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A voz de um sonho: uma análise mediante a psicologia sócio-histórica / The voice of a dream: an analysis through socio-historical psychology

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Academic year: 2020

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A voz de um sonho: uma análise mediante a psicologia sócio-histórica

The voice of a dream: an analysis through socio-historical psychology

DOI:10.34117/bjdv6n3-130

Recebimento dos originais: 10/02/2020 Aceitação para publicação: 10/03/2020

Zenaide Maria Da Silva Santiago

Graduada Licenciatura Plena em Ciências (Química e Biologia) pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Ciências para Educação Básica pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC e Gestão Escolar - UDESC. Aluna em Regime Especial do Mestrado em

Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN

Email: zenaydesantiago@gmail.com

Maria Suerda Queiroz Moura

Graduada Licenciatura Plena em Ciências (Química e Biologia) pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. Especialista em Ciências para Educação Básica pelo Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC. Aluna em Regime Especial do Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio

Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN Email: suerdamoura@hotmail.com

Elza Helena Da Silva Costa Barbosa

Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN, Graduada em Psicologia (Psicologia clínica) pela Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Doutora em Psicologia pela Universidade de

Oviedo-Es. Especialista em Psicologia e Saude - UFRN e Psicologia Educacional- PUC-MG, Professora Ajunta IV da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte-UERN, atuando como pesquisadora no Grupo de Pesquisa em Educação e Formação docente

e Subjetividade com fundamentação na Psicologia Sócio-Histórica -UERN. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e Silva – Mossoró/RN

email: ehsilv@yahoo.es

Silvia Maria Costa Barbosa

Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN, Mestrado em Educação pela Universidade Metodista de São Paulo-UMESP e Doutorado em Educação (Psicologia da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP, professora titular da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Experiência na área de Educação, com ênfase em Formação de Professores, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professor, psicologia sócio-histórica, atividade docente, sócio-histórica e sentido e significado. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e

Silva – Mossoró/RN Email:silviacostab@yahoo.com.br

Antônia Batista Marques

Graduada em Pedagogia, habilitação em supervisão escolar pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte

– UFRN, Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Atualmente é professora Adjunta IV na Faculdade de Educação da UERN, credenciada no

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Programa de Pós-Graduação em Educação; co-líder do Grupo de Estudos em Educação e Subjetividade; e coordenadora do Programa de Residência Pedagógica/Subprojeto Pedagogia. Campus Universitário Central, Rua Professor Antônio Campos, s/n, BR 110, km 48, Bairro Costa e

Silva – Mossoró/RN. Email: tonhabm@yahoo.com.br

RESUMO

O presente artigo esta baseado nos estudos de Vygotsky, tendo como finalidade analisar uma trama cinematográfica intitulada “A voz de um sonho”, roteiro de Magalli Urquieta, lançamento em 2018, a luz da Psicologia Sócio-Histórica - PSH. A pesquisa busca compreender as significações no processo de conquista da personagem principal na busca da realização de seu sonho em tornar-se uma cantora. O filme aborda um enredo da situação cotidiana de uma família de classe pobre, no qual apresenta em suas raízes conceitos fossilizados e regras rígidas desde gerações anteriores. A narrativa tem como foco principal a história de uma personagem que tem o sonho de tornar-se uma grande cantora, mas para seguir seus ideais precisa quebrar alguns paradigmas enraizados na família, principalmente o patriarca da família. Assim, recorremos a algumas categorias da PSH para discutir aspectos relevantes do filme e dos personagens principais que participam da trama. Os elementos principais da discussão elucidados pelas teorias de Vygotsky são: subjetividade, historicidade, mediação, sentidos e significados analisados na concepção de que o processo de formação do ser humano é constituído no seu meio como um sujeito social, histórico e cultural.

Palavras-chave: Historicidade. Subjetividade. Significações. ABSTRACT

This article is based on Vygotsky's studies, with the purpose of analyzing a cinematic plot entitled “The voice of a dream”, screenplay by Magalli Urquieta, released in 2018, in the light of Socio-Historical Psychology - PSH. The research seeks to understand the meanings in the process of conquering the main character in the search for the fulfillment of her dream of becoming a singer. The film deals with a plot of the daily situation of a poor class family, in which it has in its roots fossilized concepts and strict rules since previous generations. The narrative has as main focus the story of a character who has the dream of becoming a great singer, but to follow her ideals she needs to break some paradigms rooted in the family, especially the family patriarch. Thus, we used some categories of PSH to discuss relevant aspects of the film and the main characters who participate in the plot. The main elements of the discussion elucidated by Vygotsky's theories are: subjectivity, historicity, mediation, senses and meanings analyzed in the conception that the process of formation of the human being is constituted in his environment as a social, historical and cultural subject.

Keywords: Historicity. Subjectivity. Meanings. 1 INTRODUÇÃO

O trabalho pretende ampliar as ideias e discussões acerca da Psicologia Sócio-Histórica de Lev S. Vygotsky (1991) quanto aos conceitos de subjetividade, historicidade, mediação, sentidos e significados, tendo como análise do filme “A voz de um sonho”.

Assim sendo, o texto proposto está fundamentado nas obras de Vygotsky e em autores como Aguiar, Gonçalves Bock, Gonzales Rey, entre outros, pautados na concepção de que o processo de individualização do ser humano, não esta desvinculado do homem como um sujeito social, histórico e cultural.

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Essa pesquisa procura estudar o homem no aspecto histórico, nas fases e mudanças, conhecendo sua essência, fato que só pode ser observado em movimento, requisito essencial do método dialético.

A pesquisa tem como finalidade apresentar uma análise do filme “A voz de um sonho”, a luz da Psicologia Sócio-Histórica, com o objetivo de compreender as significações no processo de conquista da personagem principal na busca da realização de seu sonho em tornar-se uma cantora considerando a sua historicidade e subjetividade.

Faz-se saber que os princípios da Psicologia Sócio-Histórica surgiram diante de uma histórica crise da psicologia. Vygostky ao estudar várias correntes psicológicas em busca de um método de investigação que não seja considerado e estudado como simples objetos, mas que seja analisado como processos em mudança. Em busca desse método Vygostky usa como base a ideia dialética da natureza (enunciado por Engels).

Na Psicologia Sócio-Histórica o sujeito é visto como um ser não somente biológico, mas, como um indivíduo que interage e promove mudanças em seu meio social, atribuindo novos sentidos e significados as suas vivências (VYGOTSKY, 2004).

O novo método de abordagem dialética estabelece mudanças de análise e de estrutura analítica. Para Vygosky, esse método está definido numa abordagem metodológica com três princípios básicos das funções especificamente humanas: o primeiro trata dos processos e não os objetos, e estes implicam mudanças e a análise do processo necessita de uma exposição dinâmica da constituição da história deste processo; o segundo princípio é que seja uma metodologia explicativa e não meramente descritiva; o terceiro é que os processos psicológicos fossilizados, automatizados ou mecanizados que precisam ser analisados nas suas origens, depois de um longo processo histórico de desenvolvimento (SIRGADO, 1990 p.64).

A dialética traz consigo vários significados. Na Grécia antiga, era a arte do diálogo, com o passar do tempo passou a ser a arte, que no diálogo, apresentasse uma tese utilizando da argumentação, uma forma de definir e distinguir os conceitos claros apresentados na discussão. Num conceito mais moderno temos que a dialética possui outro significado, onde este é o modo de pensarmos as contradições da realidade, uma compreensão da realidade como essencialmente contraditória e constantemente em transformação (KONDER, 2008).

Nessa perspectiva o homem é um sujeito social, constituído com o meio, frente a realidade com a qual se relaciona, mediante os conflitos e significações vividas no seu processo de desenvolvimento como indivíduo. Por isso, as significações para cada sujeito são únicas e subjetivas, sendo geradas a partir das experiências e vivências de sua relação com o ambiente social em que vive.

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O húngaro Georg Lukács (1885-1971) citou que somente através do ponto de vista da totalidade que “permite à dialética enxergar, por trás da aparência das “coisas”, os processos e inter-relações de que se compõe a realidade”. (KONDER, 2008 p. 65)

Na PSH o ser humano é um ser em constante transformação. Durante o processo de crescimento foi se diferenciando dos demais animais, de acordo com as ações e o desenvolvimento de suas funções psicológicas superiores, na relação deste com a sua constituição no processo de relações mútuas com o mundo.

Contemplando este pensamento Leontiev (1978) aborda que ao nascer, o homem tem garantidas as possibilidades de se tornar humano. Entretanto, o fato de ter as características biológicas da espécie humana, isso não lhes possibilita a condição humana. Para chegar nessa posição de tornar-se humano, tornar-será necessário adequar aos produtos do detornar-senvolvimento histórico da sociedade humana. Durante esse processo de humanização, o ser humano interage com o mundo através de instrumentos e signos, onde nesse processo sofre influência e apropriação da cultura e, por conseguinte desenvolvendo o psiquismo humano. A partir desse movimento que constitui o ser humano, torna-se capaz de pensar, sentir e agir, nesse movimento que é histórico, mediado e construtor de significações sobre a realidade (MARTINS, 2015).

A personagem Rochio ao decidir seguir sua carreira de cantora que é seu grande sonho precisa enfrentar a família que não apoia sua decisão devido a questões sociais fossilizadas na família, representada pela figura paterna, que tem um papel opressor diante dos outros membros. Este por sua vez também sofreu a castração de seu sonho, enquanto jovem, por parte do seu progenitor. Ao analisar essa situação verifica-se a presença marcante da categoria historicidade, que segundo Vygotsky (2000) não existe sujeito sem história. O sujeito se constitui e é constituído pela história, tornando-se um ser social, histórico e cultural.

Aguiar (2006), afirma que:

O homem é, assim, visto como um ser inerentemente social e, como tal, sempre ligado às condições sociais. Homem que, além de produto da evolução biológica das espécies, é também produto histórico, mutável, pertencente a uma determinada sociedade, em uma determinada etapa de sua evolução. Não se está simplesmente afirmando, no caso, que o homem se encontra ligado ao mundo e à sociedade ou que é influenciado por ela, mas sim que se constitui sob determinadas condições sociais, resultado da atividade de gerações anteriores (2006, p. 126).

Observa-se que o filme é marcado o tempo todo pela historicidade, onde a personagem principal recai sobre lembranças que revelam as barreiras que precisou quebrar para não ceder a postura opressora do seu pai, tentando impedi-la de seguir seu caminho e tornar-se uma solista famosa. Em várias cenas, são reveladas situações de todos os personagens com fatos vividos e que

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marcaram suas vidas, as formas de enfrentar e sentir cada acontecimento resultaram em tomadas de decisões diferentes que delinearam seus caminhos.

De acordo com Rabello e Passos (2018), em seus estudos nas obras de Vygotsky, o processo de evolução humano é contínuo e não linear, esse processo ocorre em diversos campos, não é determinado somente pelos campos biológicos e genéticos, sofre interferência do meio, que abrange a cultura, sociedade, práticas e interações, fatores de grande relevância no desenvolvimento. Nessa interação com o social, ocorre à aprendizagem e o desenvolvimento, a mudança no agir, ampliação de ações na atuação com o contexto cultural complexo que os cerca e isso persiste por todo o ciclo de vida.

Vygotsky, enfatiza que o homem é ser biológico, histórico e social, caracterizado por aspectos e comportamentos típicos humano, que se formam ao longo da história do indivíduo. A formação do sujeito individual, afetados pela cultura, o social e a história favorecem de forma determinante a constituição do sujeito.

Para complementar Luria (1988) baseada nas ideias de Marx e Vygotsky expõe que as origens das formas superiores de comportamento consciente deveriam ser construídas a partir das relações sociais que o indivíduo vivencia com o mundo exterior. Ressalta também que o homem não é apenas um produto de seu ambiente, pois este é um agente ativo no processo de construção do meio em vive. Isso é notório no filme, visto que trata de uma família de três filhos e apenas uma delas conseguiu “quebrar as amarras” impostas pelo pai, que procura manter seus filhos junto a si, trabalhando numa oficina que não fazia parte dos seus sonhos e teve que abdicar o desejo de ser professor para atender a determinação do seu pai (o avô da personagem Rochio). Desse modo tornou-se um indivíduo com pensamento fossilizado, replicando para os tornou-seus filhos a ideia de poder, autoritarismo, determinação, replicando a atitude do seu pai e impedindo os filhos de traçarem seus próprios caminhos.

A Historicidade apresenta uma explicação clara do caráter social e transformador do ser humano, elucidando que para tornar-se humano necessariamente provém desse movimento histórico que articula passado, presente e futuro. A Historicidade permeia o movimento dialético que compõe e explica as modificações do ser humano no decorrer da história (MARTINS, 2015 p.13459).

Dialogando com as ideias de Tuleski (2008), vê-se que se torna impossível compreender o pensamento de forma fragmentada sem levar em consideração a historicidade do sujeito, pois o pensar, agir e sentir são construídos e constituídos pela sociedade. Acrescentando que a historicidade possibilita ao sujeito compreender a realidade, complementa sua ideia quando expõe:

Aceitar a leitura histórica é um primeiro passo, mas para isso é preciso admitir que o fazer e o pensar são históricos e estão intimamente relacionados, o que subentende uma determinada forma de existência em processo de transformação, tanto quanto compreender que uma teoria não prolifera em alguma estratosfera semântica, alijada

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das lutas que os homens travam na produção material de sua existência social (TULESKI, 2008, p.65).

Tuleski (2008 p.65), expõe ainda a dificuldade de pensar de forma fragmentada, diante de uma sociedade que dissocia, aliena e isola, quando na realidade isso é mais evidente do que o verdadeiro papel que seria unir e relacionar. Essa dificuldade enfrentada pelos sujeitos se apresentada tão evidente que mostra uma sociedade que desenvolve o pensamento individual e coletivo.

Era difícil para as pessoas da cidade pequena, onde a Rochio morava, vê-la ir embora para cidade grande e tornar-se uma cantora famosa. A visão comum para moradores da pequena cidade era torna-se membro da oficina, obedecendo a orientação do pai. E sua irmã, ao vê-la iniciando um caminho diferente, conta para seu pai que a Rochio havia feito inscrição no festival de canto, o que resultou no rompimento com o pai e o afastamento da família.

Outra categoria bem evidente no filme é a subjetividade, a constituição da dimensão subjetiva ocorre com a inter-relação dialética desta com a dimensão objetiva, apresentando caráter histórico. A subjetividade também pode ser compreendida, como intrapsicológica, no que rege ao mundo privado, ao visualizar as configurações subjetivas, intersubjetividade, nas quais pode ser resultante da intersecção de fluxos linguísticos e agenciamentos sociais. Percebe-se que a subjetividade se encontra submissa ou sobreposta aos aspectos sociais, históricos, linguísticos e psicológicos. (MOLON, 2011 p. 614)

O Filme, emociona a cada cena, evidenciando a subjetividade e a historicidade que envolvem os personagens, dando sentido as suas ações e revelando (re)construções constantes, na formação do indivíduo que cada um representa. Podemos afirmar então, que a subjetividade é algo particular, mas com interações sociais, “(...) a subjetividade é individual, mas constituída socialmente, a partir de um processo objetivo, com conteúdo histórico” (GONÇALVES; BOCK, 2009, p. 142).

Desse modo, a personagem ao se deparar com a mãe no estado terminal revive momentos anteriores de sua vida em família e revela a culpa que carrega por ter se afastado da família quando partiu em busca do seu sonho. Mas ao retornar, é acolhida imediatamente pela sua mãe, entram em sintonia com olhares, recebe o perdão por ter partido em busca dos seus sonhos, e é orientada a acabar com essa situação criada a tantos anos com o pai. Pede pra filha cantar uma música e relata que quando a Rochio era criança cantava para os irmãos, sempre olhando para a porta, sonhando com o futuro que queria alcançar.

Na ocasião do velório da mãe, Rochio relatou tal fato com sua irmã, ao ser cobrada por abandonar a mãe e voltar apenas por ter sido chamada pelo irmão, e a responsabilizou pela decisão tomada no passado em desligar-se da família. Mas mesmo assim agradece por cuidar da mãe durante todo esse tempo. Além disso, a personagem Rochio mesmo acometida num turbilhão de sentimentos

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e relembranças ainda ouviu uma pessoa comentar que sua “mãe parecia que estava esperando a filha famosa chegar para então morrer”.

Além disso, pode-se perceber a relação com sua melhor amiga que, diante da dificuldade de Rochio em se fazer presente ao ensaio final que a levaria ao palco do sucesso, por estar no velório da sua mãe, a amiga ocupa o espaço de cantora principal e não se sensibilizou em devolver quando a Rochio retorna e reivindica o seu lugar.

Assim, muito bem evidenciado no filme, está a importância das relações que o sujeito estabelece com o meio social, gerando sentidos individuais mediantes as vivencias.

A postura da amiga da personagem principal deixa evidente que mesmo diante de tantas emoções que “Rochio” estava vivendo, a sua conquista mesmo sob essas condições era mais significativa que a amizade construída durante a convivência entre ambas, deixando claro que a amizade não era um laço afetivo tão forte, a carreira e o sucesso era seu objetivo final.

Mesmo assim, tomada pelos sentimentos de negação da amiga, a personagem imbuída de argumentos em busca dos seus sonhos, reivindica seu espaço, indo contra o pensamento da amiga que diz “é preciso aprender a se adaptar!”, retrucando “adaptar-se é conformar-se?”. Nesse instante, interrompida pelo maestro que fala ser necessário levar a situação ao conselho, a personagem fala com veemência ao maestro “Eu lhe dou minha voz para que leve ao conselho!”. O mesmo deixa claro para o conselho que havia escolhido a Rochio como primeira solista porque a mesma “quando chegou ao observatório aprendeu técnicas, mas o talento já trazia consigo”.

Pode-se perceber nessa cena a categoria mediação, e para compreender algumas estruturas do cérebro humano, podemos recorrer a referida categoria, que em termos gerais, pode-se considerar como um processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação. Essa relação passa a sofrer a intervenção desse elemento e deixa de ser direta. Para que ocorra o desenvolvimento das funções psicológicas superiores através do processo de mediação é necessário que este ocorra por intermédio de instrumentos e signos, sendo também essencial para diferenciar o homem dos outros animais. A mediação é um processo fundamental para que ocorram as atividades psicológicas voluntárias, intencionais, e aquelas que são controladas pelo próprio indivíduo. (OLIVEIRA, 2002, p. 26-33).

Outro ponto marcante no filme, é a categoria mediação que está presente na mudança de postura do pai com relação a atitude de procurar os responsáveis pelo “concerto” para explicar o motivo da ausência da Rochio, pois o mesmo ouviu um anúncio falando que o conselho iria decidir qual a solista abriria o festival pelo fato da Rochio não ter comparecido ao ensaio por motivo desconhecido.

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Diante do risco da filha perder a oportunidade de realizar o grande sonho, o pai saiu em sua defesa com determinação, representando na cena, uma carga enorme de emoção na vida desse personagem, incluindo superação mediante a sua história de vida, que inicialmente não aceitou e nem apoiou a decisão da filha em seguir seu sonho, e se pôs então, diante do conselho a advogar para a ocorrência dessa conquista.

Assumir diante de desconhecidos o seu “fracasso” é uma grande forma de coragem e ainda mais para ver sua filha seguir o caminho que inicialmente ele proibiu, desabafando para o conselho “Rochio foi mais corajosa do que eu”, e mais ainda, ao negar o apoio à filha quando precisou “Eu tendo dado as costas para ela, se fechou uma porta, mas, vocês abriram outra”. Afirma para os conselheiros que “aqui é o lugar dela”.

Antecedendo esse fato, o pai já havia mudado de postura em relação ao filho mais novo, permitindo que este iniciasse sua carreira de artesão, participando do festival local. Isso se deu em consequência a mediação da Rochio na ocasião do seu retorno ao meio familiar, que provocou reflexões com relação às conquistas e enfrentamentos para realização dos sonhos.

Ampliando a fundamentação sobre subjetividade, destaca-se o pensamento em Bock, 2004, que define subjetividade como sendo,

O fenômeno psicológico deve ser entendido como construção no nível individual do mundo simbólico que é social. O fenômeno deve ser visto como subjetividade, concebida como algo que se constituiu na relação com o mundo material e social, mundo este que só existe pela atividade humana. Subjetividade e objetividade se constituem uma à outra sem se confundirem (BOCK, 2004, p. 6).

Desse modo, compreendemos, que a subjetividade é algo de constituição particular, embora tal processo ocorre por mediações históricas, culturais e sociais.

Como bem afirma Gonzalez Rey (2003, p. 36 – 37):

A subjetividade é um sistema complexo de significações e sentidos subjetivos produzidos na vida cultural humana e ela se define ontologicamente como diferente dos elementos sociais, biológicos, ecológicos e de qualquer outro tipo, relacionados entre si no complexo processo de seu desenvolvimento. Temos definidos dois momentos essenciais na constituição da subjetividade – individual e social –, os quais se pressupõem de forma recíproca ao longo do desenvolvimento).

De acordo com Silva (2009), a subjetividade é percebida como algo referente ao indivíduo, ao psiquismo ou a sua formação, em síntese pode-se referenciar a algo que é interno, propiciado por uma relação dialética com a objetividade, que se reporta ao que é externo. Esta também pode ser compreendida como um processo e resultado, com uma amplitude maior e que o constitui a singularidade única de cada indivíduo.

Nesse contexto Gonzalez Rey (2001), traz uma definição da psique num nível histórico-cultural da subjetividade, no qual as funções psíquicas podem ser compreendidas como processos

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permanentes de significação e sentidos. Também acrescenta que a subjetividade nos direciona a posicionar o indivíduo e a sociedade numa relação indivisível, proporcionando um paralelo onde ambos aparecem em momentos da subjetividade social e da subjetividade individual.

Percebe-se também no enredo do filme que as interações sociais vivenciadas no cotidiano da família protagonista da estória apresentam elementos que constituem cada sujeito, vale ressaltar que os irmãos abriram mão de seus sonhos e de progredir financeiramente para continuar submissos ao pai e por receio de iniciar um novo estilo de vida para eles. No entanto, elementos presentes na constituição desses sujeitos, sejam de forma direta ou indireta afetam o processo formativo individual e social. As diversas formas de trocas de experiências e vivencias entre sujeitos são fundamentais para a construção das significações presentes em cada sujeito.

Dialogando com esse entendimento Gonzalez Rey (2001) expõe que:

A subjetividade representa um macroconceito orientado à compreensão da psique como sistema complexo, que de forma simultânea se apresenta como processo e como organização. O macroconceito representa realidades que aparecem de múltiplas formas, que em suas próprias dinâmicas modificam sua autorganização, o que conduz de forma permanente a uma tensão entre os processos gerados pelo sistema e suas formas de autorganização, as quais estão comprometidas de forma permanente com todos os processos do sistema. A subjetividade coloca a definição da psique num nível histórico-cultural, no qual as funções psíquicas são entendidas como processos permanentes de significação e sentidos. O tema da subjetividade nos conduz a colocar o indivíduo e a sociedade numa relação indivisível, em que ambos aparecem como momentos da subjetividade social e da subjetividade individual (Gonzalez Rey, 2001, p. 1).

Aguiar, Soares e Machado (2015 p.73) definem que os núcleos de significações se configuram por “um procedimento metodológico que pode contribuir para um significativo avanço na qualidade das explicações sobre o processo de constituição de sentidos e significados”. A percepção das significações somente é possível partindo da compreensão dialética das relações parte/todo que constituem a realidade, ou seja, a partir de um extenso conjunto de elementos objetivos e subjetivos que estruturam e determinam seu movimento.

Diante dessa concepção o sentido se caracteriza naquilo que sentimos no nosso íntimo ao ver, presenciar, tocar, fazer uso sendo a unidade contraditória evidente na relação simbólico-emocional, é uma forma subjetiva de sentir (AGUIAR, 2006 p. 227).

Vygotsky, define termo sentido como sendo

[...] o sentido de uma palavra é a soma de todos os fatos psicológicos que ela desperta em nossa consciência. Assim, o sentido é sempre uma formação dinâmica, fluida, complexa, que tem várias zonas de estabilidade variada. O significado é apenas uma dessas zonas do sentido que a palavra adquire no contexto de algum discurso e, ademais, uma zona mais estável, uniforme e exata (VYGOTSKY, 2001 p.465).

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O sentido é constituído levando em consideração a interpretação dos significados mediados pelos instrumentos e signos, não sendo somente uma atribuição de imediato, formando uma construção histórica, “podendo conter elementos contraditórios, gerando sentidos subjetivos contraditórios”. (MARQUE; GÓIS e BARBOSA, 2017 p. 154)

Nota-se claramente no filme, quando os irmãos estão no velório da mãe que ao rever peças antigas que brincavam quando criança, trazem a toma lembranças e revelam o que representava para cada um. Divertiram-se ao conversar e pareceram leves e felizes ao reviver aqueles momentos. Pode-se perceber então a atribuição de significados diferentes aos momentos vividos e aos objetos observados, embora tenham feito parte da história de ambos. Os significados estarão relacionados a vivencia de cada indivíduo.

Para Costas e Ferreira (2011 p.216) um dos conceitos de sentido é aquele instante, algo inconstante, não tem a estabilidade de um significado, sendo alterada a essência sempre que mudarem os interlocutores, a situação e os eventos. Para tanto, possui um caráter provisório, sendo revisto com frequência e, por conseguinte obtendo um novo sentido em situações novas.

No decorrer da vida de cada indivíduo, compreende-se que este seja um ser social, que se constitua através do contexto familiar e do meio em que vive. E a ficção em análise mostra a construção de cada sujeito diante das influências do contexto familiar, nessa interação família/sujeito, percebem-se as várias acepções as vivencias e experiências de cada membro e os sentidos e significados constituídos a eles.

Cada indivíduo possui uma forma única de ver, interpretar e internalizar as vivencias das quais ele viveu. Esse fato se da porque o sujeito está carregado de elementos subjetivos.

Observa-se que sentidos e significados são elementos dialéticos, que estão intrinsecamente atrelados um ao outro.

Quando se trata dos significados é algo mais palpável, de acordo com Vygotsky (1998, p. 181) “o significado dicionarizado de uma palavra nada mais é do que uma pedra no edifício do sentido, não passa de uma potencialidade que se realiza de forma diversa na fala”.

Advogando dessa compreensão, Vygotsky (2001, p.398) explica que o significado da palavra somente será um fenômeno de pensamento quando este pensamento estiver relacionado a palavra e se por acaso este estiver materializado nela, e vice-versa, ressaltando ainda que é um fenômeno de discurso somente quando o discurso está atrelado ao pensamento e focalizado por sua luz. “É um fenômeno do pensamento discursivo ou da palavra consciente, é a unidade da palavra com o pensamento”.

Por significado podemos contemplar a partir das ideias de Vygotsky (1996, p.4) qualquer generalização ou conceito derivado de uma ação do pensamento: O cerne do significado como tal não

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é clara. Porém, é no significado da palavra que se percebe que o pensamento e a fala se unem em pensamento verbal. O significado não é algo acabado, porém sofre mudanças e evolui histórica e culturalmente, passa a compor à ordem do pensamento somente quando executado pela fala, somente existindo a partir da palavra (COSTAS e FERREIRA, 2011 p.214).

O irmão da Rochio, ao conversar com ela relata o que lhe ensinou um amigo: “com uma mão representamos o que se ama, com a outra o que se precisa, depois junta as duas. Mas ao juntar as minhas não tenho nada”. Isso revela que seguir o caminho imposto pelo pai lhe deixa um vazio, que não representa significado positivo, pois, precisou abrir mão do seu sonho que é ser artesão. Logo para seu pai havia um significado real, pois o filho estava seguindo suas orientações em permanecer na oficina, mas para o filho o significado era outro e não o construía como ser humano realizado.

As autoras ainda complementam esse pensamento, quando coloca que o significado se desenvolve a partir das situações vivenciadas, podendo manter os mesmos significados, porém, podem ocorrer mudanças conforme a intenção. Deste modo, tem-se a divisão em níveis: o que se entende, significa-se, equivale a sua vivência, a intenção pode-se dizer que é o que se quer, e o inconsciente entende-se como o que “não se sabe o que se quer”, porém, estes níveis são ressignificados. Em um movimento constante, está sempre ressignificando os significados, com a mudança ou surgimento, de uma ideia e com a pretensão de apresenta-la a um interlocutor que questiona, complementa, refuta, está sempre atribuindo novos significados a esta ideia (COSTAS e FERREIRA).

O personagem Werner Lock, que estava rompido com a família da Rochio, acusado de afastar a mesma da família, resolve ir ao sepultamento e conversa com o pai de Rochio, dizendo que só quis ajudá-la. O pai da personagem reconhece que o amigo alemão foi um pai pra sua filha, por tê-la apoiado a se descobrir como cantora e buscar seu caminho.

Outro ponto interessante que expressa a questão dos significados/ressignificação é a decisão que o Werner tomou em ir ao sepultamento já que deixa claro não fazer isso a 20 anos, e revela ao pai da Rochio que tinha a esposa dele como uma grande amiga, que era uma pessoa especial. A volta de Rochio a cidade faz várias pessoas reviverem situações passadas, repensarem e mudarem de atitude reconstruindo assim seus pensamentos e reescrevendo novas páginas de sua história.

Vale ressaltar que outras categorias da psicologia sócio-histórica foram percebidas no filme, como pensamento e linguagem, mas por considerar sentidos e significados; historicidade e subjetividade; mediação, mais evidentes, optou-se por deter-se a estas, podendo haver uma continuidade da análise abordando outras categorias que apresentam importante relevância na formação do indivíduo como sujeito humano, tanto quanto as categorias trabalhadas nessa pesquisa.

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2 METODOLOGIA

O estudo teve como foco a análise do filme “A voz de um sonho” baseado em revisões bibliográficas de autores que discutem a Psicologia Sócio-Histórica, nas discussões e apresentações de seminários da disciplina em andamento, Tópicos Especiais em Educação e Subjetividade II, constituindo assim, uma pesquisa qualitativa.

A partir da identificação de diversas categorias presentes no filme baseamos a discussão da subjetividade e historicidade, significados e mediação, por estarem mais evidentes nos enfrentamentos na história vivida pela cantora Rochio, em busca da realização do seu sonho.

Como parte do trabalho, foi feita uma apresentação em sala e posteriormente apresentado no VI Simpósio de Pós-graduação em Educação/ UERN/2019 em forma de resumo expandido, na categoria oral.

Ambos os momentos de exposição gerou discussão, ampliando conhecimentos e expandindo as ideias apresentadas na pesquisa, correlacionando com fatos do cotidiano.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este trabalho possibilitou compreender, mediante o estudo e análise do filme “A voz de um sonho”, sob a luz da Psicologia Sócio-Histórica, que a personagem principal vive relações conflitantes individuais e familiar ao decidir ir em busca de seu grande sonho, tornar-se uma cantora de destaque, quebrando tabus sociais e cortando relações com a família, gerando significações de enfrentamentos e conflitos marcantes na sua constituição como sujeito.

Tal situação nos remete a vivências, mostrando a presença na PSH na vida do indivíduo, e que é possível acreditar nos sonhos, quebrar vínculos, ser influenciado e influenciar no processo de (re)construção do sujeito.

As discussões geradas durante as apresentações da pesquisa, favorecerem e difundir os conhecimentos da PSH a um público heterogênio, que pode a partir de então, conhecer um pouco do trabalho realizado por Vygotsky e das categorias apresentadas.

Assim, baseados nos fundamentos de Vygotsky podemos afirmar que ninguém vive isolado. Somos a todo instante acometidos por mudanças e estamos numa dinâmica constante em busca do que consideramos melhor.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visando ampliar as discussões acerca da Psicologia Sócio-Histórica, em destaque nesse estudo sobre o filme “A voz de um sonho”, realizou-se um enfoque nas categorias subjetividade e historicidade; mediação e significados. Percebe-se a construção do sujeito, do individual ao coletivo,

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do social e cultural, essa interação com o meio é uma permanente constituição do indivíduo pelo reconhecimento do eu e do outro, reconhecendo a sua subjetividade a partir do meio, das relações e da sua historicidade.

De acordo com Silva (2009) a compreensão que podemos ter acerca da subjetividade, sendo algo que diz respeito ao indivíduo, ao psiquismo ou a sua formação, portanto pode-se entender como algo que é interno, ocorrendo uma relação dialética com a objetividade, que se refere ao que é externo. Também podendo ser entendida como processo e resultado, algo que pode ser visto de forma ampla e que constitui a singularidade de cada sujeito.

Em Vygotsky (2000) a historicidade esta diretamente associada ao ser humano, a partir do nascimento, já nos inserimos em uma historicidade familiar, social, cultural e passamos a construir uma historicidade distinta e individual como sujeito, que agrega aspectos próprios da sua subjetividade. Esse movimento da historicidade pelo qual o homem vivencia é essencial para se constituir como ser social, histórico e cultural.

Vygotsky deixa em suas obras vários questionamentos que precisam ser aprofundados sobre a Psicologia Sócio-Histórica, favorecendo aos seus seguidores um vasto campo para desenvolver pesquisa sobre o individual e a construção do eu e do outro, e o processo da teoria dialética.

O trabalho visa também aproximar a narrativa cinematográfica aos estudos das obras de Vygotsky, reconhecendo e ampliando os conhecimentos das categorias da psicologia sócio-históricas a quem assiste ao filme, dando subsídios para identificar-se em determinadas situações de vida, contribuindo positivamente para seu processo contínuo de construção individual e coletiva.

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