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INSETOS: PREVENÇÃO EM CONDOMÍNIOS

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Academic year: 2021

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INSETOS: PREVENÇÃO EM CONDOMÍNIOS

Os seres humanos já viveram em cavernas, aldeias com 30-50 pessoas e hoje vivem em cidades com milhares e milhões de habitantes. A expansão urbana levou ao desenvolvimento de tecnologias, melhoramento da qualidade de vida, relacionada à saúde e consumo, no entanto, houve a perda de espaço com o meio natural e rural.

As cidades atualmente concentram animais considerados sinantrópicos, ou seja, que tem a capacidade de adaptarem-se às condições ecológicas favoráveis criadas pelo homem nas áreas urbanas. Podem viver de forma permanente nas cidades, ou estar apenas de passagem. Por quê? Há alimento, água e abrigo – os três “As”. Animais ou mesmo vegetais em grande numero, no local errado e na hora errada, são considerados, PRAGAS e surge a preocupação de manejá-los.

Segundo o dicionário do Aurélio Buarque de Macedo:

Praga = Calamidade, qualquer pessoa, animal ou coisa importuna; abundância de coisas desagradáveis ou nocivas; designação aos insetos, plantas ou doenças que incomodam ou atacam o homem.

Controle = ação, efeito de matar ou eliminar algo ou alguém.

Atualmente, a terminologia mais correta empregada é “Manejo Integrado de Pragas” (MIP).

Na figura abaixo verifica-se as reclamações mais comuns com relação à fauna sinantrópica existentes em áreas urbanas no ano de 2015 conforme a sazonalidade:

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É evidente que os insetos e mesmo outros animais considerados pragas diminuem sua atividade durante o período mais frio do ano.

BARATAS

São onívoras, ingerem qualquer tipo de alimento. Podem disseminar bactérias, fungos, vírus, helmintos e protozoários patogênicos, causadores de enfermidades como conjuntivites, gastroenterites, infecções urinárias, toxinfecções alimentares, alergias, verminoses, micoses, amebíase, giardíase, hepatite, entre outras.

No entanto, são importantes na cadeia alimentar, e foram empregadas na cura da AIDS, pois possuem polissacarídeos e aminoácidos que produzem efeitos similares ao AZT, bem como auxiliam em enfermidades cardíacas [Li Shunan, Dpto. Farmacologia, Inst. Médico de Yunnan, China, 2004].

As baratas tem um comprimento total entre 1 mm a 10 cm; a coloração das espécies urbanas é frequentemente escura (marrom ou negra) e as espécies silvestres podem ser coloridas. Machos são menores que as Fêmeas, porém com asas mais desenvolvidas. Em algumas espécies somente os machos voam.

1) Blattella germanica = "baratinha de cozinha ou de madeira", "francesinha ou alemãzinha", devido as faixas dorsais longitudinais claras e escuras. É de difícil manejo.

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Possui tolerância a diversos inseticidas. Suas ninfas completam seu desenvolvimento em 36 dias do estágio de ovo à adulta. A ooteca possui cerca de 50 ovos. 2) Periplaneta americana = "barata de esgoto" ou “barata voadora”. Vive em média de 2,5 anos, produzindo até 810 ovos. São comumente observadas em cozinhas e banheiros devido à temperatura e umidade, permanecendo em torno de equipamentos geradores de calor (geladeira, freezer, forno de microondas) e sob as pias, próximas dos encanamentos. Possuem dispersão passiva, isto é, adentrando no ambiente através do transporte junto às embalagens.

José Albertino Rafael que estuda a ordem das baratas informa que o nojo das pessoas por estes insetos é consequência do contato com as baratas de esgotos, maiores e presentes em residências, restaurantes, empresas. As espécies silvestres não exalam mau cheiro, não mordem e não transmitem doenças.

Métodos de Controle Manejo

A prevenção na forma de limpeza das residências e do terreno ou jardins, vedação de ralos, manutenção e limpeza de caixas de esgoto, adequação correta do destino final do lixo em residências e condomínios. Aerossóis vendidos em supermercados ou inseticidas tradicionais a base de piretróides funcionam, mas algumas espécies apresentam resistência; se a infestação for grande, deve-se contratar uma empresa especializada para desinsetizar o ambiente.

FORMIGAS

São insetos sociais que formam colônias. Pertencem ao mesmo grupo das vespas e abelhas. As formigas domésticas são encontradas em residências (áreas alimentares e jardins), hospitais, restaurantes e empresas de eletrodomésticos; as formigas rurais são especializadas em cortar folhas e partes vegetais para garantir a sua sobrevivência (cortadeiras).

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Ocorrem em todos os continentes com exceção dos pólos. Estima-se que existam cerca de 18.000 espécies de formigas e no Brasil há aproximadamente 2.000 espécies conhecidas, sendo que somente 20 a 30 são consideradas pragas.

Há sobreposição de gerações, divisão de tarefas e cuidado com a prole. São úteis, pois auxiliam na dinâmica de populações de outras espécies de insetos e na aerificação do solo. Tornam-se um incomodo quando invadem residências, jardins e cultivos. As “formigas-carpinteiras” destroem a madeira furando-a para fazer os seus ninhos. As “formigas-assassinas” tendem a atacar animais maiores para se alimentar ou para defesa.

As formigas estão presentes em muitas culturas, lendas e histórias infantis representando o trabalho, a cooperação e agressividade. Em algumas localidades do continente Africano são consideradas mensageiras dos deuses; para os indígenas norte-americanos, como os Hopi, consideram as formigas como os primeiros habitantes do Planeta. Os índios brasileiros no Xingu utilizam suas mordidas em cerimônias de iniciação como teste de resistência.

Diversidade de Formigas

*Formigas- correição: não constroem formigueiros permanentes e alternam entre uma vida nômade e a organização de abrigos temporários.

*Formigas-pote-de-mel: criam obreiras especiais, cuja única função é armazenar um líquido adocicado em seus próprios abdomens para o resto do grupo, ficando em geral imóveis. Vivem geralmente em locais secos e são consideradas um “petisco” delicioso. *Formigas-tecelãs: constroem ninhos em árvores e formam pontes através da união de folhas tecidas com fio de seda obtido de larvas.

*Formigas-cortadeiras: alimentam-se exclusivamente de um fungo que se reproduz sobre a matéria orgânica depositada no interior do formigueiro.

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Formas de Controle

Mecânico: somente viável quando o formigueiro é jovem. Consiste na retirada do ninho escavando-se o local até encontrar a(s) panela(s) de fungo juntamente com a rainha. É um controle efetivo principalmente quando a área infestada é pequena.

Químico: executado por meio de iscas granuladas, pó seco, líquidos termonebulizáveis ou gases liquefeitos.

Iscas Granuladas: fácil utilização através de pequenos pedaços de substâncias atrativas impregnados com um ingrediente ativo tóxico (inseticida). A eficiência depende da correta aplicação e do ingrediente ativo nela contido.

As iscas mais eficientes possuem ingredientes ativos de ação lenta, não matam as formigas por contato e possibilitam o seu transporte para o interior do formigueiro sendo distribuída junto com o fungo, ou dependendo do principio ativo, matando o fungo. Durante a aplicação as iscas devem ser manuseadas com luvas, pois as formigas percebem o odor e o suor e podem rejeita-las. Não deve ser realizada a aplicação em dias chuvosos e solos úmidos. Também evitar contato com crianças e animais domésticos.

Pó seco: aplicado no interior do formigueiro através de polvilhadeiras (bombas insufladoras de pó), e apresentam maior sucesso em terrenos secos. Em ninhos antigos, cujas panelas são profundas a eficiência é limitada. Podem intoxicar as pessoas próximas ao local de aplicação quando em dias de vento.

Líquidos termonebulizáveis: introdução de inseticida líquido diretamente nos olheiros do formigueiro por meio de aparelhos que produzem fumaça tóxica. Esse inseticida tem ação rápida e age por contato. É oneroso devido ao equipamento e mão-de-obra especializada.

Gases liquefeitos: gases comprimidos em embalagens apropriadas que são liberados diretamente no interior de olheiros por meio de mangueiras adaptadas a uma válvula

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de saída. Deve-se ter o cuidado de fechar todos os olheiros próximos. A fumaça tóxica pode intoxicar pessoas e animais domésticos.

MOSQUITOS

São de grande importância em saúde pública, pois podem transmitir diversas doenças: febre amarela, dengue, zika, malária, encefalites, filariose, entre outras. Causam grande incômodo e muitas áreas de recreação deixam de ser utilizadas devido à presença destes insetos em determinadas épocas do ano. Dentre as espécies importantes estão as do gênero Anopheles, Culex e Aedes. Existem cerca de 2.700 espécies.

Os mosquitos apresentam duas fases distintas de desenvolvimento: - dependentes da água: ovo, larva e pupa;

- aérea: adultos.

A duração do ciclo é regulada pela temperatura e disponibilidade de alimento e varia de 7 a 11 dias. As larvas são visíveis na água, mas a identificação da espécie é realizada em laboratório.

Medidas Preventivas

Para diminuir as populações de mosquitos é necessário: EVITAR CRIADOUROS.

1) O município é responsável pela supervisão e tratamento de galerias de águas pluviais, redes de esgoto, valetas, obras em construção e cemitérios.

2) Os munícipes podem auxiliar com as seguintes dicas:

- não deixar água parada limpa ou suja exposta em quaisquer recipientes; caixas d'água devem ser fechadas, latas, garrafas, jarros, copos, pratos de vasos, tambores virados; piscinas sem tratamento devem ser fechadas com lonas apropriadas;

- não jogar materiais e resíduos em córregos, rios, lagos, açudes, obstruindo-os;

- colocar flores artificiais em vasos de cemitério; se for usar flores naturais não coloque água;

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Método químico: uso de inseticidas, inibidores de crescimento, feromônios, atrativos e repelentes. O uso de determinados inseticidas e larvicidas requerem cuidados, uma vez que algumas destas substâncias são tóxicas e colocam em risco a saúde humana e animal e o meio ambiente. A utilização de DDT, em especial na região amazônica, é um dos exemplos clássicos do perigo que estes produtos podem representar, uma vez que este produto é cancerígeno e pode ser fatal.

Método biológico: emprega organismos (vírus, bactérias, fungos, protozoários) e outros invertebrados (insetos aquáticos, planarias, escorpiões, aranhas) capazes de predar as larvas dos mosquitos indesejáveis, alám de aves insetívoras, morcegos, peixes, anuros, répteis. O uso de OGM – organismos geneticamente modificados – têm sido introduzidos na natureza, como machos estéreis em zonas afetadas. Este procedimento provoca o acasalamento de fêmeas férteis com machos inférteis, e consequentemente, a produção de ovos inviáveis.

Os processos químicos, mecânicos e biológicos não são mutuamente exclusivos, devendo ser estudada a sua utilização numa perspectiva integrada.

Curiosidades

Os mosquitos voam a uma velocidade média de 1,5 a 2,0 Km/h e podem deslocar-se a distâncias de 100 - 160 km; podem detectar a "vítima" a 25 - 30 m; sua saliva contém anticoagulantes que evitam que o sangue coagule; essas proteínas é que provocam a reação alérgica associada às picadas do mosquito; as fêmeas se alimentam de sangue para obter as proteínas necessárias para a produção de ovos; machos se alimentam do néctar das plantas; os ovos podem permanecer inertes por um período superior a um ano e eclodir quando em contato com a água; Um numero superior a 50 espécies de mosquitos são resistentes ao menos a um inseticida. Nada melhor do que o útil e velho mosquiteiro!

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CUPINS

Insetos cujo hábito alimentar são raízes, partes de vegetais e fungos, preferencialmente compostos de celulose. Atacam papéis, livros, estruturas de madeira ou qualquer outro material derivado deste polímero. São fundamentais na natureza, pois desempenham papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânica ao solo e contribuem para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.

Salienta-se a importância na identificação correta das espécies a ser controladas, distinguindo as espécies que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem, daquelas úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza.

Manejo

Como os cupins são insetos sociais, é fundamental controlar a colônia ou criar barreiras para que não tenham acesso à edificação. Em geral, não são resistentes a inseticidas, mas a dificuldade no controle da infestação esta em atingir a colônia, que pode ser impossível de localizar. É essencial determinar a espécie:

a) cupim de madeira seca (não sai da madeira) b) cupins de solo ou cimento.

As estratégias de controle são diferentes em cada caso.

Não adianta criar barreiras no solo se o cupim é de madeira seca ou aplicar inseticida na peça afetada se o cupim é de solo. O método mais utilizado é a aplicação de inseticidas químicos para cupins de madeira. Métodos alternativos incluem: barreiras físicas, iscas, atmosferas modificadas e controle biológico.

Um móvel de madeira, 50% tomado por cupins, NÃO TERÁ UM CONTROLE EFETIVO!

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), criaram um grupo de

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especialistas em cupins (Termite Expert Group) para discutir e avaliar alternativas para o controle desses insetos.

Os documentos abaixo contêm os resultados do trabalho dessa comissão:

Report of the UNEP/FAO/Global IPM Facility Termite Biology and Management Workshop (relatório em pdf)

Finding Alternatives to Persistent Organic Pollutants (POPs) for TermiteManagement

(Página com versão em PDF e DOC)

Biol. Drª. Susi Missel Pacheco

Diretora Presidente do Instituto Sauver Av. Pernambuco, 2623/404 - Porto Alegre, RS.

Referências

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