Matéria Orgânica nos Oceanos
Tópicos da aula
Introdução Definição da MO Classificação Fontes Composição• O que é MO e como ela é formada?
• Qual o destino da MO nos oceanos?
• Como a MO se relaciona com outros
constituintes da água do mar?
O que é Matéria Orgânica?
Compostos de C
Propriedade físicas e químicas diversas
grupos funcionais
Base energética e nutricional da cadeia trófica Importante para especiação de metais
Precursores de combustíveis fósseis Controle do clima global
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Fonte de MO para os oceanos
Fonte 1015 gC/ano % total
Produção Primária Fitoplancton 23,1 84,4 Macrófitas 1,7 6,2 Carga líquida Rios + Subterrânea 1,08 3,95 Carga atmosférica Chuva 1,0 3,65 Deposição seca 0,5 1,8
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Bomba biológica e PP
• Processos fisicos vs produção primária • Ausência da bomba biológica:
– Nitrato 33 mmol/m3
– Fosfato 2.1 mmol/m3
• As concentrações são <<<< nos oceanos
• Existem regiões com altos teores de nutrientes e baixa PP
Variabilidade ± 10% como a salinidade!
1960-70: Dissolvida x Particulada
Filtros de fibra de vidro ou prata de 0,45μm
Classificação da MO
Particulada Coloidal Dissolvida colóides zoo Fito bactéria Vírus mm µm nm
peneiras filtros ultra filtros
peneiras moleculares
Matéria Orgânica Dissolvida (DOM)
DOM – membrana de 0.45 µm
97% CO na água do mar ocorre na fração dissolvida filtração não é recomendada
O conteúdo de carbono é descrito como COD, sendo que o COD na água do mar varia entre 75-100 µM
Bactérias heterotróficas são os principais consumidores DOM: cadeia alimentar microbiana e fluxo de C e energia
A maior parte do DOM
reside no fundo dos oceanos resistente a biodegradação
Matéria orgânica coloidal (CDOM):
Alto peso molecular (HMW: >1000)
Colóide sólido amorfo, partículas com grande área superficial (0.001 a 1 µm)
Classificação da MO
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Matéria Orgânica Dissolvida (DOM)
1. DOC: dois reservatórios
a. Novo, rápida ciclagem do plancton (< 1000 anos) b. Velho, ciclagem lenta a partir do material fluvial
fotodegradado (5000 anos)
2. C/N (8 a 18)
a. Maiores em águas de fundo
b. Maiores para partícula menores:
4 for 500 μm and 10 for 0.003 μ m c. Maiores para MO terrestre (C/N > 15)
3. Composição pode ser usada como indicativo de fonte (Biomarcadores)
Matéria Orgânica Particulada (POM)
POM – fração retida na membrana de 0.45 µm
zona fótica: biomassa viva (microalgas) zona afótica: detritos de conchas, esqueletos de diatomáceas, pelets fecais, “neve marinha”...
mistura complexa de materia viva e detritos:
variação de tamanho, forma e reatividade
Classificação da MO
Matéria Orgânica Particulada (POM)
POM em suspensão
mistura de detritos e biomassa viva (10:1)
biomarcadores (clor a, carotenóides, ATP, DNA – biomassa viva)
Fito
Estrutura da comunidade: ciclagem e exportação de MO Estrutura básica: diversos grupos (e.g. algas verdes,
diatomáceas)
Diatomáceas de blooms (sazonal e espacial)
POM em suspensão
Bactérias
Bactérias heterotróficas: prod. secundária → ciclagem C
90% total do carbono biológico dominantes em aguas oligotróficas
Bactérias aeróbicas: luz solar → energia
até 20% total das bactérias (oligotróficos)
não foi provado se elas fixam Cinor → ciclagem global do C
POM em suspensão
Vírus
Numericamente dominante
Fração pouco significante na contribuição de MO Alça microbiana:
DOM (fito) → POM (bactérias) → DOM (protistas e vírus)
3-26% COP da PP é reciclado por lise viral para COD
infecção viral: declínio de blooms
Pastagem por protistas: minimiza limitação por Fe
Fe biodisponivel é gerado de Fe coloidal nos vacúolos dos protistas
POM em suspensão
Neve Marinha
Grandes agregados de matéria orgânica na superfície
Mucilagem, cianobacterias, espécies autótrofas, detrítos
Frágeis, degradados até os 1000m
C:N aumentam com o volume (maior agregados/mais velho)
Kaiser et al, 2005
15 Fase gel
Verdugo, 2004
• Polimeros tridimensionais
• Partículas coloidais – partículas grandes (100’s μm) • Nem todo colóide forma gel
• A maior porte é livre
Será que é
apropriado falar em tamanho,
concentração e idade de partículas?
16 • Formada min-horas • Microambientes na escala de nm – Reatividade química – Propriedades físicas – Biodisponibilidade
Fase gel
Diferente de componentes dispersos na águaMudanças (pH, força iônica, temperatura, etc.) no meio podem causar: - Alteração de tamanho, reatividade química, permeabilidade, densidade
17 Macrogels (TEP-exopolímero transparente de partículas)
• Vάrias espécies de plâncton – gigagels (m) • Formado a partir do COD
– Processo de sedimentação – Ciclagem do C
Matrix da neve marinha e da agregação dos blooms de diatomάceas
Fontes de Matéria Orgânica
19 Salinity 0 5 10 15 20 25 30 35 DO C ( μM) 50 100 150 200 250 300 350 400 450 River Seawater
Alóctonas: fonte externa
Rios e estuários 33 x 1012 COT Plantas (50% carboidratos, lipídios e material lábil de LMW – ac.fúlvicos)
Solos (subs. húmicas (70%) e material
refratário)
Millero, 2002
estuário
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• As concentrações de MPS controlam a
razão COD:COP
– SPM<
15 mg/L COD : COP ~ 10 – SPM>
500 mg/L COD : COP<
1 65% refratário21
Aportes fluviais de MO
• Descarga de água total: 35 x 103 km3/ano
– Variando de poucos m3/s – 200.000 m3/s (Amazonas)
• Aportes são dependentes:
– Tamanho da bacia de drenagem – Geologia
– Regime fluvial
– Natureza e uso do solo
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Zona COD
mg/L
Descarga de água Exportção do DOC
Km3/ano % total 106 t/ano % total
Tundra 2 1,222 3 2.2 1 Taiga 7 4,376 11.7 30.6 13 Temperado 4 10,285 27.5 41.1 17.6 Tropical úmido 8 19,186 51.3 153.5 65.6 Tropical seco 3 2,169 5.8 6.5 2.8 Semi-árido 1 262 0.7 0.3 0.1 Total 37,400 100 243.2 100 Leenheer, 1991
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A taxa de aporte fluvial é baixa
comparada a produção anual dos
oceanos (50Gt C/ano)
• Razões isotópicas
• C:N >15 ambiente terrestre • C:N ~ 7 ambiente marinho
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•
Floculação e precipitação da MO
– Resultados variam:
• Sazonalidade;
• Floculação/agregação (tamanho importa!);
• Físico-química vs. turbulência e tempo de residência
•
Fotoxidação
•
MO origem antrópica
– zona costeira (salting out)
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Atmosfera
Importante na microcamada superficial (0-100 μm)! - 10x mais DOC que a camada inferior
- Composição pouco conhecida (subst. húmicas, mono e polissacarídeos, DDT, PCBs, etc.)
- deposição seca e úmida: 2,2 1014 gC/ano
(semelhante a carga fluvial 4,0 1014 gC/ano)
- bolhas: gde parte da deposição atm é reciclada
Autóctonas:
FONTE INTERNAOrganismos autotróficos: transformadores
Reduzem o CO2 para C orgânico e estocam a energia química nos seus tecidos.
Ex: plantas (plancton e macroalgas) e algumas bactérias.
Fotossíntese ou produção primária é o processo global mais importante:
6 CO2 + 6 H2O + nutrientes => C6H12O6 + 6 O2
Autóctonas:
COP: vivo (menos de 5% do TOC no oceano)
fitoplancton – fotossíntese – 2 x 1016g C/ano
Organismos microscópios de pequena mobilidade Diatomáceas: grupo dominante
Cianobactérias, cocolitoforideos,...
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Estágios da produção primária
1. Absorção de luz por pigmentos fotosintéticos
Clorofila a: duplas ligações, elétrons
facilmente excitados pela absorção de luz
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Estágios da produção primária
2. Conversão para energia química (ADP, ATP e NADP), através de reações envolvendo o
citocromo:
4NADP + 2H2O +2ADP + 2P → O2 + 2ATP + 4NaDPH
3. Assimilação do CO2 usando o NADPH e ATP produzindo carboidratos (escuro)
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Composição do Fito
• 40% proteínas • 40% carboidratos • 15% lipídeos • 5% ácidos nucléicos Variações: - aporte de nutrientes - idade - T°C - radiação31
Composição do Fito
• Simplificação da fotossíntese: C, N e P
106CO
2+ 16NO
3-+ 1HPO
42-
+ 12H
2O +
18H
+→ C
106
H
263O
110N
16P + 138O
2C:N:P: 106:16:1
Razão de Redfield
Razão de Redfield:
razão estequiométrica para o fito/zoo é constante! (gde escala temporal)
Fontes de Matéria Orgânica
Matéria orgânica Oxigênio
C H O N P O2 Redfield et al. 1963 106 263 110 16 1 138 Anderson 1995 106 164-186 26-59 16 1 141-161 Hedges 2002 106 177 37 17 0,4 154 Muito altas Aumenta o consumo
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Autóctonas:
FONTE INTERNA
POC: não vivo
Detritos
Organismos mortos Material fecal
Agregados orgânicos
Fontes de Matéria Orgânica
fito
• Aglomerados de bactérias/detrítos
• Agregação de MO por ação de bolhas • Floculação
Controvérsia: COD autóctono vs. alóctono
Estima-se que entre 10-50% do COD seja de origem terrestre
COMPORTAMENTO CONSERVATIVO
LIGUININA
Bauer et al., (2002)
Dafner & Wangersky (2002) revisão!
Fontes de Matéria Orgânica
Proteínas (amino ácidos) Auto e Alo Carboidratos Auto e Alo
Lipídios Auto e Alo Pigmentos Auto e Alo Lignina Alo
Ácidos Nucléicos Auto e Alo
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POM:
Hidrocarbonetos, ácidos graxos, carboidratos, lignina, detrítos Terrestre ou Marinha:
N-alcanos (biomarcadores) C23-C35: terrestre
C15-C21: marinho
Acidos graxos (biomarcadores) C14-C36: terrestre
C12-C24: marinho
37 POM:
Pequena parcela: biomassa viva Grande parcela: biomassa morta
Partículas pequenas: maior parte do POM
Partículas grandes: neve marinha/pelets fecais (cadeia alimentar)
38 DOM (coluna d’água):
COD: 95% do TOC no oceano 10-20% caracterizada
Fração lábil DOM: lipídios, carboidratos, aminoácidos, pigmentos
Organismos vivos POC→ DOC:
Exudação do fito Excreção do zoo
Mineralização da MO
39 DOM (coluna d’água):
Fração não caracterizada: material inerte, altamente refratário
GELBSTOOF: macromoléculas do tipo material húmico e lignina
Micro-camada superficial: sopa orgânica SCUMS
Variedade de substâncias: POC, DOC, P, N, bactérias, DDT, PCB e metais
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Referências
Livros textos
S. Libes (1992) An Introduction to Marine Biogeochemistry R. Chester (2000) Marine Geochemistry
D.A. Hansel & C.A. Carlson (2002) Biogeochemistry of marine dissolved organic matter
Para ir mais longe
Volkman, J. & Tanoue, E. (2002) Journal of Oceanography V. 58, 265-279p.
Sarmiente & Gruber (2004) Ocean Biochemical Dynamics Baldock, et al. (2004) Marine Chemistrty V. 92, 39p.
Giorgio & Duarte (2002) Nature V. 420, 379p. Hopkinson & Vallino (2005) Nature V. 433, 142p.