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ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA VOLTADO PARA A CONSTRUÇÃO DO SABER INTERCULTURAL POR INTERMÉDIO DAS TECNOLOGIAS

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Academic year: 2021

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ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA VOLTADO PARA A

CONSTRUÇÃO DO SABER INTERCULTURAL POR INTERMÉDIO

DAS TECNOLOGIAS

Paula Jucá de Sousa Santos1

Leonardo Monteiro Trotta2

RESUMO

O presente artigo visa abordar atividades de cunho intercultural utilizando as tecnologias no ensino de língua espanhola implantada no Centro de Idiomas do campus Paraíso do Tocantins. A escolha do viés intercultural com e por meio das disciplinas de língua espanhola e as tecnologias, justifica-se, pois se supõe que as aulas dessas disciplinas contemplem um espaço privilegiado para a desconstrução de possíveis visões etnocêntricas e estereotipadas, possibilitada pela interrelação língua e cultura - consideradas indissociáveis – e pelo entendimento de que os sujeitos só compreendem a si mesmos e a sua cultura por meio do encontro, da comparação e da identificação com o que lhe é, de alguma forma, diferente. Assim, a utilização das tecnologias auxilia para a aproximação destas culturas e contribuem de forma significativa para a formação do indivíduo.

PALAVRAS-CHAVE: Interculturalidade. Tecnologias. Ensino.

EIXTO TEMÁTICO: Docência, inovação e tecnologias para educação.

Introdução

Entendemos que a interculturalidade pelo viés pós-moderno distancia-se não só do ensino de base puramente estruturalista, como também ultrapassa o ensino

1

Paula Jucá de Sousa Santos

paulajuca@ifto.edu.br / ORCID: 0000-0002-6929-1489 IFTO campus Paraíso do Tocantins/UNICARIOCA – Brasil Letras Espanhol- PUC Goiás

2 Leonardo Monteiro Trotta

ltrotta@unicarioca.edu.br / ORCID: 0000-0001-74119352 UNICAROCA– Brasil

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comunicativista no seu sentido tradicional, ou seja, centrado na funcionalidade da língua e restrito aos modelos das competências, tal qual o apresentamos anteriormente (figura 4). Os métodos comunicativos, embora tenham provocado uma autêntica revolução no ensino e aprendizagem de línguas, rompendo com as tradições estruturalistas, incluindo as descrições funcionais das línguas, priorizando o contexto, a autonomia e o protagonismo do estudante, possuem algumas deficiências, como afirmam alguns autores.

Nesta perspectiva, o presente artigo visa abordar atividades de cunho intercultural utilizando as tecnologias no ensino de língua espanhola implantada no Centro de Idiomas do campus Paraíso do Tocantins. A escolha do viés intercultural com e por meio das disciplinas de língua espanhola e as tecnologias, justifica-se, pois se supõe que as aulas dessas disciplinas contemplem um espaço privilegiado para a desconstrução de possíveis visões etnocêntricas e estereotipadas, possibilitada pela interrelação língua e cultura - consideradas indissociáveis – e pelo entendimento de que os sujeitos só compreendem a si mesmos e a sua cultura por meio do encontro, da comparação e da identificação com o que lhe é, de alguma forma, diferente deverá conter a apresentação da temática/objeto, os objetivos e a justificativa do problema estudado de forma clara, utilizando-se de revisão de literatura.

Metodologia

A proposta de Curso Básico de Língua Espanhola, ofertado pelo Centro de Idiomas do IFTO campus Paraíso, além do ensino da língua, tem como base a interculturalidade. Isto se deve ao fato de que a instituição reconhece a importância dos aspectos socioculturais no relacionamento entre pessoas de diferentes comunidades linguísticas e, portanto, de que a aprendizagem de uma língua não pode ser reduzida à aquisição de vocabulário ou de estruturas gramaticais.

O trabalho de interculturalidade utilizando os recursos tecnológicos no Centro de Idiomas teve a contribuição de outro centro de idiomas, do Estado do Maranhão, assim, o projeto seguiu com quatro etapas, que serão discriminadas a seguir:

A primeira etapa, denominada “Conociendo mi Hermano”, teve como objetivo a apresentação dos dois grupos de estudantes, do Centro de Idiomas do Tocantins (IFTO campus Paraíso) e do Centro de Idiomas do Maranhão (IFMA campus Carolina).

Após o trabalho desenvolvido pelas professoras das duas instituições a respeito do vocabulário, construções lingüísticas e comunicativas em sala, as mesmas criaram um grupo fechado no Facebook, denominado Hablando Español com os estudantes das duas instituições e dois nativos, sendo um da Colômbia e outro do Peru. O objetivo do grupo foi de compartilhar as atividades desenvolvidas nas duas

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instituições, e principalmente aproximar os estudantes de diferentes culturas.

A primeira atividade versou sobre uma apresentação informal de cada componente do grupo, em que falavam sobre a personalidade, preferências, dentre outros assuntos. Desta forma, passou-se a ser trabalhada identificação da identidade, a integração e socialização dos participantes.

Visando a comunicação oral, a segunda etapa foi elaborada utilizando o Watsap como recurso tecnológico. Da mesma maneira que na primeira etapa, foi criado um grupo. No entanto, a função deste era trabalhar a linguagem oral.

Neste, os estudantes escolhiam uma imagem divulgada nas redes sociais sobre um determinado tema, previamente escolhidos pelas professoras para que se pudesse realizar as discussões. A ideia central da atividade era motivar os alunos a refletir sobre os temas e conhecer o posicionamento de cada integrante. Assim também foram abordados temas de interesse dos estudantes, tendo em vista a cultura de cada um.

Após as discussões no grupo, propôs-se a produção de artigos utilizando a ferramenta Google docs. O objetivo era de formalizar e utilizar o gênero textual para a produção escrita de forma colaborativa. Desta forma, o texto foi escrito em grupos de quatro estudantes, sendo dois de cada estado.

A competência comunicativa, portanto, implica competência intercultural, isto é, ela requer o (re) conhecimento e o respeito pelas diferenças interculturais presentes nos comportamentos sociolingüísticos, nas concepções, nas atitudes, bem como nos valores socioculturais acordados pelas sociedades das culturas em contato.

Ao propor a construção do texto de forma colaborativa, a expectativa foi de propiciar aos estudantes o respeito pelas diferentes perspectivas e formas de interpretar o mundo, bem como reconhecer semelhanças e diferenças interculturais.

Na quarta etapa, levando em consideração as etapas anteriores, foi apresentado aos estudantes o Pod Cast. A proposta versou sobre a exploração de canais que abordavam temas sócios culturais em língua espanhola. No primeiro momento os alunos escutavam e depois eram realizadas as discussões pelo grupo de watsapp. Posteriormente, cada grupo teria que escolher um tema e abordá-lo em forma de entrevista ou debate. Desta forma, foi criado um canal em que agregou-se todos os

Pod cast criados.

De acordo com Gomes et al. (2011, p. 5), ao trabalhar com podcasts no ensino de LE, o professor deve ter em mente duas formas de uso desse recurso, a exploratória ou a colaborativa. A primeira consiste em acessar um podcast já elaborado e

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disponível na Internet e, por meio de atividades didáticas, presenciar falantes nativos no ato comunicativo; na segunda, o próprio aluno se envolve na abertura de uma conta podcast, elaborando, gravando e postando o episódio (arquivo de áudio) conforme a solicitação do professor.

Acreditamos que integrar o podcast como ferramenta tecnológica pode ser uma alternativa para promover a aprendizagem significativa em que o aluno como criador de significados, por meio da produção de podcasts torna-se também agente das ações e do uso da linguagem que circula nas diferentes esferas sociais (Cope e Kalantzis, 2009, p. 167; Gillen e Barton, 2010, p. 9-10).

Considerações Finais

Durante todo o processo realizado no Centro de Idiomas do campus Paraíso pudemos perceber o quão é importante trabalhar a interculturalidade nas aulas de língua estrangeira e o quanto as tecnologias podem auxiliar e aproximar os estudantes da realidade que os rodeia.

É inegável que os recursos tecnológicos propiciam maior acessibilidade e que estes podem auxiliar de forma significativa na formação dos estudantes. As tecnologias permitiram aos professores proporcionar situações reais de uso da língua através de chats, leituras de textos autênticos, compreensão auditiva de programas de rádio, filmes e vídeos postados. Além disso, as interações com fins didáticos propiciaram a construção do conhecimento, permitindo ao aluno se tornar co-autor mais autônomo e ter poder de decisão sobre o seu produto final de aprendizagem

Nesse sentido, uma formação adequada deverá estar voltada à utilização de recursos tecnológicos visando uma consciência reflexiva e democrática que promova a consolidação de valores e de identidade cultural, para que os sujeitos possam desenvolver “competências para ser e agir de modo crítico, autônomo e criativo” (MENDES, 2008, p. 59). Ressaltamos ainda que dialogar não é tarefa fácil, invoca intenções, memórias, inclinações ideológicas e afinidades culturais. Por isso, estar culturalmente mobilizado em função da construção de um diálogo intercultural é algo maior que selecionar atividades para um livro didático.

Nas palavras de Mendes (2007), promover o diálogo entre culturas vai além da elaboração de currículos e materiais, uma vez que “devemos estar abertos para aceitar o outro e a experiência que ele traz para o encontro a partir do seu ponto de vista” (MENDES, 2007, p. 138). Pensando de forma prática, acreditamos ser o planejamento de uma aula interculturalmente sensível de grande importância para o início de uma boa conversa.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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