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O AMOR COMO CATALISADOR DA MUDANÇA

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Academic year: 2021

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Paul Aurand

(Nova York)

Presidente e instrutor internacional do Michael Newton institute, escritor e mestre premiado em hipnoterapia.

Muitos buscam a hipnoterapia da vida entre vidas pelo desejo de saber se vão encontrar sua alma gêmea. Esta é a história de uma jovem que acabou de encontrá ‑la. Mas dessa vez eles não estão juntos. Ele chegou à vida dela como catalisador da mudança. À medida que a sessão progride, descobrimos que esta é, na verdade, sua segunda tentativa de despertá ‑la e ajudá ‑la a aprender as lições espirituais com as quais vem lutando em várias vidas.

O AMOR COMO

CATALISADOR DA MUDANÇA

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Sasha tem 32 anos e nasceu no norte da Europa. Depois de um relacionamento de doze anos com Mark, o primeiro e único homem de sua vida, fizeram planos para um casamento de conto de fadas. Duas semanas antes do casamento, Raul, a alma gêmea de Sasha, apareceu e abalou o seu mundo. Sem saber o que fazer, Sasha levou adiante os planos de casamento e se casou com Mark. Apesar de manter seu compromisso com o esposo, ela estava dividida e começou a afastá ‑lo de sua vida. Nunca conseguiu manter uma verdadeira intimidade com ele. Alguns meses depois, Sasha separou ‑se de Mark para viver e trabalhar em Portugal.

Eles ficaram separados por quase seis meses. Durante esse período, o caminho de Sasha voltou a se cruzar com o de Raul. Tornaram ‑se amantes por um tempo e depois Raul partiu. Sasha ficou arrasada.

Sasha chegou para a nossa sessão sentindo ‑se culpada e confusa. Perguntava ‑se se devia ficar com sua alma gêmea, Raul, ou voltar para o marido. Buscava o conselho de seus guias espirituais e orientação para sua alma.

Durante a sessão de VEV, normalmente conduzimos o paciente de volta à sua vida passada mais recente. Às vezes, quando existe uma vida mais antiga de grande significado, o paciente vai direto a ela, e não para sua vida mais recente. Foi o que aconteceu nesse caso.

A primeira cena da vida passada de Sasha desenrola ‑se num templo egípcio. Ela é Sharoon, uma sacerdotisa dedicada a estudos espirituais. Nossa conversa sobre essa vida desenvolveu‑ ‑se da seguinte maneira:

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manipulo pessoas que não trabalham no templo. Sou capaz de influenciá ‑las espiritual e energeticamente.

PAUL: Ajude ‑me a entender como você as manipula. S: Eu as manipulo para serem obedientes... para acredita‑ rem no que quero que acreditem. Faço isso criando e enviando imagens. Crio uma imagem mental do que quero que elas façam e a envio. Elas podem vê ‑la e senti‑la. É muito eficiente! É fácil influenciá ‑las.

P: Continue nessa vida de estudos espirituais e manipu‑ lação. O que acontece?

S: Sou assassinada. Sim, assassinada. P: E como isso acontece?

S: Existem inimigos invasores. Eles estão entrando no tem‑ plo e matando todo mundo. Eles me matam também.

P: O que acontece com você? Onde você está agora em rela‑ ção a seu corpo?

S: Fora. Estou apenas observando. Vejo outras pessoas entrando no templo. Mas não estou triste. Sinto ‑me em paz. Estou aceitando a situação.

P: Para onde você está indo agora?

S: Estou subindo cada vez mais alto, olhando a cena de cima. Vejo uma luz, acima, à esquerda. Estou indo na direção dela. Caminho até ela sem nenhum esforço. É muito tranquilo.

P: O que acontece quando você chega a essa luz?

S: (Surpresa.) Não sou muito religiosa, mas vejo a imagem de uma pessoa santa, com os braços abertos para me receber. Sei que esse é um símbolo de bem ‑aventurança e amor. Agora vejo que é o meu guia que está aqui. Sinto ‑me segura. É meu guia, Araton. Ele me diz que está tudo bem. Estou indo bem. Ele me aceita, me apoia e me ama. Ele se funde em mim, somos

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um só ser. É incrível! Sinto suas vibrações. Ele é muito sábio e feliz, tão brilhante e tão puro!

P: Por que seu guia se funde com você dessa forma? S: Para que, mais tarde, conhecendo suas vibrações, eu saiba que ele está comigo sempre que eu meditar ou precisar de sua ajuda. Sentirei sua paz e sua alegria.

P: E para onde ele a guia em seguida?

S: Estamos sentados num banco em meio a um lindo roseiral. Há caminhos de pedestres. No fim do caminho, há um edifício, um edifício branco. Quando olho para ele, percebo que posso ir até lá e fazer perguntas, mas tenho medo.

P: Como Araton reage ao perceber que você tem medo de fazer perguntas?

S: Ele diz que não preciso perguntar nada agora se não me sentir confortável. Diz que posso deixar isso para mais tarde. Vamos fazer uma cura, e eu o sigo. É estranho. Sei que ele irradia amor, mas não consigo senti ‑lo. Ele diz que podemos resolver isso. Agora estou numa sala de cura. No alto, uma espécie de máquina lança raios de luz de diferentes cores. (Sasha sacode ‑se na cadeira.) Sinto que estou vibrando. Não preciso fazer nada. A coisa simplesmente acontece. Sinto ‑me muito tranquila. Uma luz rosa muito suave, mas penetrante, limpa meu corpo por dentro e por fora.1

P: O que é que está sendo limpo?

1 Geralmente, a orientação de nossos guias, logo depois da morte física, inclui a visualização de lugares calmos e tranquilos. Essa desprogramação é uma medida moderada para se lidar com a contaminação da alma em vez de um profundo rejuvenescimento espiritual, que requer uma ação mais drástica. O cenário de um jardim espiritual, como o descrito neste caso, costuma incluir também o que muitos chamam de banho curativo de limpeza. O simbolismo do fluxo de energia com vistas à purificação é frequentemente evocado pelos pacientes que revivem essas cenas.

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S: Ainda existe um certo medo que estou prendendo em meu abdômen (etéreo) e que precisa ser limpo. Esse medo está ligado ao amor. É por isso que não conseguia sentir o amor de Araton.

P: De onde vem esse medo ligado ao amor? S: De muitas vidas.

Essa cura com vibração continua por algum tempo, e então Sasha afirma que ela terminou.

P: Agora que a cura está completa, se você estivesse diante de um espelho, de corpo inteiro, qual seria sua aparência?

S: Limpa. De uma cor azul com alguns tons de rosa. P: Sabemos que seu guia chama ‑se Araton, mas qual é o seu nome espiritual?

S: (Longa pausa.) Ouvi algo como Kiya, mas não tenho certeza. P: Será que você pode perguntar ao seu guia?

S: Ele diz que esse é meu nome de uma vida passada. Meu nome espiritual imortal é Kashyapeya.

P: E agora que sua cura está completa, para onde seu guia a está levando?

S: Estou diante de um grupo de seres: são cinco. Estamos numa sala redonda. Sinto ‑me segura. Araton está comigo. Ele está de pé ao meu lado, um pouco atrás de mim. A princípio, todos os seres pareciam ser da mesma cor marrom, mas o que está no centro é branco e os outros têm um tom avermelhado.

P: O que acontece agora?

S: Estou só esperando. Agora eles estão me dando as boas‑ ‑vindas. Querem me ajudar a viver minha vida plenamente.

Minha paciente continua envolvida com esses seres, que estão em conselho. São quase sempre chamados de anciãos ou sábios. Há uma longa pausa enquanto Sasha organiza seus pensamentos e visualiza os membros do conselho preparando ‑se para trabalhar com ela.

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P: O que eles estão comunicando a você?

S: Há uma parede do lado direito da sala. É uma espécie de tela. Vejo três cenas. Em uma, parece que estou dando à luz, e há alguém perto de mim... um homem que não reconheço. Não quero ver isso.

P: Por quê?

S: O homem nessa cena em que dou à luz não é meu marido nem Raul. Não gosto disso. Quero que seja Raul. Eles estão me mostrando três cenas. Na primeira está esse homem que não conheço. Nessa cena estou tendo meu bebê. Na cena do meio estou com Raul. É uma cena muito brilhante, apesar de não parecer a melhor. De alguma maneira sei disso, mas não sei por que ela é mais brilhante do que as outras duas. Estou assustada.2

Na terceira cena, a da direita, estou com meu marido, Mark. Ah, agora entendo. Eles estão me mostrando que tenho opções. Posso escolher estar com meu marido ou com o outro homem. Posso até escolher ficar com Raul. É estranho. Tenho três opções.

P: Você não quer perguntar a eles qual opção seria a melhor para a sua alma?

2 Há uma repetição das expressões “Tenho medo” e “Estou assustada” por parte de Sasha, que revela incerteza diante de suas visões espirituais. Esse tipo de medo espiritual, na verdade, não vem de Kashyapeya, a sua alma, embora Sasha esteja num profundo estado de transe teta. No estado desencarnado puro, as almas podem ficar intranquilas por causa de um ser amado que esteja enfrentando problemas na Terra, ou talvez, logo depois de comparecer diante do conselho. Mas o medo emocional, surgido no sistema nervoso central de um corpo físico, não existe para as almas que estão no mundo espiritual. O que vemos nas reações visuais de Sasha, diante das três alternativas apresentadas pelo conselho, é uma mulher insegura reagindo ao que está vendo. Ela está envolvida numa revisão de sua vida atual, dentro do agora do mundo espiritual, onde passado, presente e futuro se misturam. Isso representa um exercício do tipo “e se” para exame de possibilidades e probabilidades. Na terapia de VEV, o paciente pode levar informações de sua mente inconsciente para seu consciente, nela o ego humano integra ‑se com as lembranças de um ego espiritual.

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S: (Longa pausa.) Já perguntei, mas eles não vão me dizer. Eles dizem que devo tomar minha decisão sem influência deles.

Agora o conselho está fazendo com que Kashyapeya, que em sua vida passada como Sharoon influenciou e manipulou muitas pessoas, sinta como é importante ter liberdade para fazer escolhas na vida. E, como quase sempre acontece, eles a ensinam isso falando sobre o assunto, mas também fazendo ‑a passar pela experiência de ter que escolher livremente, sem sua influência. Em seguida, resolvo tocar num assunto que Sasha abordou antes do início de nossa sessão.

P: Talvez você queira perguntar a eles por que Raul surgiu em sua vida daquela maneira.

S: Para me acalmar e me alegrar. Ele veio para me ajudar a abrir ‑me para outras pessoas. Mark sempre foi meu amigo mais íntimo. Estávamos sempre juntos e não tínhamos outros amigos. Vivíamos numa espécie de casulo, fechados e afastados dos outros em nosso mundinho. Raul chegou à minha vida para me despertar e romper esse casulo. Veio como catalisador da mudança! Veio para me ajudar a aprender a amar. É por isso que agora tenho muitos amigos e viajo pelo mundo a trabalho. Foi isso que ele me trouxe.3

P: Você gostaria de contar a eles que se sente culpada por seu relacionamento com Raul? (Esse foi outro problema que Sasha me contou antes da sessão.)

3 A atual revisão de vida que Sasha está recebendo de seu conselho demons‑ tra o conflito que podemos sentir quando temos mais de um parceiro amoroso em nossa vida, mesmo que predeterminados. Note a dinâmica entre seus dois amantes hoje. Sasha descobre que Mark é sua alma gêmea, ao longo de milhares de anos, em outras vidas (“Sempre estivemos juntos.”). Raul entrou em sua vida atual, como já fizera em outras, como um companheiro espiritual que também pertencia ao seu grupo de almas. Ele veio como um catalisador da mudança para Sasha que, nesta vida e em seu corpo atual, manipula o amor e deve entender o que ele representa.

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S: Eles dizem que tudo bem. Isso será eliminado. Eles dizem que não tenho por que me sentir culpada. Que aquilo foi necessário para me sacudir, a ponto de me fazer tomar algumas decisões e fazer mudanças em minha vida.

P: Eles a aconselharam a voltar a seu casamento?

S: Não, eles não me aconselharam a voltar. Dizem que a escolha é minha. Tenho liberdade de escolha.

P: Talvez você queira perguntar a eles o que é melhor para seu crescimento espiritual.

S: É muito estranho. Agora me sinto triste e com medo. (Depois de uma pausa, Sasha continua.) Aceitar e se desapegar... deixar as coisas acontecerem. Aceitar a vida e relaxar. Deixar as coisas acontecerem sem controlá ‑las. Não manipular as coisas ou as pessoas. Apenas observar, ver o que acontece. Isso está ligado à minha vida como sacerdotisa e manipuladora. Isso me assusta. Não sei se serei capaz de estar com Raul. Sei que quero ficar com ele, mas ele também tem seu livre ‑arbítrio! Não sei se ele quer ficar comigo. Eles me mostram na tela como poderia ser minha vida com Raul. Seria boa e espiritualmente calma. Vejo duas crianças. Não sei bem em que país estamos. É uma vida muito calma e feliz, mas ele também tem de querer.

P: Você pode perguntar a eles qual a possibilidade disso nesta vida.

S: A possibilidade é de cerca de vinte, trinta por cento. Sim, de vinte por cento. Tenho medo de que não venha a acontecer. A questão é que quero isso e ele não. Ele tem seu livre ‑arbítrio e não devo manipulá ‑lo. Ele também precisa querer. Ah, é tão difícil!

Lições espirituais como essa são quase sempre uma batalha, e Kashyapeya está lutando de verdade. Está tão acostumada a agir de sua

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maneira que é quase impossível a ela ver as diferentes possibilidades para sua vida, quanto mais aceitar a profunda lição espiritual que seu conselho de sábios está lhe dando. Podemos levar vidas para resolver certas tendências que carregamos em nossa alma, e essa parece ser uma vida fundamental para Kashyapeya.

S: Eles estão me falando novamente de escolhas. Você tem a liberdade de escolher, mas isso envolve a opção de outras pessoas também. Não gosto disso. Não sei por quê. Não quero que isso aconteça. Estou com medo, de verdade.

P: Ao mostrar a você essas opções, o que estão tentando lhe dizer ?

S: (Depois de uma longa pausa, ainda lutando com o que estão lhe mostrando.) Todas essas vidas (simulação no tempo presente) encontram‑ ‑se no mesmo ponto ao final, mas são diferentes (caminhos).

P: Você gostaria de perguntar a eles se algum desses três homens que eles lhe mostraram é sua alma gêmea? (Essa era outra dúvida de Sasha antes de nossa sessão.)

S: (Depois de uma longa pausa.) Não sei. Estou assustada demais para ver.

Kashyapeya está tendo tanta dificuldade em aceitar a lição do conselho de sábios, que seu guia, Araton, entra em cena. Ele sugere a Kashyapeya que abandone a reunião do conselho por um tempo, mas lhe garante que poderá voltar se desejar. Araton a leva imediatamente até seu grupo espiritual.4

S: Já chegamos! Posso ver minha mãe, Raul e outras pes‑ soas. Vejo oito pessoas de pé, divididas em dois grupos, quatro à

4 Na terapia VEV, durante períodos de uma sessão que envolvam cenas di‑ fíceis para o paciente, o facilitador, em geral, pede a ajuda do guia espiritual do paciente. Isso ocorre principalmente quando o paciente enfrenta um bloqueio. Neste caso, Sasha é orientada a abandonar mentalmente a cena do conselho e ir até seu grupo espiritual, o que é muito terapêutico, porque começa a relaxar.

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direita e quatro à esquerda. Minha mãe está no centro do grupo da esquerda. E, no grupo da direita, estão Raul, Mark e Andy (um novo amigo íntimo).

P: E quem se apresenta primeiro?

S: Minha mãe se apresenta primeiro para me cumprimentar e depois dá um passo para trás. Então Raul dá um passo à frente. Ele está brincando comigo. Ele me provoca. Não sei do que ele está falando, mas parece muito divertido e feliz. Raul não é alegre assim na vida real. Quase sempre é muito distante e até frio, mas aqui ele é muito caloroso e engraçado.5 Ele diz: “Acalme ‑se. Não

se estresse. Siga seu coração. Permita ‑se seguir sua orientação”. Estou muito assustada e lhe digo que quero ficar com ele. “Talvez, talvez, querida”, ele brinca. Fico com raiva.

P: Pergunte a ele por que apareceu em sua vida agora. S: Esta é a última oportunidade de mudar minha vida... de me tornar mais receptiva, de mostrar ‑me que existem mui‑ tas outras possibilidades. Eu estava fechada, trancada e ele me abriu. Tentou fazer isso antes, numa outra vida, mas eu era muito reservada e não conseguia me abrir para ele. Não fiquei com ele. Isso o fez sofrer muito. É por isso que ele reluta em ficar comigo desta vez. Tem medo de que eu o abandone e o deixe sozinho de novo. Diz que não suportaria isso novamente.

P: O que vocês resolveram em relação a esta vida atual? S: Às vezes estamos juntos e às vezes não. Nesta vida atual, há momentos em que estamos juntos e outros em que estamos separados. Haverá um período em que não estaremos juntos e, depois de algum tempo, poderá haver outro em que estaremos,

5 A alma imortal pode estar em oposição ao cérebro e ao temperamento emocional de seu hospedeiro humano.

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mas ele está estudando outras possibilidades. Tenho que esperar que ele decida. Não posso controlar isso. Ele tem de escolher. Eu lhe digo que o amo. (Ela chora e há uma longa pausa.) Nós nos abraçamos. Agora Mark dá um passo à frente. Tanto Mark quanto Raul estão no meu grupo espiritual. Ele está feliz porque estou aqui, mas triste porque nos separamos. Também estou triste por isso. Digo ‑lhe que sinto muito por tê ‑lo magoado. Digo que o amo.

P: E que acordo vocês fizeram?

S: Decidimos ficar juntos, nos amar e nos apoiar. Aprender o máximo que pudermos um com o outro. Sermos amigos. Estamos nos abraçando. Estou confusa. Sinto tristeza e medo de novo. Minha mãe e meu amigo Andy estão ali, de pé, olhando para mim. Sinto seu amor e apoio. Quero ir em direção a eles, mas no grupo da direita está aquele homem que apareceu numa das possibilidades mostradas pelo conselho. Não quero falar com ele. Ele está perto de mim, mas tenho dificuldade de vê ‑lo. Estou com muito medo de que ele não seja certo para mim. Meu guia Araton está dizendo que ele pode me apoiar e pergunta se quero falar com ele. Ele diz que não importa com quem eu esteja, pois tudo estará bem. Minha vida estará completa. É difícil, para mim, ouvir isso, mas Araton está me dizendo que preciso trabalhar a aceitação. Está dizendo que tenho livre ‑arbítrio e diferentes possibilidades, mas não sei ao certo quem devo escolher. Não consigo. Ele agora está me dizendo que preciso voltar ao conse‑ lho para isso. (Pausa.) Agora já estamos lá. Eles me perguntam qual é minha dúvida.

Depois de seu primeiro encontro com o conselho e da intervenção de seu grupo espiritual, Kashyapeya agora está mais preparada para ouvir a profunda mensagem que o conselho está lhe transmitindo.

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S: É tudo sobre aceitação. Tudo o que é melhor para mim está acontecendo. Ainda não entendo. Devo seguir o que está acontecendo ou devo criar minha própria vida? Não entendo. Devo fazer minhas próprias escolhas ou apenas permitir que elas sejam feitas? Às vezes, elas podem ser feitas, outras, devemos permitir que elas sejam feitas. Nessa situação particular, posso escolher. Posso deixar Mark. Posso escolher ficar com Raul, mas não sei como fazer isso se ele não quiser. Não importa o que aconteça, devo respeitar as escolhas dos outros e não manipulá‑ ‑los para conseguir o que desejo.

P: O que você deseja fazer neste momento de sua vida? S: Meditar e me acalmar. Enviar amor. Aceitar seu livre‑ ‑arbítrio (de Raul). Estou perguntando ao conselho se pode projetar algumas imagens sobre nossa futura vida juntos, para que eu possa ver possibilidades e me abrir a elas, mas mantendo ‑me emocionalmente imparcial, sem projetá ‑las nos outros para influenciar as coisas. Eles estão dizendo que tenho tendência à teimosia e que preciso esforçar ‑me para seguir em frente e não me apegar. Devo levar minha vida adiante e seguir minha intuição. Eles dizem que já sei o que fazer. Ninguém vai me dizer o que fazer. Devo conceder o direito de livre escolha aos outros e não manipulá ‑los. Dizem que posso fazer perguntas se tiver alguma. Posso ter tudo o que desejo. Sou muito criativa. Devo respeitar o livre ‑arbítrio dos outros. Há um equilíbrio entre criar e manipular. Devo criar com amor e aceitação. Logo terei as respostas e saberei onde viver e o que fazer. Eles estão me mostrando que posso, se quiser, mudar ‑me de Portugal para outro país, um lugar mais frio em outra parte da Europa. Tudo ficará bem. Conseguirei um bom emprego e terei filhos.

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Curiosamente, seis meses depois desta sessão, enquanto eu transcrevia as gravações para este capítulo, Sasha entrou em contato comigo e me pôs a par de sua situação. Sasha e seu marido, Mark, se reconciliaram e ela está fazendo as malas para voltar ao norte da Europa.

Sasha me contou:

Libertei Raul. Aceitei essa lição, parei de tentar controlar tudo e coisas milagrosas estão acontecendo. Finalmente entendi o que eles me disseram. Estou aprendendo a me desapegar. Mark e eu estamos vivendo uma vida mais amorosa e solidária, supe‑ rando a que tínhamos antes. Estou mudando para o norte da Europa. Abri um negócio próprio, estou sendo bem ‑sucedida e me sinto mais forte. Sempre pensei que não tinha livre ‑arbítrio, que alguém orientaria minha vida ou me diria o que fazer. Mas tenho o poder de escolher e, hoje, dou aos outros a liberdade de escolherem também. Escolhi entregar os pontos e não controlar.

Os pacientes parecem saber o momento certo de progra‑ mar uma sessão de VEV pela hipnoterapia. Geralmente, uma bifurcação na estrada da vida precipita essa ação. É importante notar que, quando estamos trabalhando com essas lições mais profundas, podemos levar semanas e até meses para processar e entender plenamente tudo o que nos foi transmitido numa sessão de VEV. Existe uma nítida transição entre receber a informação, chegar à compreensão, trazê ‑la para dentro de nossa alma e integrá ‑la à nossa vida. A vida de Sasha agora caminha numa direção positiva, e ela está concentrada no seu propósito: abandonar o controle e desfrutar a vida.

Referências

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