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O CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA NO INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROFESSOR ALDO MUYLAERT- CAMPOS-RJ

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O CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA NO INSTITUTO

SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROFESSOR ALDO MUYLAERT-

CAMPOS-RJ

Autora: Josete Pereira Peres Soares

Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert- joseteppsoares@yahoo.com.br

Resumo: O trabalho faz uma breve análise do curso de Pedagogia, do Curso Normal Superior e do Curso Norma Médio de Formação de Professores a partir de documentos oficiais. Busca verificar a falta de identidade que o curso de Pedagogia demonstra ao longo de anos e também atualmente. Estuda a criação do curso de Licenciatura em Pedagogia em uma instituição de Ensino Superior estadual, que tem como Mantenedora a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) nos seis primeiros anos de existência, a saber, do ano de 2009 ao ano de 2014. A Mantenedora, no ato da criação do curso, não possuía experiência em curso de formação de professores por ser uma instituição com pouco tempo de criação e pela experiência apenas em cursos técnicos. O recorte temporal deve-se ao fato de a autora do artigo ter sido a coordenadora acadêmica neste período e ter participado de todo o processo de criação e desenvolvimento do curso. O artigo busca demonstrar algumas dificuldades enfrentadas. Estas estão relacionadas com a habilitação que o curso oferece, por surgir constantemente dúvidas por parte dos alunos e professores; a extinção do Curso Normal Superior, que iniciou as suas atividades em 2002 e teve seu encerramento em 2009, data em que se deu o inicio do curso de Pedagogia, utilizando o mesmo espaço; algumas conquistas do curso, como o segundo lugar no ENADE no município, a empregabilidade sempre crescente entre os formandos, dentre outras. O Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) é uma instituição centenária e com um amplo histórico de formação de professores, reconhecida no município de Campos e em municípios vizinhos. Esses e outros fatores fazem da instituição um local propício para a criação de um curso de Pedagogia nos moldes da Resolução 01 de 2006.

Palavras-chave: ISEPAM; pedagogia; formação de professores. Introdução

O presente trabalho está relacionado à criação do curso de Licenciatura em Pedagogia em uma instituição pública, o Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert. O tema se deve à experiência da autora na coordenação acadêmica do curso desde a sua criação, 2009 até o ano de 2014. Alguns objetivos serão elencados para a elaboração desse trabalho: verificar que é possível uma instituição, não incluída no rol das universidades, oferecer um curso com qualidade e com uma formação sólida e ampla, permitindo inserção no mercado de trabalho na área de educação, tanto no município de Campos dos Goytacazes como nos municípios vizinhos; expor as dificuldades com a identidade desse novo perfil do curso de pedagogia, as habilitações possíveis e as dúvidas frequentes, não só por parte dos discentes, mas também dos sistemas de ensino que divulgam os seus editais de concurso; mostrar a transição do curso Normal Superior para o curso de Licenciatura em Pedagogia, algo nunca

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vivenciado pela instituição; analisar alguns sucessos do curso, mesmo com todas as dificuldades e percalços encontrados.

O curso de Pedagogia

O curso de pedagogia foi regulamentado pela primeira vez e “definido como lugar de formação de ‘técnicos em educação’” (BRASIL, 2005) no Decreto-Lei nº 1.190 de abril de 1939, que organiza a Faculdade Nacional de Filosofia. Este Decreto cria quatro secções fundamentais: secção de filosofia; secção de ciências; secção de letra; secção de pedagogia. A secção de pedagogia se constituía de um curso ordinário, que tinha a duração de 3 anos e. seria concedido aos formandos o diploma de bacharel em pedagogia (BRASIL, 1939). Em 1945, através do Decreto-Lei nº 5.125, fica estabelecido que os formandos receberiam o diploma de bacharel em pedagogia para o preenchimento dos cargos de técnicos de educação do Ministério da Educação, sendo o diploma o principal título de referência (BRASIL, 1945). De acordo com o PARECER CNE/CP Nº: 5/2005

Estes eram, à época, professores primários que realizavam estudos superiores em Pedagogia para, mediante concurso, assumirem funções de administração, planejamento de currículos, orientação a professores, inspeção de escolas, avaliação do desempenho dos alunos e dos docentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da educação, no Ministério da Educação, nas secretarias dos estados e dos municípios.

O curso oferecia o título de bacharel aos que cursassem os 3 anos de estudos com conteúdos específicos na área e, o título de licenciado que permitia atuar como professor aos que cursavam mais um ano de estudos, dedicados à Didática e à Prática de Ensino. Esses ainda poderiam lecionar disciplinas como: Matemática, História, Geografia e Estudos Sociais, no primeiro ciclo do ensino secundário. Ficava bem clara a dicotomia entre o bacharelado e a licenciatura.

De acordo com o Parecer 05 (2005)

A Lei da Reforma Universitária nº 5.540, de 1968, facultava à graduação em Pedagogia, a oferta de habilitações: Supervisão, Orientação, Administração e Inspeção Educacional, assim como outras especialidades necessárias ao desenvolvimento nacional e às peculiaridades do mercado de trabalho (BRASIL, 2005).

Segundo Saviani (2008), o Parecer 252/69 do CFE, de autoria do relator Valnir Chagas, do qual resultou a Emenda 2/69 fixou os conteúdos e a duração do curso de pedagogia. O curso deveria ter uma parte comum e uma parte diversificada, com um só

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diploma, com grau de licenciado e com modalidades diversas de habilitação. Estavam incluídas as habilitações de orientação, administração, supervisão e inspeção, além de formação de professores para o curso normal.

Analisando a nova legislação Nacional, Lei 9394/96, Cury (2003), mais precisamente os Artigos 62 e 63, que trata da formação de professores no curso de pedagogia e, da possibilidade de se admitir professores para as séries inicias em cursos Normal Superior, lemos que

Tudo indica que, aparentemente, a lei deixou continuar antigos problemas relacionados ao nível de formação, ao locus institucional com a formalização dos Institutos Superiores de Educação, à dualidade legal entre o pedagogo como especialista nas habilitações e o educador/docente, ao conjunto de componentes curriculares necessários, carreira, avaliação e mesmo à questão federativa (CURY, 2003, p. 16).

Essa situação acha-se presente nos dias atuais com a licenciatura em pedagogia, em que os discentes ficam temerosos em estarem cursando um ensino médio “melhorado” e não sabem exatamente onde podem atuar.

O ISEPAM e o curso superior

A partir da transferência do ISEPAM da Secretaria de Estado de Educação para a FAETEC, muitas coisas foram mudando. Em fevereiro de 2002 inicia-se o curso Normal Superior, um curso novo, ainda com muitas desconfianças por parte dos candidatos ao vestibular. Mas como o Instituto sempre esteve na vanguarda da educação no município, muitos acreditaram na proposta de se ter um curso superior em uma instituição que até o presente momento era composta apenas pela Educação Infantil, Educação Fundamental, Formação Geral e Ensino Médio.

A chegada do curso Normal Superior foi modificando a dinâmica do Instituto. Onde antes transitava apenas normalistas, cumprindo horas de estágio no contra-turno, agora esse espaço era dividido com alunas do curso Normal Superior. Nesse espaço também circulavam alunos de Ensino Fundamental, Formação Geral, dentre outros.

O Curso Normal Superior trouxe novos ares e novos formandos, disputando o mercado de trabalho no magistério campista e conquistando as vagas no município de Campos como também em municípios vizinhos. O Curso esteve em funcionamento no Instituto até o ano de 2009, quando já havia a pretensão de se criar o curso de Pedagogia em substituição deste.

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Curso para formar professores nos cinco primeiros anos e na educação Infantil

O Curso Normal como formação de professores está garantido na LDBEN (9394/96). No Art 62 lemos que a formação de docentes para atuação na educação básica deverá ser realizada em curso de nível superior, tanto em universidades como em institutos superiores de educação, mas é admitida como formação mínima para atuação na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental a que é oferecida na modalidade normal em nível médio.

De acordo com o Parecer (1999) esse flexibilidade é um esforço dos legisladores em contemplar tanto a diversidade como a desigualdade de oportunidades da educação no Brasil. O Parecer ainda assinala que a formação de professores em nível médio pode cumprir três funções, a saber, ser um recrutamento para as licenciaturas; preparação para auxiliares para creches e pré-escolas e servir como centro de formação continuada.

O curso normal em nível médio do ISEPAM tem cumprido ao longo de décadas esse papel, o de formar professores com qualidade para atuar nos cinco primeiros anos do ensino fundamental e na educação infantil. A realidade do município, com uma grande extensão urbana e rural, com vários distritos, possibilita ter sempre um público ávido por ingressar na instituição. O município de Campos, de São João da Barra, de Cardoso Moreira, de São Francisco do Itabapoana, Quissamã, tanto escolas públicas como privadas tem absorvido a mão de obra desta modalidade de ensino.

Nesses anos em que o instituto esteve ofertando o Curso Normal de nível médio, muitos sucessos podem ser contabilizados. Essa era a instituição de normalistas, formando professores para atuar no magistério do município com qualidade. Porém maiores surpresas aguardavam o gigante do Turf-Club.

No entanto essa mão de obra não será utilizada por muito tempo, somente com a formação de nível médio, pois no PNE (2014) na Meta 15, determina que no prazo de um ano de vigência do Plano, todos os professores da educação básica do município devem possuir formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento de atuação. No momento a instituição ainda mantém o curso.

O Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert

O Curso Normal Superior foi implantado no ISEPAM em 2002 e o Curso de Licenciatura em Pedagogia em 2009. É importante ressaltar que este já oferecia o Curso de

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Formação de Professores em nível Médio há muitas décadas, sendo centro de referência para o município e região, como formador de professores, com 120 anos de existência.

O ISEPAM iniciou o seu funcionamento como Escola Normal de Campos. Ela foi criada pela Lei nº 164 em vinte e seis de novembro de 1894. Nessa época o presidente da Província do estado do Rio de Janeiro era José Tomás Porciúncula. A escola Normal se instalou junto ao Lyceu de Humanidades de Campos em janeiro de 1895. A Escola Normal de Campos funcionou nas dependências do Liceu durante sessenta anos. Em 1954, precisamente em 12 de maio de 1954, a Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (ALERJ) decretou pela Lei nº 2.146 uma transformação na estrutura da Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Estado do Rio de Janeiro e através do Departamento de Ensino Médio criou dois institutos, a saber, o Instituto de Educação de Campos (IEC) e o Instituto de Educação de Niterói (IEN). O IEC em Campos funcionava no Grupo escolar Saldanha da Gama, situado na Avenida vinte e oito de março, nº 37, no bairo Turf-Club. Esse foi um processo histórico em que a Escola Normal de Campos e o Instituto de Educação de Campos se encontram vinculados com o objetivo de formar professores no município. Em 1965, o instituto passa a se chamar Instituto de Educação Professor Aldo Muylaert (IEPAM). Esse nome foi dado para homenagear o educador campista formado pela Escola Normal de Campos. Em 2001, o IEPAM é transferido da Secretaria de Estado de Educação para a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (FAETEC), passando a sua denominação a Instituto Superior de Educação Professor Aldo Muylaert (CRESPO, 2009).

Nesse contexto educacional foi que a instituição se propôs a esse desafio, de estabelecer um curso de nível superior, iniciando pelo Curso Normal Superior em 2002 e em 2009, o curso de Licenciatura em Pedagogia.

O Curso Normal Superior e o Curso de Pedagogia no ISEPAM

O curso Normal Superior está garantido na LDBEN (9394/96), no Art 63, inciso I, podendo os Institutos Superiores manter o Curso Normal Superior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental.

Conforme a Resolução CNE/CP Nº 1, de 2006, no Art 11

As instituições de educação superior que mantêm cursos autorizados como Normal Superior e que pretenderem a transformação em curso de Pedagogia e as instituições que já oferecem cursos de Pedagogia deverão elaborar novo projeto pedagógico, obedecendo ao contido nesta Resolução.

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Foi o que ocorreu no ISEPAM. Em 2009 tendo o curso de Pedagogia iniciado, o curso Normal Superior foi extinto, ficando apenas as turmas concluintes, dos dois últimos períodos.

Novas mudanças ocorrem. Onde antes circulavam normalistas e alunos do curso Normal Superior, agora circulam também os primeiros cento e vinte alunos do curso de Pedagogia, pois em fevereiro de 2009 acontece o primeiro vestibular para o curso e inicia-se mais uma etapa.

O curso de Licenciatura em Pedagogia foi iniciado estando ainda em funcionamento 9 turmas do Curso Normal Superior. O espaço agora era dividido entre as 9 turmas do curso citado e as 3 novas turmas do Curso de Pedagogia.

Certamente ocorreram algumas desconfianças. Os alunos do Curso Normal Superior sentiam-se preteridos pelos novos e comentavam que os alunos do Curso de Pedagogia tinham privilégios que eles não tinham. Isso ocorreu porque havia uma intenção da FAETEC em transferir automaticamente todos os alunos do curso anterior para o curso de Pedagogia, o que não ocorreu, causando mal estar. Enfim estava definitivamente instituído o curso de Pedagogia no ISEPAM.

Por outro lado o curso não era bem visto por universidades já reconhecidas em formação docente. Como uma instituição de Educação Básica poderia “dar conta” de levar adiante um curso superior? Foram muitas conversas para que os alunos acreditassem que o curso não era um “Normal Superior melhorado”.

O Curso de Pedagogia no ISEPAM

O Curso de licenciatura em Pedagogia foi criado pela Resolução CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em pedagogia. Foi elaborado um Projeto para implantação do mesmo de acordo com o documento citado. De acordo com a Resolução 01/2006, Art 2º,

As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (BRASIL, 2006).

Logo após o início do curso surgem rumores de que o Curso Normal Superior e o Curso de Pedagogia possuíam a mesma habilitação. Foi feito então um trabalho intenso para divulgar as Diretrizes para o curso, porém algumas dúvidas ficaram no ar, tais como: o que

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significa área de serviço e apoio escolar? Quais outras áreas que são previstos conhecimentos pedagógicos o formando pode atuar? Enquanto essas dúvidas eram levantadas, verificava-se que instituições no município ofereciam uma habilitação completa em seu diploma, o que não estava de acordo com Art. 10 (2006), “as habilitações em cursos de Pedagogia atualmente existentes entrarão em regime de extinção, a partir do período letivo seguinte à publicação desta Resolução”. Muitas dúvidas surgiram entre os discentes e alguns até preferiram trancar a matrícula e se matricular em instituições privadas que ofereciam em seu diploma todas as habilitações que os alunos desejavam.

As Diretrizes do curso de Pedagogia (2006) foram estudadas pela coordenação, alunos, direção, professores, supervisores, buscando entendimento claro e seguro da habilitação final. De acordo com a mesma, o curso de pedagogia deveria se organizar da seguinte maneira: um núcleo de estudos básicos; um núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos; um núcleo de estudos integradores.

No entanto os discentes do curso no ISEPAM buscavam mais do que isso. Muitos desses alunos já trabalhavam em instituições de ensino privadas e públicas e buscavam formação para Orientação Educacional, Inspeção Escolar e Supervisão Escolar.

No Art. 14 da Resolução 01 (2006) está previsto que “a Licenciatura em Pedagogia, nos termos dos Pareceres CNE/CP nos 5/2005 e 3/2006 e desta Resolução, assegura a formação de profissionais da educação prevista no art.64, em conformidade com o inciso VIII do art. 3º da Lei nº 9.394/96”. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN 9394/1996), no Art 64 lemos que

A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Logo se entende que a habilitação do curso de licenciatura em Pedagogia é bem ampla. Contudo observa-se que para que isso ocorra é necessário o concluinte ter em seu currículo disciplinas que o respaldem a exercer as funções elencadas no Art 64 da LDBEN (1996).

Essas dúvidas e outras afins surgiram durante os primeiros períodos do curso, o que demandou muito estudo, busca de informações e consultas a órgãos superiores, sem contudo ter uma decisão definitiva.

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A despeito das dúvidas, a procura pelo curso continuava e crescia a cada período. No município era o segundo curso de pedagogia em uma instituição pública, porém de mais fácil acesso e sem o rótulo de universidade, que de certo modo, trazia receio a alguns discentes que estavam há muitos anos fora de sala de aula.

O curso de licenciatura em Pedagogia, de acordo com o seu Projeto Pedagógico (2008), é ministrado em 7 períodos, com 3.600 horas, 400 horas de estágio curricular obrigatório a partir do 4º período e 100 horas acadêmicas. Nos dois primeiros períodos são apresentadas as disciplinas básicas: Didática I e II, Filosofia da Educação I e II, História da Educação I e II, Fundamentos Sociológicos da Educação I e II, Fundamentos Psicológicos da Educação I e II, Pesquisa e Prática em Educação I e II e uma eletiva. Nos demais períodos são ofertados disciplinas específicas, tais como: Teorias do Currículo, Educação de Jovens e Adultos, Avaliação Institucional, Avaliação da Aprendizagem, Planejamento Institucional, Políticas Públicas, Coordenação e Gestão do Trabalho Pedagógico na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, dentre outras.

O que se pode perceber no conjunto das disciplinas é a falta de correlação prática entre elas, não pela apresentação dos conteúdos, mas pela dificuldade de muitos docentes em ter uma visão global, interdisciplinar da educação. Isso se deve ao fato de que a formação dos professores que compõe o quadro de docentes não é na maioria dos casos, uma formação integral, holística e, isso inevitavelmente é transferido para o aluno. Muitos possuem pós graduação stricto sensu, mas com a formação superior como bacharel e não licenciatura, o que traz prejuízo na formação do discente, auxiliando pouco na prática da sala de aula. Ocorre de cada professor atuar nas suas particularidades, dentro de sua disciplina, sem dialogar com as demais.

Contudo, o curso também possui em seu quadro de professores efetivos e também contratados, pedagogos com prática em educação básica e com pós-graduação stricto sensu, o que auxilia a minimizar as dificuldades citadas. O curso oferece 120 vagas semestrais, com 3 novas turmas em cada semestre. Até o ano de 2010 os alunos eram inseridos exclusivamente através do vestibular. A partir de 2011, a FAETEC fez a adesão ao SISU, o que modificou o perfil dos ingressantes, o que não será assunto para este trabalho.

O quantitativo de alunos que busca uma vaga no curso sempre foi muito grande, a procura é sempre maior do que a oferta. Hoje o curso conta com 21 turmas de todos os períodos, atendendo alunos no período diurno e noturno.

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A partir de 2011, os alunos que estavam nos últimos períodos começaram a fazer provas de concurso e antes de concluírem, já eram aprovados. Isso foi um grande estímulo para os demais e para os que buscavam um curso de Pedagogia de qualidade. Após concluírem, assumiam cargos de professores e também de pedagogos em instituições públicas e privadas.

Temos como exemplo a primeira turma de formandos, no ano de 2012. Todos os alunos concluíram o curso e imediatamente estavam empregados. E a maioria com dois vínculos, tanto públicos como privados. Neste mesmo ano o município fez um concurso e os alunos a partir do 4º período foram aprovados e, os primeiros lugares para pedagogo foram para os alunos do curso. Isso foi como um frescor sobre a instituição, pois até aquele momento havia dúvidas de que os alunos pudessem exercer outras funções senão a de professor.

Metodologia

A metodologia consta de documentos oficiais, artigos eletrônicos, arquivos coletados nos seis anos do curso, planilhas, anotações, documentos específicos do curso, relatos orais, Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), horários, fichas diversas, dentre outros. Consta ainda de observação participante, resultado oficial do ENADE, dentre outros.

Resultados e Discussão

Como exposto nesse trabalho, o curso de Pedagogia de maneira geral, sempre esteve em busca de sua identidade. Ao contrário de outras habilitações, o pedagogo ainda está em busca de saber a sua área de atuação, pois conforme a Resolução 1 de 2006, as funções são muitas e ouve-se de professores e alunos se a formação que o curso oferece permite todo esse leque de responsabilidade. Com anos de estudo, de elaboração de documentos, o curso de pedagogia ainda necessita ser observado e ter o seu objetivo claramente definido.

Diante do quadro apresentado do curso no ISEPAM entende-se que a partir das primeiras cadeiras ocupadas pelos alunos, principalmente em concursos públicos, pode-se perceber a importância do mesmo para a instituição como um todo e para o município. Este foi um curso pioneiro em uma instituição pública que não é universidade e, por isso todas as lutas oriundas desse processo foi de grande aprendizado.

O curso hoje tem formandos assumindo funções de destaque em instituições públicas e privadas; alunos que fizeram pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Os alunos participaram

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do primeiro ENADE em 2011 estando ainda no 6º período e para surpresa de todos foi o 2º colocado no município.

Outro fator de destaque do curso na instituição é a oportunidade de o mesmo estar em funcionamento no mesmo espaço onde funciona um Colégio de Aplicação (CAP), servindo de campo de estágio para os alunos em todas as modalidades, Educação Infantil, Séries iniciais do Ensino Fundamental, Formação Geral, Formação em Normal Médio. A instituição oferece ainda Pós-graduação lato sensu em Gestão Escolar, dando possibilidade de os formandos ingressarem imediatamente na pós-graduação.

Conclusões

Ao buscarmos elaborar uma visão parcial do curso, pois ele ainda está em andamento, observa-se que esta é bem positiva. O curso é reconhecido como referência na região. O fato de os alunos serem aprovados em concursos diversos é em si mesmo a certeza de que o curso está dando certo.

No entanto as dificuldades apresentadas precisam ser resolvidas. A própria Mantenedora não tem experiência em curso na área de educação, por ser relativamente nova e por lidar na maior parte do tempo com cursos técnicos.

Os legisladores necessitam ouvir as instituições antes de fazerem as suas leis, observar o interior dos estados, as realidades diferentes das capitais, os anseios dos professores. O curso ainda precisa de algum complemento legal para que a sua identidade seja completa.

É necessário orientação aos municípios na elaboração de seus editais para que se sintam seguros em fazer concursos para professores e para pedagogos.

As dificuldades iniciais enfrentadas pelos alunos do Curso Normal Superior foram em parte resolvidas, pois muitos fizeram vestibular para ingresso no Curso de Pedagogia e ficaram isentos das disciplinas já cumpridas, conseguindo com isso dois diplomas em curso superior. Em 2012 a FAETEC fez um edital de transferência específico para alunos do curso Normal Superior.

O ISEPAM hoje tem um curso superior consolidado, ainda com dificuldades por falta de professor, infra estrutura, verba para gerir o mesmo, mas avançando para ampliar os seu horizontes.

Referências

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______. Decreto-Lei nº 5.125 de 22 de dezembro de 1942. Dispõe sobre o ensino superior de Filosofia, Ciências, Letras e Pedagogia. Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1942. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del5125.htm#art5>. Acesso em junho de 2015.

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