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Conservação e Valorização do Património Natural em Santa Maria

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Academic year: 2021

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Conservação e Valorização do Património 

Natural em Santa Maria 

 

"A Rota dos Fósseis": geobiodiversidade e paleontologia 

  Vila do Porto, Santa Maria  29 de Setembro ‐ 04 de Outubro  07‐11 Novembro 2009  11‐12 Sezembro 2009  RELATÓRIO FINAL

Marine PalaeoBiogeography Working Group 

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Organização: 

- Doutor Sérgio Ávila 1, 2, 3   - Dr. Ricardo Cordeiro 1, 3   - Dr. André Medeiros 1, 3    - Dra. Sara Silva 3, 4   - Dra. Joana Pombo 5     1 Departamento de Biologia, Universidade dos Açores, PORTUGAL.  2 Centro do IMAR da Universidade dos Açores, PORTUGAL.  3 MPB ‐ Marine PalaeoBiogeography Working Group (University of the Azores), PORTUGAL.  4 Correio dos Açores, PORTUGAL.  5 Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”, Santa Maria, PORTUGAL      

Comissão Executiva – Escola Básica e Integrada de Santa Maria: 

- Dr. João Fontes  - Dra. Luísa Ferreira  - Dra. Florbela Cunha     

Oradores: 

- Doutor Andreas Kroh (Natural History Museum Vienna), ÁUSTRIA.  - Doutor Bjorn Berning (LandesMuseum), ÁUSTRIA.  - Doutor Carlos Marques da Silva (Universidade de Lisboa), PORTUGAL.  - Doutor Mário Cachão (Universidade de Lisboa), PORTUGAL.  - Dra. Joana Pombo (Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”), PORTUGAL  - Doutor Sérgio Ávila (Universidade dos Açores), PORTUGAL.     

Participantes: 

- Doutor Sérgio Ávila (Universidade dos Açores), PORTUGAL.  - Dr. Ricardo Cordeiro (Universidade dos Açores), PORTUGAL.  - Dr. André Medeiros (Universidade dos Açores), PORTUGAL.  - Doutor Mário Cachão (Universidade de Lisboa), PORTUGAL.  - Doutor Carlos Marques da Silva (Universidade de Lisboa), PORTUGAL.  - Doutor Bjorn Berning (LandesMuseum), ÁUSTRIA.  - Doutor Andreas Kroh (Natural History Museum Vienna), ÁUSTRIA.  - Dra. Joana Pombo (Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”), PORTUGAL.  - Jaime Bairos (Serviços de Ambiente de Santa Maria), PORTUGAL.  - Dra. Rita Câmara (Ecoteca de Santa Maria), PORTUGAL.  - Diana Braga (Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”), PORTUGAL. 

- Micaela  Sardinha  (Direcção  Regional  dos  Recursos  Florestais,  Serviços  Florestais  de  Santa  Maria), PORTUGAL.  - Docentes da EBI de Santa Maria.  - Alunos da EBI de Santa Maria (3º ao 12º ano).     

Imprensa: 

- Dra. Sara Silva (Correio dos Açores).  - Alda Freitas (O Baluarte).  - Ana Paula Braga (Asas do Atlântico).  - António Pacheco (RTP‐Açores). 

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Resumo 

 

Todas  as  ilhas  dos  Açores  são  de  origem  vulcânica,  com  uma  génese  relacionada  com  fenómenos  geotectónicos  associados  à  sua  particular  localização  geográfica,  na junção tripla das placas litosféricas Norte Americana, Euroasiática e Núbia (placa  Africana). A ilha de Santa Maria distingue‐se das restantes do arquipélago por ser a  mais  antiga,  por  ser  aquela  em  que  há  mais  tempo  não  se  registam  erupções  vulcânicas,  e  por  possuir  sedimentos  fossilíferos  intercalados  em  escoadas  vulcânicas. 

Enquanto cientista, o proponente desta proposta entende que tem um dever para  com  a  sociedade:  o  de  transmitir  em  linguagem  facilmente  compreensível  por  todos,  o  conhecimento  do  seu  objecto  de  estudo,  valorizando‐o  por  forma  a  que  possa por todos ser conscientemente defendido e preservado. 

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1. Introdução 

A  ilha  de  Santa  Maria  é  a  mais  antiga  dos  Açores  (8,12  MA)  e  a  única  onde  estão  registadas  jazidas  fósseis.  Estes  depósitos  fossilíferos  caracterizam‐se  frequentemente  pela  sua  riqueza  e  bom  estado  de  conservação.  A  maioria  das  jazidas têm idades próximas do final do Miocénico ‐ início do Pliocénico (entre 7 a 5  milhões de anos), sendo conhecidas actualmente mais de uma dezena. Há também  jazidas  mais  recentes,  com  idades  compreendidas  entre  os  117  e  os  130.000  anos  (Prainha, Lagoinhas e “Pedra‐que‐Pica”) (Figura 1).      Figura 1. Mapa da ilha de Santa Maria com a localização de algumas das principais jazidas fossilíferas  Miocénico‐Pliocénicas e Plistocénicas (© MPB/Uaç).   

Estas  jazidas  são  conhecidas  desde  o  século  XVI  (e.g.,  Gaspar  Frutuoso  em  “As  Saudades  da  Terra”),  tendo  sido  algumas  delas  utilizadas  para  a  extracção  de  calcários  utilizados  na  construção  civil  (cal  e  lajes  de  pedra  calcária).  Os  primeiros  estudos  científicos  iniciaram‐se  na  segunda  metade  do  século  XIX,  com  a  chegada 

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jazidas fósseis de Santa Maria. Com a viragem do milénio, as jazidas fósseis de Santa  Maria adquiriram uma nova importância, com o reinício do seu estudo sistemático a  partir de 1998 por parte de Sérgio Ávila, investigador do Departamento de Biologia  da  Universidade  dos  Açores  e  do  Centro  do  IMAR.  Na  sequência  deste  trabalho,  entre 2002 e 2009, 6 expedições internacionais foram organizadas por membros do  grupo  de  trabalho  MPB  ‐  Marine  PalaeoBiogeography  Working  Group  (Departamento de Biologia, Universidade dos Açores). 

   

2. Programa do Workshop 

07  e  08  ‐Novembro‐2009:  Ciclo  de  Palestras  no  Centro  Interpretativo  “Dalberto  Pombo” 

Nos  dias  07  e  08  de  Novembro,  decorreram  palestras  no  Auditório  do  Centro  de  Interpretação “Dalberto Pombo”, dirigidas a um público mais adulto, com oradores  convidados,  sobre  temáticas  relacionadas  com  a  Conservação  e  Preservação  do  Património Paleontológico de Santa Maria (entre outros assuntos foram abordados  a rentabilização deste recurso, formas de preservação, propostas de musealização  em “A Casa dos Fósseis”, trilhos a desenvolver em “A Rota dos Fósseis”, o papel e a  importância do Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”). No total, participaram  cerca de 60 pessoas. Este ciclo de palestras teve como tema principal o mostrar à  população em geral, as virtualidades (algumas até económicas!) inerentes à defesa  e conservação do património paleontológico de Santa Maria (Figs 2‐4).    Os títulos das comunicações, foram:  07 Novembro 2009 (21:00)  Andreas Kroh: Como montar uma exposição científica num grande museu europeu  (Museu de História Natural de Viena de Áustria). 

Bjorn  Berning:  A  Musealização  do  património  paleontológico  e  a  importância  dos  Bryozoa. 

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Figura 2. Palestras efectuadas por Andreas Kroh e Björn Berning (fotos: © MPB/Uaç). 

   

08 Novembro 2009 (15:00) 

Mário  Cachão:  O  “Geoparque  de  Porto  Santo:  perspectivas  científicas  e  socioeconómicas” – como aplicar este conceito em Santa Maria. 

Carlos Marques da Silva: Darwin, a Geologia e o paradoxo da biodiversidade. 

Sérgio Ávila: Virtualidades de “A Rota dos Fósseis” e a implementação de “A Casa  dos  Fósseis”  –  dois  projectos  estruturantes  para  a  divulgação  científica  em  Santa  Maria. 

 

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Figura 4. Palestras efectuadas por Mário Cachão e Carlos Marques da Silva (fotos: ©MPB/Uaç). 

   

09‐11 Novembro‐2009: Visitas guiadas à jazida da Praia do Calhau 

Em  conjunto  com  uma  série  de  entidades  locais  (Ecoteca,  Escola  de  Santa  Maria,  Centro de Interpretação “Dalberto Pombo”, Serviços de Ambiente de Santa Maria e  Direcção dos Serviços Florestais), levámos a cabo na ilha de Santa Maria, entre 09 e  11  de  Novembro,  um  projecto  de  divulgação  científica,  aberto  à  comunidade  em  geral, mas com particular ênfase na comunidade estudantil (a partir dos 8 anos de  idade).  A  idéia  foi  proporcionar  às  crianças  e  estudantes  da  ilha  de  Santa  Maria,  visitas guiadas a duas das suas jazidas mais didácticas e de fácil acesso – a Praia do  Calhau (ou dos Mesquitas) e a Pedreira do Campo. Devido às condições de acesso, e  após  visita  de  prospecção  e  reuniões  preparatórias  em  Santa  Maria,  efectuadas  entre  29  de  Setembro  e  04  de  Outubro,  por  André  Medeiros  e  Ricardo  Cordeiro,  optámos por restringir as visitas guiadas (efectuadas entre 09 e 11 de Novembro) à  jazida da Praia do Calhau. 

A jazida Plistocénica da Praia do Calhau foi seleccionada para ser mostrada a alunos  entre  os  3º  e  12º  anos,  pela  sua  facilidade  de  acesso,  e  pelo  facto  de  se  localizar  numa praia arenosa, nas imediações da Praia Formosa. 

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O  transporte  foi  assegurado  pela  Câmara  Municipal  de  Vila  do  Porto  e  a  coordenação das várias turmas ‐ cerca de 250 alunos, tendo os anos escolares sido  do 3º ao 7º e do 10º ao 12º ‐ foi efectuada pela Dra. Florbela Cunha. De referir que os  alunos foram acompanhados por professores (10 no total) durante toda a visita.   

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11‐12‐Dezembro‐2009: Lançamento do livro “Açores o Império dos Fósseis” 

Após  um  difícil  e  moroso  processo  com  o  intuito  de  reunir  todos  os  apoios  necessários  para  a  sua  produção,  apraz‐nos  registar  o  lançamento  marcado  para  o  dia 12 de Dezembro, na Igreja de Vila do Porto (Santa Maria) do livro de divulgação  científica  e  endereçado  ao  grande  público,  com  o  título  “Açores  o  Império  dos  Fósseis” (Fig. 6), da autoria de Sérgio Ávila (texto) e de Pedro Monteiro (fotografias).  Este  livro  será  editado  pelas  Edições  Caixotim  (Porto),  e  terá  distribuição  a  nível  nacional  (FNAC,  Bertrand,  Almedina,  Livraria  Caixotim),  bem  como  a  nível  regional,  sendo dedicado ao Sr. Dalberto Pombo (9 de Novembro de 1928 ‐ 11 de Dezembro de  2007), distinto naturalista “açoriano”. 

Figura 6: Capa e lombada do livro de ÁVILA, S.P. & P. MONTEIRO, 2009. Açores, o Império dos Fósseis, 312pp. Edições Caixotim,  Lda., Porto. 

 

Este  livro  contou  com  o  apoio  do  Governo  Regional  dos  Açores  (SRCTE,  SRAM,  DRCTC,  DRA,  DRT),  da  Associação  de  Municípios  da  Região  Autónoma  dos  Açores  (AMRAA),  da  Fundação  Gaspar  Frutuoso,  da  Universidade  dos  Açores  (Departamento  de  Biologia  e  Centro  do  IMAR/Departamento  de  Oceanografia  e  Pescas), da RTP‐Açores e RDP‐Açores, e do Clube Naval de Santa Maria. 

   

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3. Conclusão 

A atenção dada a todos os potenciais e riscos das jazidas de Santa Maria, provém de  um  renovado  interesse  científico  que  está  apenas  no  seu  início.  Além  da  necessidade de continuar o estudo do património paleontológico de Santa Maria, é  imperativo  redobrar  os  esforços  para  sensibilização  das  populações  locais  no  sentido  da  sua  importância  e  protecção,  mas  também  para  os  potencias  da  sua  exploração de carácter não destrutivo, apresentando‐se como uma mais valia para a  economia local e, com a grande vantagem, de ser sustentável a longo prazo. 

Referências

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