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ESCOLA DE MÚSICA E BELAS ARTES DO PARANÁCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POÉTICAS VISUAIS
SEMINÁRIO: TEORIAS DA ARTE E PRÁTICA ARTÍSTICA - TRÂNSITOS E DISTINÇÕES PLANO DE ENSINO
“[...] A significação de uma obra de arte não reside no que ela representa, mas sim no que ela transforma. Não tanto no que ela mostra, mas no que ela não mostra e no que ela se opõe e que constitui o fundo sobre o qual ela se compõe”.
Ive-Alain Bois, 2013 1. PROFESSORA: Mônica Zielinsky (PPGAV - UFRGS)
2. CARACTERÍSTICAS DA DISCIPLINA: Teórico-prática , organizada em 5 encontros extensivos
3. SÚMULA: Estudo sobre as relações entre algumas teorias da arte e a prática artística, em suas articulações, confrontos e desdobramentos.
4. OBJETIVOS 4.1. Geral
Possibilitar reflexões e a realização de trabalhos a partir das articulações entre determinadas teorias da arte com as práticas artísticas e vice-versa, ao se utilizar primordialmente a experiência das obras e as questões que elas propõem na contemporaneidade. A partir desses estudos, proporcionar condições para refletir sobre a própria produção prática e teórica (de cada um).
4.2. Específicos
4.2.1. Estudar diferentes perspectivas para abordar a arte, discutindo criticamente essas abordagens e propiciar a elaboração de suas próprias leituras da arte, assim como ao mesmo tempo o desenvolvimento de práticas artísticas relacionadas a estas abordagens.
4.2.2. Desenvolver o senso crítico e explicitá-lo, na estruturação de uma argumentação fundamentada sobre os diversos aspectos que envolvem as teorias e a prática da arte.
4.2.3. Comparar a natureza dos escritos de artistas, teorias da arte e da crítica de arte e verificar as contribuições de cada área para o desenvolvimento da arte e da sua reflexão.
4.2.4. Estimular o contato com as obras para refletir sobre os problemas que as envolvem, e observar as suas conexões com conhecimentos oriundos de várias fontes, tanto teóricas como sensíveis, que estas obras requerem e deflagram.
4.2.5. Pensar os trabalhos de arte como teorias da arte.
5. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS / CRONOGRAMA
15 / 10 - Apresentação da disciplina a partir da exposição do Plano de Ensino;
- As relações entre prática artística e teorias da arte. Um estudo preliminar.
16 / 10 -Finais dos anos 1960: emergências artísticas e teóricas dominantes. Estudos comparativos entre a teoria de
Michel Foucault e as teorias dos artistas.
17 / 10 -As obras como teorias e as teorias como obras. -A arte pós-conceitual. 18 /10 -As transformações da arte após 1989. Outros paradigmas para a arte. 19 /10 Conclusões sobre o conteúdo da disciplina e indicações de continuidade.
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6.1. Esta disciplina será desenvolvida através de uma interação entre diversos exercícios de análise de trabalhos artísticos, reflexões teóricas e praticas da arte. Desenvolverá debates, atividades em aula e fora da sala de aula, leituras e apresentações orais, seminários; também na elaboração de ensaios sobre a arte e trabalhos artísticos sobre os fenômenos e as discussões que os envolvem.7. EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM Leituras em bibliografia indicada
Visitas a exposições e ateliês (devido ao cronograma restrito não será possível) Participação em debates
Trabalhos escritos Trabalhos de arte
8. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
8.1. Os trabalhos serão avaliados principalmente em dois aspectos principais:
8.1.1. Na participação ativa, engajamento e motivação em todas as atividades da disciplina (como por exemplo, na participação em aula, assiduidade, motivação demonstrada).
8.1.2. Na qualidade dos resultados atingidos: esta será analisada no trabalho crítico e fundamentado e na integração pessoal e criativa entre os estudos teóricos da arte e a prática da arte. Deverá ser elaborado, ao final do seminário um estudo sobre aspectos que venham a ser relevantes para seu futuro projeto de graduação, envolvendo conexões entre a sua própria produção prática e / ou teórica.
9. BIBLIOGRAFIA
9.1. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ESSENCIAL
FERREIRA, Glória et Cotrim, Cecília (orgs.), Escritos de Artistas. Anos 60 / 70. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. FREIRE, Cristina et LONGONI, Ana (org). Conceitualismos do sul/sur. São Paulo: Annablume, 2009.
STILES, Kristine et SELTZ, Peter (org.) Theories and Documents of Contemporary Art. Berkley: University of California Press, 1996.
9.2. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
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BASBAUM, Ricardo (org.). Além da pureza visual. Porto Alegre; Zouk, 2007.
BAXANDALL, Michael. Padrões da intenção. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
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CANCLÍNI, Néstor G. A sociedade sem relato. Antropologia e estética da iminência. São Paulo: Edusp, 2012. CAUQUELIN, Anne. A arte contemporânea. Uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
___________, Freqüentar os incorporais. Contribuição a uma teoria da arte contemporânea. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
COSTA, Luiz Cláudio (org). Dispositivos de registro na arte contemporânea. Rio de Janeiro: Contra Capa / FAPERJ, 2009.
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ENWEZOR, Okwui. Archive fever. Uses of documents in Contemporary Art. N.Y.: International Center of Photograpy Steide, 2008
FERREIRA, Glória et PESSOA, Fernando (orgs..). Crítica e Criação. Seminários Internacionais Museu do Vale, 2009 FERREIRA, Glória et Cotrim, Cecília (orgs.). Greenberg e o debate crítico. Rio de
Janeiro: Zahar, 1997.
FLAM, Jack (ed). Robert Smithson: the collected writings. Berkley: University of California Press, 1996. FREIRE, Cristina. Poéticas do Processo. São Paulo: Iluminuras, 1999.
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LIPPARD, Lucy. Six Years: the Dematerialization of Art Object from 1966 to 1972. Berkeley: University California Press, 2001.
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ZIELINSKY, Mônica. (org.). Fronteiras. Arte, crítica e outros ensaios. Porto Alegre: UFRGS, 2003. 9.3. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ARCHER, Michael. Arte contemporânea. Uma história concisa. São Paulo: Martins, Fontes, 2001.
BASBAUM, Ricardo (org.). Arte Contemporânea Brasileira: texturas, dicções, ficções, estratégias. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2001.
BATTCOCK, Gregory. A nova arte. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1986. BAUDELAIRE, Charles. Escritos sobre arte. SP: Imaginário, 1998
BAXANDALL, Michael, O olhar renascente. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. BELTING, Hans. O fim da história da arte. São Paulo: Cosac Naify, 2006. BOURDIEU, Pierre. As regras da arte. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. BOURRIAUD, Nicolas. Estética relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
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CHIPP, H. B., Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1996.CRIMP, Douglas. Sobre as ruínas do museu. São Paulo: Martins Fontes, 2005. DEWEY, John. A arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes: 2005.
DUARTE, Luisa (org). Paulo Sérgio Duarte. A trilha da trama e outros textos sobre arte. Rio de Janeiro: Funarte, 2004.
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WOLLHEIM, Richard. A pintura como arte. São Paulo: Cosac Naify, 2002
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_________________(org.). Heloisa Schneiders da Silva. Obra e escritos. Porto Alegre, MARGS, 2010. , “Crítica e criação em recíprocas conexões e rupturas”. Porto Arte, nº 27, , nov., 2009, pp. 90-
REVISTAS – Indicações básicas
ITEM (RJ) ARS (SP)
ART IN AMERICA (NY) ART NEWS (NY)
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CONCINNITAS (RJ) LEONARDO (NY) PARKETT (NY e ZH) FRIEZE (UK) RECHERCHES EN ESTHÉTHIQUE (FR) GÁVEA (RJ)ARTE & ENSAIO (RJ) ART PRESS-(PARIS)
LES CAHIERS DU MUSEE NATIONAL D'ART MODERNE -(PARIS) ARTFORUM (NY)
ART STUDIO (NY)- hoje interrompida.
THE JOURNAL OF AESTHETICS AND ART CRITICISM (Londres-NY) LIGEIA -(PARIS)
PARACHUTTE (Montreal, Ca) PORTO ARTE