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A ESCOLARIZAÇÃO NAS ÁREAS RURAIS E NOVAS PERSPECTIVAS ECONÔMICAS PARA A MICRORREGIÃO DE ITAPECURU-MIRIM

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A ESCOLARIZAÇÃO NAS ÁREAS RURAIS E NOVAS PERSPECTIVAS ECONÔMICAS PARA A MICRORREGIÃO DE ITAPECURU-MIRIM

Rafaela Cristina Pereira; Discente do Curso de Geografia / UFMA (rafa.crisp@hotmail.com) Marinalva Costa; Discente do Curso de Geografia / UFMA (costamari2008@hotmail.com) Marcelino Silva Farias Filho (orientador) – Professor Assistente do Departamento de Geociências/ UFMA (marcelinobrasil@msn.com)

INTRODUÇÃO

Este trabalho discute a formação escolar e novas perspectivas para as atividades econômicas em comunidades rurais da Microrregião de Itapecuru-Mirim, Estado do Maranhão, buscando uma reflexão oriunda da temática Educação do Campo que contribua para o aprofundamento do debate a partir da discussão sobre as dificuldades estruturais, econômicas e sociais no campo. Assim, apresenta-se uma abordagem histórica adentrando nas propostas de políticas públicas governamentais para a solução dos problemas atualmente observados na realidade rural maranhense.

No Maranhão, as disparidades entre escolas rurais e urbanas continuam a persistir devido a diversos fatores, e que se refletem nas diferenças na estrutura física, qualificação e remuneração dos profissionais do ensino e oferta de materiais de apoio.

Tal situação torna-se complexa no caso do Brasil e em especial do Maranhão, pois, dados do PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE de 2004 mostraram que 17% da população brasileira viviam na zona rural. Esse percentual representa um expressivo contingente de 30 milhões de pessoas. Informações da mesma pesquisa mostram que a escolaridade média da população de 15 anos ou mais que vive na zona rural é de apenas quatro anos, o que corresponde quase à metade da estimada para a população urbana, 7,3 anos. As diferenças em termos de escolaridade média entre as populações urbana e rural são acentuadas em todas as regiões do país.

OBJETIVO

Este trabalho discute a formação escolar e novas perspectivas para as atividades econômicas em comunidades rurais da Microrregião de Itapecuru-Mirim, Estado do

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Maranhão, buscando uma reflexão que contribua para o aprofundamento do debate sobre a educação no campo a partir da discussão sobre as dificuldades estruturais, econômicas e sociais no campo. Ou seja, faz um diagnóstico sobre como a educação está sendo refletida no trabalho rural (extrativismo e na agropecuária).

METODOLOGIA

Para fazer a presente discussão realizou-se uma pesquisa sobre a realidade das Escolas rurais nos municípios de Itapecuru-Mirim, Vargem Grande e Nina Rodrigues, adotando-se como procedimentos metodológicos a observação in loco, o levantamento fotográfico, entrevistas informais, levantamento bibliográfico.

RESULTADOS PRELIMINARES

Concepção Histórica de Educação no Campo no Brasil

Segundo Passador (2006), a origem da concepção de educação rural no Brasil data do ano de 1889 com a Proclamação da República. Na época, o governo instituiu uma pasta da Agricultura, Comércio e Indústria para atender estudantes destas áreas, entretanto, a mesma foi extinta entre 1894 a 1906. Foi novamente instalada em 1909, como instituições de ensino para agrônomos e constituiu-se como "educação pública efetivamente nacional, nos anos 30, após a criação do Ministério da Educação".

A partir de 1930, a concepção de educação do campo se configura em um conjunto de políticas com definições elaboradas no sentido de qualificar os estudantes. No histórico da legislação educacional, um dos primeiros tratamentos de maior abrangência ocorreu na Constituição de 1934, quando os Pioneiros da Escola Nova que representaram uma nova relação de forças oriundas pelo conjunto de insatisfações de setores intelectuais, cafeicultores, classe média e até massas populares urbanas, se instalaram na sociedade solicitando reformas educacionais (PASSADOR, 2006, p. 119).

A Constituição de 1934 sinalizou para a importância de uma concepção ou meio de educação profissional voltada para o contexto industrial, e quanto no ambiente rural, Art. 156 em seu Parágrafo Único, determina que "para realização do ensino nas zonas rurais, a União reservará, no mínimo, vinte por cento das cotas destinadas a educação no respectivo

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Em 1947, a nova Constituição Brasileira propõe que a responsabilidade pelo financiamento da educação rural fosse transferida para as empresas privadas (industriais comerciais e agrícolas). Para melhor compreender tal situação o Capítulo II da Constituição em alusão que trata da Educação e Cultura, Artigo 166; inciso III define que "as empresas industriais, comerciais e agrícolas, em que trabalham mais de cem pessoas, são obrigadas a manter o ensino primário gratuito para os seus servidores e os filhos destes" (BALEEIRO; SOBRIDINHO, 2001, p. 108). Quanto à obrigatoriedade do ensino, responsabilizou as empresas industriais e comerciais em disponibilizarem escolarização gratuita aos trabalhadores menores de idade e aos filhos dos funcionários menores de 14 anos. Isso explica, porque o Brasil até 1970 esteve com uma educação do campo, sob o gerenciamento das iniciativas privadas.

De acordo com o contexto histórico mencionado, pode-se destacar o descaso histórico e legal do Estado brasileiro, referente ao plano educacional para as comunidades rurais, tendo em vista que o Brasil é um país eminentemente agrícola e que não se priorizou a educação no campo.

Com a Constituição de 1988, o Brasil conseguiu aprovar políticas educacionais bastante significativas, estabelecendo diretrizes que norteiam os sistemas de ensino a promover adequações necessárias às individualidades dos sujeitos de cada região. Enfatizando que a educação, enquanto dever do Estado e realidade social, não foge ao controle do Direito. Pois a própria Constituição Federal de 1988 no Capitulo III Art. 205 que a enuncia como direito de todos, dever do Estado, da família, incentivo e colaboração da sociedade, com a tríplice função de garantir a realização plena do ser humano, inseri-lo no contexto do Estado Democrático e qualificá-lo para o mundo do trabalho. A um só tempo, a educação representa tanto mecanismo de desenvolvimento pessoal do indivíduo, como da própria sociedade em que ele se insere.

Durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso foram elaboradas e implementadas reformas educacionais que resultam na elaboração de alguns documentos fundamentais como a Nova Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (Lei Nº 9394/96), o Plano Nacional da Educação de 2001 e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

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Em 2002, foi aprovada a Resolução CNE/CEB Nº. 01 de 03 de abril; as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo; consolidando um importante marco para a história da educação brasileira, em especial para a educação do campo.

Neste contexto, compreende-se que a educação sozinha não resolve os problemas de uma sociedade, mas é um elemento fundamental nos processos de transformação social. Sendo que com educação o sujeito pode desenvolver mecanismos capazes de melhorar suas atividades agrícolas e lutar por melhores políticas públicas e garantir uma aprendizagem com melhor qualidade para todos, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.

Importância da Educação do Campo na Realidade Maranhense

A formação escolar é fundamental para o desenvolvimento do meio rural, pois é pelo conhecimento que se conquista a cidadania e uma melhor qualidade de vida. Por outro lado, essa educação só é possível com a elaboração de programas que viabilizem a inclusão dos trabalhadores rurais num contexto de escolarização e que sejam adaptados a sua realidade como é o caso do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), Pro Jovem Campo – Saberes da Terra - que é um programa de escolarização de jovens agricultores/as familiares em nível fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), integrando-os por meio de uma qualificação social e profissional.

Programas como estes vêm contribuindo, para mudar a vida do trabalhador rural, dando-lhes qualificação e conhecimento para desenvolver melhor suas atividades no campo, oportunizando a milhares de trabalhadores rurais assentados e aos seus filhos o direito à educação pública e gratuita.

O Pronera partiu da alfabetização de jovens e adultos e chegou ao Ensino Superior, com a criação, em 2007, do curso de Pedagogia da Terra. Este é o primeiro curso superior oferecido pelo Programa no Maranhão, viabilizado por meio de parceria entre o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a UFMA (Universidade Federal do Maranhão) para o fortalecimento da educação nas áreas de reforma agrária.

A Educação de Jovens e Adultos é implementada no Estado do Maranhão por meio de cursos presenciais, semipresenciais, ou cursos e programas de alfabetização. Estes contemplam todas as cidades do Estado. Sendo executados diversamente pela Rede Pública

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(Municípial, Estadual e Federal), Sistema S(SESI), Organizações Sociais e Central Única dos Trabalhadores - CUT.

Iniciativa como a acima descrita vem proporcionar aos jovens e adultos fora da faixa etária da escolaridade regular acesso ao Ensino Fundamental, um estudo formal que viabilize a continuidade de seus estudos, bem como a profissionalização.

A Educação do Campo em alguns aspectos se constitui numa ação positiva e também negativa, em que a positiva se caracteriza por uma ação emancipatória, pois incentiva os sujeitos do campo a pensar e agir por si próprio, assumindo sua condição de sujeito da aprendizagem, do trabalho e da cultura. Enquanto que o aspecto negativo centra-se no fato de que o Estado não oferece condições para que a pessoa escolarizada se mantenha em sua comunidade, contribuindo para a sua emancipação. Essa situação tem repercutido na realidade social, na ausência de estradas apropriadas para escoamento da produção; na falta de atendimento adequado à saúde; na falta de assistência técnica e o não acesso à educação básica e superior de qualidade, entre outros.

Em relação à educação do campo, é pertinente ressaltar que historicamente a concepção de educação que vem sendo empregada pela cultura dominante e elitista, não tendo favorecido satisfatoriamente para combater o analfabetismo, elevar a escolaridade dos sujeitos, sua cultura e seu padrão de vida. Há ainda insatisfação ocasionada pelo acesso tardio à escola que na maioria das vezes, nas regiões mais pobres do Brasil, são oferecidas sem condições de oportunizar saberes para a criança, o adolescente, os jovens e adultos devido à precariedade de investimentos dessa política pública. Isso representa, sem dúvida, uma das maiores dívidas do Estado para com as populações.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei nº 9.394/96, Art. 28) estabelece que na oferta da educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação, às peculiaridades da vida rural e de cada região.

No campo específico do financiamento, a Lei nº 9.424/96, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino fundamental e Valorização do Magistério – FUNDEF, no seu art. 2º, § 2º, estabelece a diferenciação de custo por aluno, inclusive das escolas rurais, reafirmando a especificidade do atendimento escolar no campo.

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Sendo assim, pode-se perceber que, apesar de todo aporte legal, historicamente, a população rural não vem sendo reconhecida em sua especificidade, existindo uma grande lacuna de políticas públicas com financiamento voltadas para a educação do campo. No Plano Nacional de Educação, por exemplo, também não se encontra uma preocupação em desenvolver políticas específicas para a esta população. Tanto é verdade que quando se discute equidade na oferta da educação uma dicotomia que aparece é aquela que separa as escolas do campo das urbanas.

A Realidade da Educação na área rural no Estado do Maranhão

No Maranhão, as disparidades entre escolas rurais e urbanas continuam a persistir devido a diversos fatores, bem como estrutura física, qualificação e remuneração dos profissionais e oferta de matérias de apoio. Tal situação pode ser percebida na realidade de comunidades rurais nos municípios de Itapecuru-Mirim, Vargem Grande e Nina Rodrigues.

Em Itapecuru-Mirim a comunidade Magnificat apresenta a rede de ensino formal relativamente bem estruturada sendo que à escola possui dois níveis de ensino (fundamental e médio). A escola é administrada pela ONG e recebe recursos de países, como a Itália, Alemanha entre outros. É fornecido aos alunos materiais escolares para proporcionar uma melhor aprendizagem.

Ainda que a escola apresente boas condições físicas e disponha de professores para todas as séries é necessário um avanço educacional, pois o crescimento populacional da referida comunidade está cada vez mais acelerado e será de grande importância uma boa educação que atenda as necessidades da população local. Deve ser ressaltado ainda que ao término do ensino médio, haja um incentivo para ter a continuidade na graduação superior, levando a um ciclo positivo, sendo os próprios moradores os futuros professores.

Ao ser visitado a comunidade Canto da Capoeira no município de Vargem Grande no Assentamento de um grupo de mulheres quebradeiras de coco babaçu, encontrou-se a escola Canto da Capoeira com infra-estrutura inadequada para desenvolver uma aprendizagem de boa qualidade. Esta foi construída pela Sra. Maria das Graças Teixeira de 58 anos, que trabalha na escola desde 1993. Inicialmente era professora titular da escola, porém por falta de condições diversas, não foi possível continuar sua capacitação e permanecer no cargo e

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mesma escola a qual lecionou por vários anos. Ressaltou ainda a importância da educação na atualidade.

O ensino de hoje é melhor, pois a pessoa que estuda vai ajudar na melhor qualidade de vida. Não tendo que passar pelo que passei, ao aceitar uma função inferior por falta de estudo. Fui substituída por professores de Vargem Grande (sede do município) e se houvesse um estudo melhor na comunidade não havia a necessidade de trazer professores de fora, os próprios alunos daqui seriam os futuros professores, dando oportunidade de emprego para eles. Pois os nossos jovens que concluem o ensino médio com muita dificuldade se deslocando para estudar na sede do município, acabam ficando sem alternativa de trabalho. As jovens, por exemplo, vão trabalhar nas residências como empregadas doméstica na cidade. Fazendo com que haja um êxodo dos jovens para outros lugares em busca de emprego. Deixando nossa comunidade desprovida de mão de obra (Teixeira, 2009).

Segundo relato da Sra. Naide (2009) representante da comunidade Canto da Capoeira em Vargem Grande,

O poder público ainda não assumiu a responsabilidade pela construção da escola, por muitas vezes já entramos em contato com a gestão municipal, solicitando a construção de uma nova escola com melhores condições para desenvolver nossas atividades educacionais, porém só recebemos promessas vazias. Essas promessas se dão principalmente no período de eleição e depois não cumprem o que nos prometeram.

Dessa forma pode-se elencar que a realidade dessa comunidade foge do que afirma a Constituição Federal, a LDB, o Plano Nacional de Educação, as Diretrizes Operacionais para as Escolas do Campo, enfim, das exigências das leis educacionais oficiais de nosso País que dizem ser compromisso público e social, direito de todo cidadão. Nesta situação os principais prejudicados são as crianças que têm seus direitos desrespeitados pelo Estado.

Durante o trabalho de campo na comunidade Canto da Capoeira, constatou-se que, embora haja uma política de desenvolvimento do País através da educação para todos, esses recursos financeiros ainda não contemplaram boa parte dos brasileiros e em especial a sociedade maranhense que reside na zona rural.

Estas populações são desprovidas não só de políticas públicas direcionadas para a educação, mas para todos os outros setores da sociedade. Não há investimentos na saúde, tampouco para desenvolver a agricultura que é à base de sobrevivência desse povo.

Em um terceiro momento, o trabalho de campo incluiu o Assentamento Palmares II situado no município de Nina Rodrigues, criado pelo INCRA em 2000, após varias reuniões dos moradores desta área com o intuito de assegurar a legítima apropriação das terras já ocupadas pelas famílias agricultoras que reivindicavam a posse da terra. Este assentamento

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possui duas escolas que são contempladas pelo PRONERA, contribuindo na alfabetização e na inclusão de pessoas na Universidade.

Segundo os representantes da comunidade, na conclusão do ensino médio ou de algum curso profissionalizante a maioria dos alunos procura oportunidade de trabalho na sede municipal ou na capital (São Luís) o que configura um sério problema social e econômico no local, tendo em vista que os assentados, mesmo possuindo pessoas qualificadas na família, necessitam contratar técnicos para elaboração e execução de projetos. Porém, mesmo em pequena quantidade, ainda existem algumas pessoas que retornam para a comunidade e que colocam em prática o que aprenderam nas Escolas, Cursos Técnicos e Superiores. Em Palmares II há uma escola de ensino fundamental, porém a escola que oferece ensino médio está situada nos povoados da Balaiada (5 km) e em São Domingos (18 km) comunidades que também compõem o Assentamento em análise. Os docentes são de responsabilidade do Município e do Estado, que lecionam no período matutino e noturno.

Segundo os representantes do Assentamento – o Sr. José de Ribamar Spindola (Presid. do Sindicato), Sr. Anildo de Moraes (Coordenador do MST) e Sr. José Horácio (Dirigente da Associação) – afirmam que um dos principais problemas encontrados pelos jovens e adultos que buscam completar o estudo, é a questão do transporte, pois embora este seja financiado pelo MEC apresenta-se de forma precária sem nenhum conforto para os usuários. Eles ainda afirmam que: “O mesmo veículo que transporta os animais durante o dia, é utilizado no período noturno para conduzir os alunos para a escola”.

Essa realidade expressada pela comunidade é muito comum no Brasil e principalmente no Maranhão, onde as autoridades competentes conhecem esta realidade, porém não cumpre a legislação que proíbe o transporte de alunos em “pau-de-arara” (caminhão), colocando a vida desses alunos em constante risco.

Para tanto, torna-se importante explicitar a necessidade de maior aporte de recursos para prover as condições necessárias ao funcionamento de escolas do campo, tendo em vista que existem várias questões que estão ligadas diretamente a esse funcionamento como, por exemplo, a precariedade da estrutura física das escolas; as longas distâncias percorridas pelos sujeitos para chegar às escolas; as irregularidades com relação à merenda escolar; inexistência de material didático; descaso com a formação dos docentes; falta de acompanhamento

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pedagógico; relação escola - pais e comunidade, situações de trabalho infanto-juvenil e o currículo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira a fomentar o debate e a discussão em torno da educação do campo, percebe-se que no contexto histórico, social e econômico das questões da educação do campo está absolutamente relacionada à estrutura fundiária brasileira, que se caracteriza por uma grande concentração da propriedade da terra na mão de poucos, fazendo com que aconteça uma crescente expropriação dos pequenos agricultores.

A necessidade de escolarização no meio rural em função do desenvolvimento da agroindústria é cada vez mais percebida pelos vários setores da sociedade. Mas, ainda apresenta uma série de aspectos que tornam a situação da educação do campo preocupante não só para as próprias escolas e suas comunidades, mas também para os agentes oficiais que se responsabilizam pela educação no meio rural.

Embora o Brasil seja um país com viés urbano onde o desenvolvimento rural é percebido desde a perspectiva das cidades que se submetem aos interesses metropolitanos, predominando ainda, uma visão distorcida do rural que é apontado como sinônimo de atraso.

Como lembra o Relatório da Conferência Nacional - Por uma Educação Básica do Campo 1998 - a educação do campo precisa ser uma educação específica e diferenciada, isto é, alternativa. Mas, sobretudo, deve ser uma educação, no sentido amplo de processo de formação humana, que construa referências culturais e políticas para a intervenção das pessoas e dos sujeitos sociais na realidade, visando uma humanidade mais plena e feliz.

Diante dessa realidade, em que a área rural se encontra, se faz necessário mudar esse paradigma clássico e proporcionar melhores condições aos agricultores através de conhecimentos e qualificação, principalmente da agricultura familiar.

REFERÊNCIAS

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Fronteiras. v.3, n.1,pp 60-81, jan/jun. 2003. Disponível no site: http://www.curriculosemfronteiras.org. Acesso 05-01-2007

Constituição de 1988. Disponível no site: http://www.senado.gov.br. Acesso em 02/04/2010

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http://www.brasilescola.com. Acesso 05-01-2010

Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos. Relatório síntese da situação da EJA – Maranhão. Disponível no site: http://www.forumeja.org.br. Acesso 05-01-2010

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível no site: http://www.planalto.gov.br. Acesso em 02/04/2010

MIRANDA, Ana Karine Pires & ELIAS Francisca das Chagas Oliveira. A importância da

educação física na educação do campo: um Relato de experiência, pp 01-05.

Disponível no site: http://www.cbce.org.br. Acesso 05-01-2010

MST faz jornada de luta em defesa da Educação e do Pronera. Disponível no site:

http://www.mst.org.br. Acesso 04-01-2010

OLIVEIRA, Maria R Duarte de. Dos programas oficiais para a educação rural aos

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ROCHA, Helianane Oliveira. A educação do campo nos espaços das lutas políticas dos

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Educação -Universidade Federal do Maranhão. Disponível no site: http://www.tedebc.ufma.br. Acesso 04-01-2010

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TEIXEIRA, Maria das Graças. Depoimento dado em entrevista informal. Vargem Grande, MA, 2009.

UFMA e Incra discutem sobre repasse de verbas para Pronera. Disponível no site:

Referências

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