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CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR AMERICANA NOTIFICADOS DE 2011 A 2016 EM VARJOTA-CE

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_____________________________________________________________ Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

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CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL E TEGUMENTAR AMERICANA NOTIFICADOS DE 2011 A 2016 EM VARJOTA-CE

NOBRE, C.V.F1; NOBRE, A.R.M1; LIMA, A.T.O2; NETA, I.C3; BRITO, R.L.L4. DISCENTE DO CURSO DE FARMÁCIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA1

; DISCENTE DO CURSO DE NUTRIÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA2

; ENFERMEIRA COORDENADORA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE VARJOTA3; DOCENTE DO

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA4. RESUMO

Introdução: As leishmanioses são um sério problema de Saúde Pública e

podem ser de dois tipos, visceral ou tegumentar americana, o que determina é a espécie de protozoário envolvida. O estudo teve como objetivo avaliar os aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral (LV) e tegumentar americana (LTA) de 2011 a 2016 em Varjota-CE. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, com base em levantamentos de dados secundários da cidade de Varjota-CE no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016. As variáveis do estudo foram obtidas no site do SINAN e compreenderam o ano, o sexo, a faixa etária e a zona de ocorrência. Resultados e Discussão: No período estudado ocorreram cinco casos de leishmaniose, sendo 60% (3/5) de LV e 40% (2/5) de LTA. O ano de 2014 foi o que apresentou maior número de notificações para LV, 2012 e 2013 para LTA. Todos os casos foram na zona urbana. Os dados obtidos para LV demonstraram que ocorreu um predomínio da doença no sexo masculino (67%) e na faixa etária abaixo de 15 anos (67%). Para LTA não foi observada diferença significativa entre os sexos (50% de casos para ambos os gêneros) e 100% dos infectados tinham mais de 50 anos.

Conclusões: A ocorrência no município apesar de ser baixa demonstra que o

vetor da doença, bem como as formas parasitárias da LV e LTA estão presentes em Varjota-CE. A LV teve maior percentual que a LTA e o comportamento delas nesta cidade é diferente, pois as faixas etárias acometidas foram bem distintas, sendo LV mais comum em jovens e LTA mais em adultos e o sexo masculino foi o mais susceptível.

Palavras-chave – Leishmania sp.; Mosquitos vetores; Protozoário.

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ABSTRACT

Introduction: Leishmaniasis is a serious problem of Public Health and can be

of two types, visceral or integumentary, which determines the form clinic is the species of protozoan involved. The aim of this study was to evaluate the epidemiological aspects of visceral (VL) and American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) from 2011 to 2016 in Varjota-CE. Methodology: This is an

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epidemiological study, based on secondary data from the city of Varjota-CE from January 2011 to December 2016. The study variables were obtained from the SINAN website and comprised the year, sex, age group and the area of occurrence. Results and Discussion: Five cases of leishmaniasis occurred in the study period, 60% (3/5) of VL and 40% (2/5) of ATL. The year 2014 was that presented the highest number of notifications for the VL, 2012 and 2013 for the ATL. All the cases were in the urban zone. The data obtained for VL showed a predominance of the disease in males (67%) and in the age group under 15 years (67%). For ATL, no significant difference was observed between the sexes (50% of cases for both genders) and 100% of those infected were older than 50 years. Conclusions: The occurrence in the municipality although low it shows that the vector of the disease as well as the parasitic forms of VL and ATL are present in Varjota-CE. The VL had a higher percentage than ATL and their behavior in this city is different, since the age groups affected were very different, being VL more common in young and ATL more in adults and males sex was the most susceptible.

Keywords - Leishmania sp.; Mosquito vectors; Protozoan.

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INTRODUÇÃO

As leishmanioses são doenças que podem ser apresentadas clinicamente na forma visceral (LV), cutânea ou mucocutânea, também conhecidas de leishmaniose tegumentar americana (LTA) e são causadas por protozoários da família Trypanosomatidae e gênero Leishmania que são transmitidas por flebotomínios. A grande variedade de manifestações clínicas provavelmente está ligada a muitos fatores, que incluem o grande número de vetores e reservatórios, além da resistência natural do hospedeiro à infecção (MOURA, 2013; PETRIN et al., 2016).

A doença representa um sério problema de Saúde Pública e possui distribuição geográfica ampla, estando presente em todo o planeta, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, sendo endêmica em 88 países, dos quais 72 são países em desenvolvimento, portanto é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como a segunda entre as seis infecções parasitárias mais frequentes do mundo (MOURA, 2013).

A LV é de evolução lenta e com sinais clínicos que incluem: hepatoesplenomegalia, pancitopenia, emagrecimento, perda de apetite, febre intermitente, crescimento das unhas e fraqueza. Após a picada pelo mosquito contendo o protozoário o período de incubação pode variar de 10 dias a 24 meses, sendo mais comum entre dois a quatro meses (PETRIN et al., 2016).

A LTA manifesta-se de diferentes formas clínicas, iniciando-se geralmente na pele e, dependendo da resposta imune do hospedeiro e da espécie infectante, ela pode ficar limitada ao local da inoculação do parasita, ou atingir novos sítios na pele e nas mucosas do nariz, orofaringe e laringe MOURA, 2013).

O diagnóstico é realizado com parâmetros clínicos, parasitológicos, sorológicos e epidemiológicos. Para a terapêutica padrão das LV e LTA são utilizadas duas drogas de primeira escolha com esquemas prolongados: antimoniato de meglumina e estibogluconato de sódio (SOUZA et al., 2012). Quando este tratamento não demonstra resultados satisfatórios, são

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empregados fármacos de segunda escolha como: anfotericina B e pentamidinas (FERREIRA; MAROCHIO; PARTATA, 2012). O estudo teve como objetivo avaliar os aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral (LV) e tegumentar americana (LTA) de 2011 a 2016 em Varjota-CE.

METODOLOGIA

O estudo é epidemiológico e foi realizado por meio do levantamento dos casos de leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar americana notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do município de Varjota, CE no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016.

A área territorial de Varjota, Ceará, é de 179,397 Km2, sua população estimada para 2017 é de 18.239 habitantes, fica localizado a 263 quilômetros da capital Fortaleza, possui 14 unidades de saúde, incluindo hospitais, clínicas e centros de saúde e faz parte da 11ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRES) - Região Sobral.

As informações foram obtidas no site do SINAN, desta forma os dados são secundários, portanto de domínio público, não sendo necessária a submissão e aprovação do estudo em Comitê de Ética em Pesquisa ou Comissão Científica Local conforme a Resolução n° 510 de 2016 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2017). As variáveis analisadas foram: ano, sexo, faixa etária e zona de ocorrência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em Varjota, CE, ocorreram de janeiro de 2011 a dezembro de 2016, cinco casos de leishmaniose, sendo 60% (3/5) de LV e 40% (2/5) de LTA. Segundo os anos, 33% (1/3) dos casos de LV ocorreram em 2011, 0% (0/3) em 2012, 0% (0/3) em 2013, 67% (2/3) em 2014, 0% (0/3) em 2015 e 0% (0/3) em 2016. De acordo com Santos et al. (2017) em estudo realizado de 2012 a 2015 no Piauí, foram registrados 954 casos de LV e os maiores percentuais foram registrados em 2014 e 2015 com 29,9% (285/954) e 27,9% (266/954) dos casos, respectivamente. Assim como em Varjota, CE, o estudo no Piauí demonstrou que o ano de 2014 foi o que apresentou maior número de notificações, período este que correspondeu à copa do mundo no Brasil.

O sexo masculino foi proporcionalmente o mais afetado visto que 67% (2/3) dos casos de LV ocorreram em homens e 33% (1/3) em mulheres. Esse dado corrobora Gusmão; Brito; Leite, 2014 que identificaram 62,6% (329/525) dos casos no sexo masculino e revelou que isso provavelmente ocorreu devido a uma maior exposição da área corporal de indivíduos desse sexo à picada dos vetores.

De acordo com a faixa etária, 67% (2/3) das notificações ocorreram em menores de 15 anos e 33% (1/3) em pessoas acima de 50 anos. Sendo semelhante ao constatado por Santos et al. (2017) que observaram 35,1% (335/954) dos casos de LV em menores de 10 anos de idade. A razão da maior susceptibilidade das crianças é explicada pela imaturidade imunológica, uma vez que a imunidade duradoura se desenvolve com o passar dos anos.

Na LTA foram notificados casos apenas em 2012 e 2013 com 50% (1/2) de ocorrência em cada ano e em ambos os gêneros sexuais. Todos os casos (2/2) ocorreram em pessoas com mais de 50 anos de idade. Em estudo realizado por Rocha et al. (2015) em Alagoas identificaram que 67,82%

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(371/547) dos casos ocorreram no masculino e 32,17% (176/547) no feminino e constatou que a faixa etária mais acometida foi a de 24 a 39 anos. Para Moura (2013) esta ocorrência em homens pode estar associada a uma maior exposição, como por exemplo, no trabalho em lavouras na zona rural e aos hábitos de vida, tais como dormir na varanda da casa e não usar camisa em grande parte do dia.

Segundo Rocha et al. (2015) a literatura demonstra que a transmissão da LTA em crianças, mulheres e idosos relaciona-se à adaptação dos vetores aos domicílios mais pobres, com deficiência na coleta de lixo e abastecimento de água, um fato também importante é a convivência com animais domésticos no ambiente peridomiciliar.

Todos os indivíduos acometidos por LV ou LTA em Varjota, CE, eram residentes da zona urbana. Os casos de leishmanioses no município terem sido mais na área urbana, podem ter ocorrido devido a urbanização, o desmatamento de áreas para estabelecer novos povoados. Na área rural o desenvolvimento e a expansão da agricultura com construção de represas para irrigação, garimpos e atividades de extrativismo são apontados como os principais fatores de risco (FERREIRA; MAROCHIO; PARTATA, 2012).

Ortiz e Anversa (2015) relatam que 375 (98,4%) dos indivíduos atingidos pela LV em Bauru-SP eram moradores da zona urbana e o aumento da transmissão da LV acompanhou a expansão urbana e a intensa mobilidade populacional. Ursine et al. (2016) verificou que a maioria dos acometidos eram residentes em área rural (60,7%), isso pode ser explicado pelas características demográficas dos municípios estudados nas quais 40,55% da população residia em áreas rurais.

Para Figueira et al. (2014) a maioria dos casos de LTA atendidos no Hospital Thomé de Medeiros Raposo e na Unidade Básica de Saúde Manoel Rumão, em Rio Preto da Eva, Amazonas, tinha origem em focos endêmicos de zonas rurais (95,5%) e conforme Oliveira et al. (2017) nas últimas décadas, a LTA apresentou mudanças no seu comportamento, visto que inicialmente era considerada zoonose de animais silvestres, que acometia ocasionalmente pessoas em contato com florestas, a doença começou a ocorrer em zonas rurais já praticamente desmatadas e em regiões periurbanas.

CONCLUSÕES

A ocorrência no município pode ser considerado esporádica devido a ausência de notificação em alguns anos e apesar de ser baixa demonstra que o vetor da doença, bem como as formas parasitárias da LV e LTA estão presentes em Varjota-CE. A LV teve maior percentual que a LTA e o comportamento delas nesta cidade é diferente, pois as faixas etárias acometidas foram bem distintas, sendo LV mais comum em jovens e LTA mais em adultos e o sexo masculino foi o mais susceptível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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