CONTABILIZAÇÃO E AVALIAÇÃO
DE CAPITAL CONHECIMENTO
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OntAbilidAde
UNIVERSIDADE CATÓLICA EDITORA LISBOA 2009
Lista de Figuras ... 11
Prefácio ... 15
1. Introdução ... 17
1.1. Razões do estudo ... 19
1.2. Importância dos activos intangíveis ... 20
2. O que é Capital Humano? ... 23
2.1. O que é conhecer? ... 24
2.2. A relação entre Capital Humano e Capital Conhecimento ... 28
2.3. O problema da avaliação do capital conhecimento ... 32
3. A visão contabilística na avaliação dos Activos Intangíveis e Goodwill ... 39
3.1. Emissores de normas contabilísticas na UE ... 40
3.2. A identificação e valorização de intangíveis nas normas contabilísticas actuais ... 42
O conceito de activo intangível nas normas internacionais de contabilidade ... 43
O conceito de Goodwill na IFRS3 ... 47
A Imparidade nos Activos Intangíveis e no Goodwill (IAS 36) . 50 3.3. Métodos tradicionais de avaliação do Goodwill ... 53
Fontes de informação ... 53
Técnicas de Cálculo do Valor Presente de um Activo ... 54
Métodos mais divulgados no cálculo do Goodwill ... 57
4. A visão da gestão nos Activos Intangíveis (Capital Conhecimento) ... 67
4.1. O valor da empresa ... 69
4.2. Propostas recentes de avaliação de intangíveis na teoria da
gestão [Amaral & Pedro] ... 72
Os Modelos de Valor de Mercado ... 73
Os Modelos de Performance e Gestão de Conhecimento ... 74
Os Modelos de Estratégia ... 76
Os Modelos de Capital Cliente ... 77
Os Modelos de Capital Estrutural ... 78
Os Modelos de Capital Humano ... 79
M1: O modelo MPM ... 80
M2: O Rácio Market-to-Book (MtoB) no EURONEXT Lisboa ... 84
O Mercado (Market Value) ... 84
O valor Contabilístico da Empresa (Book Value) ... 85
O primeiro significado do Rácio MtoB ... 86
O outro significado do Rácio Market-to-Book ... 89
4.3. A importância do conhecimento organizacional ... 89
4.4. Desafios para o futuro ... 93
M3: VIC – Valor Intangível Calculado ... 94
O processo de cálculo do modelo VIC ... 95
O significado do modelo VIC ... 97
Taxa de retorno dos activos da indústria (sector de actividade) .. 98
M4: Benchmarking de Mercado e de Proveitos ... 99
5. Diagnóstico de Activos Intangíveis (até onde podemos medir com objectividade?) ... 103
5.1. Dados ou indicadores relevantes no cálculo de intangíveis ... 103
Activo ... 105
Activos Intangíveis ... 105
Goodwill ... 106
Situação Líquida (Activo-Passivo) ... 106
Proveitos (Volume de Vendas) ... 107
Resultados Antes de Impostos ... 107
TRAI ou RoA da Eurocasas e do Sector “Comércio Grosso e a Retalho – Distribuição” ... 108
Capitalização Bolsista ... 109
Cotação das acções na Bolsa ... 110
5.2. Cálculos do Goodwill com base nos métodos tradicionais de avaliação ... 110
5.3. Cálculos de capital conhecimento com base nas teorias recentes da gestão ... 112
M2: Rácio MtoB (Importância relativa do Valor dos Activos Intangíveis) ... 112
9
DifMtoB (Valor dos Activos Intangíveis) ... 114
M1: MPM (Valor dos Activos Intangíveis) ... 115
M4: Rácio CoefPKnnnn = [Proveitos2006]/[VICMtoB0406] .. 116
M4: Rácio CoefCBKnnnn = [CB2006]/[VICMtoB0406] ... 117
5.4. Síntese do diagnóstico ... 117
6. Desenvolvimento estratégico de Activos Intangíveis ... 121
6.1. Concretizar a estratégia com Balanced Scorecard ... 123
6.2. Perspectiva financeira ... 128
6.3. Perspectiva cliente ... 129
6.4. Perspectiva de processos internos ... 130
Microestruturas organizacionais ... 132
Macroestruturas organizacionais ... 134
6.5. Perspectiva de Aprendizagem e Crescimento ... 135
Capital Humano ... 136
Capital Informação ... 137
Capital Organização ... 138
6.6. O nível de ambição do BSC ... 139
6.7. Construção do Plano Estratégico de Recuperação ... 139
Desenvolver a estratégia (estádio 1) ... 141
Concretizar a estratégia em objectivos (estádio 2) ... 156
Planear Operações Ligadas à Estratégia (estádio 3) ... 164
Monitorizar e Aprender (estádio 4) ... 167
Testar e adaptar a estratégia (estádio 5) ... 168
7. Alinhamento de Activos Intangíveis com a Estratégia ... 169
7.1. Prontidão estratégica do Capital Humano (CH) ... 171
7.2. Prontidão estratégica do Capital Informação (CI) ... 175
7.3. Prontidão estratégica do Capital Organização (CO) ... 179
8. Os Activos Intangíveis em Organizações não Lucrativas ... 181
8.1. Os meios para diagnóstico aplicáveis a organizações não lucrativas (sector público) ... 186
8.2. Ensaio de diagnóstico de Activos Intangíveis em organizações não lucrativas ... 192
8.3. Alinhamento estratégico de activos intangíveis em organizações não lucrativas e a utilização do BSC ... 199
ANExo I – Glossário de conceitos contabilísticos relevantes para
avaliação do Capital Conhecimento ... 223
ANExo II – Uso de técnicas de valor presente para mensurar
o valor de uso ... 285
ANExo III – Questionário de diagnóstico da capacidade de gestão
de conhecimento ... 291
11
Figura 11 – Quantos somos? ... 20
Figura 21 – Pressupostos da teoria cognitivista ... 25
Figura 31 – A formação do conhecimento organizacional ... 27
Figura 41 – Dimensões do conhecimento organizacional ... 30
Figura 51 – Que conhecimento podemos gerir? ... 33
Figura 61 – Problemas de gestão do conhecimento individual ... 35
Figura 71 – A geração de conhecimento organizacional em Ikujiro Nonaka ... 35
Figura 81 – Relação entre Goodwill, Activos Intangíveis e Capital Conhecimento ... 50
Figura 91 – A medição do capital conhecimento [Amaral & Pedro] ... 73
Figura 10 – Estrutura do modelo MPM ... 81
Figura 11 – Evolução do MPM nas empresas do Euronext Lisbon ... 82
Figura 12 – Rácio Market-to-Book Global nas Empresas Cotadas no Euronext Lisboa em 31 de Dezembro ... 87
Figura 13 – Rácios MtoB por Sector de Actividade das Empresas Cotadas no Euronext Lisboa... 92
Figura 14 – Percentagem de Empresas do EURONEXT Lisboa com MtoB < 1 ... 93
Figura 15 – Esquema de Cálculo do VIC ... 95
Figura 16 – VIC Global no EURONEXT ... 97
Figura 17 – Taxa de Retorno dos Activos por Sector de Actividade ... 98
Figura 18 – As 30 melhores empresas do Euronext Lisboa no CoefCBKnnnn em 2006 ... 100
Figura 19 – As 30 melhores empresas do Euronext Lisboa no CoedPKnnnn em 2006 ... 101
Figura 20 – Evolução do Activo ... 105
Figura 21 – Evolução da Situação Líquida ... 107
Figura 22 – Evolução do Volume de Vendas ... 107
Figura 23 – Evolução dos Resultados Antes de Impostos ... 108
Figura 24 – Taxa de Retorno dos Activos ... 108
Figura 25 – Evolução da Taxa de Retorno dos Activos ... 109
Figura 26 – Evolução da Capitalização Bolsista ... 110
Figura 27 – Evolução da Cotação das Acções em Bolsa ... 110
Figura 28 – Goodwill pelos métodos tradicionais ... 111
Figura 29 – Evolução relativa do Valor dos Activos Intangíveis (MtoB) . 113 Figura 30 – Evolução dos Valor dos Activos Intangíveis (VIC) ... 113
Figura 31 – Evolução do Valor dos Activos Intangíveis (DifMtoB) ... 115
Figura 32 – Aplicação do modelo MPM ... 115
Figura 33 – Evolução do Valor dos Activos Intangíveis (MPM) ... 116
Figura 34 – Evolução do CoefPKnnnn ... 116
Figura 35 – Evolução do CoefCBKnnnn ... 117
Figura 36 – Situação actual da empresa ... 118
Figura 37 – Opções de visão estratégica em função da dimensão temporal ... 122
Figura 38 – Tipos de estratégias em Mintzberg ... 122
Figura 39 – Esquema Genérico do Balanced Scorecard ... 125
Figura 40 – Fontes de lucro na empresa ... 129
Figura 41 – Três opções estratégicas ... 129
Figura 42 – Importância dos atributos de cada tipo de estratégia ... 130
Figura 43 – Duas opções de orientação organizacional ... 131
Figura 44 – Microestrutura organizacional em grupo ou equipa (SET) .. 133
Figura 45 – Microestrutura organizacional em cadeia (CHAIN) ... 133
Figura 46 – Microestrutura organizacional em estrela (HUB) ... 133
Figura 47 – Microestrutura organizacional em rede (WEB) ... 134
Figura 48 – Opções de visão estratégica em função da dimensão temporal ... 135
Figura 49 – Profundidade da aplicação do BSC ... 139
Figura 50 – Estádios do sistema de gestão estratégica ligado às operações ... 140
Figura 51 – SWOT (Análise Externa) ... 143
Figura 52 – SWOT (Análise Interna) ... 144
Figura 53 – Desequilíbrios visíveis SWOT ... 145
Figura 54 – Esquema do modelo das 5 forças aplicado (Eurocasas) ... 146
Figura 55 – Proporção de alojamentos familiares de uso sazonal (2006) 147 Figura 56 – A cadeia de valor de Michael Porter (aplicada) ... 153
Figura 57 – Opções estratégicas para a Eurocasas ... 156
Figura 58 – Ponto de partida no ciclo de opções estratégicas ... 157
Figura 59 – Requisitos diferenciadores na estratégia da Eurocasas ... 158
Figura 60 – Vectores e perspectivas ... 159
Figura 61 – Escolha de objectivos na perspectiva cliente ... 160
Figura 62 – Escolha de objectivos na perspectiva financeira ... 160
13
Figura 64 – Escolha de objectivos na perspectiva de aprendizagem e
crescimento ... 162
Figura 65 – Mapa estratégico proposto para a Eurocasas ... 162
Figura 66 – Síntese do Plano de Vendas ... 165
Figura 67 – Cálculo de necessidades de recursos humanos ... 166
Figura 68 – Encontros de revisão da estratégia ... 168
Figura 69 – Modelo de desenvolvimento de competências ... 172
Figura 70 – Prontidão do Capital Humano ... 173
Figura 71 – Opções de desenvolvimento de capital humano ... 174
Figura 72 – Programa para desenvolvimento do CH ... 175
Figura 73 – Prontidão do Capital Informação ... 178
Figura 74 – Prontidão do Capital Organização ... 180
Figura 75 – Modelo de Excelência EFQM (European Foundation for Quality Management) ... 184
Figura 76 – Common Access Framework (CAF) ... 187
Figura 77 – A Escada da Gestão de Conhecimento ... 193
Figura 78 – Estádios do sistema de gestão estratégica ligado às operações 200 Figura 79 – Ligação dos objectivos individuais aos instrumentos de planeamento na AP ... 202
Figura 80 – Balanced ScoreCard segundo a Moderna Gestão Pública ... 203
Figura 81 – O que é capital humano? ... 212
Figura 82 – Que conhecimento podemos gerir? ... 214
Figura 83 – Relação entre Goodwill e Capital Conhecimento ... 216
Figura 84 – A medição do capital conhecimento ... 219
Figura 85 – Rácio Market-to-Book Global nas Empresas Cotadas no Euronext Lisboa em 31 de Dezembro ... 220 Figura 86 – Estádios do sistema de gestão estratégica ligado às operações 221
15
A globalização dos mercados e da actividade empresarial a que assistimos hoje trouxe mais competição para todos os sectores de actividade económica. A banca, o turismo, a construção, a alimentação e bebidas, os têxteis, as tec-nologias de informação, os transportes, os seguros, o desporto ou a cultura deixaram de ser indústrias nacionais e passaram a ser indústrias globais extre-mamente interligadas em algumas estruturas empresariais.
Este fenómeno tornou a competição num exercício mais global onde os instrumentos de gestão tradicionais nem sempre funcionam bem porque o conhecimento e a informação que alimentam as decisões têm de ser mais amplos para que essas decisões orientem as empresas através das opções mais adequadas nesse espaço global.
A produção teórica relacionada com a gestão de conhecimento tem evoluído muito nos últimos vinte anos e acompanhou aquela realidade empresarial mantendo-se a par das exigências do mercado. Surgiram novos conceitos como “Capital Humano” e “Capital Conhecimento”1 orientados para o valor
intangível das empresas porque os conceitos clássicos de capital ligados ao valor dos activos tangíveis (por exemplo, prédios, carros, terrenos e máqui-nas) não é suficiente para explicar totalmente o valor de mercado de uma empresa. Em regra, uma empresa comprada por outra, vale sempre mais do que os activos tangíveis que traz com ela. A este propósito, sugiro a leitura da obra “O Capital Conhecimento” publicado recentemente pela UCP Editora, onde se explica o conceito de forma exaustiva com apresentação de um con-junto de modelos de avaliação.
Ao mesmo tempo, as novas normas internacionais de contabilidade tentam acompanhar essa evolução. A globalização está a forçar a adopção de normas contabilísticas globalmente compatíveis para que a expressão financeira do
1 Sugiro a leitura da obra “O Capital Conhecimento” publicado recentemente pela UCEditora, onde se explica o conceito de forma exaustiva com apresentação de um conjunto de modelos de avaliação.
PREFáCIO
Paulo Cardoso do Amaral
valor dos activos, dos custos de produção, de todos os recursos e produtos seja comparável nesse imenso espaço de actividade empresarial global. Por exemplo, os métodos de cálculo do lucro de uma empresa multinacional têm de ser consistentes independentemente da nacionalidade dos espaços geográ-ficos onde actua. A União Europeia aderiu a este princípio com a publica-ção do Regulamento (CE) Nº 1725/2003 da Comissão, de 21 de Setembro de 2003, que adopta certas normas internacionais de contabilidade, nos termos do Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho.
Uma das alterações mais interessantes das normas contabilísticas é a orien-tação para o mercado através do reforço do conceito do “justo valor dos activos” que deve ser obtido no mercado sempre que possível. O valor dos activos registado na contabilidade deve ser verificado periodicamente e colo-cado a par do justo valor de mercolo-cado nesses livros contabilísticos (chama-se verificação de imparidade no valor dos activos). Esta tendência obriga as empresas a olharem regularmente com mais atenção para o valor dos seus activos tangíveis, intangíveis e para o valor residual designado por goodwill. A investigação científica deve acompanhar a realidade, deve estabelecer a ligação entre a construção teórica pré-existente e os fenómenos reais para que possa ser útil ao progresso da ciência e à humanidade. O estudo sobre “Contabilização e Avaliação de Capital Conhecimento” a que este texto se destina é um contributo extremamente oportuno, desenvolvido nesse espírito construtivo.