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Centro administrativo para o município de Santo Augusto – RS

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Centro Administrativo para o Município de Santo Augusto - RS

FERNANDO HENRIQUE BERTOLLO

CENTRO ADMINISTRATIVO PARA O

MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO – RS

Ijuí 2017

(2)

Centro Administrativo para o Município de Santo Augusto - RS

CENTRO ADMINISTRATIVO PARA O MUNICÍPIO DE SANTO

AUGUSTO – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me Tarcísio Dorn de Oliveira

Ijuí 2017

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FERNANDO HENRIQUE BERTOLLO

CENTRO ADMINISTRATIVO PARA O MUNICÍPIO DE SANTO

AUGUSTO – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 04 de dezembro de 2017.

Prof. Tarcísio Dorn de Oliveira

Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala

Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Lia Geovana Sala Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Dedico este trabalho aos meus pais, à minha irmã e minha namorada, por todo o apoio e compreensão.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me acompanhar em todas as etapas sempre.

Aos meus pais Filipe e Linéia pelo apoio, incentivo, compreensão, amor incondicional, por nunca deixarem eu desistir, tanto na minha vida pessoal como profissional. A minha irmã Daiane pelo carinho e compreensão. Dedico a vocês a minha conquista.

Agradeço ao Arquiteto e Urbanista Otavio Polo, e toda a família do escritório Polo Arquitetura, por todos os anos de aprendizado, amizade e conselhos, assim como a compreensão pelas faltas de serviço ocasionadas pelo estudos e aulas durante o expediente. Sou muito grato pelo conhecimento agregado durante esses seis anos como colaborador da empresa, os quais estão sendo muito importantes para a minha formação.

Ao meu orientador e professor Me. Tarcisio Dorn de Oliveira, pela dedicação, apoio, incentivo e por sempre acreditar na minha capacidade, para a conclusão desta etapa. Obrigado mestre.

Aos demais professores e funcionários da instituição, pelos ensinamentos, companheirismo e troca de experiências durante o curso.

Agradeço aos meus amigos, pela compreensão durante os dias de mau humor nos finais de semestre, assim como a amizade, companheirismo e apoio que sempre me deram.

A Sra. Thais Regina Kmiecik, por toda a compreensão, auxílio e companheirismo nestes quase 5 anos de namoro, por se mostrar presente nos piores e melhores momentos, sempre com um apoio incondicional para o alcance de meus objetivos. Obrigado. Te amo.

A todos os meus familiares que me apoiaram de perto ou de longe, ao longo desta jornada, o meu mais sincero muito obrigado!

(6)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que

ensina. ”

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RESUMO

BERTOLLO, Fernando Henrique. Centro Administrativo para o município de Santo Augusto - RS. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

O Centro Administrativo Municipal é o local de extrema importância para as cidades, pois é dele que saem a maioria das atividades que serão desenvolvidas no município, desde a execução das leis, os projetos de desenvolvimento econômico, até a aplicação dos recursos disponíveis. Para isso, o ambiente de trabalho deve ser organizado e planejado, visando estimular os servidores, afim de obter um maior rendimento e qualidade nos serviços oferecidos ao público, o que hoje não faz parte da realidade do Município de Santo Augusto. Assim, a intenção deste trabalho é apresentar uma proposta de um projeto arquitetônico para um novo Centro Administrativo para o Município de Santo Augusto-RS. O principal objetivo do trabalho é desenvolver um projeto que seja capaz de suprir as necessidades do dia a dia tanto dos servidores, quanto da população, levando em consideração aspectos de qualidade conceitual, adequação espacial, simbolismo, acessibilidade, conforto, bem-estar, estética, sustentabilidade, paisagismo, funcionalidade e segurança. Serão apresentados os conceitos usados na prática da elaboração do projeto, ilustrando-os através de imagens, pré-dimensionamento e um fluxograma de como se distribuir-se-á os inúmeros ambientes presentes no projeto. Após, será exposto os levantamentos do entorno imediato, topográficos e fotográficos feitos no terreno em que a proposta de projeto é fundamentada. Maior ênfase será dada ao projeto arquitetônico apresentado, que conta com plantas baixas, plantas de situação e localização, implantação e cobertura, além de cortes, fachadas, detalhamentos e imagens em 3D.

(8)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

ABSTRACT

BERTOLLO, Fernando Henrique. Centro Administrativo para o município de Santo Augusto - RS. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

The administrative center of the municipality is the location of extreme importance for the cities, because he is leaving the majority of the activities that will be undertaken in the municipality, since the implementation of laws, the projects of economic development, to the application of the resources available. For this reason, the work environment must be organised and planned, aiming to stimulate the servers, in order to obtain a higher yield and quality in the services offered to the public, which today is not part of the reality of the city of Santo Augusto. Thus, the aim of this work is to present a proposal for an architectural project for a new Administrative Center for the City of Santo Augusto-RS. Thus, the aim of this work is to present a proposal for an architectural project for a new Administrative Center for the City of Santo Augusto-RS. The main objective of this work is to develop a design that is able to meet the needs of the day-to-day both of the servers, much of the population, taking into account conceptual aspects of spatial quality, suitability, symbolism, accessibility, comfort, well-being, aesthetics, sustainability, landscaping, functionality and security. Will be presented the concepts used in the practice of the construction of the project, illustrating them through images, pre-scaling and a flowchart of how it will distribute the numerous environments present in the later project. After that, it will be exposed to the surveys of the immediate surroundings, topographical and photographic made on the ground that the project proposal is based. Greater emphasis will be given to the architectural project presented, which counts with low plants, plants of situation and location, deployment and coverage, as well as cuts, facades, downs and images in 3D.

(9)

LISTA

DE

FIGURAS

Figura 1. Atual Centro Administrativo do Munícipio de Santo Augusto. ... 21

Figura 2. Danos Causados por Infiltrações (Pavimento Térreo). ... 22

Figura 3. Placas do Forro, Retiradas e Não Repostas. ... 22

Figura 4. Rachaduras nas Telhas de Fibrocimento. ... 23

Figura 5. Danos na Laje do Pavimento Cobertura Causado por Infiltrações – I. ... 23

Figura 6. Danos na Laje do Pavimento Cobertura Causado por Infiltrações – II. ... 24

Figura 7. Danos no Piso Ocasionados por Goteiras. ... 24

Figura 8. Sala Desocupada Devido à Problemas Diversos. ... 25

Figura 9. Problemas com Infiltrações no 2º Pavimento. ... 25

Figura 10. Problemas com Infiltrações no 1º Pavimento. ... 26

Figura 11. Localização de Santo Augusto. ... 27

Figura 12. Número de Habitantes por Ano... 28

Figura 13. Modelo de Referência. ... 43

Figura 14. Largura para Deslocamento em Linha Reta. ... 43

Figura 15. Área para Manobra sem Deslocamento. ... 44

Figura 16. Box para Bacia Sanitária – Medidas Mínimas. ... 44

Figura 17. Exemplo de Planta de Situação. ... 46

Figura 18. Exemplo de Planta de Locação. ... 47

Figura 19. Exemplo de Corte. ... 50

Figura 20. Exemplo de Fachada. ... 51

Figura 21. Exemplo de Detalhe de Acabamento de uma Laje. ... 51

Figura 22. Prefeitura Municipal de Augusto Pestana – RS. ... 52

Figura 23. Arquitetura Enxaimel – Casa Recanto da Produção. ... 53

Figura 24. Arquitetura Enxaimel – Pórtico de Entrada. ... 53

Figura 25. Fluxograma Pavimento Térreo Prefeitura de Augusto Pestana – RS. ... 55

Figura 26. Fluxograma Pavimento Superior Prefeitura de Augusto Pestana – RS. ... 55

Figura 27. Prefeitura Municipal de Augusto Pestana – RS. ... 56

Figura 28. Prefeitura Municipal de Augusto Pestana. ... 56

Figura 29. Recepção. ... 57

(10)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

Figura 31. Salas Subsolos. ... 58

Figura 32. Salas 2º pavimento. ... 58

Figura 33. Acesso 2º Pavimento – Rampa. ... 59

Figura 34. Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS – I. ... 60

Figura 35. Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS – II... 60

Figura 36. Fluxograma Pavimento Térreo Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS. ... 64

Figura 37. Fluxograma 2º Pavimento Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS... 65

Figura 38. Fluxograma 3º Pavimento Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS... 66

Figura 39. Prefeitura Municipal de Bozano – RS. ... 68

Figura 40. Fluxograma Subsolo Prefeitura Municipal de Bozano – RS. ... 69

Figura 41. Fluxograma Pavimento Térreo Prefeitura Municipal de Bozano – RS... 70

Figura 42. Fluxograma Pavimento Superior Prefeitura Municipal de Bozano – RS. ... 70

Figura 43. Recepção. ... 71

Figura 44. Hall de Acesso a Escada. ... 71

Figura 45. Corredores que dão Acesso as Salas. ... 72

Figura 46. Plataforma Elevatória. ... 72

Figura 47. Fachada Lateral – Legislativo. ... 73

Figura 48. Câmara de Vereadores. ... 73

Figura 49. Jardim Externo. ... 74

Figura 50. Prefeitura Municipal de Barueri. ... 76

Figura 51. Centro Administrativo São Sebastião. ... 76

Figura 52. Prefeitura de Belo Horizonte. ... 77

Figura 53. Delineamento. ... 79

Figura 54. Divisão do Lote em Estudo. ... 81

Figura 55. Localização do Terreno ... 82

Figura 56. Levantamento do Entorno - Quanto ao uso... 83

Figura 57. Levantamento do Entorno - Quanto a Tipologia... 84

Figura 58. Infraestrutura do Entorno. ... 85

Figura 59. Orientação Solar e Ventos Dominantes. ... 86

Figura 60. Dimensões e Ângulos do Lote em Estudo. ... 87

Figura 61. Indicação do Lote no Mapa de Zoneamento. ... 87

Figura 62. Índices Urbanísticos. ... 88

(11)

Figura 64. Levantamento da Vegetação Existente. ... 89

Figura 65. Curvas de Nível do Lote em Estudo. ... 89

Figura 66. Locação do Local das Fotos - Levantamento Fotográfico. ... 90

Figura 67. Foto 01 - Lote em Estudo. ... 91

Figura 68. Foto 02 - Lote em Estudo. ... 91

Figura 69. Foto 03 - Lote em Estudo. ... 92

Figura 70. Foto 04 - Lote em Estudo. ... 92

Figura 71. Foto 05 - Lote em Estudo. ... 93

Figura 72. Painel Conceitual Sensorial... 95

Figura 73. Painel Conceitual de Repertório Arquitetônico. ... 96

Figura 74. Fluxograma Pavimento Térreo – Centro Administrativo de Santo Augusto-RS. . 103

Figura 75. Fluxograma 1° Pavimento – Centro Administrativo de Santo Augusto-RS. ... 104

Figura 76. Fluxograma 2° Pavimento – Centro Administrativo de Santo Augusto-RS. ... 105

Figura 77. Fluxograma 3° Pavimento – Centro Administrativo de Santo Augusto-RS. ... 106 Figura 78. Fluxograma Casa de Máquinas – Centro Administrativo de Santo Augusto-RS. 107

(12)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Quadro de Espaços para P.C.R., P.M.R. e P.O... 45

Quadro 2. Programa de Necessidades Prefeitura Municipal de Augusto Pestana – RS. ... 54

Quadro 3. Programa de Necessidades Prefeitura Municipal de Cruz Alta – RS. ... 61

Quadro 4. Programa de Necessidades da Prefeitura Municipal de Bozano – RS. ... 68

Quadro 5. Programa de Necessidades e Pré-Dimensionamento... 98

Quadro 6. Organograma I. ... 101

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBMRS Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul

CC Corredor de Centralidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

PCR Pessoas com Cadeira de Rodas

PMR Pessoas com Mobilidade Reduzida

PO Pessoas Obesas

ZCUD Zona de Consolidação Urbana e Densificação

ZID Zona Industrial e de Desenvolvimento

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 17 1.1 CONTEXTO ... 17 1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ... 17 1.2.1 Formulação Do Problema ... 18 1.3 OBJETIVOS ... 18 1.3.1 Objetivo Geral ... 18 1.3.2 Objetivos Específicos ... 18 1.4 JUSTIFICATIVA ... 19 1.5 DELIMITAÇÃO DO PROJETO ... 26 1.5.1 Abrangência ... 26 1.5.2 Público Alvo ... 26 2 EMBASAMENTO TEÓRICO ... 27

2.1 MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO ... 27

2.2 HISTÓRICO ... 28

2.2.1 Origem da Administração Pública ... 28

2.2.2 Municipalismo ... 29

2.2.3 Histórico do Município de Santo Augusto ... 30

2.3 LEGISLAÇÃO ... 33 2.3.1 Legislação Municipal ... 33 2.3.2 Legislação Estadual ... 37 2.3.3 Legislação Federal ... 42 2.4 PROJETO ARQUITETÔNICO ... 45 2.4.1 Planta de Situação ... 46 2.4.2 Planta de Localização ... 46 2.4.3 Planta de Implantação ... 47 2.4.4 Planta de Cobertura ... 48

2.4.5 Planta Baixa Técnica ... 48

2.4.6 Fachada ... 50

2.4.7 Detalhes ou Ampliações ... 51

2.5 ANÁLISE DE MODELOS ... 51

(15)

2.5.1.1 Projeto Arquitetônico ... 53 3 METODOLOGIA ... 78 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 78 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA CLIENTELA ... 79 3.3 DELINEAMENTO ... 79 3.4 LOTE EM ESTUDO ... 80

3.4.1 Levantamento do entorno imediato ... 81

3.4.2 Orientação Solar e Ventos Dominantes ... 85

3.4.3 Levantamento do Terreno ... 86

3.4.4 Levantamento planialtimétrico do terreno ... 89

3.4.5 Levantamento fotográfico do lote em estudo ... 90

4 PROPOSTA ... 94

4.1 CONCEITUAÇÃO ... 94

4.2 PAINEL CONCEITUAL SENSORIAL ... 95

4.3 PAINEL CONCEITUAL DE REPERTÓRIO ARQUITETÔNICO ... 96

4.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO ... 97

4.5 ORGANOGRAMA ... 101

4.6 FLUXOGRAMA ... 103

4.7 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA ... 107

4.7.1 Planta Baixa de Setorização ... 107

4.7.2 Planta de Situação ... 107

4.7.3 Planta de Localização ... 107

4.7.4 Planta de Implantação ... 107

4.7.5 Planta de Cobertura ... 108

4.7.6 Condicionantes – permitido e utilizado ... 108

4.7.7 Planta Baixa Técnica ... 108

4.7.8 Planta Baixa Humanizada ... 108

4.7.9 Cortes ... 108 4.7.10 Fachadas ... 108 4.7.11 Detalhamentos ... 109 4.7.12 Imagens 3D ... 109 4.7.13 Vídeo ... 109 5 CONCLUSÃO ... 110

(16)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

REFERÊNCIAS ... 112 APÊNDICE ... 114 ANEXOS ... 146

(17)

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO

Os órgãos que compõem a estrutura administrativa do Município de Santo Augusto atualmente funcionam boa parte em instalações dispersas, sendo algumas destas, como o próprio prédio do atual centro administrativo alugadas, afim de acomodar o efetivo de servidores e o público em geral usuário dos serviços destes órgãos.

Na maioria dos municípios a realidade mostra que as prefeituras não são planejadas para o crescimento a longo prazo, fazendo necessária a locação dos departamentos em outros edifícios públicos, que também não atendem à demanda. Então o governo municipal passa a alugar imóveis não adequados para os trabalhos oferecidos, causando transtornos para os funcionários e para a população que precisa ser atendida em tais departamentos. Devido a estes problemas, muitas cidades vêm seguindo a tendência de concentrar o poder administrativo em um mesmo local ou boa parte deles (SILVA, 2016).

A construção de uma edificação para atender a administração pública resulta em proporcionar a criação de espaços mais adequados ao atendimento, centralizar o poder, além de promover a interação social, maior participação pública e economia financeira (SILVA, 2016).

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

O Centro Administrativo Municipal é o local de extrema importância para as cidades, pois é dele que saem a maioria das atividades que serão desenvolvidas no município, desde a execução das leis, os projetos de desenvolvimento econômico, até a aplicação dos recursos disponíveis. Para isso, o ambiente de trabalho deve ser organizado e planejado, visando estimular os servidores, afim de obter um maior rendimento e qualidade nos serviços oferecidos ao público.

Para enfrentar os novos desafios que a sociedade impõe, uma nova Sede Municipal alavancará o desenvolvimento da cidade e trará orgulho aos cidadãos e servidores públicos. Portanto o problema a ser resolvido é referente a projeção de um espaço com melhor comodidade e que atenda de forma organizada todas as demandas que uma edificação com essa finalidade pede, planejando e maximizando todos os espaços para que seu uso junto aos

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 servidores públicos seja o mais proveitoso possível, tornando o atendimento ao público rápido e eficiente, apresentando conceitos inovadores da arquitetura e construção para o município.

1.2.1 Formulação Do Problema

Quais os espaços necessários para que todas as secretarias do Município possam atender com qualidade e de forma eficiente as necessidades do mesmo e de seus munícipes?

1.3 OBJETIVOS

A seguir são apresentados os objetivos geral e específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver o projeto arquitetônico de um novo Centro Administrativo para o Município de Santo Augusto.

1.3.2 Objetivos Específicos

a. Refletir sobre os Centros Administrativos existentes na região, através de estudos de caso, e assim, propor um local que contemple todos os serviços oferecidos pelas secretarias municipais;

b. Desenvolver um projeto que seja capaz de suprir as necessidades do dia a dia tanto dos servidores, quanto da população, levando em consideração aspectos de qualidade conceitual, adequação espacial, simbolismo, acessibilidade, conforto, bem-estar, estética, sustentabilidade, paisagismo, funcionalidade e segurança.

c. Proporcionar condições de conforto, acessibilidade e segurança tanto para população, quanto para os funcionários que usufruem do espaço diariamente;

d. Desenvolver o projeto procurando meios para promover a integração sistêmica e funcional de todas as secretarias e serviços a serem oferecidos a população;

e. Adequar os ambientes para que sejam otimizados ao uso específico de cada secretaria;

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f. Planejar os espaços de tal forma que possibilite a quem entrar no centro administrativo, facilmente encontrar os serviços, os quais necessite;

g. Articular princípios de arquitetura sustentável, a fim de promover o aproveitamento dos bens naturais, bem como sua preservação;

h. Incentivar o desenvolvimento municipal.

1.4 JUSTIFICATIVA

Santo Augusto é um município brasileiro do Estado do Rio Grande do Sul. Localizado a 528 metros de altitude, nas coordenadas 27º51’24” de Latitude Sul e 56º46’59” de Longitude Oeste, distante 451 km da Capital do Estado: Porto Alegre (MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO, 2017). Possui uma população estimada de 14.341 habitantes, distribuídos em uma área de 468,104 km², com uma densidade demográfica de 30,63 hab/km² (IBGE, 2016).

A história de Santo Augusto teve início a partir das missões religiosas dedicadas a catequese dos indígenas. Tais missões, no entanto, não deixaram marcas, tendo em vista que se dedicaram especialmente a extração de erva mate. A colonização e o povoamento tiveram origem no ano de 1918, com a instalação de uma casa comercial à margem da estrada que ligava a Colônia Militar do Alto Uruguai a Ijuí e Catuípe (este conhecido por Rio Branco). A casa comercial foi instalada pelo Sr. Pompílio Silva, contando com o apoio do fazendeiro João Batista Chagas, o qual possuía grande parte das terras desta região. Com a morte deste último, seus sucessores resolveram colonizar parte de suas terras, mais precisamente a zona da mata. Dividiram-na em 360 colônias que foram vendidas pelo próprio Pompílio Silva. A partir daí houve significativo movimento migratório, com famílias vindas de diversos municípios, formadas principalmente por descendentes italianos, germânicos, poloneses e também luso-brasileiros, que passaram a residir na localidade (MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO, 2017).

João Batista Chagas havia dado às suas terras o nome de Fazenda Augusto, como homenagem a seu filho Augusto Chagas. Este, quando ainda era jovem, viera de Porto Alegre, onde estudava, para passar férias com sua família e quando retornava de um de seus passeios a cavalo pelo campo, ao abraçar sua irmã, o revólver que portava caiu de seu coldre e ao

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 chocar-se ao solo a arma detonou acidentalmente, ferindo-o de morte (MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO, 2017).

Com a ideia de homenagear a família Chagas e perpetuar o nome da Fazenda, a Sra. Josefina Lucas Silva – dona Fifina, esposa de Pompílio Silva, sugeriu então o nome de Santo Augusto, tornando-se definitivo tal nomenclatura ao local que até então já fora conhecido como Rincão de São Jacob e posteriormente Boca da Picada (MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO, 2017).

Em 28 de outubro de 1928, Santo Augusto passou a ser Distrito de Palmeira das Missões e em 1945, com a emancipação de Três Passos, passou a integrar este, na condição de Distrito. Em 17 de fevereiro de 1959 Santo Augusto pela Lei Estadual 3.721 foi criado o município de Santo Augusto. Em maio do mesmo ano foram realizadas as primeiras eleições para eleger os mandatários do Município, sendo eleitos os senhores Oswaldo Pio Andrighetto para prefeito, e Arnaldo Macagnam para vice-prefeito, no dia 30 do corrente mês os mesmos foram empossados e esta data escolhida para a comemoração do dia do Município (IBGE, 2016).

Atualmente a sede municipal está localizada na Rua Coronel Júlio Pereira dos Santos, nº 465, esquina com a Rua Rio Branco, Centro de Santo Augusto. O prédio é de propriedade do Banco do Brasil, sendo que o mesmo ocupa a maior parte do pavimento térreo, o restante é utilizado pela Prefeitura para a recepção.

Os outros pavimentos estão distribuídos da seguinte forma:

a. 1º pavimento: Secretária Municipal de Comércio, Trabalho e Turismo, Protocolo, Departamento de Esporte, Secretária Municipal de Educação e Cultura, Secretaria Municipal de Finanças, Secretária Municipal de Agricultura e Pecuária e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo.

b. 2º pavimento: Chefia de Gabinete, Gabinete do Prefeito, Assessoria Jurídica, Secretaria Municipal de Administração, Coordenadoria de Compras e Licitações, Departamento de Recursos Humanos, Setor de Patrimônio, Serviço Militar, Secretaria Municipal de Supervisão e Planejamento, Divisão de Engenharia, Controle Interno, Almoxarifado e Arquivo Público.

(21)

c. 3º pavimento: Auditório e Câmara Municipal de Vereadores.

Dos diversos órgãos e serviços que compõem a estrutura administrativa do Município de Santo Augusto boa parte funciona hoje em instalações dispersas, sendo algumas destas, como o próprio prédio do atual centro administrativo alugadas, afim de acomodar o efetivo de servidores e o público em geral usuário dos serviços destes órgãos.

Como algumas destas instalações já não atendem à demanda presente de espaço físico e a atual dispersão espacial das unidades funcionais do município dificultam seu funcionamento e elevam os custos operacionais, tem-se como justificativa a busca de soluções arquitetônicas capaz de atender a demanda de espaço físico, diminuição de gastos públicos com alugueis de diferentes prédios e o agrupamento de atividades e serviços visando o melhor desempenho destas funções.

Além de atender a demanda necessária, tem-se como justificativa as instalações precárias das quais se encontra hoje o Centro Administrativo de Santo Augusto (Figura 1).

Figura 1. Atual Centro Administrativo do Munícipio de Santo Augusto.

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Nas Figuras 2 e 3 é possível observar os danos causados pelas infiltrações no forro da edificação, bem como peças do mesmo que foram retiradas e não foram repostas.

Figura 2. Danos Causados por Infiltrações (Pavimento Térreo).

Fonte: Autoria Própria (2017).

Figura 3. Placas do Forro, Retiradas e Não Repostas.

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Na Figura 4 é possível observar rachaduras nas telhas, provenientes da má execução e falta de manutenção na cobertura.

Figura 4. Rachaduras nas Telhas de Fibrocimento.

Fonte: Autoria Própria (2017).

Nas Figuras 5 e 6 é possível observar os danos causados pelas rachaduras no telhado, que acabaram gerando infiltrações.

Figura 5. Danos na Laje do Pavimento Cobertura Causado por Infiltrações – I.

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Figura 6. Danos na Laje do Pavimento Cobertura Causado por Infiltrações – II.

Fonte: Autoria Própria (2017).

A Figura 7 mostra os danos ocasionados no piso decorrentes das diversas goteiras existentes.

Figura 7. Danos no Piso Ocasionados por Goteiras.

(25)

Na Figura 8 pode-se observar uma sala do quarto pavimento do atual Centro Administrativo, a qual encontra-se desocupada devido a problemas diversos, como falta de forro e danos causados por goteiras.

Figura 8. Sala Desocupada Devido à Problemas Diversos.

Fonte: Autoria Própria (2017).

Nas Figuras 9 e 10, é evidenciado mais uma vez os problemas causados devido as infiltrações, tanto no 1° como no 2° pavimento.

Figura 9. Problemas com Infiltrações no 2º Pavimento.

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Figura 10. Problemas com Infiltrações no 1º Pavimento.

Fonte: Autoria Própria (2017). 1.5 DELIMITAÇÃO DO PROJETO

1.5.1 Abrangência

O projeto será de iniciativa pública do município de Santo Augusto, afim de atender munícipes e servidores públicos em estudo.

1.5.2 Público Alvo

O espaço é destinado para público variado, pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais, incluindo servidores públicos e qualquer membro da sociedade que necessite utilizar os serviços oferecidos pelo município.

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2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Segundo Souza (2013), é neste momento que o pesquisador busca, localiza e revisa a literatura onde obterá material bibliográfico que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa.

O levantamento bibliográfico pode ser entendido como um estudo exploratório, posto que tem a finalidade de proporcionar a familiaridade do aluno com a área de estudo no qual está interessado (GIL, 2002).

2.1 MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO

Santo Augusto é um município brasileiro do Estado do Rio Grande do Sul. Localizado na região noroeste do estado (Figura 11), a 528 metros de altitude, nas coordenadas 27º51’24” de Latitude Sul e 56º46’59” de Longitude Oeste, distante 451 km da Capital do Estado: Porto Alegre (MUNICÍPIO DE SANTO AUGUSTO, 2017).

Figura 11. Localização de Santo Augusto.

Fonte: IBGE (2017).

Santo Augusto, segundo o último senso demográfico de 2010, possui uma população de 13.968 habitantes (Figura 12), dos quais 2.588 residem na zona rural e 11.380 na zona urbana. Isso totaliza uma densidade demográfica de 29,84 hab/km². Sua população estimada para o ano de 2016 era de 14.341 habitantes (IBGE, 2017).

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Figura 12. Número de Habitantes por Ano.

Fonte: IBGE (2017). 2.2 HISTÓRICO

Segundo Prestes (2013), a Administração Pública começou a se organizar nos séculos XVIII e XIX, nessa época era ainda embrionária devido ao Estado Absolutista, que anteriormente detinha todo o poder centralizado e não permitia um desenvolvimento público. A administração não tinha ainda uma elaboração normativa baseadas nos princípios constitucionais próprios que tem hoje, apenas algumas obras e regras esparsas que dariam início aos atuais conceitos de direitos constitucionais e administrativos.

Foi quando o Estado de Direito começou a se estabelecer, juntamente com o Direito Constitucional, e os demais ramos de direito público que o Direito Administrativo começou a se formar, a partir da separação dos poderes do Estado e com o Princípio da Legalidade, para dar mais segurança aos direitos do povo em relações particulares e também nas relações públicas (PRESTES,2013).

2.2.1 Origem da Administração Pública

Na era paleolítica, conforme indicação de arqueólogos, a distribuição das atividades na habitação primitiva era desenvolvida em torno do fogo, formando assim as primeiras relações em sociedade (CAULLIRAUX, 2000).

Conforme Costa (2008), um novo processo de produção se estruturou, na passagem do feudalismo para o capitalismo, a manufatura. Com a ela os operários passam a vender sua força de trabalho, gerando um excedente: o lucro. Surgindo então, a figura do patrão, do

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administrador, do capitalista. Daí em diante as organizações passam a se aperfeiçoar cada vez mais, para alcançar seus resultados, para assegurar o lucro dos proprietários das firmas e para aumentá-lo.

Com a Revolução Industrial, muitas ciências foram desenvolvidas para dar apoio à administração industrial e para gerar o seu crescimento. Veio então a ciência colaborar com o desenvolvimento das organizações produtivas e assim surgiu as “escolas de administração”, modelos que caracterizaram alguns períodos na administração das organizações na história: taylorismo, fordismo e outras (COSTA, 2008).

Daí em diante o que aconteceu é que o Estado teve que criar formas de se organizar para cumprir o que a constituição determinava e começaram a surgir estruturas do Estado com a finalidade de realizar atividades de interesse público, realizadas mediante a arrecadação de impostos pagos pelos cidadãos ao Estado. Surge aí a administração Pública (COSTA, 2008).

2.2.2 Municipalismo

Fabriz (2010) define que “A União Federal não é a figura adequada para atender às particularidades, e nem foi idealizada para isso [...]”. É com essa frase que defino o municipalismo, prática essa que visa a maior autonomia municipal através do fortalecimento político e da revitalização de sua vida financeira. A Associação Brasileira dos Municípios, criada no Rio de Janeiro em 15 de março de 1946, define o objeto político-social do movimento como sendo o de transformar as administrações locais em instrumentos de elevação do nível de vida das populações do interior.

A unidade básica da organização político-administrativa do Brasil é o município, dotado de autonomia e poderes próprios, nos termos das Constituição Federal. A sede de um município é denominada cidade. No início do século XIX, o Rio Grande do Sul tinha apenas 4 municípios: Rio Grande (o mais antigo), Santo Antônio da Patrulha, Rio Pardo e Porto Alegre. No final daquele mesmo século, o estado já tinha 64 municípios e já em meados do século XX esse número já passava de 112. A partir dos anos 80 acorreu um surto de emancipações no estado, como em todo o país (FABRIZ, 2010).

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

2.2.3 Histórico do Município de Santo Augusto

A Primeira colonização data de 1918 e se constituiu de uma área de matos da fazenda de João Batista Chagas que, inicialmente, foi mapeada pelo agrimensor Aquiles Couto, o qual objetivava fazer a colonização com os herdeiros do proprietário, mas, por razões desconhecidas, optou por vender a área já mapeada para Abel Espellet e Cailard Motta, os quais, imediatamente, demarcaram os lotes coloniais e iniciaram a venda. Em seguida Pompílio Silva passou a representá-los e continuou a venda, pelo que recebeu nove colônias como pagamento (OLIVEIRA, 2010).

O nome mais destacado como colonizador é o de Abel Espellet de Cruz Alta, porque o seu sócio não atuou pessoalmente aqui, talvez nem tenha conhecido a área, enquanto que Pompílio Silva já morava numa área do fazendeiro João Batista Chagas, por concessão deste e se tornou o primeiro líder e fundador do povoado (OLIVEIRA, 2010).

Segundo Oliveira (2010), Ildefonso Silveira Lucas, cunhado de Pompílio Silva, dono de uma pequena casa de negócios onde hoje está a antena da Rádio Querência, adquiriu uma colônia que começava no entroncamento da Avenida do Comércio com a Central, margeando a Rua Bom Fim, mudou para lá o seu comércio e Pompílio Silva instalou sua casa comercial em frente à atual praça. Definia-se assim, comercialmente, o centro do povoado, conhecido como Boca da Picada.

Esta colonização trouxe uma mudança radical no comércio e aglutinou os moradores, formando o povoado que, em 1922, por doação de terreno por Ildefonso Lucas iniciou o cemitério (OLIVEIRA, 2010).

Nesse ano de 1922, o professor Luiz Augusto de Carvalho, vulgo Luiz Totó, iniciou lecionar numa casinha próxima ao Cinema e o Posto 2002, usada como escola particular para os alunos do povoado e arredores. Já ensinavam a ler e escrever, nas casas dos moradores, os professores Benedito de Castro, Benjamin Mena Barreto (este andava a cavalo e usava urna espada) e na região dos Umbus, o professor Franco (OLIVEIRA, 2010).

Oliveira (2010), destaca que em 1925, com a doação de três lotes urbanos dentro de uma área de 3.000 m², feita por Abel Espellet, foi construída a capela, que hoje é a Matriz da Igreja Católica São João Batista, ficando o restante dos terrenos para a praça.

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Esta colonização, por influência do Abel Espellet que viajava vendendo suas mercadorias aos moradores de Ijuí (Ajuricaba) e Santiago (Jaguarí), teve seu início com descendentes de italianos, alemães, poloneses e luso-brasileiros, dessas regiões (OLIVEIRA, 2010).

Os primeiros moradores do povoado, conforme citações coincidentes de várias pessoas foram: Pompílio Silva, Pedro Ribeiro de Lima, Ildefonso Lucas, Orlando de Oliveira Bueno, Benjamim Langner, Pedro Batista Prates, André Baraldi, João Gutekoski e Ireno Bueno (OLIVEIRA, 2010).

Ao sul do povoado, margeando a estrada que ligava com Ijuí, os primeiros ocupantes foram: Venerato Gonçalves de Oliveira, Francisco Torres, José Stival, José Santi (Bepe), Francisco Fucilini e outros. Para outros ocupantes e informações veja as citações no capítulo Colonização, a partir da página 130, do Livro Santo Augusto 1815/20 Até 1940 (OLIVEIRA, 2010).

Para Oliveira (2010), as consequências desta colonização foram o povoamento rápido do lugar, o surgimento do povoado que originou a Cidade, a transformação da economia destacando o surgimento de produtos agrícolas para serem comercializados, os quais até então, se limitavam à subsistência. A criação de igrejas, escolas, associações sociais e esportivas e a criação do Cemitério da Cidade, pois até este período, só havia cemitérios nos campos e ervais que estavam habitados.

O ritmo de venda e ocupação dos lotes coloniais, teve um forte impulso e velocidade até 1922. Com os movimentos da Revolução de 1923 e a passagem da Coluna Prestes em 1925, os negócios diminuíram: os colonos receavam fazer mudanças num período de revoltas (OLIVEIRA, 2010).

Passado esse tempo tudo se normalizou. Em 28/outubro/1928, por Ato Municipal do então prefeito de Palmeira das Missões Frederico Westphalen, esta localidade já com o nome de Santo Augusto passou a ser Terceiro Distrito de Palmeira das Missões, abrindo-se o caminho para que o pequeno lugarejo começasse a trilhar o progresso. Vieram instalar-se várias atividades no ramo de pequenas indústrias como engenhos de erva, serrarias, moinhos, ferrarias, etc. O primeiro subprefeito de Santo Augusto foi Pompílio Silva que, através do engenheiro ou agrimensor Guilherme Muxfeld traçou oficialmente o mapa do povoado que

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 ficou sendo a sede do distrito, hoje município. Segundo o referido agrimensor a sede da vila deveria ser projetada na localidade de São Jacob pela sua altitude e vista panorâmica que apresentava, mas Pompílio Silva foi quem decidiu ser a sede onde já havia começado o povoado: na Boca da Picada (OLIVEIRA, 2010).

Em 1934, André Baraldi inaugurou a Escola de madeira que ele construiu na Praça e se transformou no Grupo Escolar que hoje é a Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco Andrighetto. É curioso que, atrás da escola foi construída a primeira cadeia, feita de pau a pique e que durou até a prisão de um forasteiro que veio de Soledade e foi preso. No dia seguinte, a cadeia estava queimada e o preso sumiu (OLIVEIRA, 2010).

Em 31 de março de 1938, quando era prefeito de Palmeira das Missões o Dr. Paulo Westphalen, pelo Decreto n° 7.199 Santo Augusto foi elevado à categoria de Vila e, em 1939 foi construído o prédio da subprefeitura na esquina das ruas Rio Branco com a Júlio Pereira dos Santos, no qual em 1959 foi instalada a Prefeitura Municipal. O prédio, ainda existe (OLIVEIRA, 2010).

Em 1945, com a emancipação de Três Passos, passou a pertencer àquele Município, também como Distrito.

Os subprefeitos desde 1928 até a emancipação foram os seguintes: Pompílio Silva, Felisberto Muniz dos Reis, Leopoldo Henn, Adelarmo Oliveira Nunes, Manoel Silva, Fernando Soares da Silva, Bento Pedro Barcelos, André Baraldi, Neri dos Santos, Antonio Fiad, Anatálio Leite do Amaral, Arizoli Chaves, Nicanor Martins Prates (Nonô) , João da Cunha Lemos, um Capitão Reformado, Francisco Alves da Silva, Inácio Lütz Diniz, Danton Ferreira Martins, José Vicente Silva, Ildefonso Silveira Lucas, Amador Alves da Silva, Francisco Alves Teixeira, Augusto Noronha, Damasceno Policeno Bones, Agenor Zimermann, Carlos Sant¨Anna de Moraes (OLIVEIRA, 2010).

Das colonizações organizadas, a segunda foi no Distrito de Pedro Paiva, realizada numa pequena área de propriedade de Pedro Paiva Machado que também se estabeleceu com comércio naquele lugar. Dentre outras famílias que adquiriram lotes coloniais e se estabeleceram lá, foram: Mattioni, Speroni, Krüger, Ridner, Eichkoff, Gonçalves de Cliveira, Galert, Reinaldo Gabriel Fritz e outros (OLIVEIRA, 2010).

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Como a área territorial do Município se caracterizava por posses, concessões e, agora por essas colonizações, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul passou a fazer o levantamento das terras chamadas devolutas, dividi-las em secções e estas em lotes coloniais, respeitando o direito de posse dos que moravam nas áreas, demarcando-as e documentando os posseiros e vendendo os lotes excedentes. Daí surgiu o Escritório de Terras em Santo Augusto e as secções Timbaúva, que foi demarcada e dividida por Frederico Westphalen, mais as de Pinhalzinho, Inhacorá e Bananeiras. Trabalharam nestas Secções os agrimensores: Irã Cunha, Fábio Campos, Bento Goulart Barcelos, Hilário Bertollo e outros (OLIVEIRA, 2010).

Muitos proprietários de áreas grandes passaram a demarcá-las e legalizar os excedentes por receio de que fosse feito pelo Estado, o que resultaria na perda das áreas que ocupavam e não tinham documentos.

A emancipação política se deu por diversos movimentos realizados por representantes da sociedade que juntamente com as vilas de Campo Novo e Redentora conseguiram sua emancipação em 17 de fevereiro de 1959, decretada, segundo a Lei n° 3.721 pelo então governador do estado Leonel Brizola.

2.3 LEGISLAÇÃO

A seguir são apresentadas a Legislação Municipal, Estadual e Federal objetivos deste trabalho.

2.3.1 Legislação Municipal

O projeto de Lei Complementar N° 15, de 24 de novembro de 2016 institui o Código de Obras do Município de Santo Augusto, a qual disciplina os projetos, execuções, regularizações, usos e manutenções de obras no Município em questão, garantindo padrões mínimos de segurança, salubridade, habitabilidade, durabilidade e conforto nas edificações. Para efeitos deste projeto arquitetônico serão de utilidade alguns capítulos desta lei, mesmo que esta não contenha nenhum capítulo especificando normas para estabelecimentos públicos, que é o objeto deste trabalho.

Conforme Título II, Capítulo I, Art. 88 do presente código, que trata das condições gerais relativas as edificações, o mesmo impede que sejam executadas obras localizadas nos seguintes terrenos:

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 I - Alagadiços ou sujeitos a erosão, sem que sejam executadas as obras necess6rias a sua correção;

II - Em terrenos úmidos e pantanosos, antes de seu saneamento.

O Art. 89 do Título II, Capítulo I, leva em consideração que todas as edificações deverão estar de acordo com as normas técnicas vigentes e com as disposições da legislação, devendo garantir a segurança de seus usuários e do seu entorno, os padrões adequados de higiene e conforto, independente do sistema construtivo utilizado e levando-se em conta a durabilidade, seu comportamento e uso depois de pronta e entregue.

O Título II, Capítulo III, Seção II do presente Código, trata das condições gerais para os componentes das edificações.

As paredes e pisos deverão estar de acordo com os seguintes Artigos.

Art. 114. As paredes de alvenaria deverão apresentar índices adequados de resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, estabilidade, impermeabilidade, com as seguintes espessuras, acabadas, mínimas:

I - Paredes entre economias distintas ou junto às divisas - 18cm (dezoito centímetros);

II - Paredes internas e externas que não as de divisa - 13cm (treze centímetros);

III - Paredes de simples vedação, sem função estrutural, tais como as divisões internas de compartimentos sanitários - 10cm (dez centímetros).

§1º Entre economias distintas em condomínios de casas térreas ou assobradadas devem ser executadas paredes duplas.

§ 2º As espessuras das paredes de divisa poderão ser alteradas quando utilizados materiais que possuam especificações adequados referentes a impermeabilização, isolamento térmico e acústico, resistência e estabilidade.

§ 3º Não serão permitidas paredes de madeira ou similar quando localizadas nas divisas do lote.

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Art. 115. Ambientes como sanitários, cozinhas, lavanderias e outros que tenham instalações hidráulicas ou que requeiram condições especiais de higiene deverão ter:

I - Piso pavimentado com material liso, lavável, impermeável e resistente;

II - Paredes revestidas com material liso, lavável, impermeável e resistente até, no mínimo, a altura de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em edificações residenciais e 2m (dois metros) nas demais edificações.

O Capítulo III, Art. 119, ressalta que as coberturas das edificações deverão prever sistema de esgotamento de águas pluviais dentro dos limites do lote.

O Art. 121, determina que portas e janelas sejam de material e de dimensões adequadas ao tamanho e à destinação do compartimento a que servirem, devendo proporcionar, conforme o caso:

I - Resistência ao fogo, nos casos exigidos;

II - Condicionamento térmico e acústico:

III - Vedação;

IV - Aeração e ventilação ao ambiente, nos termos da Seção II, do Capitulo I, do Título II, do Livro V desta lei;

V - Acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo com a norma técnica especifica.

Art. 122. Quanto as portas:

I - Deverão obedecer a uma altura mínima de 2,10m (dois metros e dez centímetros);

II - As situadas nas áreas comuns de circulação, bem como as de ingresso a edificação e as unidades autônomas, terão largura livre mínima de 80cm (oitenta centímetros);

III - As de acesso ás edificações multifamiliares e de estabelecimentos de utilização pública deverão sempre abrir no fluxo de saída, exceto quando estiverem no alinhamento.

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Parágrafo único. Deverão ainda ser atendidas as normas estabelecidas pelo PPCI, sempre que a edificação ou atividade o exigir.

A Seção VI, do presente código trata das escadas e rampas:

Art. 123. As escadas deverão:

I - Permitir passagem livre com altura não inferior a 2,10m (dois metros e dez centímetros);

II - Ter largura proporcional a população da edificação, calculada conforme norma pertinente;

III - Ter degraus com altura máxima de 0,18m (dezoito centímetros) e largura mínima de 0,27m (vinte e sete centímetros), devendo o dimensionamento ser feito pela formula de Blondel: 2h + 6 = 63cm a 64cm (sessenta e três a sessenta e quatro centímetros).

Onde: h = altura dos degraus; e b = a sua largura.

IV - Ter corrimão e guarda-corpo instalados conforme normas especificas;

V - Ter patamar intermedi6rio com extensão mínima de 80cm (oitenta centímetros) sempre que o número de degraus consecutivos for superior a 16 (dezesseis);

VI - Os degraus deverão ser revestidos de material antiderrapante nas edificag6es multifamiliares e de uso público.

Art. 124. Nas escadas em leque o dimensionamento dos degraus deverá ser feito no centro dos mesmos e a largura mínima junto ao bordo interior da escada será de 7cm (sete centímetros).

Art. 125. As rampas para pedestres deverão atender às seguintes exig6ncias e às normas técnicas pertinentes:

I - Ter passagem livre com altura não inferior a 2,10m (dois metros e dez centímetros);

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II - Ter largura proporcional a população da edificação, calculada conforme norma pertinente;

III - Ter o piso revestido de material antiderrapante;

IV - Ter corrimão e guarda-corpo.

Art. 126. Em atendimento à norma técnica de acessibilidade, as rampas podem ter inclinação entre 5,00% e 8,33%, sendo que para inclinações superiores a 6,25%, devem ser previstas áreas de descanso em patamares, a cada 50 m de percurso.

Parágrafo único. Em reformas, quando esgotadas as possibilidades de soluções que atendam integralmente ao disposto no caput deste artigo, podem ser adotadas inclinações superiores a 8,33% até o limite de 12,5%, de acordo com a norma técnica de acessibilidade.

Art. 127. No início e término das rampas e das escadas, o piso deverá ter tratamento diferenciado, para orientag5o de pessoas portadoras de deficiências visuais.

2.3.2 Legislação Estadual

2.3.2.1 Lei Complementar nº 14.376

A Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013 estabelece as normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndio, competências, atribuições, fiscalizações e sanções administrativas decorrentes do seu descumprimento.

Parágrafo único. A presente Lei Complementar baliza a atuação das administrações públicas municipais e a edição de legislações locais, dado que se trata de lei complementar na forma dos arts. 24 e 30 da Constituição Federal e art. 130 da Constituição do Estado.

Art. 2º. São objetivos desta Lei Complementar:

I - Preservar e proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio;

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 III – Dificultar a propagação do incêndio, preservando a vida, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio;

IV - Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio;

V - Dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado Rio Grande do Sul – CBMRS;

VI - Proporcionar a continuidade dos serviços nas edificações e áreas de risco de incêndio;

VII - Definir as responsabilidades e competências de legislar em âmbito estadual, respeitando as dos demais entes federados;

VIII - Estabelecer as responsabilidades dos órgãos competentes pelo licenciamento, prevenção e fiscalização contra incêndios e sinistros deles decorrentes;

IX - Definir as vistorias, os licenciamentos e as fiscalizações às edificações e áreas de risco de incêndio;

X - Determinar as sanções nos casos de descumprimento desta Lei Complementar.

Art. 7º. As exigências de segurança previstas nesta Legislação aplicam-se às edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul, devendo ser observadas em especial, por ocasião:

I - Da construção de uma edificação e área de risco de incêndio;

II - Da mudança de divisão de ocupação;

III - Da ampliação da área construída;

IV - Do aumento da altura da edificação;

V - Da regularização das edificações ou áreas de risco de incêndio existentes;

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VII - Do aumento da capacidade de lotação, quando resultar em alterações nas medidas de segurança contra incêndio.

Art. 28. As edificações e áreas de risco de incêndio serão classificadas considerando as seguintes características, conforme critérios constantes nas Tabelas instituídas no Decreto nº 51.803, de 10 de setembro de 2014 (alterado pelo Decreto nº 53.280, de 1º de novembro de 2016):

I - Altura;

II - Área total construída;

III - Ocupação e uso;

IV - Capacidade de lotação;

V - Grau de risco de incêndio.

Art. 29. Para fins de aplicação desta legislação, na mensuração da altura da edificação, não serão considerados:

I - Os subsolos destinados exclusivamente a estacionamento de veículos, vestiários, instalações sanitárias e áreas técnicas sem aproveitamento para quaisquer atividades ou permanência humana;

II - Os pavimentos superiores destinados, exclusivamente, a áticos, casas de máquinas, barriletes, reservatórios de água e assemelhados;

III - Os mezaninos cuja área não ultrapasse 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) da área total do pavimento onde situa;

IV - O pavimento superior da unidade duplex do último piso de edificação de uso residencial.

Art. 31. Para fins de aplicação desta Legislação, no cálculo da área a ser protegida com as medidas de segurança contra incêndio, não serão computados:

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 I - Telheiros, com laterais abertas, destinados à proteção de utensílios, caixas d'água, tanques e outras instalações desde que não tenham área superior a 10m² (dez metros quadrados);

II - Platibandas E beirais de telhado até 3m (três metros) de projeção;

III - Passagens cobertas, com largura máxima de 3m (três metros), com laterais abertas, destinadas apenas à circulação de pessoas ou de mercadorias;

IV - Coberturas de bombas de combustível e de praças de pedágio, desde que não sejam utilizadas para outros fins e sejam abertas lateralmente;

V - Reservatórios de água;

VI - Piscinas, banheiros, vestiários e assemelhados, no tocante a sistemas hidráulicos, alarme de incêndio e quadras esportivas com cobertura e sem paredes;

VII - Escadas enclausuradas, incluindo as antecâmaras;

VIII - Dutos de ventilação das saídas de emergência.

2.3.2.2 Resolução Técnica CBMRS Nº 11

A Resolução Técnica CBMRS nº 11 sobre saídas de emergência, estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência para que a população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, protegida em sua integridade física, e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas.

Para os efeitos desta Resolução Técnica, as edificações são classificadas, quanto à ocupação e à altura, conforme a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013 e Decreto Estadual nº 51.803, de 10 de setembro de 2014.

A saída de emergência compreende o seguinte:

a. Acessos ou rotas de saídas horizontais, isto é, acessos às escadas, quando houver, e respectivas portas ou espaço livre exterior térreo, nas edificações térreas;

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b. Escadas ou rampas;

c. Elevadores de emergência;

d. Descarga.

As saídas de emergência são dimensionadas em função da população da edificação.

A largura das saídas deverá ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas deva transitar, observados os seguintes critérios:

a. Os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que sirvam à população;

b. As escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento de maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lanços correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída.

c. A largura das saídas, isto é, dos acessos, escadas, descargas, é dada pela seguinte fórmula: N = P/C. Onde: N = Número de unidades de passagem, arredondado para número inteiro imediatamente superior; P = População, conforme coeficiente da Tabela 1, do Anexo “A” desta resolução, e critérios das seções 5.3 e 5.4.1.1 desta resolução; e C = Capacidade da unidade de passagem, conforme Tabela 1, do Anexo “A” desta resolução.

d. A largura mínima das saídas de emergência, em qualquer caso, deverá ser de 1,10 m para as ocupações em geral.

e. As distâncias máximas a serem percorridas para atingir um local seguro, tendo em vista o risco à vida humana decorrente do fogo e da fumaça, constam na Tabela 3 do Anexo “B” desta RT e deverão considerar:

a) Nas ocupações do grupo A (Residenciais) e B (Serviços de hospedagem), a distância deverá ser considerada a partir da porta de acesso da unidade autônoma;

b) Nas ocupações dos grupos I e J, especificamente nas áreas de depósitos sem a permanência humana (depósitos automatizados), a exigência de distância máxima a ser percorrida pode ser desconsiderada;

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 c) Para as demais ocupações considerar o caminho mais distante a ser percorrido na edificação.

As portas dos corredores, dos acessos e descargas das escadas e as portas de acesso ao espaço livre exterior-térreo deverão abrir no sentido do trânsito de saída quando a população total da edificação for superior a 50 pessoas. As portas das salas com capacidade acima de 50 pessoas deverão abrir no sentido do trânsito de saída. A largura, vão livre ou “luz” das portas, comuns ou corta-fogo, utilizadas nas rotas de saída de emergências, deverá ser dimensionada como estabelecido no item 5.4. As portas deverão ter as seguintes dimensões mínimas de luz:

a. 80 cm, sempre que o resultado de N for igual ou inferior a 01 UP;

b. 1,00 m, equivalendo a duas unidades de passagem;

c. 1,60 m, equivalendo a três unidades de passagem.

2.3.3 Legislação Federal

Conforme NBR 9050 (2004) “Nas edificações e equipamentos urbanos todas as entradas devem ser acessíveis, bem como as rotas de interligação as principais funções do edifício [...]”. Com isso, e tendo em vista que o objetivo da presente norma é proporcionar condições de acessibilidade para todos as pessoas que utilizarão da edificação, devemos seguir algumas especificações que deverão ser adotadas na formulação da proposta de projeto arquitetônico em questão.

Entre as especificações, começamos com os P.C.R. (Pessoa com Cadeira de Rodas). A acessibilidade para cadeirantes começa com o módulo de referência (MR), que nada mais é a representação gráfica, em planta baixa, de uma pessoa com cadeira de rodas. Conforme a NBR 9050, o MR é de 0,80mx1,20m, conforme mostra a Figura 13.

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Figura 13. Modelo de Referência.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 (2015).

Outra questão pertinente para a elaboração da proposta arquitetônica foi a largura mínima de circulação em linha reta para cadeirantes, que vai de 1,50m a 1,80m, referindo-se a duas pessoas em cadeiras de rodas (Figura 14).

Figura 14. Largura para Deslocamento em Linha Reta.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 (2015).

As medidas necessárias para manobras de cadeiras de rodas em um determinado espaço, são as seguintes:

Para rotação de 90º = 1,20m X 1,20m

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Para rotação de 360º = diâmetro de 1,50m.

Segue Figura 15 que exemplifica as medidas:

Figura 15. Área para Manobra sem Deslocamento.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 (2015).

Para garantir a acessibilidade em toda a edificação, foi tomado por modelo também as medidas e disposições dos boxes para bacias sanitárias. As medidas mínimas são de 1,70m x 1,50m e a disposição das louças são conforme Figura 16.

Figura 16. Box para Bacia Sanitária – Medidas Mínimas.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 (2015).

Para os locais de reuniões, especificadamente auditórios, segundo a Norma, devem possuir espaços reservados para P.C.R. (pessoas com cadeiras de rodas), assentos para P.M.R (pessoa com mobilidade reduzida) e P.O (pessoas obesas). A quantidade destes espaços é dimensionada pelo Quadro 1, conforme capacidade total de assentos.

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Quadro 1. Quadro de Espaços para P.C.R., P.M.R. e P.O.

Fonte: ABNT NBR 9050:2004 (2015).

Como o auditório do Projeto arquitetônico para o Centro Administrativo de Santo Augusto terá capacidade total de 101 a 200 assentos, será preciso 4 espaços para P.C.R., 1 assento para P.M.R. e 1 assento para P.O. Estes espaços terão que estar localizados em uma rota acessível, garantir conforto, segurança, boa visibilidade e acústica.

2.4 PROJETO ARQUITETÔNICO

Segundo Brabo (2009), o projeto arquitetônico é um conjunto de passos normativos voltados, para o planejamento de um edifício qualquer, regulamentado por um conjunto de normas técnicas e por um código de obras, citando ainda que projeto arquitetônico se passa em três fases:

a. Estudo preliminar: Estudo da viabilidade de um programa e do partido arquitetônico a ser adotado para sua apreciação e aprovação pelo cliente. Pode servir à consulta prévia para aprovação em órgãos governamentais.

b. Anteprojeto: Definição do partido arquitetônico e dos elementos construtivos, considerando os projetos complementares (estrutura, instalações, etc.). Nesta etapa, o projeto deve receber aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais envolvidos e possibilitar a contratação da obra.

c. Projeto executivo: apresenta, de forma clara e organizada, todas as informações necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes.

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Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

2.4.1 Planta de Situação

Segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994), a planta de situação é aquela que compreende o partido arquitetônico como um todo, em seus múltiplos aspectos. Pode conter informações específicas em função do tipo e porte do programa, assim como para finalidade a que se destina. Para aprovação em órgãos oficiais, esta planta deve conter informações completas sobre a localização do terreno.

Para Pádua (2010), a planta de situação (Figura 17) é a vista ortográfica superior esquemática com abrangência de toda a zona que envolve o terreno onde será edificada a construção projetada, com a finalidade de identificar o formato, as dimensões do lote e a amarração deste no quarteirão em que se localiza. Para o autor a planta de situação é uma vista esquemática, pois não se representam todos os elementos que se “enxerga” na vista (construções, muros, vegetações), somente o contorno do lote, com suas informações em relação ao espaço que se situa.

Figura 17. Exemplo de Planta de Situação.

Fonte: Autoria Própria (2016).

2.4.2 Planta de Localização

A planta de localização (Figura 18) compreende o projeto como um todo, contendo, além do projeto de arquitetura as informações necessárias dos projetos complementares, tais como movimento de terra, arruamento, rede hidráulica, elétrica e de drenagem, entre outros.

(47)

A locação das edificações, assim como as das eventuais construções complementares são indicadas nessa planta (ABNT, 1994).

Figura 18. Exemplo de Planta de Locação.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Pádua (2010), define com planta de localização a representação da vista ortográfica superior esquemática, abrangendo o terreno e o seu interior, com a finalidade de identificar o formato, as dimensões e a localização da construção dentro do terreno para o qual está projetada.

2.4.3 Planta de Implantação

Graficação do projeto que inclui a representação em planta de todos os elementos arquitetônicos, bem como outros elementos existentes no lote a edificar, como muros, vedações, passeios, entre outros, sendo utilizado cores, texturas, efeitos de iluminação, sombra e objetos simbólicos para transformar o desenho técnico em um projeto mais amigável e de fácil entendimento.

(48)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017

2.4.4 Planta de Cobertura

Na planta de cobertura é representada a projeção superior da edificação em um plano horizontal. O desenho da planta de cobertura é uma composição de traços que delimitam o encontro dos diversos elementos que o compõem. Os principais elementos são:

a. Beiral: é o limite externo do telhado que se projeta além do perímetro da edificação;

b. Cumeeira: linha que se forma do encontro dos panos do telhado no topo da inclinação;

c. Rincão: linha que representa o encontro inferior dos planos de telhado, onde se recolhem as águas;

d. Espigão: une cumeeiras em diferentes alturas.

2.4.5 Planta Baixa Técnica

Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 150cm do piso em referência. A altura deste plano pode ser variável para cada projeto de maneira a representar todos os elementos considerados necessários. As plantas de edificação podem ser do térreo, subsolo, jirau, andar-tipo, sótão, cobertura, entre outros (ABNT, 1994).

Segundo Souza (2009), a planta baixa é a projeção que se obtém quando corta-se imaginariamente, uma edificação com um plano horizontal paralelo ao plano do piso, indicando a distribuição dos cômodos do edifício, layout de mobiliário, medidas e áreas, a qual contém os seguintes elementos:

a. Vedações (paredes);

b. Estrutura (pilares);

c. Aberturas (portas e janelas);

d. Circulação;

(49)

f. Cotas;

g. Escala (preferir 1:50);

h. Títulos e áreas dos compartimentos;

i. Hachuras do piso das áreas molhadas;

j. Equipamentos;

k. Indicação dos cortes;

l. Dimensões das aberturas e vãos;

m. Especificações de materiais.

2.4.6. Planta Humanizada

A planta humanizada permite um maior dinamismo e menor complexidade, já que utiliza cores, texturas, efeitos de iluminação, sombra e objetos simbólicos para transformar o desenho técnico em um projeto mais amigável e de fácil entendimento aos leigos (SOUTO, 2014).

Para Souto (2014), essa planta é a mais indicada para que o cliente possa entender a proposta do profissional, pois facilita a adequação das mobílias, instalações e espaços e propicia uma melhor interpretação do tamanho e amplitude dos ambientes

.

2.4.7. Cortes

Plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido longitudinal, seja no transversal. O corte (Figura 19), ou os cortes, devem ser dispostos de forma que o desenho mostre o máximo possível de detalhes construtivos. Pode haver deslocamento do plano secante onde necessário, devendo ser assinalados, de maneira precisa, o seu início e final. Nos cortes transversais, podem ser marcados, os cortes longitudinais e vice-versa (ABNT, 1994).

(50)

Fernando H. Bertollo (fhbertollo@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí DCEENG/UNIJUÍ, 2017 Figura 19. Exemplo de Corte.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Pádua (2010) define cortes, como os desenhos em que são indicadas as dimensões verticais. Neles encontram-se o resultado da interseção do plano vertical com o volume. A posição do plano de corte depende do interesse de visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e cozinha), pelas escadas e poço dos elevadores. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes, e podem ser: a) transversais: plano de corte na menor dimensão da edificação. b) longitudinais: na maior dimensão. O sentido de observação depende do interesse de visualização. Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e interpretação.

2.4.6 Fachada

É a representação gráfica de planos externos da edificação. Os cortes transversais e longitudinais podem ser marcados nesta vista (ABNT, 1994).

Segundo Pádua (2010) as fachadas (Figura 20), são desenhos das projeções verticais e horizontais das arestas visíveis do volume projetado, sobre um plano vertical, localizado fora do elemento arquitetônico. Nelas aparecem os vãos de janelas, portas, elementos de fachada, telhados assim como todos os outros visíveis de fora da edificação.

Referências

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