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1 Graduanda do 6º período de História pela UERJ, orientada pela prof. Dra. Marta de Carvalho Silveira (UERJ).

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O PENSAMENTO GOLIÁRDICO EM CARMINA BURANA

Mayara Ramos Saldanha 1 INTRODUÇÃO

O século XII marcou um momento de intensas transformações na sociedade da Europa Ocidental, no campo cultural as novas e intensas trocas comerciais proporcionavam contatos com saberes distintos. A emergência da vida citadina fazia surgir outros atores e palcos sociais, sendo o momento caracterizado por historiadores como Brenda Bolton e Christopher Brooke como o “Renascimento do século XII”, dado ao seu alto teor de renovação da vida prática e da mentalidade dos indivíduos naquele período.

O desenvolvimento das cidades fez o ensino deixar de estar restrito somente aos mosteiros para se consolidar nas chamadas escolas catedralícias episcopais. Uma característica que deve ser destacada é o fato dessas escolas permitirem a entrada de leigos, que apesar de não estarem formalmente ordenados no corpo da Igreja eram chamados de clérigos pelo fato de serem letrados (VERGER, 2001: p.41). O “intelectual” medieval nasce nesse momento, é fruto dessas transformações e as escolas citadinas são as precursoras do que no século XIII veio a se tornar as Universidades.

Nesse sentido, durante essa fase de desenvolvimento intelectual urbano ganha destaque o movimento goliárdico, formado por jovens estudantes, pertencentes ao clero ou não, oriundos do ambiente estudantil, que escreviam poemas e canções sobre o amor, a vida regada à bebida e jogos e críticas sobre a ordem social vigente. A maioria dos trabalhos dos goliardos está em latim e eles demonstram em suas poesias terem conhecimentos dos clássicos gregos e latinos, além dos textos teológicos e elementos da liturgia. É difícil definir sua identidade já que a maioria escreve no anonimato, mas deixam entrever que não se trata de um grupo único e fechado, parecem ter tanto origem quanto ambições diversas (LE GOFF, 2017, p.49).

Um dos trabalhos mais notáveis atribuídos aos goliardos é a obra Carmina Burana, encontrada em 1803 na abadia de Benediktbeuern, na Alemanha, quando se realizava a transferência do acervo desta para a Biblioteca do Estado em Munique. Acredita-se que os poemas tenham sido escritos no século XII e que o manuscrito foi copiado, por três copistas diferentes, no século XIII. O filólogo Johann Andreas Schmeller foi quem nomeou o códice como Carmina Burana, ou Canções de Beuern, quando de sua publicação em 1847.

1 Graduanda do 6º período de História pela UERJ, orientada pela prof. Dra. Marta de Carvalho Silveira (UERJ).

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O manuscrito reúne mais de duzentas poesias de tom crítico e satírico escritas, em sua maioria, em latim, mas com alguns excertos em francês e alemão arcaico. Alguns poemas têm notação musical o que indica que podem ter sido feitos em forma de canções ou podem ser derivados de tradições orais dos goliardos. Sobre os temas, o compilador parece ter dividido o códice em três grupos: poemas moralísticos e satíricos, poemas de amor e poemas tabernários. Há ainda uma quarta parte composta de dramatizações litúrgicas.

A popularização dos Carmina Burana pelo mundo se deu principalmente com o trabalho do compositor alemão Carl Orff, que a partir de uma seleção de cerca de 20 poesias do manuscrito compôs uma cantata cênica homônima entre 1935 e 1936. Desde sua estreia na Alemanha, em 1937, já foi reproduzida diversas vezes em inúmeros países, inclusive no Brasil.

A importância do manuscrito, portanto, parece estar além de apenas auxiliar na compreensão do pensamento e do estilo de vida goliárdico no período em que ele foi escrito, mas também em entender qual pode ter sido sua influência e as contribuições deixadas para a sociedade do ocidente medieval. Assim, esse trabalho pretende trazer um panorama de Carmina Burana, apresentando suas diversas possibilidades de pesquisa, analisando seu contexto de produção e os principais temas por ele tratados.

O MOVIMENTO GOLIÁRDICO

Embora seja difícil definir exatamente quem eram os goliardos, principalmente devido ao anonimato da maioria dos textos que a eles são atribuídos, é consenso entre os historiadores que eles eram intelectuais que circulavam nos ambientes escolares e universitários medievais. Comumente caracterizados como boêmios, vagabundos e errantes ou como revolucionários, perigosos e desafiadores da ordem pública, se formou em torno deles uma imagem caricata e lendária sobre o estilo de vida goliárdico, criadas por eles próprios através de suas poesias, por aqueles que os criticavam ou pelos que os têm como objeto de estudo. (LE GOFF, 2017: p.47). Até mesmo a origem do nome Goliardo é inexata, existem duas interpretações mais comuns que entendem que pode ou ser derivada do personagem bíblico “Golias”2, para designar aqueles que de alguma maneira contestavam as ideias cristãs e por isso eram inimigos da fé, ou derivada de Gula, devido à fartura do banquete presente nos poemas goliárdicos. A fama dos goliardos era a de que:

2 No Antigo Testamento o personagem “Golias” é derrotado em um combate onde apesar de ter a vantagem técnica não tinha a fé em Deus, trunfo maior usado pelo seu oponente Davi.

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Importavam-se mais com o vinho, as mulheres e a taberna do que com as coisas do bispo e da Igreja; eram “goliardos”, isto é, companheiros de Golias ou Goliath, símbolo de todos os vícios dos estudantes de então. ”

(BROOKE, 1972: p.184-185).

Muito sobre seu estilo de vida pode ser apreendido por meio de seus trabalhos poéticos, a maioria dos poemas são escritos em latim e a língua que já denota o caráter intelectual do grupo, pois era majoritariamente falada nos ambientes escolares. Além disso, as inúmeras referências tanto bíblicas quanto pagãs mostram um profundo conhecimento teológico e da tradição clássica greco-romana, sem falar nos elementos folclóricos populares citadinos e camponeses. A diversidade das poesias deixa subentendido que os goliardos estiveram presentes, sobretudo na França e na Alemanha, durante os séculos XII e XIII, e circularam entre os que eram considerados os principais centros universitários naquele momento, Paris, Toulouse, Montepellier, entre outras. Muitos dos que saiam de sua cidade natal em direção a esses locais para estudar levavam consigo elementos de cultura popular que mais tarde, junto aos estudos adquiridos nas universidades, eram expressos nas canções e poemas.

Por serem vagantes tinham certa liberdade de espírito, de costumes e de linguagem e isso é traduzido nas poesias de amor erótico e sexual, de beleza da primavera e de alegria da vida livre nas tabernas. Além disso, estavam “(…) sempre prontos a transformar um hino em poema erótico ou uma prece em poesia burlesca, por brincadeira, por vontade de chocar o burguês e as autoridades.” (MINOIS, 2003: p.120-121). Outro assunto muito abordado em seus poemas diz respeito à vida estudantil e suas dificuldades, trazendo desabafos sobre os problemas que eles enfrentavam na manutenção de seus estudos.

A ampliação escolar ocorrida nos séculos XII e XIII também gerou uma superpopulação clerical, que aliada às crises escolares, eclesiásticas e urbanas os fazia carecer de meios para manutenção da vida universitária.

Primeira questão: como viver? Como o intelectual não é mais um monge, cuja comunidade assegura a manutenção de cada membro, tem de ganhar sua vida. Nas cidades, os problemas de alimentação e do teto, do vestir-se e do equipamento necessário – os livros são caros – são angustiantes. E a carreira de estudante era muito custosa porque era longa. (LE GOFF, 2017: p. 124). O estudante sonhava conseguir uma espécie de patrocinador dos seus estudos, que podia ser um príncipe ou um mecenas particular, mas nem sempre isso era possível obrigando-o muitas vezes a recorrer à mendicância.

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A insatisfação com as instituições dominantes é outro ponto expresso pelos goliardos em suas poesias, através de pesadas críticas de tom irônico e satírico eles apontam o que julgam ser comportamentos injustos e imorais de bispos, do papa, de juízes e de outros eclesiásticos de alta hierarquia. Daí a preocupação da Igreja com o conteúdo de seus escritos, que eram considerados subversivos e heréticos. As causas dessa acusação de heresia iam desde culto pagãos, paródias do cristianismo, formalização de rituais satânicos até suspeição de ateísmo (ROSE, 1962 apud MINOIS, 2003: p.129).

Foram perseguidos em sínodos e concílios no século XIII, sendo proibidos de atuarem como poetas andantes e frequentar tabernas.

Ora, eles foram sistematicamente condenados e excluídos: o Concílio de Trèves, em 1227, proibiu-os de cantar na missa; o de Château-Gautier, em 1231, ordena que eles tenham a cabeça raspada; o de Salzburgo, em 1291, acusa-os de perturbar a ordem pública; os estatutos sinodais de Rodez condenam os padres que caem na devassidão ou na histrionice. No fim do século XIII, eles acabam desaparecendo. (MINOIS, 2003: p.130).

Mais do que heresia, o que condena o goliardo é o seu estilo de vida, sua vagabundagem, ironia e sátira da vida regrada e rotineira. “O riso do goliardo é o único riso subversivo da Idade Media clássica, pois ele não apenas zomba da ordem social, mas experimenta viver um estilo de vida diferente, sugere outro sistema de valores. ” (MINOIS, 2003: p.130).

Apesar de os goliardos terem sido empurrados para as margens do movimento intelectual (LE GOFF, 2017: p.58) e terem desaparecido frente as pressões da Igreja, sua importância é reconhecida não só pela história, mas também pela literatura. E seu trabalho mais célebre, ainda hoje a fonte mais procurada quando se pensa em estudar esse grupo específico, é o chamado Carmina Burana.

CARMINA BURANA OU CANÇÕES DE BEUERN

O códice Carmina Burana é o conjunto de poemas medievais não religiosos mais extenso de que se tem notícia (SOLA, 2006: p.9), são mais de 200 poemas3 e canções com temáticas variadas, embora se agrupando em três grandes blocos: os poemas críticos vão do 1 ao 55, os de amor vão de 56 ao 186 e os tabernários de 187 ao 226. O manuscrito é identificado como CLM 4660 e se encontra no acervo da Bayerische Staatsbibliothek em Munique, estando também disponibilizado digitalmente no site da biblioteca. É interessante apontar que alguns

3 A tradução de Carmina Burana de Maurice Von Woensel, que aqui utilizaremos, considera um total de 226 poemas, pois ele desconsidera as dramatizações litúrgicas.

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dos poemas foram encontrados em outros manuscritos com algumas variações de escrita e como acredita-se que eles provêm de tradições orais é provável que tenham sido escritos e adaptados à realidade e ao gosto pessoal de cada copista.

Como se puede comprobar estamos ante una collección formada a partir de materiales que proceden de todas las partes de Europa, en justa correspondencia con las relaciones culturales y políticas de la época, en que la formación y el conocimiento no conocían fronteras. (SOLA, 2006, p.12).

Devido a grande variedade de temas as poesias de Carmina Burana apresentam muitas possibilidades como fonte de pesquisa, inicialmente pode-se analisar as críticas à Igreja e à hierarquia eclesiástica, censurando o comportamento do alto clero e seus excessos. Alguns exemplos4 são a poesia CB 1 Manus Ferens, que traz uma crítica à corrupção dos juízes e dos prelados e a CB 10 Ecce sonat in aperto, que critica o comportamento dos eclesiásticos que não agem de acordo com a vida de Cristo, mas se desvirtuam e se corrompem.

A mão trazendo presentes faz do homem piedoso um ímpio; o dinheiro resulta em alianças, o dinheiro torna-se conselheiro; o dinheiro apara as arestas, o dinheiro põe fim à guerra. O dinheiro, no tribunal dos prelados, vale tanto quanto o direito. (WOENSEL, 1994: p.131).

A morte já se aproxima dos prelados: não querem mais dar de graça os dons espirituais. Fizeram votos na hora de ingressar (nas ordens), com santo zelo em excesso, mas depois de se instalarem firmemente, contradizem as sagradas juras. (WOENSEL, 1994: p.132).

Outro aspecto interessante que também se pode analisar nos Carmina Burana são as poesias onde a mulher é representada, ora como sendo o objeto de desejo do autor, ora sendo ela mesma a protagonista do poema e relatando seus anseios pelo amante ou os sofrimentos pela sua ausência. Aqui o CB 48a5 Horstu, Uriunt fala sobre o lamento de uma moça quando amanhece e seu amante deve partir, e o CB 126 Huc usque, me miseram, que traz os lamentos de uma jovem que engravidou e seu amante foi embora a deixando só, difamada e triste.

Amigo, escutas o vigia em cima da torre; (sabes) o que significa sua canção? Devemos nos separar agora, meu bem-amado. Logo mais teu corpo estará longe, já que o dia surgiu e a noite, apressada, se desvaneceu. (WOENSEL, 1994: p.135).

4 Serão usadas as abreviações CB seguidas do número da poesia. A tradução utilizada é a literal. 5 No manuscrito esse poema está escrito em alemão arcaico.

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Pobre de mim, o que agora? Tinha bem escondido o caso, eu amava fogosa. Mas no fim, meu caso ficou conhecido, já que minha barriga cresceu: grávida, aguardo o parto. Ora, minha mãe me bate, meu pai me xinga, ambos me tratam com dureza. Sozinha fico em casa, não tenho coragem de sair nem de brincar na praça. (WOENSEL, 1994: p.140).

Análises também podem ser feitas a partir da perspectiva de amor que os goliardos descrevem nos poemas e de suas dificuldades ou seus anseios na vida universitária. O poema CB 87 Amor tenet omnia mostra como o poeta descreve os sentimentos e sensações que o amor causa nos indivíduos, enaltecendo, mas também falando das dores que ele pode causar. Já o CB 129 Exul ego clericus descreve os percalços da vida dos clérigos estudantes e pode ser utilizado para entender melhor como eles viviam. Parece um tipo de poema que se leria ou cantaria em local público para incentivar doações, já que é uma poesia de pedinte.

O Amor domina tudo e transforma o recôndito dos corações, o Amor pede passagem. O Amor é mais suave que o mel ou torna-se mais amargo que o fel. (WOENSEL, 1994: p.137).

Sou um clérigo exilado, nascido para a labuta, sofrendo de vários modos, a pobreza é meu quinhão. (…) Estimado Senho Fulano, já que é tão ilustre, solicito-lhe uma ajuda condigna de sua fama. Tenha disposição igual à de São Martinho: cubra de agasalho o corpo de um viajante. (WOENSEL, 1994: p.141).

Uma parte significativa do manuscrito são as poesias tabernárias, que podem ser usadas para se pensar sobre o estilo de vida boêmio que levou os goliardos a ficarem conhecidos como vagabundos e errantes. Uma das poesias ficou muito famosa por representar bem esse caráter do goliardismo, é o CB 196 In Taberna que também está presente na seleção de Carl Orff, o que pode ser considerado o principal motivo de sua popularização.

Uns jogam, uns bebem, alguns vivem escandalosamente. Mas dos que jogam, alguns hão de ficar sem a roupa, outros se vestirão bem, outros ainda se vestirão com trapos. Ninguém ali tem medo da morte, mas com o poder de Baco tentam a sorte. (WOENSEL, 1994: p.152-153).

A forma como esses assuntos são tratados, muitas vezes com ironia, de forma satírica e cômica, também levanta questões sobre as intenções dos autores e o alcance dos poemas. Christopher Brooke, por exemplo, em “O Renascimento do século XII” afirma que o assunto dessas poesias nem sempre representavam a realidade. Mikhail Bakhtin, em “A cultura popular na Idade Média e no Renascimento”, argumenta que a poesia goliárdica não poderia ser

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reduzida a uma crítica ou zombaria somente, pois ali estão representados o princípio do realismo grotesco onde as imagens são ambivalentes, ou seja, elogiam e censuram ao mesmo tempo. Para ele os clérigos e os estudantes eram os que mais estavam presentes nas festas populares e seu sistema de crenças era representado no que o autor chama de literatura recreativa latina: “Na poesia dos vagantes, as imagens do beber, do comer, do jogo e do amor revelam as suas ligações com as formas da festa popular.” (BAKHTIN, 1993, p. 258).

Georges Minois em alguma medida parece concordar com Bakhtin, na “História do riso e do escárnio” ele argumenta como o riso medieval é um riso parodístico, de uma sociedade que fala de si própria e parodia seus próprios problemas. As zombarias presentes nos poemas goliárdicos não são contestações da sociedade, mas sim um reconhecimento da hierarquia e dos valores estabelecidos. Já Segismundo Spina na obra “Iniciação na Cultura literária medieval” categoriza as poesias de Carmina Burana como satíricas, mas com propósitos artísticos. Apesar da crítica anticlerical a sátira não é unicamente dirigida por um fim moralizante, mas expõe as atitudes dos indivíduos e das classes perante a vida. (DIAZ-PLAJA, 1944 apud SPINA, 1973: p.17).

Para Le Goff, no livro “Os intelectuais na Idade Média”, as poesias são uma forma de crítica à sociedade estabelecida, mas não com uma intenção de mudança e sim uma ideia de viver às suas custas: “O sonho deles é um mecenas generoso, uma gorda prebenda, vida folgada e feliz. Querem antes, parece, tornar-se os novos beneficiários de uma ordem social do que mudá-la.” (LE GOFF, 2017: p. 50). Em “Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII” Jacques Verger concorda com o pensamento de Le Goff e vai além, para ele a crítica goliárdica teve curto alcance.

Além das possibilidades destacadas inúmeras outras ainda existem e como objeto de estudo Carmina Burana é uma fonte muito rica e ainda pouco explorada pelos historiadores brasileiros. Seu vasto conteúdo permite aprofundar pesquisas direcionadas para diferentes segmentos, contribuindo ainda mais para a difusão e compreensão dessa obra como uma fonte histórica. CONCLUSÃO

O presente trabalho teve por objetivo apresentar o manuscrito Carmina Burana, ressaltando o cenário de sua elaboração, suas poesias e os caminhos por elas oferecidos como fonte de pesquisa histórica. Destacando inicialmente o surgimento e o desaparecimento do movimento goliárdico, a quem os poemas são atribuídos ainda que sejam anônimos, considerou-se suas principais características, tais como serem universitários, em maioria clérigos, conhecedores do latim, dos clássicos e das Escrituras. Eram viajantes e quase sempre de baixa condição social,

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o que dificultava a manutenção dos seus estudos, obrigando-os a recorrer a dependência de patrocínios ou a mendicância. Além disso, sua vida errante e sua insatisfação com a ordem dominante eram a inspiração para suas poesias e canções.

Carmina Burana é a obra mais conhecida dos goliardos, foi escrita no século XII e copiada no XIII e atualmente está sob a guarda da Biblioteca de Munique, na Alemanha. Ela é uma compilação de mais de 200 poesias de cunho crítico e satírico, divido em três grandes temas: crítica moral, amor e poemas tabernários. O texto buscou apontar algumas poesias e salientar a relevância do manuscrito para a compreensão do período do qual ele trata, além de evidenciar sua importância histórica e literária.

Bibliografía

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento. O contexto de François Rabelais. 3ª edição, Ed. Hucitec/Edunb. São Paulo – Brasília: 1996.

BROOKE, Christopher. O Fim do Renascimento do século XII. In: O Renascimento do século XII. Tradução de Antônio Gonçalves Mattoso. Coleção “História Ilustrada da Europa”.

Editorial Verbo, Lisboa: 1972.

LE GOFF, Jacques. et al. O Homem Medieval. Editorial Presença. Lisboa: 1989.

LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na Idade Média. 8ª Edição. Ed. José Olympio. Rio de Janeiro: 2017.

MINOIS, Georges. História do riso e do escárnio. Editora Unesp. São Paulo: 2003. SOLA, J. E. Carmina Burana: Antología. Alianza Editorial. Madrid: 2006.

SPINA, Segismundo. A lírica trovadoresca. Editora Edusp. São Paulo: 1991.

____________. Iniciação na Cultura literária medieval. Editora Grifo. Rio de Janeiro: 1973. VERGER, Jacques. Cultura, ensino e sociedade no ocidente nos séculos XII e XIII. Ed. Edusc. São Paulo: 2001.

WOENSEL, Maurice Von. Carmina Burana: canções de Beuern. Ed. Ars Poetica. São Paulo: 1994.

Referências

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