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ESTRATÉGIAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PÊNIS

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Academic year: 2020

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ESTRATÉGIAS DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE

PÊNIS

Isaías Vicente Santos1 Ana Marlusia Alves Bomfim2 Victor José Correia Lessa3 Andréa Marques Vanderlei Ferreira4

RESUMO: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa e caráter descritivo, que objetivou identificar as possíveis estratégias empregadas pelo enfermeiro na prevenção do câncer de pênis. Utilizou-se como metodologia artigos publicados em bases de dados, sem recorte temporal estabelecidos, visto que há poucos dados literários sobre a temática. Os resultados apontam que a educação em saúde é uma das principais ferramentas para a prevenção do câncer de pênis. Concluiu-se que, entre os autores, são demonstradas semelhanças entre as formas de estratégias de prevenção que o enfermeiro possui contra o câncer de pênis.

Palavras-chave: Educação em Saúde; Neoplasias Penianas; Saúde do Homem.

ABSTRACT: This is a bibliographical research with a qualitative and descriptive approach, aiming to identify the possibilities for nurses employed in the prevention of penile cancer. Use of temporary data in databases, without temporal forecast, since there is little literary data about a thematic. The results indicate that health education is one of the main instruments for the prevention of penile cancer. It is concluded that, among the authors, similarities between the forms of prevention strategies that the nurse has against penile cancer are demonstrated. Keywords: Health Education; Penile Neoplasms; Men's Health.

1. INTRODUÇÃO

A saúde do homem, no século XX, nunca foi vista como foco principal na atenção à saúde, comparada com a saúde da mulher (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007). Contudo, nos últimos 30 anos, tornou-se importante cuidar da saúde de tal modo que se reduzisse a vulnerabilidade no processo saúde-doença, probabilidade de chances de sofrimento e mesmo a morte de indivíduos e população (BEZERRA; BRITO; TOURINHO, 2014).

Ressalta-se que, através da Portaria do Ministério da Saúde sob o nº 697 de 30 de março de 2006, foi regulamentada a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), como estratégia para contribuir na construção de ações que possibilitam responder às

1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS (UNCISAL). Graduando em Enfermagem pela

UNCISAL

2 UNCISAL. Cirurgiã-Dentista, Doutora em Ensino na Saúde - UNIFESP

3 UNCISAL.Médico Residente em Psiquiatria pela UNCISAL

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necessidades sociais em saúde. Baseando-se nesta portaria, esforços têm sido mobilizados para prevenir doenças, como por exemplo, o Câncer de Pênis (CP) (BRASIL, 2017).

A educação em saúde articulada com a PNPS é uma ferramenta para combater problemas na sociedade, pois tal Política tem maneiras específicas de agir. Os seus propósitos e conceitos são adaptados de acordo com o ambiente e comunidade, preservando a autonomia do cliente, valorizando deste modo o seu saber e buscando melhorias na sua qualidade de vida. O modelo atual de educação em saúde é caracterizado pelo diálogo bidirecional, ou seja, entre duas partes envolvidas diretamente no processo de educação (MARCIEL, 2009).

É evidenciado que os homens, de um modo geral, sofrem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres. Também é possível observar que a presença de homens nos serviços de atenção primária, Unidades Básicas de Saúde (UBS), é muito menor do que a das mulheres. Nesse contexto, há autores que associam o fato de os homens não procurarem os serviços de saúde, não fazerem exames, não buscarem estratégias de prevenção de saúde e não participarem de rodas de diálogos educacionais, entre outros, com a visão que se tem do cuidado como não sendo uma prática masculina (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007).

É oportuno enfatizar que uma das doenças que não é comum ao conhecimento dos próprios homens é o CP. Isto significa que eles estão vulneráveis à patologia em questão, visto que não sabem identificá-la. Este câncer pode acontecer em diversas faixas etárias e é quase extinto em nações desenvolvidas, enquanto em nosso país apresenta taxas relevantes de ocorrência, tendo predominância na população pobre e que não possui saneamento básico, como também falta de acesso à rede pública de saúde e à educação (PAULA et al., 2005; BARROS; MELO, 2009; MOTA, 2011). O conjunto de mais de cem doenças marcadas pelo crescimento celular desordenado que atinge os tecidos e órgãos é designado câncer. Esta doença degenerativa faz com que haja crescimento anormal de células, dando origem a um tumor. Para o tumor maligno, existe uma enorme probabilidade de migração de células alteradas para outra parte do corpo (BARROS; MELO, 2009).

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O câncer de pênis pode ser definido como uma doença causada pelo crescimento anormal e desordenado das células que compõem os tecidos do pênis. Devido ao seu tratamento ser rigoroso, ele é temido pela população masculina, pois pode ser associado com a mutilação física do genital, o que, consequentemente, acarretará mudanças psicossexual e social do homem (BARROS; MELO, 2009).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA (BRASIL, 2016), o câncer de pênis pode ser tratado através de tecnologias duras, isto é, de alto custo, como por exemplo: radioterapia, quimioterapia e até cirurgia. Tudo vai depender do tamanho e danos do tumor. Dados do DATASUS do ano de 2008 mostraram que, no período de um ano (dezembro de 2006 a novembro de 2007), foram realizadas no Brasil 407 penectomias. A maior incidência ocorreu no nordeste, com aproximadamente 40,05% (163 casos).

O homem que não vai à busca de prevenção contra o CP com antecedência está sujeito à evolução grave do caso, o que pode resultar na necessidade de penectomia como tratamento ou outras formas de mutilação, requerendo, além de cuidados próprios e de uma equipe de profissionais multidisciplinares, apoio emocional, objetivando-se uma melhor e agradável interação, compreensão, adaptação e aceitação da auto-imagem do indivíduo (BARROS; MELO, 2009).

A partir dessa perspectiva, este artigo objetivou identificar as possíveis estratégias empregadas pelo enfermeiro para prevenir o câncer de pênis.

2. MÉTODO

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa e caráter descritivo, com o universo de publicações em português. A revisão bibliográfica é desenvolvida sistematicamente com o subsídio de informações já publicadas, como: livros e artigos científicos (RIBEIRO et al., 2018).

Baseando-se na metodologia proposta por Barros (2009), foi formulada a seguinte questão norteadora: Quais são os possíveis métodos estratégicos de prevenção do câncer de pênis realizados pelo enfermeiro?

Os dados de artigos científicos foram coletados nas seguintes bases: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em

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Ciências da Saúde (LILACS) e Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (REUOL), no período de julho a setembro de 2017, seguindo as seguintes etapas: formulação da questão norteadora, seleção das pesquisas que compuseram a amostra em questão e estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão, cujas informações de coleta estão contidas ao longo da interpretação dos dados (LAKATOS; MARONI, 2010).

Ressalta-se que foi escolhida a revista REUOL por ser um periódico de alta relevância para a temática abordada nessa pesquisa e por não ser indexada nas bases de dados supracitadas.

A análise qualitativa foi realizada através da teoria de Análise de Conteúdo na modalidade temática envolvendo três etapas: 1ª) Pré–Análise: quando se realizou uma série de leituras flutuantes do material e a busca de unidade de significado que são os aspectos comuns, inusitados e silenciosos para a identificação e construção do conjunto de categorias descritivas; 2ª) Categorização e codificação do material identificado: realizou-se a exploração detalhada do material no intuito de categorizar e codificar o material identificado; 3ª) Tratamento e interpretação dos resultados obtidos: uma nova exploração do material, tratando e interpretando os resultados obtidos. A partir da análise da amostra desta pesquisa, foi possível compreender o enfrentamento do enfermeiro contra o câncer de pênis, através das seguintes categorias: (1) O câncer de pênis; (2) Dados epidemiológicos; (3) O ser homem na busca de uma Unidade de Saúde; (4) Aspecto psicossexual do homem com o câncer de pênis; (5) Como é encarada a estratégia do enfermeiro para prevenir o câncer de pênis.

Neste trabalho, foram incluídos estudos científicos que apresentassem no título ou resumo da publicação um ou mais dos seguintes vocábulos: saúde do homem, genitália masculina. Após esta etapa, os artigos foram lidos na íntegra e todos que possuíam argumentos que abordassem a prevenção e a educação em saúde relacionada unicamente com a questão “saúde do homem e câncer de pênis” foram selecionados.

Foram definidos como critérios de exclusão: a indisponibilidade de acessar o trabalho na íntegra nas bases de dados e as pesquisas com temática não pertinente a este

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artigo. Após identificar 156 artigos (SCIELO, n=63; LILACS, n=78; REUOL UFPE, n=15), 108 foram excluídos por terem indisponibilidade de leitura na íntegra nas bases de dados, mantendo-se 47 artigos. Posteriormente foi feita a leitura na íntegra dos estudos, selecionando apenas 18 que foram publicados entre os anos de 1984 a 2017. Além disso, três livros do Ministério da Saúde foram inicialmente selecionados, sendo excluídos dois, permanecendo o de Teixeira e Fonseca (2007), por ser um livro de alta relevância para a temática abordada neste estudo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O câncer de pênis

A enfermidade tão pouco conhecida pelos homens, atingindo principalmente a população de países subdesenvolvidos, ligada à má higiene genital e à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), é conhecida como CP. Diversos autores descrevem que a falta de ou a precária higienização da glande e prepúcio do pênis, decorrente da presença de fimose ou não, é um dos principais fatores relacionados com a progressão deste carcinoma, que promoverá uma alteração no tecido do pênis, causando um tumor, feridas ou úlceras. Mesmo havendo diversos fatores de risco relacionados ao CP, tais como presença de fimose, má higiene e a presença de HPV, o CP ainda permanece com a sua origem incerta(PAULA et al, 2005; MOTA, 2011). A incidência de neoplasia peniana em diversos países que possuem uma cultura de circuncisão neonatal é muito baixa, podendo a taxa de índice chegar a menos de 1%. Nos homens que possuem fimose, mesmo não encontrando uma etiologia específica no esmegma, a falta de circuncisão dificulta a higienização peniana eficaz. A bactéria

Mycobacterium smegmatis, presente no esmegma, pode causar irritações crônicas

dos tecidos, proporcionando o desenvolvimento de CP (PAULA et al., 2005; BRASIL, 2016).

Dados epidemiológicos

O CP é um câncer raro, pois atinge cerca de um caso para cada grupo de 100 mil homens nos países desenvolvidos. Por outro lado, há uma alta incidência em países

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em desenvolvimento, como o Brasil, onde existe um aumento exacerbado de casos nas regiões norte e nordeste (REIS et al., 2010; SOUZA et al., 2011).

Vale ressaltar que o CP pode atingir não só a terceira idade, faixa etária mais característica, podendo acontecer até em indivíduos jovens, pois aproximadamente 22% dos casos registrados são em pacientes com faixa etária inferior a quarenta anos (REIS et al., 2010; SOUZA et al., 2011).

Dados literários apontam que 15 a 71% dos casos de CP são associados ao genoma do HPV. Dados do INCA revelam que o CP representa 2% de todas as tipologias de câncer que atingem ao homem, reafirmando que ocorre com mais frequência nas regiões Norte e Nordeste e que até o ano de 2013 foram registradas 396 mortes. Estudos referentes aos casos de CP indicam que essa neoplasia é encontrada de acordo com o perfil característico de homens de classe e nível social baixo, nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos (PAULA et al., 2005). Nos países de primeiro mundo, o CP tem frequência correspondente a não mais de 0,4% dos cânceres que podem acometer o homem (REIS et al., 2010).

Por ser uma neoplasia relacionada principalmente à higiene íntima, essa doença afeta, na maioria dos casos, homens que possuem maus hábitos de higiene e que não são circuncisados, muitas vezes a fimose é o principal fator de risco associado às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e ao CP (REIS et al., 2010).

O ser homem na busca de uma Unidade de Saúde

Pesquisas relatam que os homens entrevistados afirmam procurarem menos os serviços de saúde do que as mulheres por não serem criados para se cuidar, sendo o cuidar papel da mulher (OLIVEIRA, 2005; GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007). Frequentemente, a cultura associa o homem à força e à resistência e isso o torna incompatível com aquilo que socialmente possa transparecer fraqueza, insegurança e medo. Diante dessa visão, procurar um serviço de saúde poderia confundi-lo com os ideais socioculturais da figura feminina. O homem associa o fato de adoecer à fragilidade (BEZERRA; BRITO; TOURINHO, 2014).

No passado, era possível observar que existia uma dificuldade de acesso dos homens aos serviços de saúde pelo motivo de eles não serem reconhecidos como alvo do atendimento de programas de saúde. As campanhas de prevenção à saúde, na

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maioria das vezes, eram dirigidas às mulheres. É possível observar a predominância de serviços voltados para as mulheres em diversos programas, como por exemplo: planejamento familiar, prevenção de câncer de colo uterino, prevenção de câncer de mama e acompanhamento pré-natal (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007; BRASIL, 2017).

Considerando o exposto acima, mesmo hoje os homens tendo mais facilidade de acesso aos serviços de saúde, podemos verificar que ainda são as mulheres quem procuram mais tais serviços. Os homens podem minimizar seu adoecimento por meio de uma postura que enfoque cuidados preventivos com a sua saúde, pois o comportamento preventivo diminui o aparecimento de doenças (TEIXEIRA; SOLLA, 2006; FERNANDES et al., 2010).

Diversos paradigmas precisam ser rompidos para que a atenção às particularidades da saúde do homem seja atendida. Estudiosos ratificam alguns fatores que retardam a ida do homem aos serviços de saúde, tais como: a falta de planejamento e acompanhamento das ações, a falta de capacitações dos profissionais de saúde para lidar com as diferenças, particularidades, características do público masculino, e até mesmo é importante ressaltar o aspecto feminino em uma unidade de saúde, pois existe a predominância de cartazes com temática referente à mulher, como também à criança (BRITO; SANTOS; MACIEL, 2014).

Outrossim, a existência prevalente do público feminino, tanto de usuárias quanto profissionais na unidade de saúde, faz com que diversos autores sugiram como um possível ponto negativo o sentimento, por parte de alguns homens, de constrangimento para os atendimentos. Tudo isso faz com que os homens tenham a sensação de não pertencerem ao ambiente, como, por exemplo, a uma sala de espera de uma Unidade de Saúde (GOMES; NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007; BRITO; SANTOS; MACIEL, 2014).

Aspecto psicossexual do homem com o câncer de pênis

Para muitos, o pênis é representado como a essência do ser homem, este órgão desde a infância é utilizado para diferenciar o menino da menina, e o medo de vê-lo

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ameaçado pode fazer com que se crie um receio no paciente em procurar ajuda especializada logo no início dos sintomas. Um dos sintomas iniciais do CP pode ser a úlcera na glande, no colo da glande ou no prepúcio e as lesões podem evoluir para metaplasia e neoplasia (BARROS; MELO, 2009; BRASIL, 2017).

Estudos realizados com os pacientes do Hospital de Câncer de Pernambuco, que sofrem de CP revelam que os homens que foram diagnosticados com esta neoplasia pertencem a uma classe social e economicamente desfavorecida, e em sua grande maioria são provedores de suas famílias, priorizando o seu trabalho ao invés de sua saúde. É evidenciado que 33,3% dos pacientes com CP demonstraram um bom enfrentamento na ocasião de internamento, expressando motivação e desejo de investir em sua vida. Foi identificado, ainda, que entre esses homens 33,3% tinham insônia, 26,6% tinham desejo de suicídio, 19,9% tinham medo, 19,9% possuíam uma tristeza intensa, como também foram comprovadas: ansiedade, tensão, sentimento de incapacidade e impotência, preocupação com a situação financeira da família, auto-estima comprometido, revolta e isolamento(BARROS; MELO, 2009).

Após o tratamento cirúrgico o interesse e satisfação sexual sofrem uma leve redução e a maioria dos pacientes revelaram que o apoio de suas companheiras é essencial para a sua recuperação no pós-cirúrgico e na vida sexual (BARROS; MELO, 2009).

Como é encarada a estratégia do enfermeiro para prevenir o câncer de pênis

O CP é uma neoplasia que possui diversas modalidades de tratamentos, porém a maioria é severa ao organismo humano e depende da extensão do local afetado e do comprometimento dos gânglios inguinais. Um dos tratamentos que é frequentemente realizado para controlar a doença é a cirurgia, mas também podem ser oferecidas a radioterapia e quimioterapia (BARROS; MELO, 2009; BRASIL, 2016). Por serem medidas de tratamento agressivas, a prevenção contra o CP mostra-se como alternativa fundamental para evitar o comprometimento genital e psicológico do indivíduo advindo das terapêuticas citadas.

Deste modo, a estratégia de prevenção do CP é direcionada ao paciente e à equipe de enfermagem. Relacionado ao paciente, diversos autores evidenciam que: a prática da circuncisão na infância, a melhora dos hábitos de higiene íntima diariamente com água e sabão (em especial na glande após a ejaculação), empoderar os meninos

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desde cedo a fazer uma higiene de seu pênis corretamente e até mesmo realizar o auto-exame mensalmente são formas direcionadas ao paciente, proporcionando assim uma prevenção eficaz contra esta neoplasia (BARBOSA JÚNIOR; ATHANÁZIO; OLIVEIRA, 1984; FONSECA et al., 2010; SOUZA et al., 2011).

Relacionado à equipe de enfermagem, são evidenciados que: a prática de educação em saúde, como por exemplo, orientar o paciente sobre os procedimentos corretos de higienização intima, a realização do autoexame físico do genital, a avaliação das condições de higiene semanalmente e a conscientização sobre os riscos do CP, a importância do auto-exame e o uso de preservativos são as formas direcionadas à equipe de enfermagem para prevenir este tipo de câncer (BARBOSA JÚNIOR; ATHANÁZIO; OLIVEIRA, 1984; SOUZA et al., 2011).

Uma das propostas para tratamento dos sintomas iniciais quando o indivíduo já está acometido pelo CP, na visão dos enfermeiros, é ofertar aos clientes o cuidado humanizado, o toque terapêutico e oferecer à equipe de enfermagem um treinamento de atualização para que possam coletar corretamente o material microbiológico da ferida (SANTOS et al., 2010).

Há uma carência de pesquisas técnicas de prevenção moderna contra o CP, porém há uma pesquisa desenvolvida por enfermeiros do Estado do Ceará (FRANCO et al., 2005) que utilizam uma técnica chamada de Foto mapeamento Genital Ampliado, que é utilizada para complementar os exames tradicionais (autoexames), que por sua vez tem como primeiro passo o exame de triagem e em seguida a detecção de lesões clínicas e subclínicas pelo HPV na genitália masculina.

Uma das ações básicas de saúde para promover a prevenção do CP é a educação em saúde. Desde outrora as campanhas de educação em saúde buscavam ensinar à população reconhecer anormalidades anatômicas, a conscientizar e fazer com tome as medidas necessárias para combatê-las, como também incentivava a realizações de exames mensalmente. Além disso, a utilização de cartazes em locais estratégicos, distribuição de panfletos, como também o uso da mídia (rádio) para divulgar métodos

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de prevenção são grandes ferramentas usadas contra esta neoplasia desde 1942 (TEIXEIRA; FONSECA, 2007).

4. CONCLUSÃO

Este estudo demonstrou algumas formas de estratégia de prevenção que o enfermeiro possui contra o CP, principalmente em nível primário, mas também secundário e terciário, que possuem semelhanças entre os autores citados, no sentido de enfatizar a educação em saúde.

Ao comparar as pesquisas selecionadas, conclui-se que os autores estão em consenso quanto às medidas de incentivo aos homens na busca de prevenção do CP e quanto à necessidade de incremento do público masculino nas Unidades de Atenção Básica de Saúde. Particularmente, a figura masculina é vista como um ser forte, invulnerável e resistente aos cuidados consigo, fazendo com que eles evitem ir à busca de informações e cuidado nos locais onde é prestado o serviço de saúde, fazendo com que o número de homens que procuram uma unidade de saúde não chegue ser a metade do público feminino.

Por fim, vale ressaltar a importância e a necessidade de novas pesquisas feitas por enfermeiros trazendo novas estratégias e formas de prevenção de CP.

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Submetido em: 15 de janeiro de 2018 Aceito em: 04 de setembro de 2018

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