RELATÓRIO DE ATIVIDADES
ITAPECURU MIRIM|MA
AGO A OUT|16
Parceria: Coordenação:
Relatório de atividades
Nos Trilhos do Desenvolvimento
Itapecuru Mirim-MA
ago a out|16
PARCEIRO EXECUTOR CENTRO POPULAR DE CULTURA E
DESENVOLVIMENTO - CPCD
TELEFONE +55 (38) 3722-8806
RESPONSÁVEL NA INSTITUIÇÃO PARCEIRA
PELAS INFORMAÇÕES VÂNIA LÚCIA COUTINHO
PERÍODO DE REFERÊNCIA DO RELATÓRIO DE
ATIVIDADES AGO A OUT|16
DATA DO DOCUMENTO 31/10//2016
FRENTE ATUAÇÃO SAÚDE E EDUCAÇÃO
NÚMERO DO CONTRATO/ CONVÊNIO 060/2012
GESTOR DO CONTRATO NA FUNDAÇÃO VALE IGOR GOULART TEIXEIRA
SUMÁRIO
1. Apresentação
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2. Relação das ações previstas x ações realizadas no período
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3. Resumo do período – monitoramento dos resultados esperados para o período
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4. Destaques positivos
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5. Pontos negativos ou pontos de atenção
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6. Monitoramento dos riscos e benefícios
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7. Acompanhamento das contrapartidas
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8. Beneficiários por território
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9. Potencial de visibilidade para o próximo período
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10. Indicação de melhorias para aplicação no próximo ciclo do projeto
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11. Depoimentos
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1. Apresentação
O Projeto Nos Trilhos do Desenvolvimento, implementado no município de Itapecuru Mirim, está em fase de encerramento e preparação do plano de saída. O projeto, no município há quatro anos, desenvolve atividades que contemplam os sete focos de ação propostos - Água, Alimento, Cultura, Educação, Moradia, Saúde e Trabalho - integrados entre si.
As escolas locais também vivem o dilema de falta de apoio governamental. Além disso, o CRAS já se encontra com as portas fechadas, pela dificuldade de administração. A única atividade garantida é o acompanhamento às gestantes. As grávidas estreitam seus laços com as Cuidadoras e sentem-se à vontade para procurá-las sempre que necessário.
A construção do PAES - Produção Agroecológica Integrada Sustentável - dá visibilidade ao projeto. Essa iniciativa enche os olhos da comunidade, gerando renda para as Educadoras.
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2. Relação das ações previstas x ações realizadas no período
ATIVIDADE PREVISTO REALIZADO NO PERÍODO DE AGO A OUT |16 ACUMULADO ATÉ OUT |16 Formação de Educadores Sociais/ Anjos da Guarda
01 oficina 25 participantes 0 01 oficina 33 participantes Formação de Educadores Sociais – Reciclagem 01 oficina 25 participantes 0 02 oficinas 19 participantes Formação de Cuidadores Solidários 01 oficina 15 participantes 0 01 oficina 15 participantes Formação de Cuidadores em Saúde 01 oficina 15 participantes 0 01 oficina 15 participantes
Banco da Solidariedade 50 cadastros 0 75 cadastros
Banco de Tecnologias 0 0 21 tecnologias
90 participantes
Oficinas de Permacultura 01 oficina
20 participantes
0 01 oficina
Práticas de Permacultura 25 quintais 02 práticas 22 quintais
178 participantes. 06 quintais referências 14 famílias
Curso de Cuidados Intensivos com Neonato
01 oficina 20 participantes
0 01 oficina
30 participantes
Curso de RN/PTA 1,2,3 16 oficinas
320 participantes
0 16 oficinas
320 participantes
Oficina Bornal de Jogos I 01 oficina
25 participantes
0 01 oficina
29 participantes
Oficina Bornal de Jogos II 01 oficina
20 participantes
0 01 oficina
26 participantes
Banco do Livro 5000 livros
147 cadastros
0 100 cadastros
Acompanhamento técnico e bolsa auxílio
20 bolsistas 06 bolsistas 21 bolsistas
Viveiro de Mudas 550 participantes
3000 mudas
200 saquinhos 30 participantes
829 participantes 4400 mudas
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3. Resumo do período – monitoramento dos resultados esperados
para o período
3.1 - Atendimento às gestantes
Nesse período, as Cuidadoras Solidárias acompanham 16 (dezesseis) gestantes fazendo o trabalho de rotina, como orientação, oficinas de cuidados com o bebê - banho, umbigo e amamentação exclusiva até os seis meses - e alimentação saudável.
As Cuidadoras também distribuem o Kit Enxoval para as mães que cumprem todo o pré-natal. Esse é um grande incentivo para que as mulheres realizem os exames necessários, independentemente do número de filhos que tenham. Muitas delas são pensam na possibilidade de fazer o pré-natal porque estão na quarta gestação e ignoram que cada gravidez tem a sua especificidade. As Cuidadoras Solidárias são insistentes nesse aspecto e fazem de tudo para convencer as mães a visitarem o Posto de Saúde.
3.2 - Práticas de permacultura
As práticas de permacultura já se espalharam pela comunidade e vários moradores utilizam-nas de forma contínua. As famílias, em sua maioria, aderiram à ideia e muitos se tornaram voluntários na manutenção do PAES - Produção Agroecológica Integrada Sustentável.
Os quintais produtivos continuam e estão em plena safra de manga, abacaxi, goiaba e seriguela. Muitas dessas frutas foram plantadas no início do projeto e o resultado motiva a expansão da prática de permacultura.
A falta de água aparece nesta época do ano e as mulheres têm dificuldades em manter os quintais, mas, todos os esforços são empreendidos para a manutenção das plantas.
Agora que os quintais estão produzindo frutas de boa qualidade, outras famílias começaram a buscar mudas para iniciar o plantio em suas casas. Essa visibilidade é positiva, porque favorece o plantio nas residências e ainda aumenta a renda dos moradores. As famílias que têm o quintal produtivo vendem as frutas na beira da BR. Dessa forma, estimulamos assim, o comércio entre os moradores da comunidade.
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3.3 - Viveiro de MudasNesta época, encontramos muitas opções de sementes no quilombo e nas matas adjacentes. As mulheres fazem passeios com as crianças e recolhem algumas. É uma verdadeira aula de Biologia, cidadania e solidariedade.
Algumas sementes são armazenadas para distribuição e outras plantadas no viveiro de mudas. Essas são práticas rotineiras - crianças e moradores recolhem as espécies e, automaticamente, encaminham-nas para o PAES ou para as Educadoras.
3.4 - Encontros Comunitários
Os encontros comunitários continuam para fabricação caseira de sabão, inseticidas, repelentes e cardápios variados, sempre com foco no aproveitamento de alimentos.
As mulheres encontram-se durante as tardes para realizar a atividade em um clima harmonioso e descontraído. Como elas mesmas adjetivam o encontro: “É sagrado estar aqui!”
3.5 - Algibeira de Leitura | Biblioteca | Banco do Livro
Os livros das Algibeiras e da Biblioteca continuam a circular na comunidade. O impacto em adquirir o hábito de leitura é visível, principalmente em relação às notas escolares dos alunos. As crianças se sentem motivadas quando percebem que ler é um fenômeno possível e lúdico.
O Banco do Livro está com ação limitada, porque os exemplares não estão em exposição. Mesmo assim, quando um cliente precisar fazer trocas, as Educadoras são procuradas e ele é atendido com prontidão. Essa disponibilidade das Educadoras indica o nível de comprometimento e protagonismo a que conseguiram avançar.
4. Destaques positivos
Continuidade das atividades no PAES, com a manutenção da horta e viveiro de mudas; Participação dos homens como mão de obra voluntária;
Educadoras protagonistas;
Crianças com autoestima elevada por causa do avanço na leitura e escrita; Comunidade solidária;
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Gestantes atendidas, participativas e interessadas em aprender sobre o assunto; Práticas coletivas de cultivo e trocas de sementes.
5. Pontos negativos ou pontos de atenção
Déficit no atendimento às gestantes pelo Poder Público; Poucas parcerias com entidades organizadas; Alto índice de gravidez na adolescência;
Atendimento médico precário para as gestantes e déficit de vagas para realização de exames e ultrassonografia no município;
Espaços de ação coletiva limitados;
Falta de saneamento básico na comunidade e distribuição de água potável.
6. Monitoramento dos riscos e benefícios
As Educadoras Sociais mantém as atividades que são desenvolvidas desde o início do projeto com muita propriedade e envolvimento.
Algumas dificuldades são inerentes às condições locais, como o tempo de chuvas escassas. Outras são de origem de terceiros, como o trânsito intenso por causa da rodovia que corta o território da comunidade.
Algumas crianças ficam limitadas a espaços físicos previamente estabelecidos pelas famílias. Além disso, certas atividades são desenvolvidas de um lado da pista para não comprometer a participação das crianças. Mas, tudo é resolvido com um bom diálogo.
7. Acompanhamento das contrapartidas
As contrapartidas institucionais são inexistentes. As Secretarias Municipais não estabelecem nenhum compromisso com o projeto quando procuradas. Há grande morosidade em marcar reuniões e, quando marcadas, não há um acordo estabelecido entre as partes envolvidas. Nesse período eleitoral, por exemplo, as Secretárias estão incomunicáveis.
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As parcerias do projeto ocorrem em nível de comunidade: com a escola, Posto de Saúde e CRAS. As pessoas dessas instituições conhecem e procuram o projeto; quando solicitadas consultas ou exames, no caso, o Posto de Saúde atende bem e procura resolver o problema.As pessoas da comunidade são os grandes parceiros nesta empreitada. Eles se apropriaram das práticas e atividades do projeto.
8. Beneficiários por território
ATENDIDOS CRIANÇAS MULHERES FAMÍLIAS
Diretos 45 crianças da comunidade 05 Educadoras e
Cuidadoras
45 famílias
120 crianças de 04 turmas 391 gestantes por
período 280 famílias das gestantes 600 usuários cadastrados na Biblioteca 120 usuários da Biblioteca
Indiretos 1100 crianças 430 mulheres 1500 famílias
9. Potencial de visibilidade para o próximo período
Educadoras dinâmicas e comprometidas, que se empenham em manter as atividades e a mobilização comunitárias;
Variedade de sementes recolhidas e plantadas no viveiro, garantindo assim a continuidade do plantio dos quintais e arborização do quilombo com espécies diversas;
Mulheres grávidas acompanhadas e conscientes do seu direito à maternidade e atendimento da rede pública;
Agentes Comunitários de Saúde comprometidos com o objetivo/causa do projeto. Não apenas com as grávidas, mas com o desenvolvimento escolar das crianças, replantio das áreas degradadas e alimentação balanceada.
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10. Indicação de melhorias para aplicação no próximo ciclo do projeto
Criação de espaços de aprendizagem por iniciativa das Educadoras;
Reconhecimento e valorização por parte da comunidade das ações desenvolvidas; Escola aberta e flexível;
Aumento de produção de alimentos e técnicas disseminadas.
11. Depoimentos
“Eu estou com muita esperança de o projeto vingar, mesmo depois de terminada a parceria com a Vale. Nós estamos preparadas para essa nova fase. Vamos unir e continuar nossa missão.”
Maria de Ribamar Educadora Social
“Eu sei ler bem alto e bonito na roda de leitura. No inicio do ano, eu não sabia nada, nem conhecia as letras. Agora, falo o alfabeto até cantando. É bom demais aprender a ler. Na escola, era mais difícil... Aqui no projeto foi fácil!”
Malaquias de Jesus Belfort, de 10 anos
“Eu não tinha noção do que era um pré-natal. Achava que era só ir ao médico. Mas, quando as Cuidadoras começaram a me visitar e explicar tudo sobre gravidez, nascimento e cuidados com o neném é que me conscientizei de que, de verdade, terei de assumir que sou mãe. Foi gratificante.”
Angelita da Conceição Grávida acompanhada
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12. Anexos
12.1 - Plano de saída e parcerias
Não existem novidades no plano de saída e nem perspectiva de mudança no panorama atual. Todos os contatos possíveis já foram realizados e a resposta foi unânime: “A atual conjuntura política não permite firmar nenhuma parceria”.
Este cenário não é peculiar no município de Itapecuru Mirim, pois, sabe-se que antes, durante e após a eleição não há funcionamento regular das instituições públicas.
Na comunidade, existe a Associação de Mulheres do Quilombo Santa Rosa dos Pretos. Dessa Associação participam algumas Educadoras que, segundo elas, assumirão o projeto.
12.2 - Desafios e metas
Os desafios são de ordem direta e indireta. A Secretaria de Saúde não atende pontualmente a demanda da população. O saneamento básico e a água potável são inadequados, uma triste realidade em quase todo o estado do Maranhão.
As parcerias, quando existem, são beneficiárias e faltam parceiros coesos e coerentes com nossas finalidades.