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Trabalho apresentado à disciplina Temas de Ciência Política do curso de Ciências Sociais da Pontifícia Uniersidade Cat!lica de Campinas" como parte do processo de aalia#$o%
&rientadora' Prof%% (r% &scar )ellim *ilho%
Campinas 2014/1
A S(C)*DAD* C)+)" M,-D)A".
&ct+io ,anni inicia o s-timo capítulo recapitulando aspectos da .lobalia#$o em marcha" apontando seus anta.onismos" suas contradi#es e as suas confi.ura#es% esse sentido" elucida ue a no#$o de pertencimento do indiiduo - remodelada" n$o mais somente no 3mbito nacional" mas nos níeis locais" re.ionais" nacionais e níel mundial% Com isso" o stado5a#$o continua a e6istir" mas a uest$o da Soberania - transformada' 7& stado na#$o continua a ser stado5a#$o" mas s$o outras as condi#es e possibilidades da soberania8 9,:," P.% 11;<%
:inda na caracteria#$o da =lobalia#$o" aponta5se a e6istência do chamando 7Príncipe letr>nico8" ue seria a mídia" com todo seu poder de influência diante da sociedade% : e6istência desse poder influenciador fa com ue se alterem" dinamiem" transforme5se e ou limitem5se as possibilidades e as condi#es de he.emonias alternatias ao =lobalismo% Sendo assim" uestes como a soberania e forma e poder de atua#$o dos partidos políticos s$o tamb-m transformadas%
&ct+io ,anni esclarece ue isso se d+" porue o capitalismo ao lon.o de sua hist!ria tem o car+ter de um modo de produ#$o e tamb-m de um processo ciiliat!rio% Sendo assim" enuanto processo ciiliat!rio" o capitalismo transforma com const3ncia' modos de ida e trabalho" formas de sociabilidade e ideais" institui#es ?urídico5politicas e estilos de pensamento% Com isso" o =lobalismo seria uma noa forma de e6pans$o do capitalismo" das suas for#as produtias e rela#es de produ#$o%
:s corpora#es transacionais .lobaliam n$o somente sua produ#$o" mas tambm toda l!.ica do pensamento e dos ideais capitalistas% esse sentido -ue as fronteiras nacionais s$o transformadas e a -uest$o da soberania se coloca' com a transnacionalia#$o das corpora#es" os stados ficam dependentes da presen#a das empresas para seu desenolimento econ>mico e por essa dependência estar atrelada a possibilidade de a empresa poder se locomoer com facilidade para outro stado5a#$o" o stado fica ref-m das imposi#es das corpora#es e sua soberania fica amea#ada ou no mínimo" -resi.nificada%
(e acordo com o autor" as or.ania#es multilaterais 9*),@ Aanco )undial@ &)C< e as corpora#es transnacionais se tornaram 7struturas mundiais de
poder8 ue se sobrepe aos stados" amea#ando sua soberania% esse conte6to" tamb-m se desenole a sociedade ciil mundial" na ual as coisas" as .entes e as ideias desterritorialiam5se% um conte6to de =lobalismo" as uestes e os ideais da forma do processo ciiliat!rio 9liberdade" i.ualdade" ?usti#a" soberania" democracia< s$o realocados" a.ora a níel mundial%
o conte6to de uma Sociedade Ciil )undial" a#es de &=Bs e da &U" assim como as rela#es entre esses" colocam5se como alternatia ao debate de uestes de interesse da Sociedade Ciil mundial% (iersas conuistas foram alcan#adas por esses" relacionadas a temas como' meio5ambiente" ener.ia at>mica" armas uímicas" prote#$o de popula#es natias" direitos da mulher e da crian#a e de etnias" iolência urbana e etc%
&ct+io ,anni aponta tamb-m" ue a =lobaliali#$o corresponde + uma ocidentalia#$o do mundo" mas ue esse processo n$o ocorre de modo homo.êneo e continuo% :s rea#es a esse processo s$o diersas nos diferentes locais e $o desde a aceita#$o" at- a sua ne.a#$o" ou se?a" podem ser assimiladas" terem partes assimiladas ou totalmente ne.adas e eitadas% :l-m disso" cria5se o ue o autor chama de 7)odernidade5mundo8" na ual
+rias localidades influem na constru#$o da realidade% Seria um processo denominado transcultura#$o" mesclando elementos socioculturais de diersos países e continentes" criando assim" uma cultura mundial e n$o sendo" portanto" constituída apenas por elementos ocidentais%
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& autor discorre sobre o fato de ue as .uerras de todos os tipos enolem poos" na#es" col>nias" imp-rios" reli.ies% :s principais .uerras citadas' Primeira =uerra )undial 114511D<" Se.unda =uerra )undial 91E514F<" =uerra *ria 914G51D<" enolem n$o somente militares" mas conflitos econ>micos" .eopolíticos" disputando mercado e mat-ria H prima" afirma#$o de he.emonia" poos e na#es%
:o falar de .uerra tamb-m - necess+rio pensar nas reolu#es" contra5 reolu#es" .olpes de stado" manifesta#es de luta pela descolonia#$o" lutas sociais ue compreendem consumo" trabalho" produ#$o" democracia" tirania" diferentes etnias" reli.ies" solu#es políticas como fascismo" naismo" socialismo" comunismo%
o s-culo II, erifica5se o ue o autor chama de guerra civil mundial permanente, moderada ou iolenta" guerra localizada ou mundial, ou se?a" uma
reolu#$o social permanente" enolendo classes" .rupos -tnicos" de .ênero" reli.iosos e outros" aan#ando as fronteiras dos países%
esse cen+rio forma5se a e6pans$o do capitalismo" construindo o .lobalismo onde o neo5liberalismo se confronta com o neo5socialismo% :os poucos os indiíduos s$o desafiados a reconhecer ue participaam da mesma m+uina do mundo ou f+brica .lobal% =rupos" classes" poos" na#es" inte.ram5se" batalham" tensionam5se" participando de um noo ciclo de reolu#$o socialista ou reolu#es mundiais%
: reolu#$o pode ser compreendida dependendo das for#as sociais e das condi#es hist!ricas em ue ocorre assim" podem haer reolu#es mais amplas" realiadas parcialmente ou at- frustradas%
m ualuer caso nota5se a forma#$o do poder" mesmo ue substituído por outro re.ime político" forma de .oerno" acomoda#es ou supera#$o entre for#as atuais e anteriores%: reolu#$o pode enoler o local e o mundial" ou se?a" a política" a economia" tradi#es" hist!ria" ideolo.ias%
: id-ia principal - a de ue a reolu#$o pode ser associada ao mundo capitalista" em rela#$o as id-ias de 7ordem e pro.resso8" 7modernidade e p!s5 modernidade8" 7dinheiro e capital8" 7liberdade e i.ualdade8@ mas essa mesma f+brica pode acarretar no pro.resso e decadência" transforma#$o e retrocesso" reforma e reolu#$o%
& .lobalismo" com o in.resso do capitalismo em um noo ciclo de e6pans$o de car+ter mundial" tamb-m iencia o noo ciclo .lobal" da reolu#$o bur.uesa e assim os uadros sociais de referência at- ent$o solidificados" s$o abalados e - preciso ue ha?a um noo reposicionamento no mapa% (e acordo com os moldes capitalistas" as for#as produtias e as rela#es e produ#$o se encontram mais intensas e e6tensas" ao redor do mundo como forma de rearticular essas redes sistêmicas" mas tamb-m acentuam o processo de desarticula#$o e fra.menta#$o mundialmente falando%
Princípios como os do liberalismo s$o mais e mais .eneraliados" com a noa forma" o neoliberalismo" assim como princípios codificados em 7liberdade8" 7i.ualdade8 e 7propriedade8" or.aniados em forma de 7contrato8 ue - parte ?urídica5política fundamental para a estrutura bur.uesa" mercadol!.ica e
capitalista de sociedade% - neste processo ue o autor chama de 7peda.!.ico8" ue come#am a sur.ir e refor#ar a distin#$o entre termos como 7pJblico8 e 7priado8" 7lucro8 e 7corrup#$o8" 7stado mínimo8 e 7mercado aberto8" enfim" todos termos ue s$o parte constituinte de uma economia e sociedade totalmente orientada pelas re.ras do ?o.o do capitalismo% todos esses momento claro" obserados de perto por ,nstitui#es como o *)," o Aanco )undial" todos os .uardies do capital" al-m da mídia e corpora#es% &u se?a" todo esse ciclo do .lobalismo -" na realidade" uma reafirma#$o de um noo ciclo da reolu#$o bur.uesa" mundialmente falando%
& ue est+ em pauta no .lobalismo s$o as transforma#es .erais ue $o da economia a sociedade" da política a cultura" reli.ies" lín.uas" todos os meios est$o enolidos e todos" portanto" se encontram abalados" de maneira desi.ual e contradit!ria ue se fa presente em e6emplos como a ressur.ência de nacionalismos" reafirma#es de identidades presentes ou passadas" 6enofobias" racismos" etc se?a na esfera social ou reli.iosa% ent$o s$o relembrados os debates entre nacionalidade" identidade" fronteiras" ?+ ue ao redor do mundo todos s$o obri.ados a deparar5se com esse 7desenolimento desi.ual e combinado8" a 7n$o contemporaneidade8 e a 7transcultura#$o8% s$o estas uestes territoriais" culturais e identitarias ue moimentam a m+uina do mundo%
sse noo ciclo do capitalismo .lobaliado" n$o ocorre por acaso% Por mais contradit!rio ue possa ser" ele apresenta um sistema" ue combina teoria e pr+tica carre.ado de ideolo.ia ue - conduido pela bur.uesia mundial 9se desenolendo por dentro e por fora do imperialismo< ue conta com outros setores sociais" dos intelectuais das mais diersas +reas" criando com isso" uma noa forma de mercado" com corpora#es e empresas especialiadas em consultoria e assessoria" para ue a lucratiidade se?a cada e maior e mais .arantida% dessa forma" os uadros sociais e mentais se encontram de uma certa forma" abalados a partir do ue se haia desenolido sob o emblema do 7nacionalismo8" do stado5a#$o% :.ora" com o .lobalismo" esses uadros sociais e mentais s$o reisitados como recriados% :ui" formam5se a sociedade ciil mundial e estruturas mundiais de poder" em ue o mapa do mundo -redesenhado e redefinido" dessa e pautado nos interesses de corpora#es" or.ania#es e das classes dominantes e - a partir da multiplicidade de ideais
e alores ue se formam por essas diersas classes" ue s$o multiplicados os 7espa#os8 e acelerados os 7tempos8" em todas as esferas .ra#as às tecnolo.ias eletr>nicas ue .lobaliam ainda mais a .lobalia#$o% Tal uadro -o n-o-o palc-o da se.unda m-odernidade" -ou 7m-odernidade5mund-o8%
& autor utilia ent$o" um trecho do manifesto comunista para e6plicitar a situa#$o da bur.uesia e sua constante reolu#$o dos instrumentos da produ#$o e das rela#es de produ#$o% &u se?a" esta n$o - uma discuss$o in-dita%
:s institui#es carre.adas de alor foram difundidas pelo mundo e a forma como o capitalismo aduire noos dinamismos e como ele" sendo ent$o o .rande representante do modo de produ#$o e de processo ciiliat!rio" inade territ!rios e fronteiras" chocando5se com al.umas no#es" ideais" operando de forma mundial com o .lobalismo" criando um processo hist!rico5 social" econ>mico" política e social%
: 7l!.ica do capital8 se desenole e impre.na as estruturas mundiais de poder e de sociabilidade" aparecem temas como produtiidade" competitiidade" lucratiidade" desempenho% &s princípios e ob?etos s$o difundidos no meio social" tendo sua e6tens$o em uma l ar.a escala% Kembro5os do .rande e competente .rupo de profissionais ue est$o em torno desse noo processo" ue resultam na fra.menta#$o tanto dos nossos conceitos de trabalho como na nossa pr!pria dificuldade de estabelecer a uni$o de luta% S$o eles' conomistas@ Lornalistas@ *inancistas@ :dministradores@ :nalistas de Sistema e claro T-cnicos oriundos das Ciências Sociais e aturais" todos oriundos de um mesmo sistema" formando suas teias e suas redes%
Todos esse profissionais da 7l!.ica do capital8 est$o unidos num mesmo ob?etio" o de formar as 7Tecno struturas Transnacionais8" ue s$o .randes or.ania#es empresariais especialiadas em assessoria e consultoria de todos os tipos" e ue uest$o aí inclusie para dia.nosticar e classificar a cate.oria e a confiabilidade de cada país" empresa ou corpora#$o no ue se refere ao inestimento e a lucratiidade presente e futura%
ncontramos ent$o neste processo certa uebra com o anti.o se ?ustapondo ao sur.imento do noo% &ra recriando noos uadros sociais e mentais" uebrando com emblemas anteriores do tipo nacionalista" ora esse processo recria noas formas inuietantes e muitas ees fascinantes nestes
mesmo uadros sociais e mentais e - neste cen+rio ent$o constituído ue emos tudo se misturar neste noo 7Palco da hist!ria8 ao ual estamos todos n!s inseridos no ho?e e ue nos coloca frente a frente a todo momento com contradi#es e absurdo iendo inertes entre a prosperidade e a mis-ria" a pauperia#$o absoluta e a relatia e a ciilia#$o e a barb+rie%
Somos diariamente sucumbidos tamb-m ao bombardeio disfar#ado de conceitos e medidas ue de fato em e pressionam nosso ser" se apoderando do pensamento e tamb-m da ida do dia a dia" com as ,ndJstrias do narcotr+fico e a do Terrorismo" isto ue o autor tra ambas sendo acionados pelas estruturas locais e ue acabam minando nosso instinto do coletiismo aumentando o instinto do indiidualismo%
Se.undo o autor" este noo desafio de interpretar essa .ama de arran?os e rearran?os realiados com base no nacionalismo" fa sur.ir em nosso meio surtos ai5facismos" mas tamb-m emos despontar e tomar corpo a#es da Social5 democrata com noas institui#es de ideias" com .rande potencial de multiplica#$o de reiindica#es e lutas" se mostrando forte em sua atualidade% )as ao finaliar o te6to" o autor se apropria de dieres um tanto uanto rom3ntico uanto ao socialismo como'
7 & socialismo lea em um patamar mais eleado o desencadeamento do mundo com outras possibilidades e outros horiontes8@ 7a medida em ue se desenolem noas formas de or.ania#$o social e t-cnicas do trabalho" maiores s$o as possibilidades de reencantamento do mundo8
Tal abran.ência se da ao especificar sua defesa na luta de todos pela .lobalia#$o diferenciada" o ue ele chama de 7=K&A:K,M:NO& (S( A:,I&8 e aí sim est+ a raí do ue chama de eo5 socialismo em escala .lobal" a busca por uma =lobalia#$o mais i.ualit+ria e coloca seus preceitos nauilo ue dificulta nosso olhar e o nosso entendimento nos estudos de ho?e H nos noos meios de trabalho e or.ania#$o social ue se encontram ho?e de forma fra.mentada%
*QC,:S
,:," &% Capitalismo, Violência e Terrorismo. ditora Ciilia#$o Arasileira" 2004%
