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COMISSÃO EUROPEIA. Auxílios estatais/portugal (Continente) SA (2015/N) «Cooperação - Grupos operacionais PDR »

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Ex.mo Senhor Augusto SANTOS SILVA Ministro dos Negócios Estrangeiros Palácio das Necessidades

Largo do Rilvas P – 1399-030 Lisboa

COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 19.7.2016 C(2016) 4428 final

Assunto: Auxílios estatais/Portugal (Continente) – SA.43920 (2015/N) «Cooperação - Grupos operacionais PDR 2014-2020»

Senhor Ministro,

Tenho a honra de comunicar a V. Ex.ª que a Comissão Europeia (a seguir designada por «Comissão») decidiu não levantar objeções ao regime em epígrafe, dado ser compatível com o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE). Na adoção desta decisão, que abrange o conjunto das medidas notificadas, a Comissão teve em conta as seguintes considerações:

1. PROCEDIMENTO

(1) Em conformidade com o artigo 108.º, n.º 3, do TFUE, a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia notificou o regime em apreço à Comissão por correio eletrónico de 18 de dezembro de 2015, registado pela Comissão no mesmo dia.

(2) Por ofícios de 26 de janeiro e 10 de maio de 2016, a Comissão solicitou informações complementares, que foram transmitidas por ofícios recebidos e registados pela Comissão em 5 de abril e 25 de maio de 2016.

2. DESCRIÇÃO DO REGIME

Título

(3) Cooperação – grupos operacionais PDR 2014-2020 Objetivo

(4) O regime em apreço visa promover a criação e o funcionamento de grupos operacionais, a fim de poder resolver problemas específicos, de forma conjunta e

(2)

concertada, e aproveitar as oportunidades que se apresentam no setor florestal. A ação dos grupos operacionais centra-se na realização dos objetivos e nas prioridades do desenvolvimento rural, designadamente a promoção da criação e da transferência de conhecimentos, bem como a inovação no setor florestal, a fim de promover o crescimento sustentável, uma eficiente utilização e proteção dos recursos naturais e da biodiversidade, reforçando assim a relação entre os produtores, os conhecimentos gerados e as necessidades dos setores em causa. Descrição do auxílio e despesas elegíveis

(5) O Regulamento (UE) n.º 1305/20131 prevê medidas de apoio no âmbito dos Programas de Desenvolvimento Rural («PDR»). O apoio ao desenvolvimento rural pode ser de caráter agrícola (auxílios à produção, transformação ou comercialização dos produtos enumerados no anexo I do TFUE) ou não-agrícola (se o auxílio tiver outros fins).

(6) De acordo com o artigo 81.º, n.º 2, do Regulamento (UE) n.º 1305/2013, os artigos 107.º a 109.º do TFUE não se aplicam aos pagamentos efetuados pelos Estados-Membros ao abrigo do mesmo regulamento e em conformidade com as suas disposições, nem ao financiamento nacional adicional a que se refere o artigo 82.º do mesmo regulamento, no quadro da aplicação do artigo 42.º do TFUE. Em contrapartida, estes artigos são plenamente aplicáveis aos auxílios não incluídos no âmbito de aplicação do artigo 42.º do TFUE.

(7) O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal-Continente, aprovado pela Decisão C(2014) 9896 da Comissão, de 12 de dezembro de 2014, prevê a concessão de auxílios à cooperação no setor florestal. Esses auxílios, que estão previstos no artigo 35.º do Regulamento (UE) n.º 1305/2013, devem ser notificados e estar em conformidade com a parte II, secção 2.6, e demais disposições aplicáveis das Orientações da União Europeia relativas aos auxílios estatais nos setores agrícola e florestal e nas zonas rurais para 2014-20202 (a seguir designadas por «Orientações»).

(8) O regime em apreço visa a parte florestal da ação 1.1 («Grupos Operacionais») da medida n.º 1 («Inovação»), integrada no domínio n.º 1 («Inovação e Conhecimento») do PDR de Portugal-Continente para 2014-2020.

(9) O objetivo do regime é promover:

a) A criação e o funcionamento de grupos operacionais no âmbito da Parceria Europeia de Inovação para a Produtividade e a Sustentabilidade agrícolas (PEI), a fim de solucionar problemas concretos e tirar partido das oportunidades que se apresentam no setor florestal;

1

Regulamento (UE) n.º 1305/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, relativo ao apoio ao desenvolvimento rural pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1698/2005 do Conselho (JO L 347 de 20.12.2013, p. 487).

2

(3)

b) O desenvolvimento, por grupos operacionais, de projetos-piloto e de novos produtos, práticas, processos e tecnologias visando a obtenção de novos conhecimentos, acessíveis a todos os interessados.

(10) Os grupos operacionais deverão apresentar um plano de ação com uma duração máxima de cinco anos.

(11) As prioridades e domínios técnicos em matéria de inovação definidos no âmbito da política de desenvolvimento rural são:

a) O aumento da eficiência dos recursos na produção florestal; b) A melhoria da gestão dos sistemas florestais;

c) A melhoria da integração nos mercados. (12) Os custos elegíveis são os seguintes:

a) As despesas decorrentes dos trabalhos preparatórios para a criação do grupo operacional, efetuadas durante o período máximo de um ano após a data do registo da iniciativa;

b) As despesas com a criação do grupo operacional;

c) As despesas com a coordenação e dinamização do grupo; d) A implementação do plano de ação;

e) A implementação do plano de demonstração e disseminação;

f) As despesas gerais, nomeadamente as despesas com comunicações, eletricidade, água, higiene e segurança das instalações dos grupos operacionais.

(13) Os acordos, decisões e práticas concertadas estabelecidos no âmbito do agrupamento ou da organização de produtores devem ser conformes às disposições aplicáveis do direito da concorrência, nomeadamente os artigos 101.º e 102.º do TFUE.

(14) Os auxílios com o objetivo mencionado no ponto 9, alínea b), podem também ser concedidos a intervenientes individuais. Neste caso, os resultados do projeto ou da atividade que beneficia do auxílio deverão ser disseminados.

(15) A intensidade do auxílio é limitada a 75 % dos custos elegíveis e o montante máximo total do auxílio será de 500 000 EUR por ação. O auxílio será degressivo. (16) O imposto sobre o valor acrescentado (IVA) será subvencionado se não puder ser

recuperado de acordo com a legislação fiscal nacional.

(17) A intensidade máxima do auxílio e o montante de auxílio por projeto serão calculados pela autoridade responsável pela concessão do auxílio quando da sua atribuição e os custos elegíveis serão corroborados por documentos comprovativos claros, específicos e atualizados. Para efeitos de cálculo da

(4)

intensidade do auxílio e dos custos elegíveis, serão utilizados os valores antes de impostos ou de quaisquer outras imposições.

(18) As operações constantes do regime em apreço estão sujeitas a uma avaliação ambiental prévia e positiva nos casos previstos na regulamentação em vigor. O PDR de Portugal-Continente para 2014-2020 inclui uma avaliação ambiental da medida abrangida pelo regime.

(19) A medida abrangida pelo regime notificado corresponde ao PDR de Portugal-Continente para 2014-2020.

Base jurídica

(20) Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal-Continente para 2014-2020, aprovado pela Comissão em 12 de dezembro de 2014.

(21) Portaria n.º 402/2015 de 9 de novembro de 2015.

Orçamento

(22) O orçamento total previsto para o regime é de 13 865 906 euros. Beneficiários

(23) Os beneficiários do regime são:

a) As pessoas singulares ou empresas com um volume de negócios inferior a 50 milhões de euros e menos de 250 trabalhadores, que exerçam atividade agrícola ou silvícola, primeira transformação ou comercialização de produtos agrícolas ou de produtos florestais;

b) As associações, cooperativas ou outras formas associativas legalmente reconhecidas, com atividade no setor agrícola, florestal ou seus recursos endógenos;

c) As pessoas coletivas públicas ou privadas com atribuições ou atividades nas áreas de investigação e desenvolvimento;

d) Outras entidades públicas ou privadas com atividade em áreas relevantes para o plano de ação apresentado.

(24) Os grupos operacionais devem ser constituídos por três ou mais entidades parceiras, incluindo obrigatoriamente entidades mencionadas em cada uma das alíneas a) a c) do ponto 23, sendo que pelo menos uma delas deve exercer a sua atividade no setor florestal.

(25) As grandes empresas só podem participar no regime em apreço se estiverem inseridas nas categorias mencionadas nas alíneas c) e d) do ponto 23 e não for possível desenvolver projetos de cooperação sem o seu apoio.

(26) Não poderão ser concedidos auxílios a candidatos que sejam considerados empresas em dificuldade, na aceção do artigo 2.º, ponto 14, do Regulamento (UE)

(5)

n.º 702/20143, ou que possam ter de reembolsar auxílios declarados incompatíveis com o mercado interno, enquanto o reembolso não tiver sido efetuado ou o montante a reembolsar não tiver sido colocado numa conta bloqueada (juntamente com os juros devidos em ambos os casos).

Forma do auxílio

(27) Trata-se de uma subvenção direta. Duração do auxílio

(28) Período compreendido entre a data de aprovação pela Comissão e 31 de dezembro de 2020.

Acumulação

(29) O auxílio concedido ao abrigo do regime em apreço não pode ser cumulado com outros auxílios públicos.

Elemento de incentivo

(30) As autoridades portuguesas confirmaram que os auxílios têm um efeito de incentivo. Só serão elegíveis para efeitos de concessão de auxílios as ações realizadas após a apresentação do correspondente pedido junto da autoridade competente. Do pedido deverão constar, pelo menos, o nome do requerente e a dimensão da empresa em causa, uma descrição do projeto ou atividade com indicação, nomeadamente, da sua localização e das datas de início e de fim de execução, o montante de auxílio necessário para a sua concretização e uma lista dos custos elegíveis. Só serão concedidos auxílios às atividades realizadas e aos serviços recebidos após a criação do regime, depois de o auxílio ter sido declarado compatível com o Tratado pela Comissão. As grandes empresas devem descrever a situação que se verificaria sem o auxílio, a situação considerada como cenário contrafactual, projeto ou atividade alternativo(a), e apresentar documentos comprovativos do cenário contrafactual descrito no pedido. Quando da receção de um pedido, a autoridade responsável pela concessão do auxílio deve verificar a credibilidade do cenário contrafactual.

Transparência

(31) O texto integral do regime de auxílio e as disposições de aplicação, bem como a identidade da autoridade responsável pela concessão do auxílio e dos organismos aos quais o mesmo será concedido a título do regime em apreço, serão publicados num sítio Web dedicado aos auxílios estatais a nível nacional (http://www.pdr-2020.pt). Essas informações serão publicadas uma vez adotada a decisão de concessão do auxílio, devendo ser conservadas por um período mínimo de dez anos e disponibilizadas ao público em geral, sem restrições.

3

Regulamento (UE) n.º 702/2014 da Comissão, de 25 de junho de 2014, que declara certas categorias de auxílios no setor agrícola e florestal e nas zonas rurais compatíveis com o mercado interno, em aplicação dos artigos 107.º e 108.º do TFUE (JO L 193 de 1.7.2014, p. 1).Esta definição consta ainda do ponto 35, n.º 15, das Orientações da União Europeia relativas aos auxílios estatais nos setores agrícola e florestal e nas zonas rurais para 2014-2020 (JO C 204 de 1.7.2014, p. 1).

(6)

3. APRECIAÇÃO

Aplicação do artigo 107.º, n.º 1, do TFUE

(32) O artigo 107.º, n.º 1, do TFUE estabelece que são incompatíveis com o mercado interno, na medida em que afetem as trocas comerciais entre os Estados-Membros, os auxílios concedidos pelos Estados ou provenientes de recursos estatais, independentemente da forma que assumam, que falseiem ou ameacem falsear a concorrência, favorecendo certas empresas ou certas produções.

(33) Os beneficiários do auxílio exercem uma atividade económica (cf. ponto 23). Trata-se de um auxílio concedido pelo Estado (cf. ponto 27). De acordo com a jurisprudência constante, considera-se preenchida a condição da afetação das trocas comerciais quando o beneficiário exerce uma atividade económica que é objeto de trocas comerciais entre os Estados-Membros4. O simples facto de o auxílio reforçar a posição do beneficiário em relação a outros concorrentes a nível de trocas comerciais intracomunitárias permite considerar que tais trocas foram afetadas. No caso em apreço, o facto de promover a cooperação no setor florestal pode, a prazo, conduzir a um aumento da produtividade dos seus membros. Uma vez que a atividade exercida pelos beneficiários abrange produtos que são objeto de trocas comerciais entre Portugal e os restantes Estados-Membros, tal pode afetar o comércio. No caso em apreço, estão, por conseguinte, preenchidas as condições previstas no artigo 107.º, n.º 1, do TFUE.

Legalidade dos auxílios – Aplicação do artigo 108.º, n.º 3, do TFUE

(34) O regime de auxílios foi notificado à Comissão em 18 de dezembro de 2015, não tendo ainda sido executado. Por conseguinte, Portugal cumpriu a obrigação que lhe incumbe por força do artigo 108.º, n.º 3, do TFUE.

Aplicação do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do TFUE

(35) A proibição estabelecida no artigo 107.º, n.º 1, do TFUE não é incondicional, estando previstas derrogações. De acordo com o artigo 107.º, n.º 3, alínea c), os auxílios destinados a facilitar o desenvolvimento de certas atividades ou regiões económicas que não alteram as condições das trocas comerciais de maneira contrária ao interesse comum podem ser considerados compatíveis com o mercado interno.

(36) De acordo com a parte II, secção 2.6, das Orientações, a Comissão considerará compatíveis com o mercado interno, ao abrigo do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do Tratado, os auxílios à cooperação no setor florestal que respeitam os princípios comuns de apreciação definidos nas Orientações e as condições específicas estabelecidas nessa mesma secção.

4

Segundo a jurisprudência do Tribunal, se um auxílio financeiro concedido pelo Estado reforçar a posição de uma empresa relativamente a outras empresas concorrentes no comércio intracomunitário, é suscetível de afetar as trocas comerciais entre os Estados-Membros e ameaça falsear a concorrência entre empresas estabelecidas em diferentes Estados-Membros (Acórdão do Tribunal de Justiça de 17 de setembro de 1980, no processo 730/79, Philip Morris Holland BV/Comissão das Comunidades Europeias, ECLI:EU:C:1980:209).

(7)

(37) De acordo com o ponto 573 das Orientações, os auxílios à cooperação que envolvam, pelo menos, duas entidades do setor florestal ou dos setores agrícola e silvícola devem ser concedidos nas condições estabelecidas na parte II, secção 1.1.11, das Orientações.

(38) De acordo com o ponto 315, alínea c), das Orientações, as autoridades portuguesas confirmaram que os auxílios serão concedidos para promover formas de cooperação e, em particular, a criação e o funcionamento dos grupos operacionais da Parceria Europeia de Inovação (PEI) para a produtividade e o desenvolvimento sustentável do setor florestal, a que se refere o artigo 56.º do Regulamento (UE) n.º 1305/2013 [cf. ponto 9, alínea a)].

(39) Entre as atividades previstas no ponto 316 das Orientações, as autoridades portuguesas informaram que as ações de cooperação no âmbito do regime em apreço incidirão nas atividades referidas nas alíneas a) e b) [cf. ponto 9,

alínea b)].

(40) O ponto 317 das Orientações não se aplica ao regime em apreço.

(41) As autoridades portuguesas confirmaram que, de acordo com o ponto 318 das Orientações, os auxílios concedidos a projetos-piloto e ao desenvolvimento de novos produtos, práticas, processos e tecnologias no setor florestal podem também ser concedidos a intervenientes individuais. Nos casos em que os auxílios são concedidos a intervenientes individuais, os resultados do projeto ou da atividade que beneficia do auxílio deverão ser disseminados (cf. ponto 14).

(42) O ponto 319 das Orientações não se aplica ao regime em apreço.

(43) Em aplicação do ponto 320 das Orientações, os auxílios à cooperação devem respeitar as disposições do direito da concorrência, em especial os artigos 101.º e 102.º do TFUE, em virtude dos artigos 206.º a 210.º do Regulamento (UE) n.º 1308/20135. As autoridades portuguesas confirmaram o cumprimento dessa regulamentação (cf. ponto 13).

(44) O regime em apreço compreende, por um lado, todos os custos elegíveis enunciados no ponto 321 das Orientações, exceto os mencionados nas alíneas d) e e) e, por outro, a elaboração de planos de gestão florestal ou de instrumentos equivalentes, conforme previsto no ponto 575 das Orientações (cf. ponto 11). (45) O regime respeita a duração máxima fixada no ponto 322 das Orientações (cf.

ponto 10).

(46) As autoridades portuguesas demonstraram que os auxílios à cooperação no setor florestal não excederão o máximo fixado no ponto 323 das Orientações (cf. ponto

15).

5

Regulamento (UE) n.º 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que estabelece uma organização comum dos mercados dos produtos agrícolas e revoga os Regulamentos (CEE) n.º 922/72, (CEE) n.º 234/79, (CE) n.º 1037/2001 e (CE) n.º 1234/2007 do Conselho (JO L 347 de 20.12.2013, p. 671).

(8)

(47) O ponto 324 das Orientações não se aplica ao regime em apreço.

(48) No que respeita às condições gerais a respeitar, segundo o ponto 43 das Orientações, o objetivo dos auxílios nos setores agrícola e florestal e nas zonas rurais é garantir uma produção alimentar viável e promover a utilização eficiente e sustentável dos recursos, a fim de atingir um crescimento inteligente e sustentável. O objetivo fixado pelas autoridades portuguesas para o regime em apreço, apresentado no ponto 4 da presente decisão, corresponde aos objetivos constantes do ponto 43 das Orientações.

(49) De acordo com o ponto 46 das Orientações, a Comissão considera que as medidas executadas nos termos do Regulamento (UE) n.º 1305/2013 e correspondentes normas de execução e atos delegados, ou como financiamento nacional adicional no âmbito de um programa de desenvolvimento rural, são, por esse facto, coerentes com os objetivos de desenvolvimento rural e contribuem para a sua realização. Este ponto é aplicável ao regime em apreço, dado que cobre uma medida incluída no PDR de Portugal-Continente.

(50) O artigo 11.º do TFUE dispõe ainda que «as exigências em matéria de proteção do ambiente devem ser integradas na definição e execução das políticas e ações da União, em especial com o objetivo de promover um desenvolvimento sustentável». No ponto 52 das Orientações, salienta-se que deve ser prestada especial atenção às questões ambientais nas notificações de auxílios estatais. Futuramente, todas as notificações de auxílios estatais deverão incluir uma avaliação do eventual impacto ambiental da atividade que beneficia de auxílio. Em caso de impacto ambiental negativo, as notificações de auxílios estatais devem incluir informações que demonstrem que a medida de auxílio não implicará qualquer violação da legislação da União em matéria de proteção do ambiente.

(51) As autoridades portuguesas confirmaram que as operações incluídas no regime em apreço estão sujeitas a uma avaliação ambiental prévia e positiva, nos casos previstos na regulamentação aplicável, e que o PDR em causa contém uma avaliação ambiental estratégica (cf. ponto 18).

(52) No que diz respeito à necessidade de intervenção do Estado, de acordo com o ponto 55 das Orientações, a Comissão entende que o mercado não atinge os resultados esperados sem a intervenção do Estado no que respeita às medidas de auxílio que preenchem as condições específicas estabelecidas na parte II das Orientações. Os auxílios previstos neste regime podem, por conseguinte, ser considerados necessários à realização dos objetivos de interesse comum enunciados na parte I, secção 3.1, das Orientações, em especial a utilização eficiente e sustentável dos recursos.

(53) Em aplicação do ponto 57 das Orientações, a Comissão considera que os auxílios concedidos no âmbito do regime em apreço constituem um instrumento político adequado, uma vez que preenchem as condições da secção pertinente da parte II das Orientações.

(54) Segundo o ponto 59 das Orientações, os auxílios podem assumir diversas formas, cabendo aos Estados-Membros garantir que sejam concedidos sob uma forma suscetível de gerar o menor número de distorções possível ao nível das trocas comerciais e da concorrência. De acordo com o ponto 61 das Orientações, a

(9)

Comissão considera ainda que, no que respeita às medidas de desenvolvimento rural cofinanciadas pelo FEADER ou concedidas como financiamento adicional a essas medidas, os auxílios concedidos sob a forma prevista na medida de desenvolvimento rural correspondente constituem um instrumento de auxílio adequado. Atendendo a que, no caso em apreço, foram identificados esses instrumentos, o instrumento utilizado pode ser considerado adequado.

(55) No ponto 70 das Orientações, a Comissão sublinha que o auxílio não constitui um incentivo quando o beneficiário tiver apresentado o seu pedido às autoridades nacionais após o início dos trabalhos respeitantes ao projeto ou atividade em causa. As autoridades portuguesas confirmaram que os interessados deverão ter apresentado os seus pedidos antes de dar início aos trabalhos (cf. ponto 30). (56) Em aplicação do ponto 72 das Orientações, as grandes empresas beneficiárias do

regime devem descrever a situação que se verificaria na ausência de auxílio, a situação tida em conta como cenário contrafactual, projeto ou atividade, e apresentar os documentos comprovativos do cenário contrafactual descrito no pedido. Segundo o ponto 73 das Orientações, ao receber um pedido, a autoridade responsável pela concessão do auxílio deve verificar a credibilidade do cenário contrafactual e confirmar que o auxílio tem o efeito de incentivo pretendido. As autoridades portuguesas confirmaram que, para beneficiarem do regime, os pedidos das grandes empresas deverão incluir os documentos que apresentam o cenário contrafactual. (cf. ponto 30). Tendo em conta estas informações e as que constam do ponto anterior, a Comissão considera que o auxílio tem um efeito de incentivo.

(57) O ponto 81 das Orientações especifica que os auxílios são considerados proporcionados se o seu montante por beneficiário for limitado ao mínimo necessário para alcançar o objetivo pretendido. Segundo o ponto 82 das mesmas Orientações, para um auxílio ser considerado proporcionado, o seu montante não deve exceder os custos elegíveis. De acordo com o ponto 84 das Orientações, quando os custos elegíveis estão corretamente calculados e são respeitadas as intensidades máximas de auxílio ou os montantes máximos de auxílio estabelecidos na parte II das mesmas Orientações é respeitado o critério da proporcionalidade. No caso em apreço, tendo em conta o teor do ponto 46, dado que foram respeitadas as intensidades máximas estabelecidas na parte II, secção 2.6, das Orientações para este tipo de auxílios, os auxílios previstos podem ser considerados proporcionados.

(58) De acordo com o ponto 85 das Orientações, as autoridades portuguesas confirmaram que a intensidade máxima do auxílio e o montante do auxílio por projeto serão calculados pela autoridade responsável pela concessão do auxílio no momento da sua concessão. Os custos elegíveis serão corroborados por documentos comprovativos claros, específicos e atualizados. Para efeitos do cálculo da intensidade do auxílio e dos custos elegíveis, os valores a utilizar são os valores antes de impostos ou de quaisquer outras imposições (cf. ponto 17). (59) De acordo com o ponto 86 das Orientações, as autoridades portuguesas

confirmaram que o IVA não recuperável por força da legislação nacional é elegível para efeitos do auxílio (cf. ponto 16).

(10)

(60) As autoridades portuguesas informaram que o auxílio em apreço não pode ser cumulado com qualquer outro auxílio (cf. ponto 29).

(61) De acordo com o ponto 108 das Orientações, para o auxílio ser compatível com o mercado interno, os efeitos negativos da medida de auxílio em termos de distorção da concorrência e de impacto nas trocas comerciais entre Estados-Membros, devem ser limitados e inferiores aos efeitos positivos em termos de contribuição para o objetivo de interesse comum. No ponto 113 das Orientações, atendendo aos seus efeitos positivos no desenvolvimento do setor, a Comissão considera que se os auxílios satisfizerem as condições estabelecidas e não excederem os limites máximos de intensidade estabelecidos nas secções pertinentes da parte II das Orientações, os efeitos negativos na concorrência e no comércio são limitados ao mínimo. No caso em apreço, tendo em conta as indicações do ponto 46, foram respeitados os limites máximos de intensidade fixados para este tipo de auxílios na parte II, secção 2.6, das Orientações.

(62) A Comissão constata ainda que as autoridades portuguesas se comprometeram a excluir do regime as empresas em dificuldade, na aceção do ponto 35, n.º 15, das Orientações, e a suspender o pagamento de qualquer auxílio concedido no âmbito do regime notificado a qualquer empresa que tenha anteriormente beneficiado de um auxílio ilegal, declarado incompatível por uma decisão da Comissão, até que essa empresa tenha reembolsado ou transferido para uma conta bloqueada o montante total do auxílio ilegal e incompatível e os juros de recuperação correspondentes (cf. ponto 26).

(63) Em aplicação do disposto nos pontos 128 e 131 das Orientações, as autoridades portuguesas confirmaram que o texto integral do regime de auxílio e as disposições de aplicação, bem como a identidade da autoridade responsável pela concessão do auxílio e dos organismos aos quais o mesmo será concedido a título do regime em apreço, constarão de um sítio Web dedicado aos auxílios estatais a nível regional e que essas informações serão publicadas uma vez adotada a decisão de concessão do auxílio, que serão conservadas por um período mínimo de 10 anos e disponibilizadas ao público em geral, sem restrições (cf. ponto 31). (64) Tendo em conta as considerações acima, o regime de auxílio notificado preenche

as condições aplicáveis das Orientações e pode beneficiar da derrogação prevista no artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do TFUE.

4. CONCLUSÕES

A Comissão decidiu, por conseguinte, não levantar objeções à medida notificada dado ser compatível com o mercado interno em virtude do artigo 107.º, n.º 3, alínea c), do TFUE. Na eventualidade de alguns elementos desta decisão serem abrangidos pela obrigação de sigilo profissional, nos termos da Comunicação da Comissão relativa ao sigilo profissional, e não deverem ser publicados, a Comissão deve ser informada desse facto no prazo de quinze dias úteis a contar da data de receção do presente ofício. Se não receber um pedido fundamentado nesse sentido dentro do prazo indicado, presumir-se-á que Portugal aceita que o texto da decisão seja publicado na íntegra. Caso pretenda que determinadas informações sejam abrangidas pela obrigação de sigilo profissional, Portugal deve especificar de que informações se trata e apresentar uma justificação para a sua não-divulgação.

(11)

O pedido das autoridades portuguesas deve ser enviado por via eletrónica, através do sistema de correio eletrónico protegido PKI, em conformidade com o artigo 3.º, n.º 3, do Regulamento (CE) n.º 794/20046, para o seguinte endereço:

agri-state-aids-notifications@ec.europa.eu.

Queira aceitar, Senhor Ministro, os protestos da minha mais elevada consideração.

Pela Comissão

Phil HOGAN

Membro da Comissão

6

Regulamento (CE) n.º 794/2004 da Comissão, de 21 de abril de 2004, relativo à aplicação do Regulamento (CE) n.º 2015/1589 do Conselho que estabelece as regras de execução do artigo 108.º do TFUE (JO L 140 de 30.4.2004, p. 1).

Referências

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