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Falcoaria do antigo Paço Real de Salvaterra de Magos. IPA Monumento Nº IPA PT

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Falcoaria do antigo Paço Real de Salvaterra de Magos IPA Monumento Nº IPA PT031415040005 Designação

Falcoaria do antigo Paço Real de Salvaterra de Magos

Localização

Santarém, Salvaterra de Magos, Salvaterra de Magos

Acesso

Av. José Luís de Brito Seabra, nº 17

Protecção

IIP, Dec. nº 39 175, DG 77 de 17 Abril 1953

Enquadramento

Urbano, no limite O. da vila de Salvaterra de Magos, próximo de um curso de água artificial, conhecido por "vala" ou "sangria" *1, localizado a N.. Tem adossadas algumas construções e anexos. Nas proximidades, a O., localizam-se o Celeiro da Vala Real (v. PT031415040002) e a Fonte do Arneiro (v. PT031415040022).

Descrição

Planta centralizada, composta, regular e simétrica. O edifício da Falcoaria compreende um conjunto de oito corpos de plantas quadrangulares e rectangulares regulares, dispostos alternadamente em torno de um pátio quadrangular, um pombal de planta circular localizado fora do pátio, a NO., e um pátio secundário fechado por muro com pequena construção, a SO. do conjunto principal. Os corpos são térreos, exceptuando os dois que definem o eixo principal do conjunto, no sentido SE.- NO., de dois pisos, com portas centralizadas e fachadas simétricas estabelecendo entre ambos uma ligação axial, o primeiro correspondente à fachada principal, o segundo outrora comunicante com o pombal através de uma

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galeria abobadada. Cobertura em cúpula no pombal e coberturas diferenciadas em telhados de quatro águas em alguns dos restantes corpos, encontrando-se as de outros já em completa ruína. Fachadas de pano único, rasgadas por janelas e portas rectangulares de verga recta e em arco abatido, com molduras lisas de cantaria, encontrando-se alguns dos vãos entaipados; Fachada do corpo NO. virada ao pátio, com acesso principal ao nível do segundo piso, através de escadaria de dois lanços rectos e convergentes, rasgada inferiormente por túnel que daria acesso à galeria do pombal; Corpo NE. recuado em relação ao exterior, formando pequeno pátio de planta rectangular alongada, fechado por muro alto. POMBAL constituído por um torreão circular de 8 metros de altura, com cobertura em cúpula, aberta por quatro lunetas para entrada e saída das pombas; muros exteriores contrafortados; INTERIOR com 5,30 m de diâmetro e paredes vazadas por 305 nichos quadrangulares para as aves, munidos de poiais e formando sete registos; dois tirantes de ferro, cruzados, ao nível do tambor.

Descrição Complementar

Não definido

Utilização Inicial

Pecuária: falcoaria do Paço Real

Utilização Actual Devoluto Propriedade Pública: Municipal Afectação Sem afectação Época Construção Séc. 18

Arquitecto | Construtor | Autor

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ordenadas pelo Infante D. Luís); Custódio Vieira (direcção da obra do Paço, em meados do séc. 18); João Frederico Ludovice e Carlos Mardel (reconstrução pós-terramoto); Petronio Mazoni (construção do novo picadeiro junto do Paço); Gabinete Espaço Cidade, Arquitecto Coordenador João Pedro Vieira (Projecto de recuperação dos edifícios da Falcoaria).

Cronologia

1383 - Assinatura do contrato de casamento da infanta D. Beatriz com D. João I de Castela, realizada no Paço Real de Salvaterra de Magos; Séc. 16, primeira metade - Reedificação do Paço por ordem do Infante D. Luís, Duque de Beja, para quem transita o senhorio da Vila de Salvaterra; 1514 - Fundação da Capela pelo Infante D. Luís; Séc. 16 - Por ordem do Cardeal D. Henrique, o senhorio de Salvaterra, herdado por D. António Prior do Crato, é integrado com todas as suas propriedades na casa real; Séc. 16, finais - Filipe II atribui um orçamento anual de 80 mil reis para ampliação e conservação do Paço; 1689, 15 de Dezembro Manuel do Couto é nomeado Mestre de Obras do Paço; 1690 -Ampliação e renovação do Paço por ordem de D. Pedro I, ficando a existir um palácio "novo" e um palácio "velho" interligados; Séc. 18, Inícios - Retomada em Portugal a actividade da Altanaria, com instalações próprias em Salvaterra de Magos; 1734 / 1747 - Obra do Paço é dirigida por Custódio Vieira; 1745, 24 de Junho - Chegam a Lisboa falcões com destino a Salvaterra, oferecidos ao Rei pelo Grão-Mestre da Ordem de Malta; 1747 - Carlos Mardel sucede a Custódio Vieira na direcção da obra do Paço; 1752 - Fixam-se em Salvaterra 10 falcoeiros holandeses oriundos de Valkenswaard, onde existia uma importante escola de Altanaria; 1780 - A Falcoaria de Salvaterra tem cerca de 30 falcões e é constituída por três repartições, com mestres e oficiais, quase todos de origem holandesa e dependentes do MonteiroMor; 1754, 9 de Outubro -Chegam a Salvaterra 60 falcões, presente do Rei da Dinamarca; Séc. 18, meados - Ampliação e remodelação dos edifícios do Paço e construção de uma casa da Ópera por ordem de D. José; 1755 - O Paço é gravemente danificado pelo terramoto, sendo nos anos seguintes, objecto de

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profundas obras de restauro e reconstrução, que incluíram a casa da Ópera e a Falcoaria; Séc. 18, segunda metade - São numerosas as deslocações da família real a Salvaterra; 1775 -Construção de um novo picadeiro, junto do Paço; 1788, 29 de Janeiro - Casamento do Duque de Lafões com D. Henriqueta de Menezes, filha do Marquês de Marialva, realizado na Capela Real de Salvaterra, tendo sido padrinhos a rainha D. Maria I e o príncipe D. José; Séc. 18, finais - Mantém-se a conservação periódica do Paço, mas as estadias da família real vão sendo progressivamente mais raras; 1815 - O almoxarife do Paço faz insistentes pedidos de obras; 1817 - Incêndio provoca graves danos no Paço, salvando-se apenas a Capela, a Falcoaria e a casa da Ópera e duas das nove chaminés das cozinhas; 1818, 28 de Setembro - Outro incêndio provoca mais danos no Paço, já bastante arruinado; 1818 - O Mestre Falcoeiro Henrique Weymans, dá notícia do abandono e degradação das instalações da Falcoaria, pedindo insistentemente a sua recuperação; 1821, 8 de Fevereiro - Cortes Gerais extraordinárias decretam a abolição das Coutadas, extinguindo todos os empregos e ofícios relativos à sua administração e guarda; 1821, 31 de Março - A Regência do Reino determina a extinção de todos os ofícios, incumbências e ordenados das pessoas empregadas na Falcoaria Real, cujas casas se encontravam em muito mau estado; 1833, 30 de Janeiro - O almoxarife do paço participa ao Conde de Basto a necessidade de reparações em parte da Falcoaria, nas coberturas da Ópera que se achavam em ruínas, na galeria das damas a nas cozinhas, das quais restavam apenas duas chaminés; 1835, Abril - O governo é autorizado a vender bens de raiz nacionais, procedendo-se ao inventário de todos os objectos pertencentes à Real Falcoaria; 1849, 10 de Setembro - A rainha D. Maria II autoriza a cedência ao Estado de todos os prédios da Coroa, dependentes do Almoxarifado de Salvaterra, incluindo o que restava do Paço, Capela, cavalariças, pombais e Falcoaria, que se encontravam já bastante arruinados; 1858 Tremor de terra agrava o estado de ruína do Paço; 1862 -Exceptuando a Capela, a ruínas do Paço são arrematadas em hasta pública e parte das suas paredes demolidas, aproveitando-se a pedra para as ruas e estradas do concelho; os proprietários

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particulares das construções que ainda restavam vão modificando a sua traça primitiva, com remodelações, substituições de telhados e construção de anexos; 2002 -Projecto de recuperação dos edifícios da Falcoaria, da autoria do gabinete Espaço Cidade, sob coordenação do Arquitecto João

Tipologia

Arquitectura de pecuária, setecentista. Falcoaria de planta centralizada e simétrica, com pátio interior quadrangular comunicante com pombal de planta circular; Planta e fachadas de axialidade acentuada, com marcação do eixo de simetria desde a fachada principal ao pombal; Pombal de cobertura em cúpula e paredes vazadas por nichos quadrangulares.

Características Particulares

Com fortes influências das falcoarias holandesas setecentistas, particularmente as da Vila de Valkenswaard, a Falcoaria Real de Salvaterra de Magos constitui exemplar único no género, na Península Ibérica.*4

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Paredes em alvenaria de pedra ordinária e tijolo maciço; reboco de cal e areia; paredes interiores em tabique; guarnições dos vãos em cantaria de calcário; portão de ferro da fachada principal; estrutura do telhado, portas e janelas em madeira; pavimentos em mosaico e tijoleira; cobertura em telha marselha

Bibliografia

NUNES, Manuel Carlos, Guia turístico de Salvaterra de Magos, s.d.; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, Vol. 3, Lisboa, 1949; CÂNCIO, Francisco, Curiosidades Históricas de Salvaterra de Magos, Vida Ribatejana, Março - Abril, 1952; PEREIRA, Camacho (org.), Salvaterra de Magos, Cruz Quebrada, 1953; ESTEVAM, José, Anais de Salvaterra de

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Magos - Dados Históricos desde o séc. XIV, Lisboa, 1959; CORREIA, Joaquim M. Silva, Algumas notícias da Real Falcoaria de Salvaterra de Magos, Caça e tiro ao voo, Ano 1, nº 2, 1964; BRITO, Manuel Carlos de, A Opera de Corte em Portugal no séc. XVIII , Colóquio Artes, nº 76, Março, 1988; IDEM, Opera in Portugal in the Eighteenth Century, Cambridge, 1989; CORREIA, Joaquim M. Silva e GUEDES, Natália Brito Correia, O Paço Real de Salvaterra de Magos - a Corte, a Ópera, a Falcoaria, Lisboa, 1989; IDEM, Falcoaria Real, (catálogo da exposição realizada no Museu Nacional dos Coches), Lisboa, 1990.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Carta de Risco; CMSalvaterra de

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Carta de Risco

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Carta de Risco

Intervenção Realizada

Não definido

Observações

*1 Canal artificial com capacidade para cerca de 60 embarcações e munido de porto de rio, correndo a N. da vila de Salvaterra de Magos, que permitia o transporte directo do Tejo para o antigo Paço Real e para a Falcoaria. Através deste canal chegava, vinda de Lisboa em escaleres ou bergantins, a família real e a corte; *2 Embora fisicamente separadas, a Capela e a Falcoaria do antigo Paço real faziam outrora parte de um núcleo comum, compreendendo um vasto conjunto de edifícios e espaços descobertos, incluindo, entre outros, hortas, jardins, aposentos da família real, comitiva e serviçais, Casa da Ópera, Residência do Almoxarife, cozinhas, cocheiras, cavalariças e anexos agrícolas. Para além da Capela, das Casas da Falcoaria e de alguns elementos dispersos, restam apenas duas chaminés das antigas cozinhas, hoje

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integradas em propriedade privada; *3 O projecto de recuperação da Falcoaria prevê a reconstrução dos edifícios no seu traçado original e com materiais idênticos aos originais, a reactivação do pombal, a criação de um espaço museológico dedicado à caça de Altanaria, de um restaurante de caça, e de espaços destinados à criação de falcões e à realização de demonstrações com estes animais, recriando as antigas caçadas que se realizavam em Salvaterra de Magos ; *4 Sendo possuidora de coutadas e grandes áreas de mata em Salvaterra de Magos, as estadias da família real naquela vila tiveram como principal motivo a caça, sobretudo a Altanaria. Grande parte dos falcões eram capturados na Islândia e oferecidos pelo rei da Dinamarca ao rei português, sendo transportados para Amsterdão, daí para Lisboa e depois para Salvaterra, por falcoeiros holandeses de Valkenswaard.

Autor Data

Rosário Gordalina 1992 e 1993

Actualização

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