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Modelo de otimização por fluxo de tempo de interrupção para o planejamento de alocações de chaves em sistemas de distribuição de energia elétrica

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Academic year: 2021

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Instituto de Matem´atica, Estat´ıstica e Computa¸c˜ao Cient´ıfica

GRACIELLE HELENO DA SILVA CARVALHO

MODELO DE OTIMIZAC

¸ ˜

AO POR FLUXO DE TEMPO DE

INTERRUPC

¸ ˜

AO PARA O PLANEJAMENTO DE

ALOCAC

¸ ˜

OES DE CHAVES EM SISTEMAS DE

DISTRIBUIC

¸ ˜

AO DE ENERGIA EL´

ETRICA.

Campinas-SP 2015

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Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.

Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas

Biblioteca do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Maria Fabiana Bezerra Muller - CRB 8/6162

Carvalho, Gracielle Heleno da Silva,

C253m CarModelo de otimização por fluxo de tempo de interrupção para o

planejamento de alocações de chaves em sistemas de distribuição de energia elétrica / Gracielle Heleno da Silva Carvalho. – Campinas, SP : [s.n.], 2015.

CarOrientador: Celso Cavellucci. CarCoorientador: Fábio Luiz Usberti.

CarDissertação (mestrado profissional) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica.

Car1. Energia elétrica Distribuição. 2. Sistemas de energia elétrica -Distribuidor de cargas. 3. Geração distribuída de energia elétrica. 4. Redes elétricas - Planejamento. I. Cavellucci, Celso,1951-. II. Usberti, Fábio Luiz,1982-. III. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica. IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Optimization model based on interruption time flows for the

planning of switch allocations in power distribution systems

Palavras-chave em inglês:

Electric power distribution

Electric power systems - Load dispatching Distributed generation of electric power Electric networks - Planning

Área de concentração: Matemática Aplicada e Computacional Titulação: Mestra em Matemática Aplicada e Computacional Banca examinadora:

Celso Cavellucci [Orientador] Christiano Lyra Filho Marcos Francisco Borges

Data de defesa: 30-09-2015

Programa de Pós-Graduação: Matemática Aplicada e Computacional

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a todos que acreditam no conhecimento como forma de mudar o mundo e principalmente a si mesmo.

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Em todos os momentos de nossa vida devemos agradecer os obst´aculos ultrapassados, as vit´orias alcan¸cadas e a vida que Deus nos concedeu. Assim, agrade¸co:

Pelo privil´egio de estar viva e com sa´ude para realizar meus sonhos a Deus Todo Poderoso, que sempre me fortalece guiando meus passos rumo ao futuro estimado, fazendo-me alcan¸car a t˜ao sonhada vit´oria, me dando for¸cas e iluminando meu caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.

A minha fam´ılia amada, base de todo meu aprendizado, do amor verdadeiro, do carinho e da coragem nas horas em que pensamos que os sonhos s˜ao imposs´ıveis. M˜ae, seu amor, cuidado e dedica¸c˜ao me tornou a mulher que sou hoje, seu apoio me faz acreditar que nada ´e imposs´ıvel. T˜ao amiga e dedicada sempre ficou ao meu lado, n˜ao deixando que eu desistisse e me mostrando que sou capaz de chegar onde desejo. Pai, sua presen¸ca significa seguran¸ca e certeza de que n˜ao estou sozinha nessa caminhada, todo amor e dedica¸c˜ao que sempre teve comigo, torna o senhor o homem pelo qual tenho o maior orgulho de chamar de pai. A Daniella minha irm˜a amada, com vocˆe descobri os melhores sentimentos do ser humano, vocˆe ´e meu espelho, minha alegria e meu xod´o. Aos meus av´os Jo˜ao Heleno e Maria Aparecida, por estar sempre torcendo e rezando para que meus objetivos sejam alcan¸cados, vocˆes s˜ao os exemplos mais perfeitos de honestidade e trabalho digno.

O come¸co dessa jornada foi com um professor cheio de amor pelo que faz, encorajando a todos a lutarem pelos seus sonhos e mostrando que sim, somos capazes. Muito obrigada prof. Dr. Cristiano Torezzan pelo incentivo, pela coragem e motiva¸c˜ao transmitida, sem sua ajuda essa luta n˜ao seria poss´ıvel.

Aos professores Dr. Marcos Borges e Drª. Ivete Cevallos por acreditarem em mim, n˜ao foi simplesmente uma carta de indica¸c˜ao, mas a preocupa¸c˜ao com a continuidade de meus estudos, me ajudando al´em do poss´ıvel para a realiza¸c˜ao desse ideal.

Ao meu orientador Dr. Celso Cavellucci e coorientador Dr. F´abio Luiz Usberti pela confian¸ca, carinho e amizade que constru´ımos, meu eterno agradecimento por todos os momentos em que vocˆes estiveram ao meu lado. E aos demais professores do curso, por todo conhecimento transmitido e acima de tudo pela amizade constru´ıda.

Ao Luiz Gustavo pelo incentivo e for¸ca no in´ıcio dessa caminhada. As pessoas que fizeram essa jornada prazerosa, N´elida, Nazime, Marco, Thiago, Fernando, Fabiano e a todos da turma. Ao meu querido namorado Paulo V´ıctor, por todos os momentos de dificuldade que passamos, as incans´aveis horas de estudo, a preocupa¸c˜ao um com o outro, agrade¸co a Deus por ter te colocado na minha vida.

As minhas amigas do cora¸c˜ao Fabiana e Daiane por entender minha ausˆencia e me ajudar a vencer os obst´aculos durante esses anos. Vocˆes s˜ao importantes demais pra mim, fazem parte da minha fam´ılia. Agrade¸co tamb´em o amor da minha princesa Isabella, que me enche de carinho e mimos em todos os momentos, seu sorriso faz sua Dinda se derreter de tanto amor. Enfim, meu sincero obrigado a todos.

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A energia el´etrica que ´e produzida e entregue aos consumidores ocorre por meio de um sistema composto por usinas de gera¸c˜ao, redes de transmiss˜ao e distribui¸c˜ao. Com rela¸c˜ao a distribui¸c˜ao, uma das preocupa¸c˜oes das companhias de energia tem sido a redu¸c˜ao do tempo para reenergizar a rede decorrente das interrup¸c˜oes em virtude de uma falha no sistema. Neste sentido, a instala¸c˜ao de chaves seccionadoras normalmente fechadas (NF) ´e importante, haja vista que a viola¸c˜ao dos limites estabelecidos podem resultar em multas para a distribuidora. Esta pesquisa apresenta inicialmente o Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC). Em seguida, apresenta-se as defini¸c˜oes necess´arias para um novo modelo PAC por Fluxo de Tempo de Interrup¸c˜ao (FTI) em sistemas radiais de distribui¸c˜ao de energia el´etrica. Experimentos computacionais foram realizados utilizando o PAC por FTI com cinco redes da literatura e com cinco redes reais. Apresenta-se tamb´em o modelo matem´atico para o Problema de Planejamento em Instala¸c˜ao de Chaves (PIC), supondo que uma concession´aria deseja realocar chaves existentes na rede em um horizonte de cinco anos, sendo que apenas uma fra¸c˜ao das chaves podem ser realocadas por ano de planejamento. Com o uso destes modelos, ´e poss´ıvel definir os locais ´otimos para instala¸c˜ao de chaves na rede, sendo aplicados em cen´arios realistas, representando uma ferramenta na tomada de decis˜ao, ambos com o objetivo de melhorar a confiabilidade do sistema.

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The electrical power that is produced and delivered to customers occurs by means of generating plants, transmission and distribution networks systems. Regarding distribu-tion, one of the concerns the energy companies have is reducing the time to re-energize the network resulting from interruptions due to a system failure. In this sense, the installation switches of Normally Closed (NC) is important, given that the violation of established limits can result in fines for the distributor. This research presents initially the energy flow model for the stwitch allocation Problem (PAC). In addition a new PAC model is introduced based on, Interruption Time Flow (FTI) for radial systems of electricity distri-bution. Computational experiments were performed using the PAC model for FTI with five networks from literature and with five real networks. We report also the mathemati-cal model for the Planning Problems in Key Setup (PIC), assuming that an utility wants to relocate existing switches in the network in a five years period, with only a fraction of the keys may be relocated year of planning. With these models, it can set the opti-mum locations for installing switches in the network. It is applied in realistic settings, representing a tool in decision making, both with the objective of improving the system reliability.

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AG - Algoritmo gen´etico

AGM - Algoritmo gen´etico modificado AM - Algoritmo mem´etico

ANEEL - Agˆencia Nacional de Energia El´etrica

DEC - Dura¸c˜ao equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora END - Energia n˜ao distribu´ıda

FC - Fator de Carga

FEC - Frequˆencia equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora FTI - Fluxo de tempo de Interrup¸c˜ao

NF - Normalmente fechada NA - Normalmente aberta OC - Otimiza¸c˜ao combinat´oria

PAC - Problema de aloca¸c˜ao de chaves

PIC - Problema de planejamento para instala¸c˜ao de chaves POM - Problema de otimiza¸c˜ao multiobjetivo

PRS - Problema de restaura¸c˜ao de servi¸co SE - Subesta¸c˜ao

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1 INTRODUC¸ ˜AO. 19

2 O SISTEMA E A CONFIABILIDADE DA REDE DE ENERGIA

EL´ETRICA. 25

2.1 Descri¸c˜ao do Sistema El´etrico. . . 25 2.2 Indicadores de Confiabilidade do Sistema de Distribui¸c˜ao de Energia El´etrica. 29 3 DESCRIC¸ ˜AO E FORMULAC¸ ˜AO DO PROBLEMA DE ALOCAC¸ ˜AO

DE CHAVES. 39

3.1 Modelo Matem´atico para o Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC). . . . 39 3.2 Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves por Fluxo de Tempo de Interrup¸c˜ao (FTI). 42 3.3 Exemplo Num´erico. . . 48

4 EXPERIMENTOS COMPUTACIONAIS PARA AVALIAR O

MO-DELO PAC POR FTI. 51

4.1 Experimentos Computacionais utilizando Redes da Literatura. . . 52 4.2 Experimentos Computacionais utilizando Redes Reais. . . 58 5 PROBLEMA DE PLANEJAMENTO PARA INSTALAC¸ ˜AO DE

CHA-VES (PIC). 65

5.1 Descri¸c˜ao e Modelo Matem´atico do PIC. . . 65 5.2 Experimentos Computacionais. . . 67

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Cap´ıtulo 1

INTRODUC

¸ ˜

AO.

A energia el´etrica ´e a forma de energia mais utilizada pela sociedade do mundo contemporˆaneo. Equipamentos eletroeletrˆonicos, como computador, televis˜ao, aparelhos de som, condicionadores de ar, aquecedores e diversos outros, s˜ao frutos dessa disse-mina¸c˜ao. Desse modo, h´a a necessidade de distribuir a energia gerada nas usinas at´e os centros urbanos onde ser´a consumida.

A confiabilidade no sistema de distribui¸c˜ao ´e definida pela capacidade em executar as fun¸c˜oes que foram designadas, respeitando condi¸c˜oes operacionais estipuladas. Segundo Assis (2014), para que o sistema consiga atender sua demanda, todos os componentes entre os clientes e a subesta¸c˜ao de energia devem estar operando normalmente, caso um componente da rede falhe, causar´a a redu¸c˜ao dos indicadores de confiabilidade do sistema, que ´e avaliado por um conjunto de ´ındices:

ˆ FEC - frequˆencia equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora; ˆ DEC - dura¸c˜ao equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora; ˆ END - energia n˜ao distribu´ıda.

A decis˜ao sobre a quantidade e a posi¸c˜ao das chaves devem seguir crit´erios operacio-nais e econˆomicos, visando contribuir para a melhoria dos ´ındices que medem a confiabili-dade do sistema com o menor investimento poss´ıvel. O Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC) em rede de distribui¸c˜ao operada radialmente pertence `a fam´ılia de problemas de otimiza¸c˜ao combinat´oria (OC).

Os estudos de otimiza¸c˜ao da aloca¸c˜ao de chaves s˜ao relativamente recentes. Celli et al (1999) apresentam um algoritmo de programa¸c˜ao dinˆamica para encontrar a solu¸c˜ao ´

otima do problema de aloca¸c˜ao de chaves seccionadoras autom´aticas em redes de dis-tribui¸c˜ao radial e c´ıclica. Um pr´e-processamento procura diminuir o espa¸co de solu¸c˜oes, considerando o benef´ıcio de se alocar uma ´unica chave na rede em cada posi¸c˜ao candidata. O algoritmo proposto ´e aplicado em estudos para aloca¸c˜ao de 1, 2, 3 ou 4 chaves na rede. Os resultados obtidos reduziram o custo da energia n˜ao distribu´ıda em 40,51%.

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Levitin et al (1995) prop˜oem um procedimento de aloca¸c˜ao ´otima de chaves seccio-nadoras normalmente fechadas (NF) e chaves de manobra normalmente abertas (NA), visando minimizar a energia n˜ao distribu´ıda causada por falhas na rede e o investimento com a instala¸c˜ao de chaves. Foram utilizadas duas redes de pequeno porte para avaliar o m´etodo proposto: uma radial e outra com ciclos. Os autores utilizam duas abordagens diferentes. Na primeira, s˜ao alocadas um n´umero espec´ıfico de chaves seccionadoras (NF) quando as chaves de manobra (NA) j´a est˜ao alocadas no sistema. Na segunda abordagem, ´

e realizada a aloca¸c˜ao de uma quantidade fixa de chaves de manobra (NA) e seccionadoras (NF). O procedimento ´e sugerido para dois algoritmos gen´eticos: um padr˜ao (AG) e um modificado (AGM). Comparando os dois algoritmos, o custo da energia n˜ao distribu´ıda ´e menor utilizando o AGM.

Assis (2014) prop˜oe alocar chaves seccionadoras (NF) e de manobra (NA), manuais e autom´aticas, com diferentes capacidades, utilizando uma metodologia baseada nos concei-tos de algoritmo mem´etico (AM) com uma popula¸c˜ao estruturada. Apresenta um estudo multiobjetivo para o Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC), minimizando simultanea-mente os custos de instala¸c˜ao das chaves e da energia n˜ao distribu´ıda (END), melhorando a confiabilidade da rede sob restri¸c˜oes de fluxos de energia. A abordagem proposta para resolver o PAC monobjetivo tamb´em foi utilizada no PAC multiobjetivo, com o m´etodo ε-restrito, essa metodologia teve bom desempenho confirmado por diferentes estudos de casos com redes reais de grande porte localizadas no estado de S˜ao Paulo.

O Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC) tem um subproblema embutido que ´e denominado de problema de restaura¸c˜ao de servi¸co (PRS). Esse problema consiste em escolher quais chaves devem ser abertas e fechadas, ap´os a ocorrˆencia de uma falha na rede, a fim de minimizar a regi˜ao que ficou sem energia propondo uma metaheur´ıstica, baseada nos conceitos de algoritmos mem´eticos apoiados pelos fundamentos bem estabelecidos de algoritmos gen´eticos e procedimentos de otimiza¸c˜ao de busca local.

S˜ao apresentados estudos de casos efetuados com o objetivo de avaliar a robustez da metodologia proposta para a solu¸c˜ao do PAC, realizando tamb´em uma introdu¸c˜ao sobre o problema de otimiza¸c˜ao multiobjetivo (POM), acoplando-se a metodologia de otimiza¸c˜ao ao m´etodo ε-restrito. Os resultados demonstraram que a metodologia ´e capaz de economizar recursos e manter n´ıveis desejados de confiabilidade com uma aloca¸c˜ao de chaves adequada.

Segundo Cossi (2008), v´arios m´etodos tˆem sido empregados no estudo do planeja-mento otimizado de sistemas de distribui¸c˜ao, sistemas prim´arios, secund´arios ou de pla-nejamento. T´ecnicas anal´ıticas como Branch-and-Bound (B & B), modelos de transportes e decomposi¸c˜ao de Benders, m´etodos heur´ısticos e as metaheur´ısticas como os algoritmos evolutivos, Tabu Search. Discutiremos alguns modelos e t´ecnicas de solu¸c˜ao propostas por pesquisadores da ´area para o problema de planejamento.

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considerando duas fun¸c˜oes de naturezas diferentes e conflitantes quando minimizadas: ˆ Os custos de expans˜ao e opera¸c˜ao da rede de distribui¸c˜ao;

ˆ A energia n˜ao distribu´ıda relacionada com a confiabilidade da rede de distribui¸c˜ao na ocorrˆencia de falhas.

O modelo mostra que quanto menor for o custo da energia n˜ao distribu´ıda maior deve ser os investimentos na expans˜ao da rede de distribui¸c˜ao. O problema ´e de natureza multiobjetivo e a metodologia proposta ´e testada em um sistema de distribui¸c˜ao fict´ıcio de m´edio porte. O algoritmo gen´etico ´e baseado em um procedimento de ordena¸c˜ao de pontos candidatos a serem pontos eficientes da popula¸c˜ao na fronteira de Pareto, um procedimento de inferˆencia baseado na teoria de conjuntos Fuzzy.

Segundo Cossi (2008), existem poucos trabalhos que tratam do problema de plane-jamento em projetos de redes secund´arias de distribui¸c˜ao, comparado a rede prim´aria. Podemos citar nessa ´area o trabalho de Garcia et al (2003), que prop˜oe um m´etodo (GRASP) Greed Randomized Adaptative Search Procedure, para resolver o problema de planejamento a curto e longo prazo de redes secund´arias de distribui¸c˜ao.

O modelo proposto visa reduzir os investimentos e as perdas, obedecendo as restri¸c˜oes do problema, incluindo a capacidade de equipamentos, configura¸c˜ao radial e limites de tens˜ao. Com isso, encontra-se a localiza¸c˜ao dos transformadores e o tra¸cado dos circuitos secund´arios e prim´arios. Estes pesquisadores apresentam a decomposi¸c˜ao do problema em trˆes subproblemas que s˜ao:

ˆ A localiza¸c˜ao dos transformadores p1;

ˆ O roteamento da rede secund´aria p2;

ˆ O roteamento da rede prim´aria p3.

Os autores resolvem o problema de localiza¸c˜ao e dimensionamento dos transforma-dores como um problema de p-medianas, o qual consiste em encontrar p transformatransforma-dores conectando cada carga ao transformador mais pr´oximo e minimizando a soma dos mo-mentos el´etricos.

A abordagem utilizada resolve p1 atrav´es de um problema de p-medianas, p2 atrav´es

do problema de caminho m´ınimo e p3 atrav´es do problema de ´arvore geradora m´ınima.

Realiza-se uma busca local, atuando na mudan¸ca de posi¸c˜ao das medianas e recalculando o custo global. A rede estudada possui 124 n´os e 132 arcos, utilizando exatamente os mesmos tipos de cabos e transformadores dispon´ıveis. Embora um pouco restritos, os estudos pr´aticos mostraram a eficiˆencia do m´etodo.

Silva (1990) apresenta uma nova proposta para o planejamento da expans˜ao dos sis-temas de distribui¸c˜ao de energia el´etrica. Os problemas referentes `a rede prim´aria e

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secund´aria s˜ao tratados de forma hier´arquica. As alternativas de expans˜ao das redes s˜ao delineadas atrav´es da resolu¸c˜ao de modelos matem´aticos baseados na teoria de otimiza¸c˜ao de sistemas. O modelo da rede prim´aria compreende simultaneamente os problemas de localizar e dimensionar as subesta¸c˜oes e de rotear os alimentadores, pois, considerando-se os custos fixos das subesta¸c˜oes e dos alimentadores novos, bem como de suas aplica¸c˜oes. O custo vari´avel das perdas ´e tratado de forma quadr´atica. Um eficiente algoritmo de enumera¸c˜ao impl´ıcita ´e usado para resolver o problema. A radialidade da rede ´e obtida por meio de heur´ısticas que trabalham com o custo real. Para a rede secund´aria ´e proposta uma metodologia em trˆes etapas sequenciais: na primeira localizam-se transformadores, depois se definem as rotas dos alimentadores secund´arios e, por fim, decide-se `a inter-liga¸c˜ao entre as redes prim´aria e secund´aria. Essas etapas s˜ao resolvidas de forma otimi-zada atrav´es da solu¸c˜ao dos cl´assicos problemas das p-medianas, de localiza¸c˜ao quadr´atica e de Steiner, respectivamente.

Queiroz et al (2008), prop˜oe uma metodologia de gera¸c˜ao de redes secund´arias de distribui¸c˜ao de energia el´etrica para ser utilizada em estudos de planejamento, dividida em trˆes etapas:

ˆ Defini¸c˜ao dos parˆametros necess´arios para a gera¸c˜ao das cargas;

ˆ Compreens˜ao da gera¸c˜ao da rede el´etrica, com a defini¸c˜ao dos transformadores e condutores, utilizando modelo de otimiza¸c˜ao para expans˜ao de redes secund´arias que permite gerar as redes de forma semelhante `as redes reais;

ˆ Consolida¸c˜ao dos resultados das etapas anteriores.

Na etapa de gera¸c˜ao das cargas, pretendem alcan¸car a maior semelhan¸ca com redes reais, optando-se por associar os consumidores gerados aos postes. A localiza¸c˜ao dos postes seguem restri¸c˜oes urban´ısticas, estando relacionados com as quadras, sendo que no modelo as quadras s˜ao retangulares. Os parˆametros que descrevem as quadras s˜ao: comprimento em metros, os lados das quadras e a localiza¸c˜ao dos postes nas quadras.

Na segunda etapa ´e tratada a gera¸c˜ao de energia el´etrica definindo o tra¸cado da rede, quais condutores ser˜ao utilizados e a localiza¸c˜ao dos transformadores de distribui¸c˜ao. Foi adotado uma abordagem por otimiza¸c˜ao combinat´oria, inspirada nos trabalhos de Car-neiro (1990) e Costa (2002), utilizando trˆes subproblemas. Al´em dos dois problemas (1º formular um problema de p-medianas n˜ao capacitado; 2º formular um problema de cami-nhos m´ınimos), o planejamento define o tra¸cado e os condutores da rede prim´aria, por´em este subproblema foi simplificado utilizando um modelo de otimiza¸c˜ao. Na formula¸c˜ao do modelo inspirado em Costa (2002), a fun¸c˜ao objetivo minimiza os custos fixos associados aos n´os e os custos vari´aveis associados aos arcos.

A terceira etapa consolida os dados das duas primeiras etapas. Pode-se observar nos estudos de casos que o modelo possui v´arios parˆametros que podem ter interferˆencia nos

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resultados finais, a altera¸c˜ao da demanda das cargas provoca mudan¸ca no perfil das redes geradas. Entre as contribui¸c˜oes deste trabalho temos a unifica¸c˜ao dos conceitos abordados pelos autores Carneiro e Costa.

Percebemos que a principal contribui¸c˜ao do trabalho de Queiroz et al (2008) foi bus-car um novo objetivo: a gera¸c˜ao de redes secund´arias de distribui¸c˜ao com topologias e caracter´ısticas diversas, observando os mesmos padr˜oes encontrados em redes reais.

Os estudos citados neste cap´ıtulo referem-se a uma busca na literatura especializada de in´umeros trabalhos que abordam o problema de aloca¸c˜ao de chaves (PAC) e o problema de planejamento para instala¸c˜ao de chaves (PIC).

Nesta pesquisa s˜ao apresentados inicialmente dois modelos para o Problema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC). O primeiro ´e mostrado na pesquisa de Assis (2014), cuja solu¸c˜ao deve fornecer as melhores posi¸c˜oes para localiza¸c˜ao de chaves nas redes de distri-bui¸c˜ao de energia el´etrica, bem como os tipos e capacidades das chaves a serem instaladas. Sua formula¸c˜ao adota como objetivo a ser minimizado o custo da energia n˜ao distribu´ıda (END), com o custo da aloca¸c˜ao das chaves propostas. O segundo apresenta a formula¸c˜ao matem´atica para o PAC utilizando o conceito de Fluxo de Tempo de Interrup¸c˜ao (FTI), cuja solu¸c˜ao, deve fornecer a quantidade e as posi¸c˜oes ´otimas para instala¸c˜ao das chaves seccionadoras nas redes de distribui¸c˜ao de energia el´etrica. Sua formula¸c˜ao adota como objetivo a ser minimizado o custo da energia multiplicada pela energia n˜ao distribu´ıda (END), somada com o custo das chaves alocadas.

O PAC por FTI ´e avaliado usando dois conjuntos de rede, analisando o ´ındice DEC que mede a dura¸c˜ao equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora. O primeiro composto por cinco redes da literatura chamadas de R3, R4, R5, R6 e R7 (Usberti et al, 2014). O segundo composto por cinco redes reais chamadas de J3, J4, J5, J6 e J7 (redes da cidade de Jaguar´ıuna - SP). Ambas obtendo ganhos significativos na confibilidade do sistema. Para resolver o modelo foi utilizado o solver comercial Gurobi vers˜ao 5.6.3, por meio da linguagem Java. Os experimentos foram realizados em um computador com processador Intel Core i5 – 3317U, 1.7 GHz com 6 GB de m´emoria RAM. Cada instˆancia de rede foi testada sem limite de tempo estimado.

Ap´os apresenta-se o Problema de Planejamento para Instala¸c˜ao de Chaves (PIC), formulando um modelo capaz de realocar chaves na rede melhorando a confiabilidade do sistema. Foram realocadas 50 chaves, respeitando os crit´erios pr´e-estabelecidos pela concession´aria. Com isso, obtemos uma distribui¸c˜ao de 36,415% da energia que n˜ao estava sendo distribu´ıda na rede, melhorando significativamente a confiabilidade do sistema.

Este trabalho desenvolve uma metodologia com o intuito de melhorar a confiabilidade das redes de distribui¸c˜ao, elaborando modelos que utilizam sistemas de distribui¸c˜ao de energia el´etrica radiais representados por um conjunto de componentes como: cabos, chaves seccionadoras, disjuntor e religador.

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e da confiabilidade da rede de energia el´etrica ´e realizada no Cap´ıtulo 2. O Cap´ıtulo 3 descreve a formula¸c˜ao do problema de aloca¸c˜ao de chaves (PAC) por fluxo de energia e fluxo de tempo de interrup¸c˜ao. Os experimentos computacionais utilizando dois conjuntos de redes (redes da literatura e redes reais) s˜ao apresentados no Cap´ıtulo 4. O problema de planejamento para instala¸c˜ao de chaves (PIC) ´e apresentado no Cap´ıtulo 5. O Cap´ıtulo 6 apresenta as considera¸c˜oes finais e trabalhos futuros.

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Cap´ıtulo 2

O SISTEMA E A

CONFIABILIDADE DA REDE DE

ENERGIA EL´

ETRICA.

As usinas de energia el´etrica geralmente s˜ao constru´ıdas longe dos centros consu-midores (cidades e ind´ustrias) e ´e por isso que a eletricidade produzida pelos geradores tˆem de viajar por longas distˆancias no sistema de transmiss˜ao. Ao sair dos geradores, a eletricidade come¸ca a ser transportada atrav´es de cabos a´ereos instalados nas torres das redes de transmiss˜ao, passando pela subesta¸c˜ao de energia.

Depois de percorrer o caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes de transmiss˜ao, a energia el´etrica chega nas subesta¸c˜oes diminuindo sua tens˜ao. Inicia-se o processo de distribui¸c˜ao da energia que vai para o com´ercio, empresas e ind´ustrias (Eletrobras, 2015).

Descreve-se nesse cap´ıtulo o sistema que gera, transmite e distribui a energia el´etrica, apresentando o conceito de confiabilidade do sistema el´etrico.

2.1

Descri¸

ao do Sistema El´

etrico.

Os sistemas el´etricos podem ser subdivididos em trˆes grandes blocos (Kagan, Oliveira e Robba; 2010):

Gera¸c˜ao: tem por fun¸c˜ao converter alguma forma de energia em energia el´etrica, por exemplo, mecˆanica em el´etrica.

Transmiss˜ao: respons´avel pelo transporte da energia el´etrica dos centros de gera¸c˜ao aos centros de consumo.

Distribui¸c˜ao: entregar a energia el´etrica recebida da transmiss˜ao aos grandes, m´edios e pequenos consumidores, seguindo padr¯oes de qualidade exigidas pela regulamenta¸c˜ao.

(26)

gera¸c˜ao, transmiss˜ao e distribui¸c˜ao.

Figura 2.1: Sistema de gera¸c˜ao, transmiss˜ao e distribui¸c˜ao de energia.

Fonte: Associa¸c˜ao Brasileira de Distribuidores de Energia El´etrica (ABRADEE), 2015.

2.1.1

Sistema de Gera¸

ao.

A gera¸c˜ao de energia el´etrica compreende todo o processo de transforma¸c˜ao de uma fonte prim´aria de energia em eletricidade. As fontes prim´arias usadas para a produ¸c˜ao da energia el´etrica podem ser classificadas em n˜ao renov´aveis e renov´aveis, logo para Reis (2011), os principais processos de transforma¸c˜ao utilizados para a gera¸c˜ao da eletricidade s˜ao:

ˆ transforma¸c˜ao de energia mecˆanica em el´etrica, por meio do uso de turbinas hidr´aulicas para acionar geradores el´etricos;

ˆ transforma¸c˜ao da energia solar em el´etrica, com o uso de pain´eis fotovoltaicos; ˆ transforma¸c˜ao de energia t´ermica produzida por combust˜ao, fiss˜ao nuclear, pelo Sol

ou geot´ermica, em energia mecˆanica, por meio da utiliza¸c˜ao de m´aquinas t´ermicas que acionam geradores el´etricos;

ˆ transforma¸c˜ao da energia produzida por rea¸c˜oes qu´ımicas, como no caso das c´elulas de combust´ıvel, associadas ao ciclo do hidrogˆenio.

2.1.2

Sistema de Transmiss˜

ao.

O sistema de transmiss˜ao tem por principal fun¸c˜ao o transporte de blocos signi-ficativos de energia a m´edias e longas distˆancias, levando a energia el´etrica dos centros de produ¸c˜ao aos centros de consumo. A rede de transmiss˜ao de energia el´etrica no Bra-sil possui 107,4 mil quilˆometros de extens˜ao, com as maiores e mais importantes usinas hidrel´etricas do mundo como declara a Agˆencia Nacional de Energia El´etrica (ANEEL).

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Nos pontos de conex˜ao com geradores, a fun¸c˜ao das subesta¸c˜oes de transmiss˜ao ´e elevar o n´ıvel de tens˜ao da energia el´etrica gerada para centenas de milhares de volts. J´a nos pontos de conex˜ao com consumidores ou distribuidoras, a fun¸c˜ao das subesta¸c˜oes de transmiss˜ao ´e rebaixar os n´ıveis de tens˜ao para dezenas de milhares de volts.

2.1.3

Sistema de Distribui¸

ao.

A ANEEL define o sistema de distribui¸c˜ao de energia como o segmento do se-tor el´etrico dedicado `a entrega de energia para consumidores finais. Esses sistemas s˜ao definidos pelas redes prim´arias e secund´arias, que ser˜ao detalhadas posteriormente neste trabalho. Atualmente, os sistemas de distribui¸c˜ao s˜ao operados por 63 concession´arias do servi¸co p´ublico de distribui¸c˜ao de energia el´etrica, al´em de um conjunto de permission´arias que possuem permiss˜ao para esse servi¸co (ANEEL, 2015).

A boa qualidade dos servi¸cos na distribui¸c˜ao de energia ´e avaliada pela ANEEL con-siderando diversos aspectos. O tempo da interrup¸c˜ao do fornecimento da energia el´etrica ao consumidor ´e uma delas. Essa avalia¸c˜ao ´e considerada muito importante para as con-cession´arias.

O sistema de distribui¸c˜ao inicia-se por uma ou mais linhas de transmiss˜ao. Cada subesta¸c˜ao de distribui¸c˜ao serve um ou mais alimentadores prim´arios. Em geral, os ali-mentadores s˜ao operados de forma radial, o que significa que existe apenas um caminho por onde flui a energia a partir da subesta¸c˜ao de distribui¸c˜ao at´e o usu´ario (Kersting, 2006).

Nas subesta¸c˜oes localizadas nas cidades, a tens˜ao ´e rebaixada para o n´ıvel de 13,8 kV e, depois, para 127/220 V, para os pequenos consumidores. Segundo a ANEEL (2015), existem quatro tipos de redes de distribui¸c˜ao de energia el´etrica:

ˆ Rede de Distribui¸c˜ao A´erea Convencional: ´e o tipo de rede el´etrica mais encontrada no Brasil, na qual os cabos n˜ao possuem isolamento.

ˆ Rede de Distribui¸c˜ao A´erea Compacta: as redes compactas s˜ao mais protegi-das que as redes convencionais, aumentando a confiabilidade do sistema e ocupando menos espa¸co.

ˆ Rede de Distribui¸c˜ao A´erea Isolada: nesse tipo de rede os condutores s˜ao encapados com isola¸c˜ao suficiente para poderem ser tran¸cados.

ˆ Rede de Distribui¸c˜ao Subterrˆanea: a rede subterrˆanea ´e aquela que proporciona o maior n´ıvel de confiabilidade. No entanto, por quest˜oes econˆomicas s˜ao comuns apenas em regi˜oes muito densas ou onde n˜ao h´a possibilidade para instalar redes a´ereas.

(28)

Os Componentes da Rede de Distribui¸c˜ao.

Ap´os percorrer o caminho entre as usinas e os centros consumidores, a energia el´etrica chega `as subesta¸c˜oes iniciando o processo de distribui¸c˜ao. Para que esse processo seja realizado com sucesso, os componentes da rede de distribui¸c˜ao tem que estar em perfeita condi¸c˜ao de funcionamento (Kagan, Oliveira e Robba 2010). S˜ao eles:

ˆ Alimentador: ´e a conex˜ao entre o terminal de sa´ıda das subesta¸c˜oes de distribui¸c˜ao e o terminal das esta¸c˜oes transformadoras, iniciando as secund´arias. O alimentador de distribui¸c˜ao geralmente deixa a subesta¸c˜ao a partir de um disjuntor ou religador, iniciando a distribui¸c˜ao prim´aria. Na ocorrˆencia de uma falha, o disjuntor abrir´a preservando o alimentador.

ˆ Cabos: s˜ao condutores de energia el´etrica. Existem v´arios tipos de cabos, podendo ser constru´ıdos por materiais como o alum´ınio ou cobre de bitolas, que definem suas capacidades e perdas el´etricas.

ˆ Chaves seccionadoras: s˜ao chaves de controle, normalmente fechadas (NF), que podem ser acionadas (abertas) quando uma falha ocorre. Seu objetivo ´e isolar a falha para o menor n´umero de clientes poss´ıveis e possibilitar a restaura¸c˜ao da energia para a regi˜ao da rede a montante da falha.

ˆ Chaves de manobra: s˜ao chaves de controle, normalmente abertas (NA), que podem ser acionadas (fechadas) com o objetivo de energizar setores da rede que podem ser isolados do defeito. Atuando em conjunto com chaves NF, s˜ao capazes de realizar a transferˆencia de carga para os clientes situados a jusante do local onde ocorreu a falha.

ˆ Disjuntor: ´e designado para proteger um circuito el´etrico de danos causados por sobrecarga ou curto circuito. Sua fun¸c˜ao b´asica ´e detectar uma condi¸c˜ao de falha, inter-rompendo o circuito e isolando os equipamentos.

ˆ Religador: ´E um disjuntor equipado com um mecanismo que permite fech´a-lo automaticamente depois de ter sido aberto devido `a ocorrˆencia de uma falha. Religadores s˜ao usados em sistemas de distribui¸c˜ao a´ereos com o objetivo de detectar e interromper falhas momentˆaneas, melhorando dessa forma a continuidade do servi¸co, pela restaura¸c˜ao autom´atica da energia.

ˆ Subesta¸c˜ao de distribui¸c˜ao (SE): geralmente, localizada perto dos consumidores finais e ´e respons´avel pela transforma¸c˜ao da tens˜ao de transmiss˜ao (138 kV) para a de distribui¸c˜ao prim´aria (13,8 kV). As SEs possuem um barramento que pode direcionar a energia para v´arias cargas. Normalmente, s˜ao instalados disjuntores e chaves que possibi-litam desconectar as SEs da rede de transmiss˜ao ou mesmo desligar os alimentadores que saem das subesta¸c˜oes, quando necess´ario.

Segundo Assis (2014), para que o sistema consiga atender `as demandas dos consu-midores, um consumidor conectado a qualquer ponto de carga do sistema precisa que todos os componentes entre este cliente e o ponto de fornecimento de energia estejam em

(29)

opera¸c˜ao. A falha de um desses componentes causam a interrup¸c˜ao do fornecimento de energia e a redu¸c˜ao dos indicadores de confiabilidade do sistema.

Redes Prim´arias.

As redes de distribui¸c˜ao prim´aria inicia-se no barramento dos transformadores das subesta¸c˜oes de distribui¸c˜ao. Operam com possibilidade de transferˆencia de blocos de carga entre circuitos para atender a opera¸c˜ao em condi¸c˜oes de contingˆencia, devido a manuten¸c˜ao corretiva e preventiva, com n´ıveis de tens˜ao entre 10kV e 25kV (grandes consumidores podem estar ligados diretamente `as redes prim´arias). Estas redes atendem consumidores prim´arios e aos transformadores de distribui¸c˜ao, esta¸c˜oes transformadoras (ETs) que suprem a rede secund´aria.

Redes Secund´arias.

Das esta¸c˜oes transformadoras (ETs) deriva-se a rede de baixa tens˜ao, 220/127 kV ou 380/220 kV, podendo ser operadas em malha ou de forma radial. As redes de baixa tens˜ao levam a energia el´etrica at´e as residˆencias, pequenos com´ercios e ind´ustrias. Outro aspecto importante destas redes ´e a verifica¸c˜ao de sua confiabilidade, tornando poss´ıvel quantificar a qualidade da energia, sendo que a viola¸c˜ao dos limites estabelecidos pelo ´

org˜ao regulador pode resultar em multas para a distribuidora.

Nesta se¸c˜ao foi apresentado resumidamente o funcionamento e estrutura das redes de energia el´etrica. Agora pode-se detalhar o conceito de confiabilidade para essas redes em estudo.

2.2

Indicadores de Confiabilidade do Sistema de

Dis-tribui¸

ao de Energia El´

etrica.

Esta se¸c˜ao descreve os indicadores de confiabilidade adotados neste trabalho, sendo que a confiabilidade em um sistema de distribui¸c˜ao implica no fornecimento inin-terrupto da energia el´etrica aos consumidores, avaliada por um conjunto de ´ındices, que fornecem informa¸c˜oes obtida de dados estat´ısticos, definidos para um certo conjunto de consumidores, cargas atendidas e componentes de rede. Trˆes ´ındices de confiabilidade utilizados neste trabalho s˜ao:

ˆ FEC: frequˆencia equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora.

O ´ındice FEC expressa a frequˆencia m´edia de interrup¸c˜ao dos consumidores durante um ano, per´ıodo utilizado neste trabalho.

(30)

O DEC expressa a dura¸c˜ao m´edia de falta de suprimento de energia na rede durante o per´ıodo de um ano.

ˆ END: energia n˜ao distribu´ıda.

O ´ındice END representa o total de energia n˜ao distribu´ıda na rede ao longo de um ano.

Para o c´alculo desses ´ındices, usa-se a defini¸c˜ao de setores na rede de energia. Um setor ´e o conjunto de trechos da rede delimitado entre chaves ou dispositivos de prote¸c˜ao. No diagrama da Figura 2.2 o disjuntor e duas chaves s˜ao instaladas nos arcos (1, 4) e (3,5) e no diagrama da Figura 2.3 temos o disjuntor instalado e a divis˜ao por setores da rede. Os n´os 1, 2 e 3 pertencem ao primeiro setor, o n´o 4 ao segundo setor e o n´o 5 ao terceiro setor. Portanto, a Figura 2.3 ilustra a divis˜ao em setores da rede mostrada na Figura 2.2.

Figura 2.2: Redes com chaves.

Figura 2.3: Divis˜ao em setores.

Supondo que aconte¸ca uma falha no n´o 5 localizado no terceiro setor, os consumidores dos setores 1 e 2 n˜ao ser˜ao afetados, n˜ao havendo altera¸c˜oes na confiabilidade desses setores. Caso aconte¸ca uma falha no n´o 2 localizado no primeiro setor, todos os setores a jusante ser˜ao afetados por um falha de um setor a montante, prejudicando a confiabilidade da rede.

(31)

2.2.1

Frequˆ

encia Equivalente de Interrup¸

ao por Unidade

Con-sumidora.

A frequˆencia equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora (FEC) ´e ca-racterizada pela raz˜ao entre o n´umero total de consumidores interrompidos em cada um dos setores, pelo n´umero total de consumidores atendidos, ao longo de um ano, per´ıodo utilizado neste trabalho. Analiticamente, o ´ındice FEC ´e definido pela Equa¸c˜ao 2.1.

F EC = S X k=1 λkNk S X k=1 Nk (2.1)

sendo S o n´umero de setores na rede, λk a taxa m´edia de falhas no setor k, Nk o n´umero de

clientes atendidos no setor k. Analisando a Equa¸c˜ao 2.1, se a quantidade de consumidores for mantida, uma maneira de reduzir o FEC ´e melhorando da taxa de falhas dos setores, ou seja, reduzindo o n´umero de interrup¸c˜oes.

2.2.2

Dura¸

ao Equivalente de Interrup¸

ao por Unidade

Consu-midora.

A dura¸c˜ao equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora (DEC) ´e definida pela raz˜ao entre a dura¸c˜ao esperada de falta de suprimento de energia para consumidores atendidos em cada setor k, pela quantidade total de consumidores da rede. Matematica-mente, o ´ındice DEC ´e determinado pela Equa¸c˜ao 2.2.

DEC = S X k=1 UkNk S X k=1 Nk (2.2)

sendo S o n´umero de setores na rede, Uk a dura¸c˜ao total das interrup¸c˜oes do setor k e Nk

o n´umero de clientes atendidos no setor k. Para um sistema de distribui¸c˜ao melhora-se a confiabilidade quando o valor do DEC ´e reduzido. Se o n´umero de consumidores for mantido constante, pode-se reduzir o valor do DEC tanto atrav´es das redu¸c˜oes das taxas de falhas dos setores, quanto por redu¸c˜oes nas dura¸c˜oes das interrup¸c˜oes.

2.2.3

Energia N˜

ao Distribu´ıda.

(32)

EN D =

S

X

k=1

Uklk (2.3)

sendo S o n´umero de setores na rede, Uk a dura¸c˜ao total de interrup¸c˜oes para o setor

k e lk a carga m´edia anual do setor k. O ´ındice END representa o total de energia n˜ao

distribu´ıda na rede.

Para os c´alculos dos parˆametros apresentados nos ´ındices de confiabilidade FEC, DEC e END, apresenta-se as equa¸c˜oes de taxa de falhas, tempo de falta de suprimento e carga de energia da rede.

Taxa de Falhas.

A taxa m´edia de falhas anuais λk para um determinado setor de carga k ´e

deter-minado pela Equa¸c˜ao 2.4:

λk=

X

i∈k

λi (2.4)

sendo subconjuntos de n´os i presente no setor k ∈ S e λi a taxa de falhas de cada um dos

componentes i ∈ S. A taxa de falha λk de um determinado setor k ´e dada pela soma das

taxas de falhas de todos os seus componentes, medida por um n´umero m´edio de falhas por ano.

Tempo de Falta de Suprimento.

O tempo total esperado de falta de suprimento, ou seja a dura¸c˜ao total esperada das interrup¸c˜oes ao longo de um per´ıodo, para cada setor k, ´e definido pela Equa¸c˜ao 2.5:

Uk = k

X

i=1

λktik (2.5)

sendo λka taxa de falhas no setor k ∈ S. A vari´avel tik´e a dura¸c˜ao esperada da interrup¸c˜ao

no setor k causada por falhas no n´o i.

O impacto de uma interrup¸c˜ao no fornecimento de energia em sistemas de distribui¸c˜ao pode ser medido pelo tempo que um conjunto de consumidores ficam sem energia. Esse tempo ´e tamb´em chamado de dura¸c˜ao da interrup¸c˜ao denotado por tik. O c´alculo da

dura¸c˜ao da interrup¸c˜ao, ´e uma fun¸c˜ao do tempo de acionamento autom´atico dos disposi-tivos de prote¸c˜ao e do processo para localizar, isolar e reparar os elementos da rede que apresentam falha (ou falhas) permanente, dividindo-se em dois intervalos de tempos:

ˆ Tempo de Localiza¸c˜ao (tl) – ´e o tempo m´edio de prepara¸c˜ao da equipe de

manuten¸c˜ao, adicionado ao tempo para identificar o local onde ocorreu a falha. Sempre que uma falha ocorrer na rede, ´e necess´ario um tempo para sua localiza¸c˜ao.

(33)

ˆ Tempo de Reparo (tr) – ´e o tempo m´edio de reparo dos componentes da rede

afetados diretamente pela falha.

Considera-se o tempo de localiza¸c˜ao e reparo mostrada na Figura 2.4 como condi¸c˜oes de opera¸c˜ao do sistema.

Figura 2.4: Tempo de restaura¸c˜ao.

Supondo uma falha no n´o i de um setor k, os setores `a jusante da rede podem ser classificados de acordo com as condi¸c˜oes para o seu restabelecimento (Silva, Manh˜aes, Oliveira e Joly 1992). A Equa¸c˜ao 2.6 mostra como determinar o valor de tik dado que λk

´e a taxa de falhas do setor k ∈ S.

tik =      0 (caso 1) λktl (caso 2) λk(tl+ tr) (caso 3) (2.6)

Os casos apresentados na Equa¸c˜ao 2.6 s˜ao definidos como se segue:

ˆ Caso 1: A falha no n´o i n˜ao interrompe o fornecimento de energia no setor k. Este caso acontece quando o setor k est´a localizado a montante do n´o i e existe um dispositivo de prote¸c˜ao entre eles. O setor k ´e classificado como N˜ao Atingido; ˆ Caso 2: O setor k est´a a montante do n´o i e existe uma chave seccionadora

separando estes setores, assim que a chave for aberta, o fornecimento de energia ´e restabelecido no setor k. O setor k ´e denominado Restabelec´ıvel ;

ˆ Caso 3: Este caso ´e o pior cen´ario para o setor k, acontece quando k = i, ou quando k est´a a jusante do n´o i e n˜ao existe nenhuma forma de energizar o setor k, a reenergiza¸c˜ao ´e poss´ıvel somente ap´os o reparo da falha ocorrida no n´o i. Este setor ´e chamado de Permanentemente Interrompido.

As chaves de seccionamento n˜ao s˜ao equipamentos autom´aticos como o disjuntor por exemplo, por´em, ap´os a localiza¸c˜ao da falha, a abertura da chave ´e feita imediatamente pelo operador da rede, levando apenas segundos para sua abertura. Portanto considera-se

(34)

nesse trabalho chaves de seccionamento como sendo autom´aticas com tempo de trans-ferˆencia nulo.

Carga de Energia.

A m´edia da carga anual de um setor k ´e definida pela Equa¸c˜ao 2.7:

lk = f c

X

i∈k

li (2.7)

sendo li a demanda m´axima no ponto de carga i e o fator de carga (fc) ´e um ´ındice que

demonstra se a energia consumida est´a sendo utilizada de maneira racional e econˆomica. Este ´ındice varia entre zero a um, e ´e obtido pela rela¸c˜ao entre a demanda m´edia e a demanda m´axima, durante um per´ıodo definido, expresso pela rela¸c˜ao entre a energia ativa consumida num determinado per´ıodo de tempo e a energia ativa total que poderia ser consumida, caso a demanda medida do per´ıodo (demanda m´axima) fosse utilizada durante todo o tempo, expressa pela equa¸c˜ao:

f c = KW h KW × t

A presen¸ca dos equipamentos na rede e sua atua¸c˜ao na ocorrˆencia de uma falha ser˜ao discutidos nos pr´oximos t´opicos.

2.2.4

A Fun¸

ao do Disjuntor na Subesta¸

ao.

Quando ocorre uma falha no sistema, o disjuntor abre automaticamente com o intuito de isolar o defeito e proteger o sistema de distribui¸c˜ao de energia el´etrica. As Figuras 2.5 e 2.6, ilustram, respectivamente, a rede com disjuntor instalado em opera¸c˜ao normal e a opera¸c˜ao do disjuntor no acontecimento de uma suposta falha no n´o 6. Os pontos de carga energizados s˜ao representados por c´ırculos preenchidos na cor vermelha e os pontos de carga sem energia por c´ırculos preenchidos na cor cinza.

(35)

Figura 2.5: Rede em opera¸c˜ao normal.

Figura 2.6: Opera¸c˜ao do disjuntor na ocorrˆencia de uma falha.

Note que na Figura 2.6, existe apenas o disjuntor instalado na rede, assim, a rede possui setor ´unico, sendo imposs´ıvel isolar o defeito no caso de falhas, resultando na interrup¸c˜ao do fornecimento de energia em toda rede. A Equa¸c˜ao 2.8 mostra o tempo total de opera¸c˜ao do sistema.

tik = λk(tl+ tr) (2.8)

O exemplo recai sobre o caso 3, apresentado na Equa¸c˜ao 2.6, sendo classificado como permanentemente interrompido.

2.2.5

A Fun¸

ao do Religador.

Na presen¸ca da corrente de curto-circuito, o religador abre isolando o defeito para uma regi˜ao reduzida da rede. As Figuras 2.7 e 2.8 mostram, respectivamente, a rede com disjuntor e religador instalado e o estado da rede ap´os a ocorrˆencia de uma falha no n´o 6.

(36)

Figura 2.7: Rede com disjuntor e religador instalado.

Figura 2.8: Rede ap´os a a¸c˜ao do religador.

Os setores de carga que s˜ao localizados a jusante do religador ficam sem energia, enquanto que os localizados a montante permanecem energizados ap´os a localiza¸c˜ao da falha. Observe que agora a rede possui dois setores:

ˆ Setor 1 – localizado entre o disjuntor e o religador [arcos: (1, 2), (2, 5), (4, 8), (5, 9), (5, 10), (5, 11) e (8, 13)];

ˆ Setor 2 – localizado a jusante do religador [arcos: (3, 6), (3, 7) e (7, 12)].

A falha n˜ao causa a interrup¸c˜ao de energia no Setor 1, pelo fato de seus clientes estarem localizados antes do religador. Portanto, o setor 1 se enquadra no caso 1, sendo classificado como n˜ao atingido.

tik = 0 (2.9)

Os clientes localizados no Setor 2, enquadram-se no caso 3, ou seja, o tempo total do restabecimento de energia ´e dada pela Equa¸c˜ao 2.8, sendo classificado como permanente-mente interrompido.

(37)

2.2.6

A Fun¸

ao das Chaves Seccionadoras.

Esta se¸c˜ao mostra o comportamento do sistema na ocorrˆencia de uma falha quando existem chaves secionadoras a jusante do dispositivo de prote¸c˜ao. Supondo que aconte¸ca uma falha no n´o 6, o religador abre devido `a presen¸ca da corrente de curto circuito e desenergiza os setores de carga a jusante, de forma semelhante ao apresentado na Subse¸c˜ao 2.2.5. A chave seccionadora normalmente fechada (NF) ser´a aberta ap´os a localiza¸c˜ao do defeito, isolando os setores de carga a montante da chave secionadora at´e o religador, permitindo a continuidade do fornecimento de energia nessa ´area. As Figu-ras 2.9 e 2.10 mostram, respectivamente, a rede com disjuntor, religador e cinco chaves seccionadoras (NF) instaladas e a a¸c˜ao dos equipamentos no acontecimento de uma falha.

Figura 2.9: Rede com disjuntor, religador e chaves instaladas.

Figura 2.10: Estado da rede ap´os a ocorrˆencia de uma falha.

Para obtermos as condi¸c˜oes de opera¸c˜ao do sistema ´e necess´aria a separa¸c˜ao por seto-res. A rede est´a dividida em sete setores:

Setor 1 – localizado entre o disjuntor e o religador; Setor 2 – localizado entre os arcos (2, 5), (5, 9) e (5, 10);

(38)

Setor 3 – localizado a jusante do arco (5, 11), Setor 4 – localizado entre os arcos (R, 3) e (3, 6), Setor 5 – localizado entre os arcos (3, 7) e (7, 12); Setor 6 – localizado entre os arcos (1, 4) e (4, 8); Setor 7 – localizado a jusante do arco (8, 13).

A Figura 2.11 apresenta o diagrama de setores para essa separa¸c˜ao.

Figura 2.11: Divis˜ao da rede por setores.

O tempo de restaura¸c˜ao dos clientes localizados nos setores S1, S2, S3, S6 e S7 ´e calculado pela Equa¸c˜ao 2.10.

tik = λktl (2.10)

Portanto, enquadram-se no caso 2, sendo classificado como restabelec´ıvel.

Como n˜ao existe nenhuma chave instalada no arco (3, 6), o religador abre desenergi-zando todos os setores de carga a jusante do dispositivo de prote¸c˜ao (setores S4 e S5). A a¸c˜ao do religador (abertura) ´e autom´atica quando reconhece a corrente de curto circuito na rede. A reenergiza¸c˜ao dos consumidores localizados nos setores S4 e S5 ocorrer´a ap´os o reparo dos componentes defeituosos. O tempo total da repara¸c˜ao da rede ´e apresentada na Equa¸c˜ao 2.8, sendo classificado como permanentemente interrompido.

A importˆancia do estudo da aloca¸c˜ao de chaves ´e buscar estrat´egias ´otimas para essa aloca¸c˜ao. Ter v´arias chaves alocadas na rede sendo em lugares inadequados podem levar a valores maiores que aqueles permitidos pela regulamenta¸c˜ao. No pr´oximo cap´ıtulo apresentamos a formula¸c˜ao do problema de aloca¸c˜ao de chaves (PAC) utilizando o conceito de fluxo de tempo de interrup¸c˜ao (FTI).

(39)

Cap´ıtulo 3

DESCRIC

¸ ˜

AO E FORMULAC

¸ ˜

AO

DO PROBLEMA DE ALOCAC

¸ ˜

AO

DE CHAVES.

O objetivo deste cap´ıtulo ´e apresentar duas formula¸c˜oes matem´aticas para o Pro-blema de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC). A primeira apresentada na pesquisa de Assis (2014), cuja solu¸c˜ao deve fornecer as melhores posi¸c˜oes para localiza¸c˜ao de chaves nas redes de distribui¸c˜ao de energia el´etrica, bem como os tipos e capacidades das chaves a serem ins-taladas. A segunda mostra a formula¸c˜ao matem´atica para o PAC utilizando o conceito de Fluxo de Tempo de Interrup¸c˜ao (FTI) apresentado na pesquisa de Usberti et al (2014), cuja solu¸c˜ao, deve fornecer a quantidade e as posi¸c˜oes ´otimas para a instala¸c˜ao das chaves seccionadoras nas redes de distribui¸c˜ao de energia el´etrica.

Os modelos adotam como objetivo a minimiza¸c˜ao do custo da energia n˜ao distribu´ıda (END) da rede, com o custo da aloca¸c˜ao das chaves propostas. Apresenta-se a formula¸c˜ao matem´atica dos modelos, discutindo os aspectos mais significativos.

3.1

Modelo

Matem´

atico

para

o

Problema

de

Aloca¸

ao de Chaves (PAC).

O principal objetivo da metodologia a ser desenvolvida no trabalho ´e definir as melhores posi¸c˜oes, tipos e capacidades de chaves para alcan¸car melhorias na confiabilidade. A fun¸c˜ao das chaves ´e permitir, ap´os a ocorrˆencia da falha, a redu¸c˜ao da quantidade de clientes que permanecer˜ao sem energia, at´e o reparo dos equipamentos afetados. Essa redu¸c˜ao pode ser efetuada atrav´es do isolamento do setor defeituoso como apresentado na Subse¸c˜ao 2.2.6.

Usando a terminologia dos grafos, um sistema de distribui¸c˜ao de energia operado radi-almente pode ser modelado como uma ´arvore direcionada e conectada T(V, A), enraizada

(40)

na subesta¸c˜ao da rede, onde V ´e o conjunto dos n n´os e A ´e o conjunto das m arestas (Ahuja, Magnanti e Orlin, 1993). Cada n´o i ∈ V representa um ponto de ramifica¸c˜ao ou a localiza¸c˜ao de um cliente, e cada aresta (i, j) ∈ A, com i ∈ V , j ∈ V , corresponde a um trecho da rede, sendo locais candidatos para instala¸c˜ao de chaves. Chaves e dispositivos de prote¸c˜ao s˜ao equipamentos associados `as arestas.

A solu¸c˜ao do PAC define as arestas que devem receber chaves, os tipos (manual, autom´atico, seccionadora, manobra, descritos na Subse¸c˜ao 2.1.3) e suas capacidades. A Tabela 3.1 mostra a nota¸c˜ao adotada no modelo matem´atico.

Tabela 3.1: Nota¸c˜ao utilizada no modelo matem´atico do PAC.

ce Custo da energia (R$).

cs Custo de cada tipo de chaves s ∈ SW (R$).

fij Fluxo de energia no arco (i, j) ∈ A.

Fs Capacidade do fluxo das chaves do tipo s.

SW Conjunto de todos os tipos de chaves.

X Conjunto das vari´aveis de decis˜ao representando as chaves seccionadoras. Y Conjunto das vari´aveis de decis˜ao representando as chaves de manobra. DEClim Valor m´aximo permitido para o DEC (horas/consumidor/ano).

END(X, Y) END estimado em fun¸c˜ao das chaves alocadas (kW/h).

DEC(X, Y) DEC estimado em fun¸c˜ao das chaves alocadas (horas/consumidor/ano).

Fonte: Assis, 2014.

O custo cs ´e anualizado e inclui o custo de aquisi¸c˜ao, instala¸c˜ao e manuten¸c˜ao. O

modelo possui a vari´avel de decis˜ao xs

ij ∈ X que representa alocar xsij = 1



ou n˜ao xs

ij = 0 uma chave seccionadora do tipo s ∈ SW no arco (i, j) ∈ A e a vari´avel de

decis˜ao ysij ∈ Y que representa alocar ys

ij = 1 ou n˜ao yijs = 0 uma chave de manobra

do tipo s ∈ SW no arco (i, j) ∈ A.

Utilizando as defini¸c˜oes apresentadas na Tabela 3.1, o PAC pode ser formulado mate-maticamente da seguinte forma:

(41)

(PAC) M IN  ce EN D (X, Y ) + X (i,j)∈A X s∈SW cs xsij+ y s ij    (3.1) s.a. (restri¸c˜ao de confiabilidade)

DEC (X, Y ) 6 DEClim (3.2)

(restri¸c˜ao do tipo de chave alocada)

xsij + yijs 6 1 ∀ (i, j) ∈ A, ∀s ∈ SW (3.3)

(fluxos de potˆencia)

fijxsij + fijyijs 6 Fs ∀ (i, j) ∈ A, ∀s ∈ SW (3.4)

(integralidade e n˜ao-negatividade)

xsij, ysij ∈ {0, 1} ∀ (i, j) ∈ A, ∀s ∈ SW (3.5)

fij > 0 (3.6)

A fun¸c˜ao objetivo 3.1 minimiza os custos da energia n˜ao distribu´ıda, de aquisi¸c˜ao, instala¸c˜ao e o custo de manuten¸c˜ao das chaves na rede. A restri¸c˜ao 3.2 garante que o valor do ´ındice de confiabilidade DEC seja limitado por DEClim. O problema ´e fact´ıvel

apenas se o DEClim est´a contido no intervalo [DECmin, DECmax], sendo o DECmin o

valor da confiabilidade obtida atribuindo uma chave em cada arco da rede e DECmax o

valor da confiabilidade sem nenhuma chave alocada na rede. A restri¸c˜ao 3.3 garante os tipos e n´umeros de chaves que podem ser instalada nos arcos. A restri¸c˜ao 3.4 garante que as chaves alocadas em um arco possuem uma capacidade igual ou inferior ao fluxo de potˆencia passante neste arco. A natureza bin´aria das vari´aveis de decis˜ao e a n˜ao negatividade dos fluxos s˜ao representadas pelas restri¸c˜oes 3.5 e 3.6.

Segundo Assis (2014), o crit´erio n˜ao ´e ´unico, podendo ser adotados outros crit´erios sem necessidade de grandes modifica¸c˜oes na arquitetura da metodologia proposta. Com esse intuito, apresenta-se na pr´oxima se¸c˜ao o Modelo de Aloca¸c˜ao de Chaves (PAC) utilizando o conceito de Fluxo de Tempo de Interrup¸c˜ao (FTI), como uma alternativa ao modelo apresentado por Assis (2014), sendo o modelo PAC por FTI um modelo matem´atico exato apresentado na pesquisa de Usbertiet al (2014).

(42)

3.2

Problema de Aloca¸

ao de Chaves por Fluxo de

Tempo de Interrup¸

ao (FTI).

A rede de distribui¸c˜ao de energia el´etrica operada radialmente pode ser associada a uma ´arvore orientada e conexa T(V, A), enraizada na subesta¸c˜ao (n´o zero), sendo V o conjunto de n´os associados aos pontos de carga da rede e A o conjunto de arcos associados aos disjuntores, chaves e arcos. Um arco (i, j) ∈ A, i, j ∈ V , segue a orienta¸c˜ao do fluxo de corrente da subesta¸c˜ao ao ponto de carga (Usberti, Cavellucci e Lyra Filho; 2014).

Cada n´o j ∈ V tem um n´o antecessor i tal que i = pred(j). Pela defini¸c˜ao de ´arvore, existe um ´unico caminho direcionado ligando a raiz a cada um dos n´os do grafo (Ahuja, Magnanti e Orlin; 1993).

Um conjunto de n´os e arcos que representam o caminho direcionado ligando os n´os i e j ´e representado pelo caminho(i, j). Se tal caminho n˜ao existe ent˜ao (i, j) = ∅ ou (i, i) = i . Para cada par ordenado de n´os i e j, se o caminho(i, j) 6= ∅, j ´e a jusante de i, caso contr´ario, j ´e a montante de i. A Tabela 3.2 traz a nota¸c˜ao adotada no modelo matem´atico.

Tabela 3.2: Nota¸c˜ao utilizada no modelo matem´atico do PAC por FTI. li Demanda m´axima de carga de energia (k W).

λi Taxa de falha (falha/ano).

Nk N´umero de clientes.

˜

li Carga acumulada no n´o i (kW/h).

θj Tempo de auto-interrup¸c˜ao.

AS O conjunto de arcos com chaves instaladas.

Vi O conjunto de n´os a jusante.

A O conjunto de todos os arcos. fij Fluxo de tempo de interrup¸c˜ao.

t Tempo m´edio das interrup¸c˜oes.

xij Chave seccionadora instalada no arco arco (i, j) ∈ A.

ce Custo da energia (R$ 1.53).

cs Custo da chave seccionadora (R$ 1.358).

˜

ni N´umero de clientes enraizados no n´o i .

DEClb DEC estimado em fun¸c˜ao das chaves alocadas (horas/consumidor/ano).

DEClim Valor m´aximo permitido para o DEC (horas/consumidor/ano).

3.2.1

alculo do Fluxo de Tempo de Interrup¸

ao.

Para adaptar o modelo de fluxo de energia de Assis (2014) para o modelo de fluxo de tempo de interrup¸c˜ao, apresenta-se as seguintes defini¸c˜oes utilizando os parˆametros apresentados na Tabela 3.2.

Defini¸c˜ao 3.1. Para calcular a carga de energia `a jusante de um n´o i, denotada por ˜li,

(43)

˜ li =

X

j∈Vi

lj (3.7)

sendo Vi o conjunto de n´os a jusante do n´o i, se Vi = {i} i ´e uma folha da ´arvore T. A

carga pr´opria do n´o j representada pelo parˆametro lj. A Equa¸c˜ao 3.7 ´e uma modifica¸c˜ao

da Equa¸c˜ao 2.7 que representa a carga m´edia anual de um setor k.

Defini¸c˜ao 3.2. O tempo de interrup¸c˜ao das falhas locais do n´o i (aquelas ocorridas no pr´oprio n´o) θi, ´e a dura¸c˜ao esperada das interrup¸c˜oes do fornecimento de energia de um

n´o i. O tempo de interrup¸c˜ao θi ´e calculado usando a Equa¸c˜ao 3.8.

θi = λit (3.8)

sendo λi a taxa de falhas anuais associada ao n´o i e t o tempo m´edio das interrup¸c˜oes.

A Equa¸c˜ao 3.8 ´e uma modifica¸c˜ao da Equa¸c˜ao 2.5.

Defini¸c˜ao 3.3. Determinando o tempo de interrup¸c˜ao pr´opria de cada n´o i, pode-se calcular o tempo de interrup¸c˜ao ˜θi a jusante do n´o i, conforme Equa¸c˜ao 3.9.

˜ θi = θi+ X (i,j)∈A\AS ˜ θj (3.9)

sendo A o conjunto de todos os arcos. Utiliza-se a Equa¸c˜ao 3.8 no c´alculo desse parˆametro.

Defini¸c˜ao 3.4. O tempo de interrup¸c˜ao ui ´e a dura¸c˜ao esperada da interrup¸c˜ao do

for-necimento de energia do n´o i, devido `a falhas ocorridas na rede. Esta vari´avel pode ser calculada de forma recursiva atrav´es das Equa¸c˜oes 3.10 e 3.11.

u0 = ˜θ0, (3.10) uj− ui = ( 0 (i, j) ∈ A \ AS ˜ θj (i, j) ∈ AS (3.11) sendo ˜θj calculado utilizando a Equa¸c˜ao 3.9.

Demonstra¸c˜ao:

As falhas que causam a interrup¸c˜ao no n´o, s˜ao originados nele ou `a jusante dele. Assim, o tempo de interrup¸c˜ao corresponde ao tempo de interrup¸c˜ao `a jusante do n´o.

Como temos dois momentos retratados na diferen¸ca de uj com ui constr´oi-se a

de-monstra¸c˜ao em dois casos. O Caso 1 quando n˜ao existe chave instalada no arco (i, j). O Caso 2 quando existem chaves instaladas nos arcos (i, j ).

Caso 1: (i, j) ∈ A \ As.

Como n˜ao existe chave instalada na rede, a interrup¸c˜ao do n´o i provoca a interrup¸c˜ao do n´o j e vice-versa. Portanto o tempo de interrup¸c˜ao dos n´os s˜ao iguais.

(44)

uj = ui

uj − ui = 0

Caso 2: (i, j) ∈ As.

Neste caso, o arco est´a sendo orientado na mesma dire¸c˜ao que o fluxo de energia. Como existem chaves instaladas nos arcos (i, j ), a interrup¸c˜ao do n´o i provoca a interrup¸c˜ao do n´o j como no Caso 1. Por´em, o n´o i ´e imune a falhas a jusante.

uj = ui+ ˜θj

uj − ui = ˜θj

Como quer´ıamos demonstrar.

Defini¸c˜ao 3.5. O fluxo de tempo de interrup¸c˜ao do n´o j para o n´o i (inverso da orienta¸c˜ao de arco), ´e o tempo de interrup¸c˜ao esperado no n´o i devido a falhas originadas nos n´os k ∈ Vj, sendo ˜θj = θ +Pk∈Vjθ˜k. fij = ( 0 (i, j) ∈ AS ˜ θj (i, j) ∈ A \ AS (3.12) A Equa¸c˜ao 3.12 ´e uma modifica¸c˜ao da Equa¸c˜ao 3.11.

Defini¸c˜ao 3.6. O res´ıduo de interrup¸c˜ao Fj representa um equil´ıbrio do fluxo de

inter-rup¸c˜ao do n´o j calculado de acordo com a equa¸c˜ao a seguir.

Fj = ( θ0+ P (0,k)∈Af0k j = 0 θj+ P (j,k)∈Afjk − fij (i, j) ∈ A (3.13) Os Lemas 3.7 e 3.8 mostram, respectivamente, que o tempo de interrup¸c˜ao ui pode

ser determinado pela express˜ao do res´ıduo de interrup¸c˜ao Fj.

Lema 3.7. O tempo de interrup¸c˜ao ui de um n´o i pode ser determinado de acordo com

as Equa¸c˜oes 3.14 e 3.15 .

u0 = F0 (3.14)

uj− ui = Fj (i, j) ∈ A (3.15)

sendo Fj calculada pela Equa¸c˜ao 3.13.

Demonstra¸c˜ao:

Inicia-se provando a Equa¸c˜ao 3.14. Pelas Equa¸c˜oes 3.10 , 3.9 e 3.8 respectivamente, pode-se escrever;

(45)

F0 = θ0+ X (0,i)∈A f0i = θ0 + X (0,i)∈A\AS ˜ θi = ˜θ0 = u0

Para provar a Equa¸c˜ao 3.15, iremos dividi-la em dois casos. O primeiro caso quando n˜ao existe chave instalada no arco (i, j ) e o segundo caso quando existem chaves instaladas nos arcos (i, j ).

Caso 1: (i, j) ∈ A \ As.

Utilizando o mesmo racioc´ınio do caso anterior e utilizando as Equa¸c˜oes 3.10 e 3.9 temos: Fj = θj+ X (j,k)∈A fjk − fij = θj+ X (j,k)∈A\AS ˜ θk− ˜θj = ˜θj− ˜θj = 0 = uj− ui Caso 2: (i, j) ∈ As.

Como reformulado anteriormente e utilizando-se as Defini¸c˜oes 3.10, 3.9 e 3.8 respeti-vamente, escreve-se a seguinte equa¸c˜ao:

Fj = θj+ X (j,k)∈A fjk− fij = θj+ X (j,k)∈A\AS ˜ θk = ˜θj = uj − ui

Como quer´ıamos demonstar.

Lema 3.8. O tempo de interrup¸c˜ao uj ´e a soma dos res´ıduos das interrup¸c˜oes `a jusante

do n´o j apresentado na Equa¸c˜ao 3.16. uj = X i∈caminho(0,j) Fi (i ∈ V ) (3.16) Demonstra¸c˜ao:

Utilizando indu¸c˜ao, a demonstra¸c˜ao ser´a escrita no sentido da ra´ız para o n´o j ∈ V . (⇒) Prova-se inicialmente o caso em que o n´o j = 0 utilizando o Lema 3.7.

u0 = F0 =

X

j∈caminho(0,0)

Fj

(⇐) Assumido que a Equa¸c˜ao 3.16 ´e v´alida para qualquer n´o do caminho da raiz at´e o n´o j, prova-se que a Equa¸c˜ao 3.16 tamb´em ´e v´alida para n´o k, de tal modo que (j, k) ∈ A.

Utilizando a Equa¸c˜ao 3.15 escrevemos;

uk− uj = Fk ⇒ uk− X i∈caminho(0,j) Fi = Fk ⇒ uk = X i∈caminho(0,k) Fi

(46)

Para Usberti, Cavellucci e Lyra Filho (2014) o Teorema 3.9 representa o n´ucleo da metodologia de avalia¸c˜ao da confiabilidade. A energia n˜ao distribu´ıda ´e expressa pelo tempo de interrup¸c˜ao dos fluxos f, o que significa que a energia n˜ao distribu´ıda pode ser calculada por meio da resolu¸c˜ao de um problema de fluxo de rede.

Teorema 3.9. Pode-se expressar a energia n˜ao distribu´ıda utilizando a Equa¸c˜ao 3.17.

EN D = X (i,j)∈A ˜li− ˜lj  fij + X i∈V ˜ liθi (3.17) Demonstra¸c˜ao:

Utilizando o Lema 3.8 e as Equa¸c˜oes 3.7 e 3.10 podemos escrever as seguintes igual-dades. X i∈V liui = X i∈V  li X j∈caminho(0,i) Fj  = X j∈V  Fj X i∈Vj li  = X i∈V ˜ liFi =X i∈V  ˜li  θi+ X (i,j)∈A fij    − X (i,j)∈A ˜ ljfij = X (i,j)∈A ˜li− ˜lj  fij + X i∈V ˜ liθi

Vale ressaltar que outros ´ındices de confiabilidade como o DEC tamb´em podem ser expressos em termos da vari´avel f. Isto pode ser feito atrav´es do DEC (Equa¸c˜ao 2.2) e do tempo de interrup¸c˜ao u com os res´ıduos de interrup¸c˜ao F de acordo com a Equa¸c˜ao 3.16. O lema abaixo mostra a forma de expressar a energia n˜ao distribu´ıda utilizando seus limites inferior e superior, sendo que a confiabilidade de uma rede ´e estabelecida entre esses limites.

Lema 3.10. Os limites inferior Elb e superior Eubs˜ao descritos pela seguinte desigualdade

3.18 e devem ser respeitadas para que possamos encontrar a solu¸c˜ao ´otima do problema. X i∈V ˜ liθi = Elb ≤ EN D ≤ Eub= ˜l0 X i∈V θi (3.18) Demonstra¸c˜ao:

A prova do limite inferior Elb ´e trivial, pois ´e uma constante na equa¸c˜ao do Teorema

3.9. Utilizando as Equa¸c˜oes 3.9 e 2.3 e analisando a Equa¸c˜ao 3.12 o tempo de interrup¸c˜ao dos fluxos f ´e m´aximo se As = Ø. Nessa hip´otese, o tempo m´aximo de interrup¸c˜ao dos

fluxos fmax ´e dada pela Equa¸c˜ao 3.19.

fijmax = ˜θj = θj + X (i,j)∈A\As ˜ θj = X k∈Vj θk (i, j) ∈ A (3.19)

O limite superior Eub da energia n˜ao distribu´ıda deriva-se da substitui¸c˜ao da

inter-rup¸c˜ao dos fluxos fij da Equa¸c˜ao 3.17 com o m´aximo de interrup¸c˜ao dos fluxos fijmax da

(47)

Eub= X (i,j)∈A ˜li− ˜lj  fijmax+X i∈V ˜ liθi = X (i,j)∈A  l˜i X k∈Vj θk  − X (i,j)∈A  l˜j X k∈Vj θk  + X i∈V ˜ liθi =X i∈V " ˜ li X j∈Vi θj− θi !# − X i∈V \0 ˜ li X j∈Vi θj ! +X i∈V ˜ liθi = ˜l0 X i∈V θi− θ0 ! + X i∈V \0 ˜ li X j∈Vi θj − θi ! − X i∈V \0 ˜ li X j∈Vi θj ! +X i∈V ˜ liθi = ˜l0 X i∈V θi− ˜l0θ0− X i∈V \0 ˜ liθi+ X i∈V ˜ liθi = ˜l0 X i∈V θi

Como quer´ıamos demonstrar.

Lema 3.11. A express˜ao da dura¸c˜ao equivalente de interrup¸c˜ao por unidade consumidora ´e descrita na Equa¸c˜ao 3.20. DEC = 1 ˜ n0   X (i,j)∈A (˜ni− ˜nj)fij + X i∈V ˜ niθi   (3.20)

sendo ˜n0 o n´umero de clientes atendidos em cada n´o da rede.

3.2.2

Modelo Matem´

atico por FTI.

A solu¸c˜ao do problema de aloca¸c˜ao de chaves por fluxo de tempo de interrup¸c˜ao, define as posi¸c˜oes ´otimas dos arcos que devem receber as chaves seccionadoras melhorando a confiabilidade do sistema com menor investimento. Os parˆametros utilizados no c´alculo s˜ao apresentados na Tabela 3.2. O modelo possui a vari´avel de decis˜ao, xij, que representa

alocar (xij = 1) ou n˜ao (xij = 0) uma chave seccionadora na rede.

Usando as defini¸c˜oes apresentadas at´e aqui, o modelo PAC por FTI pode ser formulado matematicamente da seguinte maneira:

(48)

(PAC por FTI) M IN  ce   X (i,j)∈A (˜li− ˜lj)fij + Elb  + cs   X (i,j)∈A xij     (3.21) s.a. (restri¸c˜ao de confiabilidade) 1 ˜ n0   X (i,j)∈A (˜ni− ˜nj)fij + DEClb  6 DEClim (3.22)

(fluxo de tempo de interrup¸c˜ao) fij− X (j,k)∈A fjk + Mjxij > θj (i, j) ∈ A (3.23) (integralidade e n˜ao-negatividade) xij ∈ {0, 1} (i, j) ∈ A (3.24) fij > 0 (i, j) ∈ A (3.25)

O parˆametro Mj ´e definido para cada n´o i atrav´es da equa¸c˜ao: Mj =

P

j∈Viθj.

O modelo proposto utiliza como fun¸c˜ao objetivo a soma de duas fun¸c˜oes: 1ª o custo da energia multiplicada pela energia n˜ao distribu´ıda na rede; 2ª a quantidade de chaves que foram instaladas nos arcos da rede multiplicada pelo custo das chaves. A fun¸c˜ao objetivo ´

e apresentada pela Equa¸c˜ao 3.21. A restri¸c˜ao 3.22 garante que o valor do ´ındice de confia-bilidade DEC seja limitado por DEClim. O problema possui solu¸c˜ao apenas se o DEClim

est´a contido no intervalo [DEClb, DECub], sendo o DEClb o valor da confiabilidade

ob-tida atribuindo uma chave em cada arco da rede e DECub o valor da confiabilidade sem

nenhuma chave alocada na rede. O c´alculo do fluxo de tempo de interrup¸c˜ao ´e mostrado na Equa¸c˜ao 3.23. A Equa¸c˜ao 3.24 mostra a integralidade das vari´aveis de decis˜ao e a Equa¸c˜ao 3.25 garante que os fluxos de interrup¸c˜ao fij sejam positivos.

3.3

Exemplo Num´

erico.

Desenvolve-se um exemplo do c´alculo da energia n˜ao distribu´ıda utilizando o conceito de fluxo de tempo de interrup¸c˜ao, com uma rede de cinco n´os e cinco arcos dividida em dois Cen´arios. O Cen´ario 1 possui apenas o disjuntor na subesta¸c˜ao e o Cen´ario 2, al´em do disjuntor, possui chaves instaladas nos arcos (1, 4) e (3, 5) conforme mostra as Figuras 3.1 e 3.2.

(49)

Figura 3.1: Cen´ario 1 - Rede com disjuntor instalado.

Figura 3.2: Cen´ario 2 - Rede com disjuntor e chaves instaladas.

A Tabela 3.3 apresenta os parˆametros necess´arios para o c´alculo da END.

Tabela 3.3: Pontos de carga do sistema. Parˆametros N´os

1 2 3 4 5

λi (f/ano) 0.2 0.1 0.3 0.2 0.2

li (kW) 0 0 0 5.000 4.000

t 4 4 4 2 2

Para calcular o tempo de auto-interrup¸c˜ao θi utiliza-se a Equa¸c˜ao 3.8 e a Tabela 3.3.

O parˆametro ˜li representa a somat´oria das cargas a jusante de um n´o i e ´e calculada

utilizando a Equa¸c˜ao 3.7 e a Tabela 3.3, ambos apresentados na Tabela 3.4.

Tabela 3.4: C´alculo dos ´ındices θi e ˜li.

θ1= (λ1× t1) = (0.2 × 4) = 0.8 l˜5 = l5 = 4.000 (kW ).

θ2= (λ2× t2) = (0.1 × 4) = 0.4 ˜l4 = l4 = 5.000 (kW )

θ3= (λ3× t3) = (0.3 × 4) = 1.2 l˜3= l3+ ˜l5 = 0 + 4.000 = 4.000 (kW )

θ4= (λ4× t4) = (0.1 × 2) = 0.2 l˜2= l2+ ˜l3 = 0 + 4.000 = 4.000 (kW )

θ5= (λ5× t5) = (0.2 × 2) = 0.4 l˜1 = l1+ ˜l2+ ˜l4= 0 + 4.000 + 5.000 = 9.000 (kW )

A seguir calcula-se o tempo de interrup¸c˜ao a jusante ˜θi definido pela Equa¸c˜ao 3.9.

(50)

Tabela 3.5: C´alculo do ´ındice ˜θi para os Cen´arios 1 e 2.

Cen´ario 1 Cen´ario 2

˜ θ5 = θ5 = 0.4 θ˜5 = θ5 = 0.4 ˜ θ4 = θ4 = 0.2 θ˜4 = θ4 = 0.2 ˜ θ3 = θ3+ ˜θ5 = 1.2 + 0.4 = 1.6 θ˜3 = θ3 = 1.2 ˜ θ2 = θ2+ ˜θ3= 0.4 + 1.6 = 2 θ˜2 = θ2+ ˜θ3= 0.4 + 1.2 = 1.6 ˜ θ1 = θ1+ ˜θ2+ ˜θ4 = 0.8 + 2 + 0.3 = 3 θ˜1 = θ1+ ˜θ2= 0.8 + 1.6 = 2.4

Na Tabela 3.6 apresenta-se o c´alculo dos fluxos para os Cen´arios 1 e 2.

Tabela 3.6: C´alculo dos fluxos realizado por arco da rede. Cen´arios Arcos

(1,2) (1,4) (2,3) (3,5) xij(1) 2 0.2 1.6 0.4

xij(2) 1.6 0.2 1.2 0.4

Obtidos todos os parˆametros necess´arios pode-se calcular a END para os Cen´arios 1 e 2 utilizando a Equa¸c˜ao 3.17 para as redes das Figuras 3.1 e 3.2.

EN D = ( ˜l1− ˜l2)f12+ ( ˜l1− ˜l4)f14+ ( ˜l2− ˜l3)f23+ ( ˜l3− ˜l5)f35+ ˜l1θ1+ ˜l2θ2+ ˜l3θ3+ ˜l4θ4+ ˜l5θ5

O parˆametro Elb ´e o limite inferior da energia n˜ao distribu´ıda, ou seja, representa a

perda de energia inerente `a rede. Utilizando a Equa¸c˜ao 3.18 tem-se:

Elb = ˜l1θ1+ ˜l2θ2+ ˜l3θ3+ ˜l4θ4+ ˜l5θ5 = (9.000 × 0.8) + (4.000 × 0.4) + (4.000 × 1.2) + (5.000 × 0.2) + (4.000 × 0.4) = 7.200 + 1.600 + 4.800 + 1.000 + 1.600 = 16.200 (kW/h). Portanto, Cen´ario 1: END = (9.000 – 4.000) × 2 + (9.000 – 5.000) × 0.2 + (4.000 – 4.000) × 1.6 + (4.000 – 4.000) × 0.4 = 10.000 + 800 + 0 + 0 + Elb= 10.800 + 16.200 = 27.000 (kW/h). Cen´ario 2: END = (9.000 – 4.000) × 1.6 + (9.000 – 5.000) × 0.2 + (4.000 – 4.000) × 1.2 + (4.000 – 4.000) × 0.4 = 8.000 + 800 + 0 + 0 +Elb= 8.800 + 16.200 = 25.000 (kW/h).

A partir desses resultados, ´e poss´ıvel afirmar que com apenas duas chaves alocadas distribuimos 7,40% da energia que n˜ao estava sendo distribu´ıda na rede.

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