de Liquidez Imediata da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 53

Figura 19. Índice de Liquidez Seca da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 54

Figura 20. Índice da Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 55

Figura 21. Índice do Grau de Endividamento da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 57

Figura 22. Índice do Capital Circulante Líquido da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 58

Figura 23. Índice do Capital de Giro da empresa Magazine Luiza S/A, período 2010/2012... 59

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 REFERENCIAL TEÓRICO ... 13

1.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ... 13

1.2 A RENDA, A POUPANÇA E O INVESTIMENTO ... 14

1.3 O MERCADO DE CAPITAIS ... 15

1.3.1 A importância das estratégias adotadas no mercado de capitais para o desenvolvimento econômico ... 18

1.4 MERCADO DE AÇÕES ... 20

1.4.1 A importância do mercado de ações no desenvolvimento econômico das empresas ... 21 1.5 MERCADO PRIMÁRIO ... 22 1.6 MERCADO SECUNDÁRIO ... 23 1.7 ABERTURA DE CAPITAIS ... 24 2 METODOLOGIA ... 29 2.1 TIPO DE PESQUISA ... 29 2.2 COLETA DE DADOS ... 29

2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 30

2.4 MÉTODOS DE ANÁLISE DO MERCADO DE AÇÕES ... 30

2.4.1 Liquidez Corrente (LC) ... 33

2.4.2 Liquidez Geral (LG) ... 34

2.4.3 Liquidez Imediata (LI) ... 34

2.4.4 Liquidez Seca (LS) ... 34

2.4.5 Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (RPL) ... 35

2.4.6 Grau de Endividamento (GE) ... 36

2.4.7 Capital Circulante Líquido (CCL) ... 37

2.4.8 Capital de Giro (CG) ... 37

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 38

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO MAGAZINE LUÍZA ... 38

3.1.1 Histórico ... 38

3.1.2 Crédito ... 40

3.1.3 Seguros ... 41

3.2 ANÁLISE FUNDAMENTALISTA DA EMPRESA MAGAZINE LUIZA S/A ... 48

3.3 INDICADORES DE LIQUIDEZ ... 51

3.3.1 Liquidez Corrente ... 51

3.3.2 Liquidez Geral ... 52

3.3.3 Liquidez imediata ... 53

3.3.4 Liquidez Seca ... 54

3.4 RENTABILIDADE SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO ... 55

3.5 GRAU DE ENDIVIDAMENTO ... 56

3.6 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO ... 57

3.7 CAPITAL DE GIRO ... 58

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 60

REFERÊNCIAS ... 63

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INTRODUÇÃO

No atual cenário econômico percebe-se que as grandes empresas estão cada vez mais em busca de novos mercados, produtos e diferentes maneiras de investimento. Neste sentido, empresas abrem seu capital como uma alternativa que o mercado de capitais proporciona como uma fonte de financiamento de grande valia para as instituições. Isso leva a refletir sobre o mercado de capitais brasileiro, considerado um canal fundamental de captação de recursos que possibilita o desenvolvimento das empresas, contribuindo para o crescimento econômico do país.

Num sistema capitalista, empresas são criadas ou fechadas de acordo com a demanda do mercado, isto é, dos consumidores. Empreendedores arriscam suas ideias e capital em um produto ou serviço ainda não testado, e a sua aceitação por parte do público é que viabiliza ou não a sobrevivência da empresa. Este é um processo dinâmico, competitivo, e que garante o melhor atendimento ao consumidor, pois seu direito de escolha é a maior arma no mercado livre.

A concorrência e a injeção de recursos no mercado de produtos similares criam nas empresas, principalmente nesta época em que a globalização virou moda, a necessidade de buscar formas que as torne diferente dos concorrentes.

O capitalismo é um processo em constante alteração e, portanto, as empresas entram em um mundo onde a sobrevivência se dá pela competição dos melhores bens e serviços disponíveis ao comprador ou cliente. É ele, por meio de suas preferências, o responsável pela sobrevivência das empresas. Por outro lado, estas empresas devem estar em constante aprimoramento para permanecer nesse mercado cada vez mais acirrado.

A preocupação que reina hoje entre os investidores é com relação às oscilações e incertezas do mercado nacional e internacional de investimentos. História recente dos Estados Unidos lembra a crise que abalou o mercado internacional. Na época, o mercado financeiro americano investiu em negócios de alto risco – os subprime1, cujos resultados foram extremamente negativos e refletiram mundialmente, inclusive no Brasil.

Sabe-se hoje que o retorno dos investimentos depende de muitos fatores, a exemplo do desempenho da empresa, do comportamento da economia, entre outros. A tão buscada rentabilidade constitui-se de dividendos e da participação dos resultados e benefícios

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concedidos pela empresa, além do ganho de capital proveniente da venda de ações na Bolsa de Valores.

A entrada de bens e investimentos estrangeiros produz um ambiente mais competitivo, forçando as instituições domésticas a se tornarem mais eficientes. A abertura ao capital estrangeiro diretamente aumenta a liquidez e baixa os custos do capital para investimentos produtivos.

Bons investimentos tornam pessoas mais produtivas e maior produtividade é o caminho para a prosperidade. Bons investimentos somente podem ocorrer se, mediante um sistema financeiro eficaz, fundos forem canalizados para aqueles com boas oportunidades de investimento.

O mercado voltado ao consumo na atual conjuntura não é considerado mais um diferencial de mercado. É necessário muito mais, e é somente por meio do conhecimento que é possível alcançar essa diferenciação. A imagem da empresa junto ao consumidor é fator determinante para o aumento do faturamento e, na maioria das vezes, para que isso ocorra a empresa necessita adquirir capital para fomentar seu crescimento e desenvolvimento. Para o mercado de capitais essa necessidade de alavancar recursos é de suma importância para que o país se desenvolva economicamente.

Um mercado de capitais frágil causa perdas na sociedade, tanto sociais como econômicas. Já o mercado de capital fortalecido gera mais e novos investimentos, ocasionando com isso o desenvolvimento de toda a sociedade, o aumento do número de empregos, maior riqueza, mais investimento, contribuindo assim para o desenvolvimento do país.

Os mercados acionários, como subdivisão dos mercados de capitais, executam tarefas vitais nas economias. Em primeiro lugar, auxiliam o processo de alocação de recursos financeiros, provendo oportunidades de investimentos e oportunidades de obtenção de capital. De forma adicional, fornecem informações sobre os preços dos títulos negociados e informações sobre as perspectivas futuras da empresa enxergadas pelo mercado e refletidas nos preços.

A abertura de capital pelas empresas representa uma redução de risco, pois os recursos dos sócios investidores, da mesma forma como o dinheiro que o empresário colocou no empreendimento, não tem prazo de amortização ou resgate. Diferentemente de empréstimos, não exigem rendimento definido: o retorno dos investidores depende do desempenho da empresa. Assim, uma companhia aberta tende a ser muito menos afetada pela volatilidade econômica. Os seus executivos têm maior facilidade e flexibilidade para planejar, sem que

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energia e criatividade sejam consumidas totalmente na administração das pressões diárias dos compromissos financeiros.

A abertura de capital também pode proporcionar liquidez patrimonial, que nada mais é do que a possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios transformarem em dinheiro, a qualquer momento, parte das ações que possuem na empresa.

Um mercado acionário desenvolvido, portanto, com bom volume, apresentando liquidez e adequada regulamentação, facilita os negócios de mudança de controle, o que tem contribuído para o aumento da produtividade econômica nos últimos anos. A demanda por informações e demonstrações financeiras de qualidade, por parte do mercado acionário, é um fator que estimula a cultura empresarial e o público geral, com frutos para toda a atividade econômica. A avaliação do risco é um dos aspectos mais importantes no processo de tomada de decisão, seja para investimento ou para captação de recursos, uma vez que no mercado financeiro é fundamental que o investidor não assuma riscos desnecessários.

O Brasil encontra-se em uma situação de mercado econômico emergente, favorecido pelo crescimento acelerado da economia interna, cujo PIB, nos anos de 1997 a 2006 demonstrou um crescimento de 22,2% (IBGE, 2007). Com esse crescimento do PIB houve uma expansão na economia, fazendo com que o sucesso dos investimentos esteja cada vez mais relacionado à participação dos acionistas. Ao apresentarem grande interesse na participação dos resultados das empresas, os acionistas impulsionam o seu crescimento. Nota-se, outrossim, um aumento notável no número de investidores Pessoa Física (PF) que, segundo a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou 555.768 em 2009, representando 30,53% dos investidores em ações.

Os investidores Pessoa Física perdiam apenas para os estrangeiros, que eram donos de 33,67% dos investimentos em ações no Brasil. Já em fevereiro de 2010 esse quadro mostrou-se inverso, quando passou a haver 32,05% de investidores brasileiros contra 27,83% de investidores estrangeiros, claramente expondo a inversão dessa tendência. Com a entrada de um número maior de investidores Pessoa Física na Bolsa de Valores, também deverá ser maior a quantidade de ferramentas para a gestão destes investimentos. Dados financeiros extraídos dos balanços contábeis são informações de fácil acesso para investidores, portanto, é importante verificar se eles podem ajudar os investidores a tomarem suas decisões.

Em face da situação anteriormente descrita formulou-se o seguinte problema: qual foi o desempenho econômico da empresa Magazine Luíza S/A referente aos resultados financeiros antes e após a sua inserção no mercado acionário?

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O objetivo geral do estudo é analisar o desempenho econômico da empresa Magazine Luiza S/A na Bolsa de Valores no período de 2010 a 2012, ou seja, antes e após a sua inserção no mercado acionário, utilizando para tanto a análise fundamentalista.

Como objetivos específicos pode-se citar a busca de referencial teórico que conceitue e defina os indicadores das análises em estudo; realizar análises fundamentalistas da empresa Magazine Luiza S/A no período de 2010 a 2012, ou seja, antes e após a inserção da empresa no mercado acionário; verificar e comparar o desempenho da empresa por meio dos indicadores da análise fundamentalista; e analisar os indicadores levantados sobre a situação da empresa e a rentabilidade de suas ações a partir da sua inserção no mercado imobiliário.

O estudo se justifica pelo seu grau de relevância, e também pelo interesse da acadêmica em ampliar seus conhecimentos no cenário econômico. Essa intenção é fortalecida em função de atuar numa das filiais da empresa há mais de seis anos, onde teve a oportunidade de crescer profissionalmente, e hoje é analista de crédito. O estudo também se justifica em função do seu interesse pelo tema, o que decorre das aulas assistidas durante o curso de Economia da Unijuí, as quais evidenciaram o comportamento do mercado acionário e da Bolsa de Valores. Adveio, então, uma curiosidade e simpatia pelo tema que até há pouco tempo era desconhecido e confuso. Do ponto de vista pessoal, portanto, o estudo interessa à acadêmica, pois ela aspira contribuir no sentido de facilitar a compreensão do tema pelo público menos privilegiado e, ainda, concluir a sua Graduação em Economia.

Esta monografia está estruturada em três capítulos. O primeiro traz o referencial teórico, que fundamenta o estudo a partir dos conceitos de estudiosos sobre o mercado financeiro, desenvolvimento econômico, análise fundamentalista, entre outros conceitos. O segundo capítulo descreve o percurso metodológico percorrido ao longo do estudo, com ênfase ao tipo de pesquisa, coleta, análise e interpretação dos dados, e a caracterização da empresa Magazine Luiza S/A. O terceiro capítulo, finalmente, faz uma análise fundamentalista da empresa em estudo, apresentando os resultados obtidos com a análise proposta pela pesquisa. Na sequência constam as considerações finais, as referências que embasaram o estudo, e os anexos, os quais ilustram e complementam o estudo.

Finalmente, pode-se afirmar que este trabalho pretende possibilitar conhecimentos profissionais, os quais contribuirão para a atuação de profissionais que desejam ter um referencial a respeito do assunto, bem como um meio para gerar novas informações que dizem respeito ao tema.

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1 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo visa fundamentar teoricamente o estudo em pauta, ou seja, traz os conceitos de estudiosos a respeito do desenvolvimento econômico, renda, investimento e poupança, mercado de capitais e dos métodos de análise desse mercado tão comentado e procurado nos dias atuais. Sua compreensão é fundamental para analisar o desempenho econômico da empresa Magazine Luiza S/A antes e após a sua inserção no mercado acionário.

1.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

O desenvolvimento econômico é um tema que permeia os estudos de inúmeros autores da atualidade. Entre eles, um dos mais notáveis é o austríaco Joseph Alois Schumpeter (1997), que publicou a obra Teoria do Desenvolvimento Econômico.

Em sua obra Schumpeter (1997, p. 75) conceitua o desenvolvimento econômico como “uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, perturbação do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de equilíbrio previamente existente”.

Para ele, o desenvolvimento econômico constitui uma combinação de meios de produção embasadas nas inovações. Nesse sentido, Schumpeter (1997) afirma que a economia se mantém numa posição de equilíbrio estático se não houver empresários audaciosos com suas inovações tecnológicas. E complementa que o desenvolvimento é definido pela realização de novas combinações:

Esse conceito engloba os cinco casos seguintes: 1) Introdução de um novo bem — ou seja, um bem com que os consumidores ainda não estiverem familiarizados — ou de uma nova qualidade de um bem; 2) Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método que ainda não tenha sido testado pela experiência no ramo próprio da indústria de transformação, que de modo algum precisa ser baseada numa descoberta cientificamente nova, e pode consistir também em nova maneira de manejar comercialmente uma mercadoria; 3) Abertura de um novo mercado, ou seja, de um mercado em que o ramo particular da indústria de transformação do país em questão não tenha ainda entrado, quer esse mercado tenha existido antes, quer não; 4) Conquista de uma nova fonte de oferta de matérias-primas ou de bens semimanufaturados, mais uma vez independentemente do fato de que essa fonte já existia ou teve que ser criada; 5) Estabelecimento de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma posição de monopólio (por exemplo, pela trustificação) ou a fragmentação de uma posição de monopólio. (SCHUMPETER, 1997, p. 76).

Em suma, o desenvolvimento capitalista é um processo de mudança, movido pelas inovações, e o desenvolvimento de uma nação se dá, principalmente, a partir do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) (SCHUMPETER, 1997).

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O Novíssimo Dicionário de Economia, de autoria de Paulo Sandroni (1999) apresenta o Produto Interno Bruto (PIB) como sendo a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do território nacional em determinado lapso de tempo, sendo considerada tão somente a produção corrente deste período, excluindo-se as transações intermediárias.

O PIB revela o quanto cada indivíduo receberia se a produção interna bruta fosse distribuída igualmente entre seus habitantes. Sandroni (1999) explica ainda que o índice pode ser dividido em produto interno (integra toda a produção realizada no país, sem considerar se a produção é nacional ou multinacional instalada no país), e produto nacional (produção exclusiva do país, pois emprega fatores que pertencem aos residentes do país, independente do local onde o produto é fabricado).

A diferença, entretanto, entre os dois produtos compõe a renda líquida enviada ao exterior (RLE), pois um exclui o outro. Em outras palavras, enquanto o produto interno inclui a renda líquida enviada ao exterior, o produto nacional exclui esta mesma renda.

Percebe-se que ao longo do tempo, países hoje considerados desenvolvidos, lançaram esforços no sentido de acumular capital, investindo-o na própria produção e, assim, gerando o crescimento da poupança e do investimento. Por essa razão é fundamental discorrer, mesmo que brevemente, sobre aspectos que compõem a renda, a poupança e o investimento.

1.2 A RENDA, A POUPANÇA E O INVESTIMENTO

A renda, ou os ganhos, permitem a sobrevivência do ser humano, garantindo-lhe a alimentação, o vestuário, a moradia, ou seja, viver em sociedade. Em outras palavras, a renda gera o consumo.

Existe, porém, uma quantia dessa renda que não é gasta, e que se transforma em poupança. Segundo entendimento de Sandroni (1999), a poupança é a renda nacional ou individual que é guardada e aplicada depois de deduzidos os impostos.

Países que possuem uma inflação controlada, a exemplo dos Estados Unidos e Alemanha, têm o hábito de poupar, diferente daqueles países que vivem numa inflação elevada, que corrói os salários da população. Em forma de poupança, os valores aplicados podem ser utilizados posteriormente, tanto como investimento em fatores de produção, como em algum investimento financeiro.

Depreende-se daí que o desenvolvimento econômico pode assumir diferentes aspectos, dependendo do regime político e do grau de riqueza da sociedade. Em economias socialistas, são os escritórios de planejamento que decidem onde os recursos serão aplicados, sempre

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atendendo as necessidades sociais básicas. Em contraste, nas sociedades capitalistas os empresários, atentos às oportunidades de mercado, ditam as decisões de investimento. Já em países menos desenvolvidos, são poucos os empresários que detêm capital próprio disponível.

Rudge e Cavalcante (1996) defendem o surgimento de um importante movimento dentro do espaço econômico do investimento:

Umas das formas de adequar o processo poupança-investimento, carreando economias individuais para capitalizar empresas e bancar o desenvolvimento econômico, é a intermediação financeira, utilizando as forças de um sistema e de um mercado financeiro organizados. (RUDGE; CAVALCANTE, 1996, p. 35)

Nesse sentido, surgem as Bolsas de Valores, cujo papel é aproximar os agentes tomadores de recursos dos ofertadores, a fim de efetivar o investimento dentro das regras estabelecidas pelo mercado. Os agentes tomadores, neste caso, são as empresas, e é a partir delas que a economia se move, ou seja, a empresa é o “motor” do desenvolvimento econômico, tanto na agropecuária, na indústria, no comércio e nos serviços.

Enfim, a captação de recursos por intermédio do mercado de capitais possibilita o investimento, que deve ampliar a produção e as vendas, ou a aquisição de outras empresas. Nos dois casos, porém, há geração de emprego e de renda, que movimentam a economia do país como um todo.

1.3 O MERCADO DE CAPITAIS

O mercado de capitais representa o esquema de circulação de capital, o qual movimenta o desenvolvimento econômico. Ele está estruturado de forma a suprir as necessidades de investimentos dos agentes econômicos, por meio de diversas modalidades de financiamentos a médio e longo prazo para capital de giro e capital fixo. O mercado de capitais oferece também financiamentos com prazo indeterminado, como as operações que envolvem a emissão e subscrição de ações. Ou seja, o mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização.

Quando as famílias poupam, elas põem fundos à disposição de tomadores de empréstimos. Sempre que as empresas investem precisam tomar empréstimos. O mercado de capitais financeiro é o mercado no qual a oferta de fundos é alocada àqueles que desejam tomar empréstimos. Por essa razão, também é chamado de mercado de fundos emprestáveis. O equilíbrio no mercado de capitais exige que a poupança (oferta de fundos) seja igual ao investimento (demanda de fundos). (STIGLITZ; WALSH, 2003, p. 128).

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Em seus estudos, Fortuna (2005) conceitua o mercado de capitais como um sistema de distribuição de valores mobiliários, cujo propósito é proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. Fazem parte do mercado de capitais as bolsas de valores, as sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Nesse mesmo rumo traz-se o entendimento de Assaf Neto (2006), para quem o mercado de capitais constitui-se num dos quatro grandes segmentos do mercado financeiro, formado também pelo mercado monetário, de crédito e cambial. Nesse cenário, o mercado de capitais assume importante papel como gerenciador do processo de desenvolvimento econômico, uma vez que é a grande fonte de recursos de longo prazo para investimentos da economia. Além disso, este mercado possui forte ligação entre os agentes que possuem capacidade de poupança e aqueles investidores que são carentes de recursos em longo prazo.

Segundo o autor, o mercado de capitais assume o papel dos mais relevantes no processo de desenvolvimento econômico. Para ele, o mercado de capitais “é o grande municiador de recursos permanentes para economia, em virtude da ligação que efetua entre os que têm capacidade de poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo, que apresentam déficit de investimento” (ASSAF NETO, 2006, p. 79).

Enquanto isso, para Pinheiro (2007, p. 130), “o mercado de capitais pode ser definido como um conjunto de instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização de recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores”.

O autor supracitado ressalta em seus estudos, que o surgimento desse mercado está embasado em dois princípios, que são: a) contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor de capitais para os investimentos, estimulando a formação de poupança privada; e b) permitir e orientar a estruturação de uma sociedade pluralista, baseada na economia de mercado, permitindo a participação coletiva de forma ampla na riqueza e nos resultados da economia (PINHEIRO, 2007).

O conceito emitido por Rudge e Cavalcante (1996) ressalta que o mercado de capitais é ferramenta essencial e fundamental ao funcionamento das economias modernas porque permite melhor eficiência na troca de riquezas entre os agentes econômicos.

Já a Comissão de Valores Mobiliários – CVM (2008), ao conceituar o mercado de capitais, expressa que os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas – as ações – ou empréstimos tomados via mercado por empresas – as chamadas debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers – os quais

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permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. Segundo a referida Comissão,

o mercado de capitais abrange, ainda, negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação. À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte principal do financiamento dos investimentos de um país. Tais investimentos são o motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com consequente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante. (CVM, 2008).

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM, 2008), na tentativa de compreender porque as empresas entram no mercado acionário, explica que “uma instituição decide emitir ações que correspondem a frações dela e vendê-las para o público, principalmente para obter mais recursos”. Com isso a empresa financia seus projetos de investimentos e se torna mais competitiva. Enquanto isso, os sócios podem tornar seu patrimônio mais líquido, já que poderão vender partes dela e, assim, diminuir o risco do seu patrimônio.

Em seu site eletrônico, a CVM (2008) explica ainda que

Uma empresa com ações na bolsa ganha muito mais projeção e reconhecimento, pois será constantemente avaliada pelos investidores, que expressarão sua percepção acerca do futuro dela através da negociação de suas ações.

Com relação aos riscos, se questões como mudança de controle (por isso deve-se avaliar com cuidado que participação da empresa irá ao mercado), e o IPO (Inicial

Public Offering – essa primeira venda de ações) forem um fracasso, a empresa não

alcançará o capital desejado.

O investimento inicial é elevado, especialmente para empresas pequenas. A taxa de análise de registro de listagem de valores mobiliários para emissores de ações é de R$ 51 mil e a anuidade tem valor mínimo de R$ 35 mil. Outros custos incluem os de auditoria, fiscalização da CVM e publicação de balanços. Avaliá-los é fundamental para garantir uma capitalização bem-sucedida.

Segundo dados da Bovespa (2012), os principais títulos negociados no mercado de capitais são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e commercial papers —, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. Além disso, o mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.

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O mercado brasileiro de capitais, portanto, é composto pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e demais instituições financeiras autorizadas. As Bolsas de Valores e as instituições financeiras, por sua vez, são formadas por bancos e companhias de investimento e de seguro, e atuam na compra e na venda de ações e de títulos de dívida em geral. Mais do que isso, essas empresas promovem a liquidez aos títulos e viabilizam a sua capitalização, caracterizando-se como verdadeiros sistemas de distribuição de valores mobiliários.

As Bolsas de Valores, ao impulsionarem o avanço da economia em geral, acabam atraindo cada vez mais investidores, pois as pessoas investem, participando dos riscos e dos resultados das atividades produtivas. Essa participação em massa exerce um importante papel na solidificação da economia, uma vez que corrobora a diminuição dos riscos.

O mercado de ações, por outro lado, é semelhante ao mercado de capitais. No mercado de capitais ocorre a compra de uma participação no empreendimento, que seriam as ações, ao contrário de haver um empréstimo de recursos. Quanto mais desenvolvida for uma economia, mais ativo é o seu mercado de capitais. Isso se traduz em mais oportunidades para os agentes econômicos (pessoas, empresas e instituições) aplicarem suas poupanças.

O investidor em ações participa da produção de bens, dos quais ele também é consumidor. Como acionista, ele é sócio da empresa e se beneficia da distribuição de dividendos sempre que a empresa obtiver lucros. Essa é a mecânica da democratização do capital de uma empresa e da participação em seus lucros (CVM, 2008).

1.3.1 A importância das estratégias adotadas no mercado de capitais para o desenvolvimento econômico

Nos países capitalistas mais desenvolvidos o mercado de capitais é forte e dinâmico. Seu objetivo é canalizar as poupanças (recursos financeiros) da sociedade para o comércio, a indústria, outras atividades econômicas e para o próprio governo. Enquanto isso, nos países em desenvolvimento, a fraqueza do mercado de capitais dificulta a formação de poupança, obrigando esses países a recorrerem ao mercado internacional de capitais, que representa um sério obstáculo ao desenvolvimento (ROSSETTI, 1999).

O desenvolvimento econômico, portanto, está basicamente ligado a um mercado de capitais eficiente, pois a autopoupança e o fomento estatal são artifícios limitados.

De acordo com Rossetti (1999), a expansão da renda só se dá por meio de investimento em capital, na medida em que este é um insumo necessário para um processo produtivo eficiente, capaz de produzir bens em quantidade acessível à maioria da população.

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O mercado de capitais, segundo Rossetti (1999), é uma peça importante para a consolidação do desenvolvimento econômico brasileiro recente. Por ele transitam inúmeras atividades capazes de fomentar uma estratégia bem sucedida de crescimento da economia, diminuição da desigualdade de renda e construção de bem-estar social. Tradicionalmente, contudo, esse mercado no Brasil tem se pautado pela necessidade de financiamento da dívida pública. Embora disponha de ampla infraestrutura e capacidade operacional financeira, percebe-se timidez no financiamento do setor privado e pouca afeição às operações de longo prazo.

As bolsas de valores em qualquer parte do mundo estão a serviço das empresas e dos investidores, para canalizar e distribuir recursos da poupança em expansão das empresas e possibilidade de ganhos aos investidores. As principais funções da Bolsa de Valores são:

Quadro 1. Funções da Bolsa de Valores

Ponto de Vista Funções

Investidor ̶ Facilitação da canalização da poupança pela concentração na bolsa de empresas de todos os tamanhos.

̶ Cnalização das poupanças dos poupadores para atividades mais produtivas.

̶ Segurança jurídica e econômica, baseada nas regulamentações do mercado.

̶ Liquidez para o investimento de valores Tomadores ̶ Facilita a obtenção de fundos a longo prazo.

Economia ̶ A economia é um dos fatores determinantes na formação dos preços bursáteis. Por sua vez, os índices de ações constituem importantes indicadores conjunturais.

̶ Ao favorecer o financiamento empresarial, constitui um importante elemento na expansão e no crescimento econômico.

̶ Submete as empresas a um julgamento de racionalidade econômica. A cotação bursátil reflete o desempenho da empresa.

Social ̶ Facilita a poupança de pequenos poupadores e a oportunidade de investimento.

̶ Facilita o conhecimento do preço de mercado, o que serve de proteção à poupança.

̶ Favorece a estabilidade social, ao tornar possível o incremento do número de poupadores-investidores.

̶ A organização dá segurança ao tráfico jurídico mercantil.

Fonte: Pinheiro (2007, p. 177).

As bolsas de valores têm o dever de repassar aos investidores (por meio de revistas, boletins e meios eletrônicos) informações sobre seus negócios diários, comunicados relevantes de empresas abertas, dados de mercado e tudo o mais que contribua para a transparência das operações. No Brasil, a atividade das bolsas é normatizada e fiscalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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1.4 MERCADO DE AÇÕES

O mercado de ações compõe o mercado de capitais e, nas empresas de capital aberto, ele se volta à captação de recursos financeiros. Esta captação é feita em Bolsas de Valores, que são estruturas funcionais, organizadas e estruturadas para dar atendimento aos compradores de ações.

Quem adquire ações tem por objetivo obter rentabilidade e dividendos a partir da compra e venda dos títulos. A sua renegociação caracteriza a volatilidade da rentabilidade das ações, bem como a possibilidade de investimentos por parte do especulador.

Ao comprar ações de uma empresa, as pessoas estão adquirindo uma fração do seu patrimônio. Assim, se ela emite um milhão de ações, a pessoa que comprar cem delas será detentora de 0,01% da empresa. De acordo com Stiglitz e Walsh (2003), os investidores optam por essa aplicação, primeiro, porque a empresa paga uma fração de seus ganhos diretamente aos acionistas. Esses pagamentos são denominados dividendos, ou seja, constituem a receita que resta após o pagamento de funcionários, fornecedores e juros devidos aos bancos e/ou a outros emprestadores financeiros. As empresas distribuem, em média, um terço de seus ganhos como dividendos. O restante, que são os lucros retidos, é reservado para investimentos. Assim, o montante dos dividendos depende dos ganhos reais da empresa e da proporção que ela decide distribuir aos acionistas.

Outra razão apontada por Stiglitz e Walsh (2003) como responsável pela opção dos investidores em comprar ações diz respeito ao fato que, além de receber dividendos, esses investidores esperam ganhar dinheiro com a elevação do seu valor. Posteriormente passam a vendê-las por um preço mais alto, caracterizando o que os autores denominam ganho de

capital, ou seja, o aumento no preço de uma ação (ou de qualquer outro ativo). Na contramão

disso, se o ativo é vendido a um preço inferior ao da compra, o investidor sofre uma perda de capital.

Em seus estudos, Heilbroner (2001) afirma que o mercado de ações é afetado diretamente de três maneiras. Inicialmente, cabe lembrar que o mercado tem sido uma espécie de barômetro das expectativas da comunidade ligada aos negócios de um modo geral. Isso porque, mais do que das próprias empresas não financeiras, a demanda e a oferta de ações vêm de negociantes de ações, corretores de ações e do público investidor.

O mesmo autor observa que, nos EUA, o relacionamento tradicional foi diminuído de forma veemente pelo crescente poder do governo em influenciar a tendência dos eventos econômicos. Segundo Heilbroner (2001, p. 119), foi por isso que, “apesar das grandes

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oscilações do mercado de ações desta última década, os investimentos empresariais em instalações e equipamentos mantiveram-se basicamente constantes”.

Essa constância nos investimentos reflete a confiança dos dirigentes empresariais em relação às políticas governamentais, sua convicção de que tais políticas manterão a economia em crescimento, independentemente da opinião que o “mercado” possa ter sobre os acontecimentos. Exemplo disso foi o que aconteceu nos anos de 1994 e 1995, quando a economia cresceu lentamente, mas, mesmo assim, o mercado de ações subiu muito.

Ainda segundo Heilbroner (2001), emitir novas ações ou obrigações cujas receitas pagam as instalações e equipamentos é uma das maneiras de financiar o investimento. Este pode ser considerado um segundo efeito direto do mercado de ações. Nesse caso, os investimentos têm a ver com a facilidade da emissão de novas ações. É muito mais fácil fazer uma nova emissão quando o mercado está em alta do que quando os preços estiverem caindo. Isso é válido em determinados ramos, como em serviços públicos, por exemplo. Quando um mercado está em alta, também é mais fácil para os capitalistas investidores levantar fundos para emprestar a empresas novas. O investimento em capital de risco, com grandes lucros, em poucos anos pode representar a venda de ações dessas novas empresas.

O terceiro efeito, enfim, ocorre quando o mercado está em baixa, afirma Heilbroner (2001). Neste caso, ao invés de usar seus próprios fundos para gastos de capital, empresas com muitos fundos à disposição podem ficar tentadas a comprar outras empresas ou comprar de volta as suas próprias ações. O que acontece é que o investimento financeiro pode tomar o lugar do investimento real e fomentar o crescimento das empresas bem-sucedidas, não colaborando com o crescimento da economia.

1.4.1 A importância do mercado de ações no desenvolvimento econômico das empresas

As variações da lucratividade das empresas são o principal risco a que estão sujeitos os investidores que optam pelo mercado de ações. Isso ocorre devido à oscilação no preço das ações de uma empresa, promovida principalmente pelas perspectivas da economia, do ramo de atividade e da própria empresa. Mesmo quando as empresas não alteram o valor dos seus dividendos, diferenças nos lucros provocarão diferenças nos lucros retidos e estes se refletirão no valor das ações (STIGLITZ; WALSH, 2003, p. 328). Segundo os autores,

Quando os investidores perdem a confiança numa empresa, o preço de suas ações pode despencar. Assim, quem tiver de vender suas ações por causa de um problema de saúde pode descobrir que seu valor é muito menor. E, embora o investidor possa considerar que no futuro o valor de suas ações se recuperará, nem sempre poderá esperar por esse momento.

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Nos países em desenvolvimento, a ideia de que o mercado acionário envolveria apenas negociações na esfera financeira, desprovidas de qualquer impacto sobre o setor real da economia, mostrou-se, definitivamente, superada.

Os mercados financeiros são os locais onde se compra e se vende risco. Os riscos nunca podem ser totalmente evitados. No entanto, são perceptíveis os efeitos de diferenças no grau de risco de um ativo quando este, reduzido, o torna mais desejável.

A democratização do capital evidencia-se no comprometimento e na seriedade por parte das empresas no que tange ao seu desenvolvimento econômico, buscando cada vez mais rentabilidade de seu capital.

O investidor se arrisca principalmente quando busca aplicações financeiras de curto prazo e sem se preocupar com o mercado em que está atuando. Explicando de forma mais simples, quando opera com base no conhecimento específico de atuação da empresa, tendo como ponto fundamental a sua transparência no desempenho econômico oferecido.

1.5 MERCADO PRIMÁRIO

Em seus estudos, Pinheiro (2007) conceitua o mercado primário como aquele em que ocorre a primeira compra e venda de ações, ou seja, as ações são criadas pelas empresas e, simultaneamente, são adquiridas por investidores.

Quando uma empresa faz uma emissão de ações ou uma venda no mercado primário, ela está captando recursos no mercado para, entre outras coisas, financiar seus projetos e fazer investimentos. Os recursos obtidos entram para o caixa da empresa.

Nesse contexto, afirma Pinheiro (2007), a empresa pode abrir seu capital (colocando ações no mercado) ou fazer a emissão de um novo lote de ações (colocando mais uma parte da empresa à venda em forma de ações). E, para levantar os recursos, a empresa pode optar entre contrair dívidas ou vender ações. A venda de ações representa menos riscos para a empresa, uma vez que os novos investidores tornam-se sócios apenas dos lucros.

Dados mostram que no período compreendido entre 1980 e 1994, em média, as emissões primárias de ações com porcentagem da poupança interna bruta foram de apenas 1%. Em relação às necessidades de poupança da economia brasileira, o mercado primário de ações possui uma pequena representação (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2009).

A queda do mercado primário tem várias explicações e uma delas é o medo do risco que o empresário brasileiro expressa em relação à tradicional empresa familiar fechada,

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inibindo a absorção de novos sócios no seu capital. Ademais, a falta de incentivos para a emissão de ações é causada pelos tratamentos fiscais de juros e dividendos.

Outra dificuldade constatada na queda do mercado primário, e aqui expressa por Pinheiro (2007), é a concorrência desigual dos títulos de renda fixa. No passado, a promessa era pagar correção monetária plena, sendo considerada uma desvantagem em relação às ações. Desde 1991 não mais existe a correção monetária, mas apenas as taxas de juros reais, que flutuam entre 15 e 25% ao ano, e que acabam desestimulando a aquisição de ações.

A falta de credibilidade dos intermediários, particularmente sentida pelos médios e pequenos investidores, usualmente pessoas físicas, é outra dificuldade encontrada, revelada na medida em que surgem as dificuldades em se fazer respeitar pelas corretoras e distribuidoras.

Pode-se citar, ainda, a instabilidade da economia brasileira, a qual também contribui para a queda do mercado primário. Desde a década de 1980 houve um decréscimo significativo no número de companhias abertas. Em 1983 eram 1.152, caindo para 839 em 1993, sendo que atualmente são 874. Destas, participam ativamente do mercado de capitais menos de 200, e apenas 50 ações podem ser consideradas com liquidez adequada em Bolsa de Valores (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2009).

Essa realidade é decorrente do fato de que nos dias atuais as grandes empresas buscam se fundir a fim de se fortalecerem e terem condições para competir num mercado altamente concorrido. A esse respeito, e para solucionar a questão, os estudiosos supracitados propõem reduzir os custos de abertura de capital, o que poderia melhorar a percepção do mercado por parte do pequeno poupador.

1.6 MERCADO SECUNDÁRIO

Na outra ponta encontra-se o mercado secundário, representado pela Bolsa de Valores. É ali que os acionistas vendem suas ações para outros investidores. As Bolsas de Valores são locais onde os investidores em ações podem comprar ou vender seus papéis mediante a atuação das corretoras. Nesta etapa, segundo Cavalcante, Misumi e Rudge (2009), as empresas não se envolvem, e os negócios são realizados por meio de pregão entre antigos e novos acionistas das empresas.

O mercado da Bolsa de Valores é condição necessária para a existência de um bom mercado primário. As empresas não ganham nada diretamente com os negócios em Bolsa, mas ninguém compraria uma ação diretamente de uma empresa se não tivesse a oportunidade de vendê-la no momento em que desejasse. A empresa que tiver ações com boa liquidez, ou

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seja, muito negociadas em Bolsa, terá mais facilidade em captar novos recursos no mercado primário. Seus novos sócios se sentirão mais confortáveis frente à possibilidade de vender as ações no momento oportuno (CAVALCANTE; MISUMI; RUDGE, 2009).

O mercado de ações tem crescido nos últimos anos e se manifesta de diversas formas. Os negócios concentrados em poucas ações, em geral de empresas estatais, podem ser citados em primeiro plano. Isso se dá pelo fato de essas empresas terem baixo risco de falência e controlarem os mercados nos quais operam. As cinco ações mais negociadas em 1980, conforme Barros et al. (2000), eram responsáveis por 31% do volume total de negócios. Em 1994 esse percentual subiu para 67% e, em 2013, compreendem 80% do mercado acionário negociado na Bolsa, dados estes divulgados pela CVM.

Em segundo lugar tem-se a concentração ao nível dos investidores. O equivalente a 24% do valor de mercado das companhias abertas é obtido por investimentos em ações por parte de investidores institucionais, em particular os Fundos de Pensão, nos quais estão incluídos os de empregados de empresas estatais (BARROS et al., 2000).

A concentração no setor de intermediários financeiros encontra-se em terceiro lugar. O número de corretoras e distribuidoras diminuiu entre os anos de 1980 e 1995, mas aumentou no agregado, o de bancos comerciais e múltiplos. Ao invés de corretoras independentes que, em tese, teriam um interesse maior no mercado de ações relativamente ao mercado de renda fixa, é provável que o mercado esteja mais dominado do que antes por corretoras de bancos.

Em quarto lugar está a concentração regional. Enquanto que em 1980 a Bolsa de São Paulo negociava 48% do volume da Bolsa do Rio de Janeiro, este percentual aumentou para 692% em 1995. O número de Bolsas de Valores continuou o mesmo, mas é expressiva a concentração dos negócios em São Paulo. Já as demais Bolsas, afirmam Barros et al. (2000), são e sempre foram pouco significativas.

1.7 ABERTURA DE CAPITAIS

A Comissão de Valores Mobiliários é que determina a rotina de tais obrigações, visto que a abertura de capital de uma empresa transcende à simples obtenção de recursos. A decisão da abertura de capitais pelo administrador deve-se a uma série de obrigações e direitos que podem gerar vantagens ou desvantagens para a empresa.

A abertura de capital é uma oferta pública de uma parcela da companhia que passa a ter ações negociadas no mercado, e distribuídas entre outros acionistas a partir de uma distribuição primária ou secundária de ações. Oliveira (2005) ressalta que a abertura de capital

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proporciona à empresa, recursos a custos mais baratos do que a captação de financiamentos bancários, fazendo com que a marca da empresa se fortaleça junto ao mercado e ainda reforce a governança corporativa.

A abertura de capital ocorre quando os sócios verificam a necessidade de expandir o negócio, por meio de captação de recursos por um custo menor do que os empréstimos bancários, ou pela necessidade de perpetuar o modelo de negócio e sua marca.

De acordo com a Bovespa (2006, p. 9), para a abertura de capital a empresa deve passar por algumas etapas antes do processo de decisão, destacando-se as seguintes: a) Conveniência – a empresa deve verificar quando da abertura de capital, os benefícios que ela proporcionará; os custos que terá no processo, e se esta possui um perfil adequado; b) Escolha do intermediário financeiro – É importante a contratação de uma instituição financeira. A etapa é relevante para o sucesso e para o custo financeiro da operação; e c) Documentação e reforma estatutária – a empresa precisa solicitar registro de companhia aberta, de distribuição pública e de listagem na Bovespa.

Para isso, as empresas devem seguir regulamentos específicos da Bovespa e da CMV. A figura a seguir mostra as etapas do processo de subscrição de novas ações.

Figura 1. Etapas do processo de subscrição de novas ações

Fonte: Assaf Neto (2006, p. 211).

No momento em que a empresa abre seu capital, ela necessita ser mais transparente. Neste momento, conforme Cavalcante, Misumi e Rudge (2009, p. 111), é iniciado o processo de profissionalização que aumenta a eficiência administrativa, criando uma imagem de empresa competente, que possui boa administração e, consequentemente, presta bons serviços, com isso abrindo novos horizontes para o desenvolvimento da companhia. A empresa aberta amplia de forma dramática seu círculo econômico e social de relacionamento, o qual, nas empresas fechadas, se restringe aos empregados, fornecedores, bancos e clientes.

A plena abertura de capitais leva a uma maior flexibilidade na estrutura de capital, balanceando as relações entre recursos próprios e de terceiros, a fim de facilitar o financiamento de projetos de expansão em andamento e futuros. Outra vantagem é o diferencial competitivo, assim como a melhoria de imagem da companhia aberta no mercado,

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em consequência da transparência de suas demonstrações financeiras e de sua administração, além da profissionalização, liquidez patrimonial, melhor relacionamento com os funcionários e reestruturação societária, como pode ser observado na figura que segue.

Figura 2. Razões para abertura de capital

Fonte: Assaf Neto et al. (2006, p. 40).

Os pontos negativos da abertura de capital são a obrigatoriedade da divulgação de informações, gerando novos gastos com a publicidade. O processo de abertura de capital gera custos e algumas desvantagens que a tornam inviável para determinadas empresas. Somam-se os gastos com a remuneração do capital acionário (política de dividendos) à nova estrutura societária, e os custos inerentes à abertura de capital, tais como procedimentos legais, intermediação financeira e serviço de auditoria. A figura a seguir apresenta os custos e as obrigações decorrentes da abertura de capitais.

Figura 3. Custos e obrigações da abertura de capitais

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O excesso de tributação inibe o uso do mercado de capitais como fonte de financiamento, conforme observam Rudge e Cavalcante (1996)2. A empresa de capital aberto tem arcado com uma carga de impostos desproporcional ao restante da economia e, obrigatoriamente, realiza auditorias rigorosas e as divulga para o mercado.

Para Rudge e Cavalcante (1996), a decisão de buscar capital próprio por meio da emissão de novas ações para serem adquiridas pelo público em geral é implicada por diversos fatores, que devem ser avaliados por cada empresa. Os recursos obtidos pela emissão de ações são uma fonte estável de financiamento por qualificarem-se como capital próprio.

Nas companhias brasileiras existem dois tipos de ações: as ordinárias e as

preferenciais. As ações ordinárias dão aos acionistas direito a voto e direito de controlar a

companhia. Já as ações preferenciais têm a prioridade no recebimento dos dividendos e, em caso de falência da companhia, recebem o capital antes dos acionistas ordinários.

Devido à existência de alta concentração, as ações ordinárias não têm preferência no mercado de capitais brasileiro. Assim, acaba não havendo disputa entre os investidores pelo controle da companhia, pois o controle é fácil de ser preservado. No caso de a companhia optar pela proporção mínima de ações ordinárias em relação às preferenciais –(de 1/3 para 2/3), o controle acionário pode ser obtido com apenas a sexta parte do total de ações (PROCIANOY; CASELANI, 1997).

Na figura que segue estão representadas as fases de negociações do mercado acionário, com ênfase aos mercados primários e secundários.

2 A política monetária afeta o desempenho do mercado de capitais em função de três fatores principais: Primeiro, porque mudanças na taxa de juros alteram a taxa de desconto das empresas, fazendo com que o valor corrente das mesmas aumente ou diminua. Segundo, pois as mudanças na taxa de juros fazem com que outros tipos de investimento, tais como os títulos do governo, tornem-se mais ou menos atraentes. E terceiro, porque que as mudanças na taxa de juros modificam a percepção de risco dos investidores em relação ao mercado de capitais. Em contrapartida, devido à crescente importância que o mercado acionário desempenha atualmente para o bom desenvolvimento econômico de um país, o Banco Central pode interferir com o intuito de estimular ou ajustar

possíveis ineficiências no mercado acionário. No Brasil a política monetária afeta o desempenho domercado de

capitais moderadamente, não sendo a variável que mais influencia o preço dos ativos. A performance dos mercados financeiros internacionais, por exemplo, exerce um maior impacto sobre o mercado acionário nacional. Fato esse que demonstra que os mercados brasileiros ainda estão muito vulneráveis a crises externas. Entretanto, o fato de existir no país uma correlação entre a política monetária e o mercado de capitais, permite ao governo elaborar planos para fortalecer o mercado acionário nacional. (MARTINS, 2007).

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Figura 4. Fases de negociações no mercado acionário

Fonte: (DAL RI, 2012, s.p.).

Após discorrer sobre a atuação do mercado de capitais no cenário nacional, o capítulo que segue traz o percurso metodológico percorrido para realizar o presente estudo. Seu conteúdo apresenta, também, as técnicas de análise do mercado de ações.

FASES DA NEGOCIAÇÃO COM AÇÕES

Público B

Companhia

aberta X

Público A

Ação X $ Ação X $ Mercado secundário Mercado primário

MERCADOS SECUNDÁRIOS DE BALCÃO E DE BOLSA

Normalmente, as negociações do mercado secundário podem ser realizadas por meio de dois locais distintos, que representam os mercados secundários de balcão e de bolsa de valores.

Investidores

Mercado de balcão

Mercado de bolsa de valores

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2 METODOLOGIA

Segundo Minayo (2004), metodologia é mais do que uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados, ou as opções e a leitura operacional que o pesquisador faz do quadro teórico. A metodologia tem por objetivo classificar o tipo de estudo a ser desenvolvido, relatar a coleta dos dados, e fazer sua análise e interpretação.

2.1 TIPO DE PESQUISA

Em relação ao percurso metodológico traçado para o estudo, pode-se afirmar com relação aos seus objetivos que se trata de uma pesquisa exploratória. Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Esse tipo de pesquisa, segundo Diehl e Tatim (2004, p. 53), envolve o levantamento bibliográfico, a realização de entrevistas com pessoas que possuem experiência prática com o problema pesquisado e a análise de exemplos que “estimulem a compreensão”.

Segundo entendimentos de Vergara (2002) a respeito da pesquisa exploratória pode-se afirmar que o presente estudo busca entender e descrever a análise fundamentalista da situação financeira da empresa Magazine Luiza S/A antes e depois se sua inserção no mercado imobiliário, compreendido no período de 2010 a 2012.

Com relação aos procedimentos técnicos, o presente estudo pode ser caracterizado como pesquisa bibliográfica, pois são utilizados estudos já realizados e publicados sobre o tema pesquisado. Trata-se também de uma pesquisa documental, na medida em que são consultados documentos fornecidos pela direção da organização, tais como relatórios, demonstrativos de resultado e balanços.

Por fim, esta pesquisa pode ser caracterizada como um estudo de caso a partir do momento em que se pretende verificar o comportamento da situação financeira por meio de indicadores financeiros.

2.2 COLETA DE DADOS

Com relação à coleta de dados, o processo consistiu em combinar técnicas e métodos de análise de indicadores, bem como seus respectivos numéricos junto à empresa Magazine Luiza S/A no período de 2010 a 2012.

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A coleta de dados foi efetivada em vários meios. Utilizou-se, predominantemente, a busca por dados disponíveis em fontes oficiais na Internet – sites da empresa Magazine Luiza S/A, relativos à história da empresa, sua atuação no mercado de capitais, Bolsa de Valores de São Paulo e Banco Central do Brasil (BACEN). Foram utilizados também jornais e revistas para a obtenção de informações adicionais da companhia.

Após a realização do levantamento bibliográfico e documental previstos para a obtenção dos dados necessários, procedeu-se o seu tratamento e a sua interpretação.

2.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Segundo Minayo (2004, p. 68), alguns autores entendem a “análise” como descrição dos dados, e a “interpretação” como a articulação da descrição com conhecimentos mais amplos e que extrapolam os dados específicos da pesquisa. A autora coloca-se favorável à definição de que “a análise e a interpretação estão contidas no mesmo movimento: o de olhar atentamente para os dados da pesquisa”.

Na realização do presente estudo, os dados e as informações obtidas foram analisadas a partir da compilação dos valores coletados nos balanços em planilhas, e aplicação de metodologia de avaliação de empresas por indicadores, no intuito de fazer comparações com os preços passados das ações da empresa em estudo, os quais também foram compilados e analisados. A análise pressupõe ainda comparações entre o preço das ações da empresa Magazine Luiza S/A antes, durante e depois da sua inserção no mercado acionário, mediante o uso de indicadores e gráficos.

2.4 MÉTODOS DE ANÁLISE DO MERCADO DE AÇÕES

No atual cenário econômico, o investidor que deseja alcançar o sucesso em seus investimentos precisa conhecer e dominar as técnicas de análises. O mercado de ações é bastante abrangente, o que exige grande dedicação para compreender as demonstrações financeiras de uma empresa de capital aberto.

A análise fundamentalista é uma abordagem reconhecida e comprovada por inúmeros investidores profissionais. Ela parte das avaliações econômicas e financeiras, e funciona como um instrumento para análise de ações. Essas avaliações devem ser quantificadas, ou seja, avaliadas em números, os quais devem refletir o crescimento esperado e o comportamento das receitas e despesas.

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Em suma, a análise fundamentalista avalia os dados reais da empresa, como produtividade, modernidade da planta, mercado de seus produtos, inserção na economia internacional, nível de endividamento, capacidade de crescimento diante das expectativas macroeconômicas do país, dentre outros.

O papel do analista fundamentalista neste cenário é descobrir supervalorizações ou subvalorizações, com base em determinada informação ainda não negociada pelo mercado. A hipótese adotada para essa análise, conforme Pinheiro (2007), é que o mercado de capitais é eficiente a longo prazo, podendo ocorrer ineficiências na valorização a curto prazo, que seriam corrigidas ao longo do tempo.

Baseada em dados concretos, a análise fundamentalista visa estimar o valor futuro da ação num determinado período de tempo, de forma subjetiva, porém metodológica, sugerindo a compra ou não dessa ação.

Para a eficácia da análise, é preciso ter em mãos as informações das empresas que atuam no mercado, cujos dados podem ser analisados por meio de diferentes indicadores. Conforme Pinheiro (2007), os indicadores econômicos financeiros são os que possibilitam verificar a situação das empresas. Para a realização das análises, devem ser observados dois tópicos: a) Análise da situação financeira da empresa: verificação de liquidez, estrutura patrimonial de capital e de estrutura de imobilização do capital, e uma análise do ciclo operacional da empresa; e b) Análise da situação econômica: cobertura do lucro, ou seja, o retorno do capital investido, como também os índices de desempenho financeiro.

Tais indicadores dão subsídios quanto a vendas, preços, participação no mercado, atuação da concorrência, comportamento dos custos, necessidades de capital de giro, investimentos em ativo fixo, nível de crescimento, permitindo chegar ao fluxo de caixa da empresa e gerar investimento em determinado período.

A principal informação obtida por esta análise é a avaliação da performance das empresas para precificar seus ativos (ações) mediante a utilização de métodos de cálculo de indicadores. Assim como existem os índices tradicionais de análise de balanços ou análise financeira de empresas, no mercado de capitais existem os índices de análise fundamentalista. Neste contexto, a análise fundamentalista

[...] busca avaliar o comportamento de longo prazo das empresas e determinar o valor presente da mesma. Como todo o mercado de ações trabalha na premissa da oferta e demanda esse preço nem sempre reflete o valor de mercado “justo” para determinada ação, muitas vezes o mercado subvaloriza uma ação, assim como, sobrevaloriza outra que não tem fundamentos econômicos de longo prazo para determinado preço. É neste cenário que os modelos de análise fundamentalista

Referências

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