MOVIMENTO RELATIVO
• O movimento é um conceito relativo cuja descrição depende de um referencial específico escolhido pelo observador.
• Diferentes observadores usando sistemas referenciais diferentes obtém diferentes descrições de um mesmo movimento.
• Como relacionar estes resultados distintos de um mesmo movimento ?
• É esse o objectivo do estudo do movimento relativo.
• Um referencial é escolhido de modo a facilitar a descrição do movimento do objecto que se pretende estudar. Exemplos:
• movimentos na Terra : referenciais ligados à Terra
• astronomia : referenciais em estrelas que se podem considerar imóveis (“estrelas fixas”)
• física atómica : referencial no núcleo atómico (os electrões são muito mais leves que o núcleo podendo-se considerar que a posição nuclear é fixa relativamente aos electrões)
• Não existe um referencial absoluto. Velocidade Relativa
Velocidades de A e B medidas pelo observador O
dt r d vA = A dt r d vB = B
Vector posição de B relativamente a A A
B BA AB r r
r = = −
Vector posição de A relativamente a B rAB = −rBA
B A AB BA r r r = = − Y X Z rB rA vB -vA vA vBA A B O Trajectórias de B em relação a O Trajectórias de B em relação a A rBA
Velocidade de B em relação a A: Velocidade de A em relação a B: A B A B BA A B BA v v v v v dt r d dt r d dt r d O O − = − = ⇔ − = B A B A AB B A AB v v v v v dt r d dt r d dt r d O O − = − = ⇔ − = Aceleração Relativa Aceleração de B em relação a A: Aceleração de A em relação a B: A B BA A B BA a a a dt v d dt v d dt v d − = ⇔ − = B A AB B A AB a a a dt v d dt v d dt v d − = ⇔ − = AB BA v v = − dt r d vBA = BA dt r d vAB = AB Velocidades de B e A relativas a O
(por vezes omite-se o índice O)
AB BA a a = − dt v d aBA = BA dt v d aAB = AB aA e aB são as Acelerações de B e A relativas a O
Exemplo:
Considere dois aviões A e B deslocam-se, num dado instante, com as velocidades indicadas na figura seguinte.
Calcule a velocidade do avião B relativamente ao A e a velocidade do avião A relativamente ao B.
( )
( )
( )
( )
º 23 500 / 8 . 459 ) ( Cos kmh 500 4 . 196 8 . 459 v j 4 . 196 i 8 . 459 v v º 157 500 / 8 . 459 ) ( Cos kmh 500 4 . 196 8 . 459 v j 4 . 196 i 8 . 459 v v v j 4 . 346 i 200 j 60 sen 400 i 60 cos 400 v j 150 i 8 . 259 j 30 sen 300 i 30 cos 300 v X X 1 2 2 AB ^ ^ BA AB X X 1 2 2 BA ^ ^ A B BA ^ ^ ^ ^ B ^ ^ ^ ^ A ± = θ ⇒ + = θ = + = − = − = ± = θ ⇒ − = θ = + = + − = − = + − = + − = + = + = − − 30º 60º A B vA = 300kmh -1 vB = 400kmh -1 X Y 30º 60º A B X Y vA -vB vAB vBA -vA vB -23º 157ºMovimento Relativo De Translacção
Seja O´x´y´z´ um referêncial móvel com velocidade vTr em relação ao referencial fixo Oxyz
ref.fixo ref.móvel/ O ´/ O óvel obj./ref.m ´ O / A ixo obj./ref.f O / A v transporte de velocidade a é v v relativa velocidade a é v ´ v v absoluta velocidade a é v v = ≡ = ≡ = ≡ Tr v tem-se fixo . ref / móvel . ref móvel . ref / . obj fixo . ref / . obj v v v ´ v v = + vTr ⇔ = + ou fixo . ref / móvel . ref fixo . ref / . obj móvel . ref / . obj v v v v ´ v = − vTr ⇔ = − • Acelerações fixo . ref / móvel . ref móvel . ref / . obj fixo . ref / . obj a a a ´ a a = + aTr ⇔ = + ou fixo . ref / móvel . ref fixo . ref / . obj móvel . ref / . obj a a a a ´ a = − aTr ⇔ = −
Se a velocidade de transporte fôr constante aTr = 0 e logo A aceleração é invariante em todos os referenciais animados de movimento relativo de translacção uniforme
• Componentes normal e tangencial da aceleração
como a aceleração está dirigida para a concavidade da trajectória pode-se decompô-la em duas componentes, uma tangencial (aT) e outra normal (aN) à trajectória
Considerando o versor da tangente à trajectória (ûT) tem-se:
( )
dt dû v û dt dv t d û v d t d v d a T T T = + = = ? dt dû de valor o Qual T a aN aTaT descreve a variação do módulo da velocidade aN descreve a variação da direcção da velocidade
Variação do módulo da
velocidade Variação da direcção
da velocidade A A’ φφφφ φφφφ ρρρρ dφ dφ ûN ûT v j ^ i ^
( )
( )
( )
^( )
^ ^ ^ ^ ^ j cos i sen j 2 sen i 2 cos û j sen i cos û A´ e A entre arco o é ds N T φ + φ − = π + φ + π + φ = φ + φ = ds C( )
( )
( )
( )
N T T û dt d dt dû j dt d cos i dt d sen j sen i cos dt d dt dû ^ ^ ^ ^ φ = φ φ + φ φ − = φ + φ =introduzindo o deslocamento na trajectória, ds, obtém-se
ds d v dt ds ds d dt d φ = φ = φ
As normais às curvas nos pontos A e A´ interseptam-se no ponto C que se designa por centro de curvatura. Este ponto permite definir o raio de curvatura, ρρρρ, como a distância entre os pontos C e A.
ds pode ser calculado por ds = ρdφ logo ρ = φ 1 ds d
conclui-se então que
N T vû dt dû ρ = N T û v û dt dv a 2 ρ + = aT aN 2 4 2 2 N 2 T v dt dv a a a ρ + = + = conclui-se que dt dû T é normal à trajectória
Movimento Circular
Trajectória deste movimento é uma circunferência
A velocidade é perpendicular ao raio R=CA pois a velocidade é tangente à circunferência
v θ s X A C R ) radianos em ( R s R s θ θ = ⇔ = θ dt d R dt d R dt ds v = = θ = ω ω = θ Velocidade escalar (ms-1) Velocidade angular (rad s-1) r γ X R Y Z O v = ω x r ω C A
( )
( )
r x v sen r R v k dt d sen r R ^ = ω γ ω = ω = θ = ω γ = Só em movimento circular (R e γ constantes)• Movimento Circular Uniforme (ω=constante)
(
o)
o t t t t dt d dt d dt d o o − ω + θ = θ ⇔ = θ ω ⇔ ω = θ ⇔ θ = ω θ∫
∫
θNeste caso tem-se um movimento periódico pois após uma rotação de 2π volta-se ao ângulo inicial θo.
Se θo=0 e to=0 tem-se θ=ω t <=> t θ = ω logo 2 f T 2 π = π = ω
ω é perpendicular ao plano em que a rotação ocorre
O sentido de ω é determinado pelo sentido do movimento de
rotação através da regra da mão direita ou do saca-rôlhas
Tempo que demora a efectuar uma volta (ou revolução) completa
) s ( n t T : = n
Período tempo que demora a efectuar n voltas
Número de voltas por unidade de tempo ) Hz s ( T 1 t n f : 1 n = = = − Frequênca
• Aceleração angular dt dω = α 2 2 dt d dt d θ = ω = α
( )
o o t t o t t o dt dt t-t o o α + ω = α + ω = α + ω = ω∫
∫
(
)
[
]
( )
(
)
2 o o o o t t o o o t t o t t 2 t-t dt t t dt o o − α + ω + θ = − α + ω + θ = ω + θ = θ∫
∫
• Componentes normal e tangencial da aceleração no movimento circular v θ X C R aT = αR ûT aN = ω2R ûN a Variação da velocidade angular com o tempo
No movimento circular a direcção de ω não varia
Quando α é constante obtém-se o
movimento circular uniformemente variado