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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

EMÍLIA MOURA DE AZEVEDO

Demonstração do Valor Adicionado:

Um estudo sobre a distribuição do valor adicionado pelas empresas do segmento de Bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa

Natal 2015

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EMÍLIA MOURA DE AZEVEDO

Demonstração do Valor Adicionado:

Um estudo sobre a distribuição do valor adicionado pelas empresas do segmento de Bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa

Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Orientadora: Prof.ª M.ª Mariana Medeiros Dantas de Melo.

Natal 2015

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EMÍLIA MOURA DE AZEVEDO

Demonstração do Valor Adicionado:

Um estudo sobre a distribuição do valor adicionado pelas empresas do segmento de Bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa

Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em ____ de junho de 2015

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª M.Sc. Mariana Medeiros Dantas de Melo (Orientadora) – UFRN

Prof.º Dr. Adilson de Lima Tavares (Examinador) – UFRN

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Dedico a Deus, aos meus pais e ao meu esposo Arthur.

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Primeiramente a Deus, por permitir que eu chegasse até aqui. Aos meus familiares, pela dedicação e o amor recebidos sempre. Ao meu esposo, pela paciência e compreensão nos momentos de ausência. Aos meus amigos, que caminharam comigo e me ajudaram nessa jornada.

Agradeço também, a coordenação do curso de Ciências Contábeis dessa Instituição, especialmente à funcionária Artemísia e a professora Daniele da Rocha Carvalho, pela atenção e prestatividade sempre que as procurei. Ao meu chefe e amigo, Eduardo Augusto Pereira Caldas, que me ajudou na escolha do tema e durante toda a execução do trabalho.

Por fim, agradeço a minha orientadora, Mariana Medeiros Dantas de Melo, pelo suporte, correções e incentivos e a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.

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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.

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Esse trabalho tem por objetivo analisar como os bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa distribuíram o valor adicionado nos anos de 2012, 2013 e 2014. Para isso foi realizado a análise das Demonstrações do Valor Adicionado das empresas relacionadas na população, além da leitura das notas explicativas e relatório da administração. A metodologia utilizada, quanto aos objetivos, foi a descritiva. No que tange a coleta de dados, a pesquisa foi classificada como do tipo documental, e em relação à abordagem do problema foi utilizada a pesquisa quantitativa. Os resultados obtidos apontaram que o cenário permaneceu praticamente o mesmo em todos os anos analisados. Em primeiro lugar, como o segmento que mais recebeu valor distribuído ficou o de Pessoal. Em segundo o de Remuneração de Capitais Próprios. O segmento de Governos, a título de impostos, taxas e contribuições, permaneceu sempre em terceiro lugar. Por fim, tem-se o segmento Remuneração de Capitais de Terceiros, que recebeu percentuais de distribuição muito abaixo dos outros segmentos.

Palavras-chave: Demonstração do Valor Adicionado; Distribuição de Riqueza; Responsabilidade Social.

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ABSTRACT

The present paper aims to analyze how the banks with stocks traded at the São Paulo stock exchange (BOVESPA) shared their added value in the years of 2012, 2013 and 2014. So an analysis was made of the Added Value Statement (AVS) of the companies listed in the population, as well as an analysis of the explanatory notes and management reports. The methodology applied, in regards to the goals, is descriptive. Regarding the data capture, the research was classified as a documentary, and concerning the approach of the problem, a quantitative research was applied. The results show that the scenario remained the same throughout all the years analyzed. In first place, the segment which received the most shared value was the Personnel sector. In second place comes the Remuneration for Equity. The segment of Government regarding taxes, fees and contributions remained in third place for the whole three years. In fourth and last place, there is the third party capital remuneration, which received shares way below the other segments.

Keywords: Added Value statement (AVS), Social Report, Distribution of wealth; Social Responsibility.

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Quadro 1 – Modelo para empresas em geral e instruções para preenchimento ... 22

Quadro 2 – Demonstração do Valor Adicionado – Instituições Financeiras Bancárias ... 27

Quadro 3 – Instruções para preenchimento da DVA – Instituições Financeiras Bancárias ... 28

Quadro 4 – Empresas da amostra ... 31

Quadro 5 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2012 .. 35

Quadro 6 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2013 . 37 Quadro 7 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2014 .. 40

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2012 ... 36

Gráfico 2 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2013 ... 39

Gráfico 3 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2014 ... 41

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BACEN - Banco Central do Brasil

BM&F BOVESPA – Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CIDE – Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico CMN – Conselho Monetário Nacional

COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CVM – Comissão de Valores Mobiliários

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis DRE – Demonstração do Resultado do Exercício DVA – Demonstração do Valor Adicionado FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos FENEBAN - Federação Nacional dos Bancos FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços INSS – Instituto Nacional do Seguro Social

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano

IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica

ISS – Imposto sobre Serviços JCP – Juros sobre o Capital Próprio ONU - Organização das Nações Unidas PIS – Programa de Integração Social SA – Sociedade Anônima

SER – Responsabilidade Social Empresarial SFN - Sistema Financeiro Nacional

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 12 1.1 Contextualização ... 12 1.2 Objetivos ... 13 1.2.1 Objetivo geral ... 13 1.2.2 Objetivos específicos ... 14 1.3 Justificativa ... 14 1.4 Estrutura do trabalho ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2. 1 Responsabilidade Social das Empresas ... 16

2.2 Balanço Social ... 17

2.3 Demonstração do Valor Adicionado: Conceitos e Objetivos ... 19

2.3.1 Composição e Elaboração da DVA ... 20

2.3.2 Modelos de DVA ... 22

2.3.3 Estudos Recentes ... 28

3 METODOLOGIA ... 30

3.1 Tipologia da pesquisa ... 30

3.2 Universo e amostra ... 30

3.3 Análise dos dados ... 32

3.4 Caracterização do setor bancário ... 32

3.5 Limitação da pesquisa ... 33

4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS ... 34

4.1 Análise da distribuição do valor adicionado ... 34

4.1.1 Distribuição do Valor Adicionado em 2012 ... 34

4.1.2 Distribuição do Valor Adicionado em 2013 ... 37

4.1.3 Distribuição do Valor Adicionado em 2014 ... 39

4.2 Evolução da distribuição média do valor adicionado ... 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 45

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1 INTRODUÇÃO 1.1 Contextualização

A preocupação com questões sociais e econômicas vem ganhando papel cada vez mais importante entre as empresas. Essas, “além de agentes econômicos com a missão de produzir riqueza, são também agentes sociais e, como componentes da sociedade, devem prestar conta aos demais” (DE LUCA, 1998, p.17).

Diante disso, surge o conceito de Responsabilidade Social e Sustentabilidade Empresarial. Segundo Reis e Medeiros (2011), a responsabilidade social das empresas, em seu sentido mais amplo, é a consciência ética, o agir corretamente, o compromisso de “ser responsável” ao não tomar decisões, cujas consequências possam ferir quaisquer interesses sociais.

Em relação à Sustentabilidade Empresarial, Vellani (2011) afirma que refere-se a contribuição da empresa para a sociedade conseguir se desenvolver sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atenderem suas próprias necessidades.

A Demonstração do Valor Adicionado (DVA), objeto deste trabalho, é uma demonstração contábil obrigatória para as Sociedades Anônimas (S.A) de capital aberto no Brasil e tem relação direta com a dimensão econômica da sustentabilidade empresarial e com o desenvolvimento sustentável.

A DVA, que antes era publicada apenas em caráter voluntário, passou a ser obrigatória para essas empresas com a publicação da Lei 11.638 em dezembro de 2007, que alterou e revogou dispositivos da Lei 6.404 de 1976. Esse demonstrativo tem por finalidade demonstrar a riqueza gerada pela entidade e sua distribuição perante os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, como os empregados, acionistas, governos e outros.

Nesse sentido, a contabilidade, enquanto ciência social responsável pelo patrimônio, precisou se adaptar as novas exigências de seus clientes, e também, expandir seu campo de atuação em consequência do surgimento de novos usuários, assumindo o compromisso de evidenciar o quão importante as organizações são para os ambientes nas quais estão inseridas.

Sabe-se que as empresas são criadas para atender as muitas necessidades da humanidade e, em geral, os administradores estão mais preocupados em mostrar aos

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sócios e acionistas o retorno financeiro (lucro) que essas companhias têm trazido. Porém, sabe-se também que recursos oriundos da sociedade foram utilizados para atingir tais resultados. Sendo assim, existe a obrigatoriedade de retorno à sociedade de parte dessa riqueza, como, por exemplo, gerando empregos e distribuindo parte dos resultados aos funcionários, pagando impostos ao governo, dentre outros.

Yoshioca apud Santos (2007) diz que a Demonstração do Valor Adicionado evidencia a parte que pertence aos sócios, a que pertence aos demais capitalistas que financiaram a empresa, a que pertence aos empregados e a que fica com o governo.

A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode integrar o Balanço Social, conforme Reis e Medeiros (2011), é um instrumento que reúne um conjunto de informações sobre as atividades de caráter social e não obrigatórias que uma empresa realiza com o objetivo de gerar maior bem-estar junto a todas as partes interessadas e à sociedade como um todo.

O Valor Adicionado ou Valor Agregado procura evidenciar para quem a empresa está canalizando a renda obtida; ou, ainda, admitindo que o valor que a empresa adiciona por meio de sua atividade seja um “bolo”, para quem estão sendo distribuídas as fatias do bolo e de que tamanho são estas fatias, segundo afirmam Iudícibus e Marion (2010).

Diante do importante conteúdo informacional da Demonstração do Valor Adicionado e da necessidade de evidenciação do valor agregado e distribuído pela empresa aos demais responsáveis pelo fornecimento de recursos, surge o seguinte problema de pesquisa: como ocorreu a distribuição do valor adicionado pelos bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa?

1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral desse estudo é analisar como os bancos com ações negociadas na BM&F Bovespa distribuíram o valor adicionado nos últimos três anos (2012, 2013 e 2014).

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1.2.2 Objetivos específicos

Partindo do objetivo geral, estabelecem-se os seguintes objetivos específicos:  Evidenciar a geração de riqueza das companhias analisadas e como essa riqueza

está sendo distribuída entre os segmentos de Pessoal, Governos, Terceiros e Próprios;

 Demonstrar os segmentos que mais receberam valor distribuído;

 Explanar as possíveis variações nos anos estudados, fazendo comparações entre as empresas;

1.3 Justificativa

A Demonstração do Valor Adicionado surgiu na Europa e tem sido cada vez mais solicitada em nível internacional. Como já dito anteriormente, é uma demonstração contábil de suma importância para as empresas e a sociedade na qual a companhia está inserida.

A Norma Contábil Internacional não inclui a DVA como um item contábil obrigatório nas Demonstrações Contábeis. Porém, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) destaca que, embora não seja exigida nas normas internacionais, ela possui informações adicionais que agregam qualidade ao conjunto das demonstrações exigidas. Segundo Silva e Freire (2001), a lógica dominante das empresas sempre foi o da produtividade em função da lucratividade e o “Social” estava ligado, exclusivamente, aos salários que pagavam aos empregados. Porém, atualmente, as empresas têm assumido responsabilidades que vão além do seu objetivo principal, o lucro. Percebe-se uma constante interação com a sociedade e o ambiente na qual está inserida. Há, ainda, clientes cada vez mais exigentes.

Diante desse cenário, o trabalho se justifica dado à importância da DVA em evidenciar a contribuição que a empresa traz para a sociedade onde está inserida; por ser uma ferramenta que auxilia administradores e associados a conhecer melhor seu negócio; por proporcionar informações que podem ser utilizadas na gestão das empresas; dentre outras.

Justifica-se ainda pelo fato de ser uma demonstração relativamente nova no mercado acionário, tendo em vista que sua obrigatoriedade para as Sociedades Anônimas ocorreu com o advento da Lei 11.638/07.

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1.4 Estrutura do trabalho

O presente trabalho está divido em quatro capítulos. No primeiro capítulo tem-se a Introdução, com a contextualização e problema, o objetivo geral, objetivos específicos e justificativa.

No capítulo 2, referencial teórico, abordou-se os temas pertinentes às questões tratadas neste trabalho, com o intuito de dar um maior embasamento ao estudo. Responsabilidade Social das Empresas, Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado foram os temas destacados.

No capítulo 3, Metodologia, tem-se a explicação dos métodos utilizados durante o estudo, dados sobre a população estudada e da análise dos dados do estudo e limitação do estudo.

No capítulo 4, Análise dos Dados Coletados, tem-se a evidenciação e análise dos resultados obtidos após a pesquisa realizada no segmento de bancos das empresas listadas site da BM&F Bovespa.

No último capítulo, Considerações Finais, apresentam-se as conclusões do estudo e as sugestões para pesquisas futuras.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2. 1 Responsabilidade Social das Empresas

Primeiramente é necessário entender o conceito de Responsabilidade Social, uma vez que é um tema bastante discutido e essencial para o desenvolvimento deste trabalho.

Sabe-se que a empresa, além de um agente econômico com a missão de produzir riqueza, é também um agente social e, como um dos componentes da sociedade, deve prestar contas aos demais (DE LUCA, 1998).

Ainda segundo De Luca (1998), a sociedade vem, cada vez mais, exigindo respostas aos problemas socioeconômicos decorrentes do desempenho das empresas. Ele afirma que:

Atualmente, uma empresa não pode buscar somente lucros. No seu relacionamento com a sociedade existem obrigações, tais como a preservação do meio ambiente, a criação e manutenção de empregos, a contribuição para a formação profissional, a qualidade dos bens/serviços e outras que não estão legalmente assumidas, mas que são importantíssimas até mesmo para a continuidade da empresa. (DE LUCA, 1998, p. 17).

De acordo com Ashley (2002), o termo responsabilidade social pode também ser o “compromisso que a empresa tem com o desenvolvimento, bem estar-estar e melhoramento da qualidade de vida dos empregados, suas famílias, sua comunidade em geral”.

Já segundo Churchill e Peter (2000), a responsabilidade social é um “termo usado para descrever as obrigações de uma empresa com a sociedade [...] na medida em que eles podem afetar os interesses de outros”.

Um dos principais expoentes do movimento da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é Carroll. Ele salienta que a responsabilidade social das empresas “compreende as expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem em relação às organizações em dado período” (CARROLL apud BARBIERI et al., 2009, p. 53). Posteriormente, Carroll substituiu a palavra discricionária por filantrópica. Seu modelo divide a RSE em quatro dimensões:

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Responsabilidades econômicas, Responsabilidades legais, Responsabilidades éticas e Responsabilidades filantrópicas.

As responsabilidades econômicas remetem ao fato de que a empresa deve ser lucrativa. Essa é a primeira e principal responsabilidade da empresa, pois, como diz Carroll, antes de qualquer coisa, ela é a unidade econômica básica da sociedade e, como tal, tem a responsabilidade de produzir bens e serviços que a sociedade deseja e vendê-los com lucro.

A responsabilidade legal vem em seguida. No momento em que a sociedade aprova o sistema econômico, permitindo que as empresas assumam seu papel produtivo como parte da efetivação de um contrato social, ela coloca as regras básicas, as leis sob as quais elas devem operar.

A terceira dimensão é a responsabilidade ética. Embora as duas primeiras responsabilidades incluam normas éticas, há comportamentos e atividades não cobertos por leis ou aspectos econômicos do negocio, mas que representam expectativas dos membros da sociedade. Enquanto a responsabilidade legal se refere à expectativa de atuar conforme a lei, a ética se refere à obrigação de fazer o que é certo e justo, evitando ou minimizando causar danos às pessoas.

A quarta responsabilidade passou a ser denominada de filantrópica e abrange ações em resposta às expectativas da sociedade de que as empresas atuem como bons cidadãos. (CARROLL apud BARBIERI et al., 2009, p. 54-55).

Em suma, significa que a empresa deve, ao mesmo tempo, ser lucrativa, obedecer as leis, atender as expectativas da sociedade e ser boa cidadã.

Para medir as condutas socialmente responsáveis das empresas há indicadores e instrumentos que permitem avaliar, orientar e aperfeiçoar o desempenho social e a prestação de conta dessas à sociedade. O Balanço Social é um desses instrumentos.

2.2 Balanço Social

O Balanço Social surgiu com a necessidade de prestar informações aos empregados e à sociedade em geral. Porém, apesar de muitas empresas o publicarem, não é uma demonstração obrigatória. Ele evidencia tanto os aspetos econômicos quanto os sociais, inovando ao analisar números relacionados com temas além do capital.

Segundo De Luca (1998, p. 23) é “um instrumento de medida que permite verificar a situação da empresa no campo social, registrar as realizações efetuadas neste

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campo e principalmente avaliar as relações ocorridas entre o resultado da empresa e a sociedade”.

De acordo com Tinoco (1984) o Balanço Social pode ser definido como um “instrumento de gestão e de informação que visa reportar, da forma mais transparente possível [...] informações econômicas, financeiras e sociais do desempenho das entidades [...]”. Essas informações são destinadas a todos os usuários da informação contábil, inclusive, os trabalhadores.

Conforme De Luca (1998), as principais informações apresentadas no balanço social são: evolução do emprego, relações profissionais, formação profissional, treinamentos, condições de higiene e segurança, alojamento, transporte, proteção ao meio ambiente, utilização da riqueza da empresar etc.

Embora não exista exigência legal quanto à divulgação do Balanço Social, as empresas são corriqueiramente solicitas a informarem sua política em relação ao meio ambiente, devido exigências de sistemas de gerenciamento ambiental, relatórios de impactos ambientais, e em alguns casos têm de assumir o ônus de provar que não agridem a natureza (IUDÍCIBUS et al, 2010).

Em relação aos beneficiários, o Balanço Social favorece a todos os grupos que interagem com a empresa. Silva e Freire (2001, p. 126) afirmam que:

Aos dirigentes, fornece informações úteis à tomada de decisão quanto aos programas sociais que a empresa esteja ou venha a desenvolver: o balanço social é um instrumento de gestão. [...] Aos trabalhadores, que são parte essencial do processo produtivo, dá a possibilidade de que suas expectativas sejam percebidas pela empresa de maneira sistematizada e quantificada.

Aos fornecedores e investidores, informa como a empresa encara suas responsabilidades quanto a seus recursos humanos, o que é um bom indicador da forma como a empresa é administrada. [...] Para os consumidores, dá uma ideia da mentalidade dos dirigentes da companhia, o que pode ser associado à qualidade do produto ou serviço que a empresa oferece. Ao estado, ajuda na formulação de políticas públicas [...].

Em suma, no Balanço Social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade. Sua principal função é tornar pública a responsabilidade social da empresa, construindo vínculos com a sociedade e o meio ambiente.

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A Demonstração do Valor Adicionado, que é o objeto de estudo do presente trabalho, está inserida dentro dos enfoques do Balanço Social.

2.3 Demonstração do Valor Adicionado: Conceitos e Objetivos

O conceito de valor adicionado, na economia, é utilizado para mensurar as atividades econômicas de uma nação através da definição de Produto Nacional. Na contabilidade, dentro do ambiente da empresa, De Luca (1998, p.31) diz: “Neste ambiente, podemos definir valor adicionado como sendo a diferença entre o valor da produção e os consumos intermediários (compras a outras empresas) num determinado período”.

Os autores Reis e Marion (2006, p. 248) conceituam Valor Adicionado ou Valor Agregado como sendo “o somatório dos custos – gerados dentro da própria empresa – que cobrem a remuneração dos fatores de produção por ela utilizados”. Eles afirmam ainda que os custos gerados pela empresa devem ser acrescidos aos custos que já vieram transferidos de outras empresas, com a finalidade de determinar o valor de venda desse produto.

O Valor Adicionado na visão de Santos (2007, p.41) “representa o incremento de valor que se atribui a um bem durante o processo produtivo”. Ou seja, ao desenvolver suas atividades, utilizando-se de bens e serviços adquiridos de terceiros, equipamentos e do trabalho de seus funcionários, a empresa está adicionando valor aos novos produtos que serão colocados no mercado. Em suma, pode-se dizer que ela está agregando valor aos bens e serviços adquiridos, transformando-os e recolocando-os no mercado.

Portanto, pode-se afirmar que Valor Adicionado significa o quanto cada empresa gerou de valor em suas operações. A evidenciação da contribuição de cada empresa para a riqueza nacional se dá através da Demonstração do Valor Acionado.

De acordo com Ribeiro (2012), a DVA surgiu na Europa, por influência da Grã-Bretanha, França e Alemanha, e tem sido cada vez mais difundida a adotada por outros países, principalmente por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), através do Parecer de Orientação CVM n.º 24/92, incentiva as principais sociedades anônimas de capital aberto do Brasil, desde a década de 90, a elaborarem e divulgarem essa demonstração.

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Conforme Reis e Marion (2006, p. 247), a Demonstração do Valor Adicionado é um “demonstrativo que procura evidenciar o valor da riqueza agregada a um produto por uma determinada empresa e de que forma esse valor agregado foi distribuído entre os fatores de produção”. Deste modo, pode-se dizer que a DVA tem por objetivo informar o valor da riqueza gerada e o valor e a natureza dos custos agregados pela empresa ao valor dos insumos adquiridos, e também, evidenciar a destinação dessa riqueza para empregados, governo, financiadores, investidores e etc.

Em seu livro, Ribeiro (2012) confirma que a Demonstração do Valor Adicionado é um relatório contábil que mostra o quanto de riqueza uma empresa gerou, o quanto foi adicionado aos seus fatores de produção e de que forma essa riqueza foi distribuída entre os empregados, o governo, os acionistas e os financiadores de capital, assim como a parcela da riqueza não distribuída.

A Demonstração do Valor Adicionado é mais uma das importantes inovações trazidas pela Lei n.º 11.638 de 28 de dezembro de 2007, que promoveu alterações da Lei das Sociedades por Ações, tornando obrigatória, para as companhias abertas, a elaboração e divulgação da DVA como parte das demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada exercício.

Em sua obra, Iudícibus et al. (2010), diz que antes de se tornar obrigatória para companhias abertas, a DVA era incentivada e sua divulgação apoiada pela CVM e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Ela não faz parte das demonstrações contábeis obrigatórias por parte das normas internacionais de contabilidade.

Sendo assim, a DVA, componente importantíssimo do Balanço Social, “deve ser entendida como a forma mais competente criada pela contabilidade para auxiliar na medição e demonstração da capacidade de geração, bem como de distribuição da riqueza de uma entidade” (SANTOS, 2007, p. 38).

2.3.1 Composição e Elaboração da DVA

Os dados para a elaboração da DVA são obtidos, principalmente, da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Por esse motivo, sua composição segue o regime de competência.

Segundo Azevedo (2009), a Demonstração do Valor Adicionado divide-se, na prática, em duas partes. A primeira deve apresentar de forma detalhada a riqueza gerada

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pela empresa; Já a segunda parte deve conter, também de forma detalhada, a forma que a riqueza foi distribuída, assim como a parcela da riqueza que não foi distribuída.

Em relação a diferença entre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Azevedo (2009) afirma que a principal diferença é que a DRE evidencia a riqueza gerada pela entidade, durante determinado período de tempo, que pertence aos acionistas. A DVA também evidencia a riqueza gerada pela entidade durante determinado período de tempo, porém, na DVA, essa riqueza pertence a toda a sociedade. Ambas são apuradas levando em consideração o regime de competência.

Conforme Iudícibus et al. (2010), a DVA e a DRE não apresentam objetivos semelhantes, mas complementares. Enquanto a Demonstração do Resultado do Exercício tem por prioridade enfatizar o lucro líquido, a Demonstração do Valor Adicionado objetiva demonstrar a riqueza gerada pela entidade e como foi feita a distribuição entre os elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza.

A elaboração e divulgação da DVA, para atender aos requisitos estabelecidos no Pronunciamento Técnico CPC 09 e na legislação societária, deverá, segundo Iudícibus et al (2010, p. 584):

Ser elaborada como base no princípio contábil da competência; Ser apresentada de forma comparativa (período atual e anterior); Ser elaborada como base nas demonstrações consolidadas, e não pelo somatório das Demonstrações do Valor Adicionado individuais, no caso da divulgação da DVA consolidada;

Incluir a participação dos acionistas não controladores no componente relativo à distribuição do valor adicionado, no caso da divulgação da DVA consolidada;

Ser consistente com a demonstração do resultado e conciliada em registros auxiliares mantidos pela entidade; e

Ser objeto de revisão ou auditoria se a entidade possuir auditores externos independentes que revisem ou auditem suas Demonstrações Contábeis.

Em relação a estrutura da DVA, a Lei não oferece detalhes acerca dos itens que o integrarão, deixando a normatização dessa matéria a cargo dos órgãos reguladores. No entanto, conforme enfatiza Azevedo (2009) a nova lei não prevê um modelo de Demonstração do Valor Adicionado, mas proporciona maior flexibilidade para que os órgãos reguladores o façam. Nesse sentido, utiliza-se o modelo do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, apoiado pelos órgãos convidados.

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2.3.2 Modelos de DVA

A seguir, apresenta-se o modelo utilizado para as empresas em geral, Quadro 1, e seus respectivos comentários de seus diversos componentes.

Quadro 1 – Modelo para empresas em geral e instruções para preenchimento

DESCRIÇÃO PREENCHIMENTO DA DVA INSTRUÇÕES PARA 1. Receitas (Soma dos itens 1.1 a 1.4)

1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços

Inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde à receita bruta ou faturamento bruto.

1.2 Outras receitas Da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas.

1.3 Receitas relativas à construção de ativos próprios

A construção de ativos dentro da própria empresa para seu próprio uso é procedimento comum. Nessa construção diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a contratação de recursos externos (por exemplo, materiais e mão-de-obra terceirizada) e a utilização de fatores internos como mão-de-obra, com os consequentes custos que essa contratação e utilização provocam. Para elaboração da DVA, essa construção equivale a produção vendida para a própria empresa, e por isso seu valor contábil integral precisa ser considerado como receita. A mão-de-obra própria alocada é considerada como distribuição dessa riqueza criada, e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os gastos com serviços de terceiros e materiais são apropriados como insumos.

1.4 Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão/ (Constituição)

Inclui os valores relativos à constituição e reversão dessa provisão.

2. Insumos adquiridos de terceiros (soma dos

itens 2.1 a 2.4)

2.1 Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos

Inclui os valores das matérias-primas adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio.

2.2 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros

Inclui valores relativos às despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros. Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energia etc. consumidos, devem ser

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23 considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas na demonstração do resultado.

2.3 Perda/Recuperação de valores ativos

Inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor líquido for positivo, deve ser somado).

2.4 Outras (especificar)

3. Valor adicionado bruto (diferença entre os

itens 1 e 2)

4. Depreciação, amortização e exaustão

Inclui a despesa ou o custo contabilizados no período.

5. Valor adicionado líquido produzido pela entidade (diferença entre os itens 3-4)

6. Valor adicionado recebido em transferência (soma dos itens 6.1 a 6.3)

6.1 Resultado de equivalência patrimonial

O resultado da equivalência pode representar receita ou despesa; se despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.

6.2 Receitas financeiras Inclui todas as receitas financeiras independentemente de suas origens. 6.3 Outras

Inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia, etc.

7. Valor adicionado total a distribuir (soma

dos itens 5 e 6)

8. Distribuição do valor adicionado (soma dos

itens 8.1 a 8.4) – o total desse item deve ser exatamente igual ao item 7.

8.1 Pessoal Valores apropriados ao custo ou ao resultado do exercício na forma de:

8.1.1 Remuneração direta

Representada pelos valores relativos a salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.

8.1.2 Benefícios Representados pelos valores relativos a assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc.

8.1.3 FGTS Representado pelos valores depositados em conta vinculada dos empregados. 8.2 Impostos, taxas e contribuições Valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro,

(25)

contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de terceiros”.

8.2.1 Federais

Inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS. Inclui também a contribuição sindical patronal.

8.2.2 Estaduais

Inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.

8.2.3 Municipais

Inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU. 8.3 Remuneração de capitais de terceiros Valores pagos ou creditados aos

financiadores externos de capital.

8.3.1 Juros

Inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no período.

8.3.2 – Aluguéis

Inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.

8.3.3 Outras

Inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.

8.4 Remuneração de capitais próprios Valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

8.4.1 Juros sobre o capital próprio e 8.4.2 Dividendos

Inclui os valores pagos ou creditados aos sócios e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no resultado do

(26)

25 próprio exercício, desconsiderando-se os dividendos distribuídos com base em lucros acumulados de exercícios anteriores, uma vez que já foram tratados como “lucros retidos” no exercício em que foram gerados.

8.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício

Inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP, independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros, devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem ser imputados.

8.4.4 – Participação dos não controladores nos

lucros retidos Só para consolidação.

Fonte: Adaptado do CPC nº 09/2008.

Além das informações acima, a entidade deve acrescentar ou detalhar outras linhas na DVA quando o montante e a natureza de um item ou o somatório de itens similares forem de tal magnitude que a apresentação em separado ajuda na apresentação mais adequada da demonstração. Recomenda-se abrir outra coluna no item “8 – Distribuição do Valor Adicionado”, com o objetivo de representar em “percentagem (%)” o montante ($) efetivamente distribuído (AZEVEDO, 2009).

Antes da apresentação do modelo de DVA para bancos, cabe salientar, a importância da atividade bancária na vida das empresas e de toda a economia. Santos (2007, p.44) afirma:

[...] nessa atividade não se pode falar em vendas de bens ou serviços, mas em intermediação financeira. Há algumas atividades desenvolvidas pelos bancos que se enquadram em prestação de serviços, mas no cômputo geral elas são imateriais, quando comparadas às receitas da atividade principal que é a de intermediar os aplicadores e os receptores de capital.

Para resolver o impasse de se poder ou não considerar a atividade bancária como geradora e distribuidora de riqueza, o autor explica ainda que “convencionou-se que, excepcionalmente, os custos financeiros dessa atividade devem ser alocados como custo de obtenção das receitas e não como distribuição de valor adicionado”.

(27)

Agora, apresenta-se o modelo utilizado para os bancos, Quadro 2, e os respectivos comentários sobre os diversos componentes, Quadro 3. Os comentários foram feitos somente para a parte que difere do modelo utilizado pelas Empresas em Geral apresentado no Quadro 1.

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27 Quadro 2 – Demonstração do Valor Adicionado – Instituições Financeiras Bancárias

DESCRIÇÃO Em milhares de reais 20X9 Em milhares de reais 20X8 1 – Receitas 1.1) Intermediação Financeira 1.2) Prestação de Serviços

1.3) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)

1.4) Outras

2 – Despesas de intermediação financeira 3 – Insumos adquiridos de terceiros

3.1) Materiais, energia e outros 3.2) Serviços de terceiros

3.3) Perda/Recuperação de valores ativos 3.4) Outras (especificar)

4 – Valor adicionado bruto (1-2-3) 5 – Depreciação, amortização e exaustão 6 – Valor adicionado líquido produzido pela entidade (4-5)

7 – Valor adicionado recebido em transferência

7.1) Resultado de equivalência patrimonial 7.2) Outras

8 – Valor adicionado total a distribuir (6+7) 9 – Distribuição do valor adicionado (*)

9.1) Pessoal

9.1.1 – Remuneração direta 9.1.2 – Benefícios

9.1.3 – F.G.T.S

9.2) Impostos, taxas e contribuições 9.2.1 – Federais

9.2.2 – Estaduais 9.2.3 – Municipais

9.3) Remuneração de capitais de terceiros 9.3.1 – Aluguéis

9.3.2 – Outras

9.4) Remuneração de Capitais Próprios 9.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio 9.4.2 – Dividendos

9.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício

9.4.4 – Participação dos não controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

Fonte: Adaptado do CPC 09. (*) O total do item 9 deve ser exatamente igual ao item 8.

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Quadro 3 – Instruções para preenchimento da DVA – Instituições Financeiras Bancárias

DESCRIÇÃO INTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO

DA DVA 1. Receitas (soma dos itens 1.1 a 1.4)

1.1 Intermediação Financeira

Inclui as receitas com operações de crédito, arrendamento mercantil, resultados de câmbio, títulos e valores mobiliários e outras. 1.2 Prestação de Serviços São as receitas provenientes de operações que

não a intermediação financeira. 1.3 Provisão para créditos de liquidação

duvidosa – Reversão / (Constituição) Inclui os valores relativos à constituição/baixa de provisão para devedores duvidosos. 1.4 Outras

Inclui os valores considerados fora das atividades principais da instituição, tais como: ganhos ou perdas na baixa de imobilizados, ganhos ou perdas na baixa de investimentos etc.

2 Despesas de intermediação financeira

São os gastos com operações de captação, empréstimos, repasses, arrendamento mercantil e outros.

Fonte: Elaborado pela autora. De acordo com SANTOS (2007, p. 46 – 48).

Como se pode observar, o modelo de DVA apresentado para as instituições financeiras (Quadro 2) se diferencia, principalmente, do modelo apresentado para as empresas em geral (Quadro 1), na primeira parte, que trata da geração da riqueza, especificamente relacionado às receitas da empresa, que de acordo com o modelo para bancos, são tratadas como ‘intermediação financeira’, enquanto no outro modelo tem-se ‘Vendas de mercadorias, produtos e serviços’.

Além disso, no Quadro 2 – Modelo para Instituições Financeiras bancárias – há o acréscimo do item ‘Despesa de Intermediação Financeira’.

No que se refere à parte da Distribuição do Valor Adicionado, a única diferença encontrada diz respeito ao item ‘Remuneração de Capitais de Terceiros’, pois no modelo para bancos, não apresenta a subconta ‘Juros’, já que esse item entra na ‘Despesa de Intermediação Financeira’.

2.3.3 Estudos Recentes

Com a intenção de evidenciar a importância do estudo e análise da Demonstração do Valor Adicionado, apresentam-se abaixo algumas pesquisas relacionadas com o tema abordado nesse trabalho, mostrando o objetivo e resultado de cada uma delas.

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O primeiro estudo, realizado por Fadel e Reis (2012), teve por objetivo observar como ocorre a distribuição da riqueza no setor de telecomunicações brasileiro nos anos de 2009 e 2010, chegando ao seguinte resultado: Constatou-se que não há um padrão na distribuição da riqueza para o setor. Também observou-se que a distribuição do valor adicionado se dá principalmente para o Governo.

Outro estudo realizado relacionado com o tema do presente estudo foi desenvolvido por Camargo (2010) e teve por objetivo apresentar os aspectos relacionados à composição do valor adicionado pela atividade empresarial e analisar a importância da DVA. O estudo revelou que as entidades têm adotado ferramentas que deem visibilidade em suas ações, e a Demonstração do Valor Adicionado é um destes poderosos instrumentos.

O trabalho de Rodrigues (2010) é bem semelhante ao presente estudo, uma vez que também buscou evidenciar e analisar como se comporta a distribuição do valor adicionado efetuada por parte do segmento de bancos do setor financeiro e outros da BM&F Bovespa nos anos de 2007, 2008 e 2009. Os resultados apresentados apontam que os segmentos que em média mais receberam valor adicionado foram os de remuneração de capital próprio e de pessoal.

Como se pode observar, há estudos que contemplam a Demonstração do Valor Adicionado. Alguns buscam evidenciar a importância dessa demonstração como fonte de informação, outros procuram demonstrar como foi feita a distribuição do valor adicionado por empresas de diferentes ramos.

Sendo assim, com a finalidade de demonstrar a importância dessa demonstração para as empresas e para a sociedade, e principalmente, evidenciar como foi distribuído o valor adicionado pelas empresas do segmento de bancos com ações negociadas da BM&F Bovespa, foi desenvolvido esse trabalho.

(31)

3 METODOLOGIA 3.1 Tipologia da pesquisa

Esse estudo é caracterizado, quanto aos objetivos, como do tipo descritivo, uma vez que se propõe a estudar as características de determinada amostra, a partir de uma população selecionada. Na concepção de Gil (1999), uma das características mais significativas desse tipo de estudo está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Primeiramente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em materiais já elaborados, como livros, monografias, dissertações e internet, a fim de formar um arcabouço teórico que embasasse os estudos de forma a atingir os objetivos propostos.

No que tange a coleta de dados, a pesquisa pode ser classificada como uma pesquisa documental, uma vez que o procedimento de coleta de dados será por meio da análise das Demonstrações do Valor Adicionado das empresas relacionadas na população e amostra, leitura das notas explicativas e relatório da administração, sem nenhuma análise aprofundada, o que, por sua vez, caracteriza esta pesquisa, conforme GIL (1999 apud BEUREN 2006, p.89), “a pesquisa documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.

Quanto à abordagem do problema, foi utilizada a pesquisa quantitativa, já que foram empregados instrumentos estatísticos no processo de análise e interpretação dos dados, principalmente a porcentagem.

O método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análises e interpretações, possibilitando uma margem segura quanto às inferências (RICHARDSON, 2008, p. 70).

3.2 Universo e amostra

A população inicial é composta por todas as empresas do segmento de bancos listadas no site da BM&F Bovespa, um total de 27, conforme quadro abaixo:

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31 Quadro 4 – Empresas da amostra

Inicial Final Razão Social Nome de Pregão

1 - ALFA HOLDINGS S.A. ALFA HOLDING

2 1 BANESTES S.A. – BCO EST ESPIRITO SANTO BANESTES

3 2 BCO ABC BRASIL S.A. ABC BRASIL

4 3 BCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. ALFA INVEST

5 4 BCO AMAZONIA S.A. AMAZONIA

6 5 BCO BRADESCO S.A. BRADESCO

7 6 BCO BRASIL S.A. BRASIL

8 - BCO BTG PACTUAL S.A. BTGP BANCO

9 7 BCO DAYCOVAL S.A. DAYCOVAL

10 - BCO ESTADO DE SERGIPE S.A. – BANESE BANESE

11 8 BCO ESTADO DO PARA S.A. BANPARA

12 9 BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A. BANRISUL 13 - BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A. BICBANCO

14 - BCO INDUSVAL S.A. INDUSVAL

15 10 BCO MERCANTIL DE INVESTIMENTOS S.A. MERC INVEST

16 - BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. MERC BRASIL

17 11 BCO NORDESTE DO BRASIL S.A. NORD BRASIL

18 - BCO PAN S.A. BANCO PAN

19 - BCO PATAGONIA S.A. PATAGONIA

20 12 BCO PINE S.A. PINE

21 13 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. SANTANDER BR

22 - BCO SOFISA S.A. SOFISA

23 14 BRB BCO DE BRASILIA S.A. BRB BANCO

24 15 CONSORCIO ALFA DE ADMINISTRACAO S.A. ALFA CONSORC

25 16 ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. ITAUUNIBANCO

26 17 ITAUSA INVESTIMENTOS ITAU S.A. ITAUSA

27 18 PARANA BCO S.A. PARANA

Fonte: Adaptado do site da BM&F Bovespa

Após o levantamento dos dados a serem utilizados no estudo, quatro empresas foram excluídas da população inicial, três por apresentarem em algum dos anos analisados um valor a distribuir negativo, e a outra por não apresentar as informações necessárias ao estudo, sendo elas, respectivamente, BCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S.A, BCO INDUSVAL S.A., BCO PAN S.A. e BCO PATAGONIA S.A.

Para tornar o estudo mais homogêneo as empresas ALFA HOLDINGS S.A, BCO BTG PACTUAL S.A, BCO ESTADO DE SERGIPE S.A – BANESE, BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A e BCO SOFISA S.A também foram excluídas da população inicial, pois apresentaram valores negativos em determinados segmentos que serão analisados no estudo. Portanto, a população final ficou composta por 18 empresas.

Os anos utilizados na pesquisa foram 2012, 2013 e 2014 e as demonstrações foram encontradas no sítio eletrônico da BM&F Bovespa.

(33)

3.3 Análise dos dados

Primeiramente, a análise dos dados baseou-se no estudo das Demonstrações do Valor Adicionado de cada empresa, juntamente com a leitura das notas explicativas e relatório da administração, a fim de perceber alguma informação complementar e útil no desenvolvimento do estudo.

Em seguida, foram elaboradas planilhas que tornaram possível evidenciar e detalhar as informações colhidas, e assim, analisar o comportamento das empresas, por ano e segmento, em relação à distribuição do valor adicionado na população estudada. Para tanto, obteve-se o quociente entre o valor adicionado distribuído por segmento e o valor total a distribuir. Logo após foram obtidos os valores médios distribuídos por parte das empresas da amostra.

3.4 Caracterização do setor bancário

Bancos são instituições financeiras que apresentam as seguintes funções:

 Rentabiliza as economias e poupanças das pessoas e empresas através do pagamento de juros;

 Financia o consumo e o investimento das pessoas e empresas cobrando para isso juros e comissões;

 Realiza serviços de pagamentos e recebimentos também para seus clientes pessoa física ou jurídica e para isso cobra tarifas;

Os órgãos reguladores do sistema financeiro nacional são: O Conselho Monetário Nacional (CMN), que é um órgão normativo; O Banco Central do Brasil (BACEN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que são entidades supervisoras.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do Sistema Financeiro Nacional – SFN.

O Banco Central do Brasil (BACEN) é o principal executor das orientações do CMN e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país.

A Federação Nacional dos Bancos (FENEBAN) é a principal entidade representativa do setor bancário no Brasil. É uma estrutura paralela à Federação

(34)

33

Brasileira de Bancos (FEBRABAN). Trata-se do apoio sindical do sistema financeiro, que representa os associados em todas as questões trabalhistas.

No que diz respeito à responsabilidade social, é possível observar no sítio eletrônico da FEBRABAN (2015), um link que trata do assunto, apontando algumas empresas que já tornaram públicas suas políticas de responsabilidade Socioambiental. Das empresas pesquisadas neste estudo, destacam-se os bancos: do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander.

3.5 Limitação da pesquisa

Como limitações desse estudo apresentaram-se: a impossibilidade, em alguns momentos, de análises mais detalhadas do valor adicionado distribuído por algumas empresas para o segmento ‘Governos’, uma vez que, através das notas explicativas, não foi possível observar o que aconteceu. Além disso, o estudo não tratará das empresas que apresentaram prejuízo em algum dos exercícios e também das empresas que apresentaram valor adicionado a distribuir negativo em determinados segmentos.

Outro ponto que limita o estudo é o fato do presente trabalho restringir-se a evidenciar e analisar apenas o valor adicionado distribuído pelas empresas da população escolhida, desconsiderando a forma como o valor é gerado e a maneira com a demonstração foi elaborada.

(35)

4 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Esta seção está dividida em duas partes. A primeira apresenta a análise da distribuição, por ano, do valor adicionado; e na segunda tem-se a evolução da distribuição média do valor adicionado.

4.1 Análise da distribuição do valor adicionado

Neste tópico será evidenciado e analisado a distribuição do valor adicionado destinado ao corpo funcional (pessoal), ao governo, à remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios, aplicados pelos bancos que compõem a população desse estudo nos anos de 2012, 2013 e 2014.

4.1.1 Distribuição do Valor Adicionado em 2012

Como já mencionado anteriormente, a Demonstração do Valor Adicionado, na prática, divide-se em duas partes: a primeira apresenta a riqueza gerada pela entidade e, na segunda, tem-se, de forma detalhada, a distribuição dessa riqueza perante os membros que, direta ou indiretamente, ajudaram a construir. Porém, esse estudo tratará apenas da segunda parte, ou seja, da distribuição do valor adicionado.

Sendo assim, o Quadro 5 mostra a distribuição do valor adicionado, por segmento, das empresas da população estudada no ano de 2012.

(36)

35

Quadro 5 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2012

Razão Social Pessoal Governos Terceiros Próprios

BANESTES S.A. – BCO EST ESPIRITO

SANTO 50% 28% 4% 19%

BCO ABC BRASIL S.A. 31% 23% 2% 44%

BCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 26% 36% 2% 35%

BCO AMAZONIA S.A. 43% 33% 1% 22%

BCO BRADESCO S.A. 34% 27% 3% 37%

BCO BRASIL S.A. 40% 27% 2% 31%

BCO DAYCOVAL S.A. 21% 37% 2% 41%

BCO ESTADO DO PARA S.A. 33% 34% 1% 32%

BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

S.A. 41% 27% 2% 30%

BCO MERCANTIL DE INVESTIMENTOS

S.A. 5% 33% 0% 61%

BCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 70% 3% 1% 26%

BCO PINE S.A. 31% 19% 3% 47%

BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 50% 23% 5% 22%

BRB BCO DE BRASILIA S.A. 49% 29% 0% 21%

CONSORCIO ALFA DE

ADMINISTRACAO S.A. 35% 27% 3% 36%

ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 34% 25% 3% 38%

ITAUSA INVESTIMENTOS ITAU S.A. 26% 31% 3% 39%

PARANA BCO S.A. 19% 23% 3% 55%

Fonte: Elaborado pela autora

De acordo com o Quadro 5, a empresa que mais distribuiu valor adicionado ao corpo funcional (pessoal) foi o Banco do Nordeste, 70%, seguido do Banco Banestes S.A e Santander (Brasil), ambos com 50%. A variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 65 pontos percentuais, com 70% do Banco do Nordeste contra 5% do Banco Mercantil de Investimentos. Em todas as empresas a maior parte do valor distribuído para pessoal esteve na conta remuneração direta. É possível analisar ainda que, poucas empresas distribuem parte do valor gerado para os colaboradores a título de participação nos resultados.

Em relação à distribuição para o Governo (impostos, taxas e contribuições), os Bancos que apresentaram maiores índices de distribuição em 2012 foram: Daycoval, Alfa de Investimentos e Banco Estado do Para, com 37%, 36% e 34%, respectivamente. Já o que apresentou menor distribuição foi o Banco do Nordeste, com apenas 3%.

(37)

No que tange a distribuição de valor adicionado para ‘Terceiros’ (aluguéis e outras), percebe-se que em todas as empresas analisadas, os valores distribuídos foram baixos, variando entre 1% e 5%. Isso pode ser explicado pelo fato da Demonstração do Valor Adicionado para o segmento de bancos se diferenciar um pouco em relação ao modelo de DVA utilizado pelas empresas de comércio, por exemplo. No modelo para bancos, o segmento de remuneração de capitais de terceiros não apresenta a subconta ‘Juros’, já que esse item entra na ‘Despesa de Intermediação Financeira’. Cabe salientar ainda que, o Banco Mercantil de Investimentos e o Banco de Brasília não destinaram nenhum valor para o segmento remuneração de capitais de terceiros.

No segmento ‘Remuneração de Capitais Próprios’, a variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 42 pontos percentuais, com 61% para o Banco Mercantil de Investimentos contra 19% do Banco Banestes. Observa-se também que 83% das empresas estudadas distribuíram a maior parte do capital desse segmento para a conta ‘Lucros Retidos’, o que significa uma forte tendência em manter o capital gerado dentro da própria empresa. Os Bancos Pine e Banestes destinaram a maior parte do valor distribuído para a conta ‘Juros sobre o capital próprio’. E apenas o Banco Santander (Brasil) evidenciou um índice de distribuição maior para a conta ‘Dividendos’.

Com o intuito de evidenciar a destinação média distribuída pelas empresas do segmento de bancos listadas na BM&F Bovespa que compõem a população desse estudo, foi elaborado o gráfico abaixo.

Gráfico 1 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2012

Fonte: Elaborado pela autora.

38% 26% 3% 33% Pessoal Governos Terceiros Próprios

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37

Como demonstra no Gráfico 1, em média a maior distribuição do valor adicionado das empresas em estudo ocorreu para o segmento de pessoal, com 38%, seguido do remuneração de capitais próprios, com 33%, Governos, com 26%, e por fim, com apenas 3% em média de valor distribuído, o segmento remuneração de capitais de terceiros.

4.1.2 Distribuição do Valor Adicionado em 2013

Os mesmos procedimentos utilizados para as análises feitas em 2012 foram empregados para os anos de 2013 e 2014. O Quadro 6 mostra a distribuição de todas as empresas componentes da população estudada para os principais segmentos evidenciados na Demonstração do Valor Adicionado no ano de 2013.

Quadro 6 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2013

Razão Social Pessoal Governos Terceiros Próprios

BANESTES S.A. – BCO EST ESPIRITO

SANTO 47% 28% 4% 22%

BCO ABC BRASIL S.A. 34% 18% 2% 45%

BCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 29% 32% 3% 35%

BCO AMAZONIA S.A. 55% 17% 2% 27%

BCO BRADESCO S.A. 35% 24% 3% 38%

BCO BRASIL S.A. 37% 27% 2% 34%

BCO DAYCOVAL S.A. 28% 36% 2% 34%

BCO ESTADO DO PARA S.A. 33% 36% 1% 30%

BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

S.A. 43% 28% 2% 27%

BCO MERCANTIL DE INVESTIMENTOS

S.A. 9% 26% 0% 65%

BCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 55% 27% 1% 17%

BCO PINE S.A. 37% 14% 3% 46%

BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 46% 31% 5% 17%

BRB BCO DE BRASILIA S.A. 55% 29% 0% 16%

CONSORCIO ALFA DE

ADMINISTRACAO S.A. 35% 16% 2% 47%

ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 33% 26% 3% 38%

ITAUSA INVESTIMENTOS ITAU S.A. 14% 4% 4% 77%

PARANA BCO S.A. 26% 27% 2% 45%

(39)

Como é possível observar no Quadro 6, as empresas que mais distribuíram valor adicionado para o segmento ‘Pessoal’ foram os Bancos: Amazonas, Nordeste do Brasil e Banco de Brasília, todos com 55%. A empresa que menos distribuiu foi, novamente, o Banco Mercantil de Investimentos, com apenas 9%. Deste modo, a variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 46 pontos percentuais. Assim como no ano de 2012, em todas as empresas, em 2013, a maior parte do valor distribuído para pessoal também esteve na conta remuneração direta.

No segmento ‘Governos’, do total das empresas estudadas, mais da metade apresentou em 2013 um percentual de distribuição menor para esse segmento em comparação com 2012. As empresas que mais distribuíram valor agregado para governos foram os Bancos Daycoval e Banco Estado do Para, ambas com 36% do total distribuído no ano. Por outro lado, o Banco Itausa Investimentos destinou apenas 4% do total para esse segmento.

Em relação a distribuição de valor adicionado para ‘Terceiros’ (aluguéis e outras), assim como no ano anterior, os valores distribuídos foram baixos, variando entre 1% e 5%, que foram destinados praticamente em todas as empresas em favor da conta ‘Aluguéis’. O Banco Mercantil de Investimentos e o Banco de Brasília não destinaram nenhum valor para o segmento remuneração de capitais de terceiros.

No segmento ‘Remuneração de Capitais Próprios’, a variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 61 pontos percentuais, com 77% para o Banco Itausa Investimentos contra 16% do Banco de Brasília. Do total de bancos analisados, 16 deles destinaram a maior parte do capital desse segmento para a conta ‘Lucros Retidos’. Apenas 2 Bancos, Pine e Santander, destinaram a maior parte do valor distribuído em 2013 para as contas Juros sobre Capital Próprio e Dividendos.

Novamente com o intuito de evidenciar a destinação média distribuída pelas empresas do segmento de bancos listadas na BM&F Bovespa que compõem a população desse estudo, foi elaborado o Gráfico 2 referente ao ano de 2013:

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39 Gráfico 2 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2013

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com o Gráfico 2, o segmento de pessoal voltou a apresentar a maior média de valor adicionado distribuído em 2013, com 37% do total, seguido do remuneração de capitais próprios, com 34%, Governos, com 27%, e por fim, com apenas 3% em média de valor distribuído, o segmento remuneração de capitais de terceiros. Em comparação com o ano de anterior, nota-se que praticamente nada mudou. Os segmentos de Pessoal, Governo e Remuneração de Capitais Próprios demonstraram apenas uma variação de 1 ponto percentual para mais ou para menos. Já distribuição média para o segmento de Remuneração de Capitais de Terceiros em 2013 permaneceu o mesmo que no ano de 2012.

4.1.3 Distribuição do Valor Adicionado em 2014

O Quadro 7 aponta a distribuição do valor adicionado das empresas componentes da população estudada para os principais segmentos evidenciados na Demonstração do Valor Adicionado no ano de 2014:

37% 27% 3% 34% Pessoal Governos Terceiros Proprios

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Quadro 7 – Distribuição do Valor Adicionado das empresas por segmento no ano de 2014

Razão Social Pessoal Governos Terceiros Próprios

BANESTES S.A. – BCO EST ESPIRITO

SANTO 46% 27% 3% 23%

BCO ABC BRASIL S.A. 34% 15% 2% 49%

BCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A. 32% 24% 3% 40%

BCO AMAZONIA S.A. 47% 30% 1% 22%

BCO BRADESCO S.A. 31% 28% 2% 38%

BCO BRASIL S.A. 42% 26% 3% 29%

BCO DAYCOVAL S.A. 26% 39% 2% 32%

BCO ESTADO DO PARA S.A. 38% 31% 1% 30%

BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

S.A. 48% 25% 3% 24%

BCO MERCANTIL DE INVESTIMENTOS

S.A. 5% 33% 0% 62%

BCO NORDESTE DO BRASIL S.A. 48% 25% 1% 26%

BCO PINE S.A. 56% 1% 4% 39%

BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 44% 35% 5% 16%

BRB BCO DE BRASILIA S.A. 60% 28% 0% 13%

CONSORCIO ALFA DE

ADMINISTRACAO S.A. 33% 24% 3% 41%

ITAU UNIBANCO HOLDING S.A. 30% 27% 2% 41%

ITAUSA INVESTIMENTOS ITAU S.A. 9% 3% 4% 85%

PARANA BCO S.A. 26% 32% 4% 38%

Fonte: Elaborado pela autora

De acordo com o Quadro 7, a empresa que mais distribuiu valor adicionado para o segmento ‘Pessoal’ em 2014 foi o Banco de Brasília, com 60%, e a que menos distribuiu foi o Banco Mercantil de Investimentos, com 5%. Sendo assim, a variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 55 pontos percentuais. Assim como nos outros anos analisados nesse estudo, em todas as empresas, a maior parte do valor distribuído para pessoal também esteve na conta remuneração direta. Um fato a ser mencionado é que as únicas empresas que destinaram um valor significativo para a conta ‘Participação nos lucros’ foram os Bancos ABC Brasil e Pine, com 42% e 30%, respectivamente.

A empresa que se destacou na distribuição do valor adicionado em 2014 para o segmento ‘Governos’ (Impostos, taxas e contribuições, nos âmbitos federais, estaduais e municipais) foi, novamente, a Daycoval, com 39% do total distribuído no ano. Por outro lado, o Banco Pine destinou apenas 1% do total para esse segmento. Deste modo, a

(42)

41

variação entre a empresa que mais distribuiu valor agregado e que menos distribuiu foi de 38 pontos percentuais.

No que tange a distribuição de valor agregado para o segmento de ‘Remuneração de Capitais de Terceiros’, assim como nos demais anos analisados, os valores distribuídos variaram entre 1% e 5%, que foram destinados praticamente em todas as empresas para a conta ‘Aluguéis’. O Banco Mercantil de Investimentos e o Banco de Brasília não destinaram nenhum valor para o segmento remuneração de capitais de terceiros.

No segmento ‘Remuneração de Capitais Próprios’, o Banco Itausa Investimentos, assim como no ano anterior, destacou-se como sendo a empresa que mais distribuiu valor agregado para esse segmento em 2014, com 85% do total distribuído. O Banco Brasília foi o que menos distribuiu, com apenas 13%. A variação entre a empresa que mais distribuiu e a que menos distribuiu foi de 72 pontos percentuais, a maior em relação aos outros anos analisados. A conta ‘Lucros retidos’ continua sendo a que recebeu maior percentual do total distribuído para remuneração de capitais próprios. Assim como no ano anterior, apenas os Bancos Pine e Santander (Brasil) destinaram a maior parte do valor distribuído nesse segmento para as contas ‘Juros sobre o Capital Próprio’ e ‘Dividendos’.

O Gráfico abaixo mostra a distribuição média do valor adicionado em 2014 das empresas que compõem a população desse estudo:

Gráfico 3 – Distribuição média do valor adicionado no setor de bancos em 2014

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com o Gráfico 3, é possível identificar que o cenário permaneceu o mesmo em todos os anos analisados, pois o segmento que mais recebeu valor

36% 28% 3% 34% Pessoal Governos Terceiros Proprios

Referências

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