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Honey humidity of Apis mellifera L (Hymenoptera, Apidae) in Roraima state, Brasil.

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Academic year: 2021

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Bol. Mus. Integrado de Roraima, Boa Vista 6:3-8. 2000

Umidade de mel de Apis mellifera L. (Hymenoptera, Apidae)...

UMIDADE DO MEL DE Apis mellifera L. (Hymenoptera, Apidae) EM

RORAIMA, BRASIL.

Sílvio José Reis da SILVA1 Maria Agripina Pereira REBOUÇAS1

RESUMO: O excesso de água no mel é um dos fatores que contribuem para a sua fermentação. O Ministério da Agricultura fixou em 20,00% o limite máximo de umidade para o mel. Com o objetivo de verificar as variações da umidade do mel em Roraima, analisamos 56 amostras provenientes de oito apiários. Em nosso estudo utilizamos um refratômetro de mão próprio para mel. A umidade média do mel foi de 19,55% (n = 56, DP = 1,42). O valor máximo encontrado foi de 21,90% e o mínimo de 16,60%. Em uma localidade (Aldeia de Taba Lascada) acompanhamos a evolução da umidade do mel durante as colheitas de agosto a outubro de 1995. Constatamos que 41,91% dos méis produzidos nessa área apresentavam um teor de umidade acima de 20%. Verificamos que, na medida em que decresceu a umidade relativa do ar, também decresceu a umidade do mel.

Palavras-chave: Mel, Umidade, Apis mellifera, Roraima

Honey humidity of Apis mellifera L (Hymenoptera, Apidae) in Roraima state, Brasil.

ABSTRACT:The excess of water in the honey can provoke its fermentation. Ministry of Agriculture fixed the maximum humidity of honey in 20%. This work had by main to verify the values of honey humidity from Roraima - Brazil. It were analyzed 56 samples of 8 apiary. The values were determined by means of one hand refractometer appropriate for honey. The average humidity was 19,55% (n = 56, SD = 1,42). The maximum value was 21,90% and the minimum was 16,60%. In the apiary of Taba Lascada Indian Community we accompany the evolution of humidity during August to October of 1995. We verify that 41,91% of yielded honey it presented highest humidity than 20%. With dicrease of the air relative humidity the humidity of honey dicrease too.

Key Words: Honey, Humidity, Apis mellifera, Roraima

Museu Integrado de Roraima - MIRR Av. Brigadeiro Eduardo Gomes s/n Parque Anauá 69305-010 e-mail silviosilva@bol.com.br Boa Vista, Roraima, Brasil.

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SILVA, S.J.R. & REBOUÇAS, M.A.P. O s a l i m e n t o s , p a r a s e r e m

consumidos, devem estar dentro dos padrões mínimos exigidos pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

De acordo com o Ministério da Agricultura, através das Portarias: SIPA No 006 de 25/07/85, Portaria 367 de 04/09/97 e da Portaria S.D.A. No 20 de 23/03/99, o mel destinado ao consumo humano deve estar isento de impurezas, sem aditivos e não f e r m e n t a d o . P a r a o p e q u e n o a p i c u l t o r , a s i m p u r e z a s s ã o facilmente evitadas com o uso de peneiras e filtros apropriados. A fermentação, porém, é um problema mais difícil de controlar.

A fermentação é o processo pelo qual as leveduras contidos no mel quebram a molécula de glicose em á l c o o l e t í l i c o e b i ó x i d o d e carbono. O álcool etílico, na presença de água é quebrado em ácido acético, produzindo o gosto azedo do mel fermentado (SOUZA,1987). Mesmo que o apicultor tome todos os cuidados para evitar que o mel não seja contaminado, ele não pode controlar o teor de umidade desse mel, pois CRANE (1983) diz que “o conteúdo de água do mel, junto com o número de células fermentadas nele, determinam se, e quando, o m e l f e r m e n t a r á a u m a d a d a temperatura”.

É sabido que as abelhas, ao manipularem o néctar, retiram água até o mínimo possível. O conteúdo mínimo vai depender das condições climáticas operantes no local, sendo a Umidade Relativa do Ar (URA) a mais significativa. Por outro lado, o mel possui a propriedade de ajustar seu conteúdo de água. Segundo ROOT,(1978) a umidade do mel mantém um equilíbrio com a URA, assim, para que o mel tenha um conteúdo de água máximo de 20%, c o m o p r e s c r e v e a l e g i s l a ç ã o vigente, a URA não deve ultrapassar os 65%.

S e n d o a u m i d a d e d o m e l

o conhecimento da evolução anual deste fator climático é essencial para o controle da qualidade do mel e também para escolha de locais m a i s a p r o p r i a d o s à a t i v i d a d e apícola.

O objetivo deste trabalho foi verificar os valores de umidade do mel produzido em Roraima.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dados foram obtidos da a n á l i s e d e a m o s t r a s d e m e l provenientes de sete apiários com cobertura vegetal variando de cerrado (Contão e Caçari), área de contato cerrado/floresta (Taiano, Fazenda SB, Taba Lascada) e área d e f l o r e s t a ( S e r r a G r a n d e e Tamandaré). O clima predominante nas áreas de origem das amostras é o tropical, com nítida estação seca que vai de setembro a março. A t e m p e r a t u r a m é d i a , a u m i d a d e relativa média e o índice de precipitação para Boa Vista são respectivamente, 27,81o C, 73,15 e 1 . 1 4 1 , 9 1 m m . ( F o n t e : E s t a ç ã o Meteorológica da Base Aérea de Boa Vista, médias de 1981 a 1993)

Para todas as amostras, o teor de umidade do mel foi determinado através de um refratômetro de mão, de fabricação japonesa, marca ATAGO, específico para mel. Quando dispusemos de mais de uma amostra da mesma época e local de colheita, foi calculada a média aritmética dos valores obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisadas 56 amostras de mel. O valor máximo encontrado foi de 21,90% e mínimo de 16,60%, a m b o s f o r a m r e g i s t r a d o s p a r a amostras de mel da localidade de Aldeia do Contão, em dez/90 e jan/ 94 respectivamente.

Podemos constatar na Tabela 1 que, das 56 amostras analisadas, 29 (51,78%) apresentaram umidade superior a 19% e destas, 16 (28,57%)

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Bol. Mus. Integrado de Roraima, Boa Vista 6:3-8. 2000

Umidade de mel de Apis mellifera L. (Hymenoptera, Apidae)...

com umidade igual ou superior a 20%. Esses resultados são mais altos que os verificados por T E I X E I R A e t . a l . ( 1 9 9 7 ) q u e , analisando 721 amostras de mel de diferentes estados brasileiros,

encontraram 6,2% das amostras com umidade acima de 20%.

Os dados obtidos no apiário de Taba Lascada (Tab. 2), de agosto a outubro de 1995, foram comparados com a URA obtidos na Estação de

TABELA-2 Colheitas de mel de 1995, apiários da aldeia Taba Lascada, Cantá - RR

DATA QUANTIDADE (Kg) UMIDADE (%)

05/08/95 40 21,00 18/09/95 90 20,30 20/09/95 90 20,20 22/09/95 63 20,00 25/09/95 60 19,80 13/10/95 64 19,80 TOTAL 407 20,18

TABELA-1 Umidade das amostras de mel analisadas, Roraima – Brasil QUANT. DE

AMOSTRAS DATA LOCAL UMIDADE (%)

01 out/90 Caçari 21,60

01 out/90 Fazenda SB 21,70

01 dez/90 Aldeia Contão 21,90

01 set/91 Fazenda SB 19,00

02 ago/93 Aldeia Taba Lascada 20,25

01 nov/93 Serra Grande 19,20

01 dez/93 * 18,00

01 jan/94 * 18,50

01 jan/94 Aldeia Contão 16,60

01 mar/94 Taiano 19,00

01 abr/94 Tamandaré 19,30

01 out/94 Aldeia Contão 19,30

03 out/94 Serra Grande 19,80

01 nov/94 Aldeia Contão 21,80

02 dez/94 Aldeia Contão 17,10

17 jan/95 Aldeia Taba Lascada 18,82

02 fev/95 Aldeia Contão 20,00

01 mar/95 Aldeia Contão 17,50

04 set/95 Aldeia Contão 21,15

04 set/95 Aldeia Taba Lascada 20,07

01 out/95 Aldeia Contão 21,00

03 out/95 Aldeia Taba Lascada 19,63

02 nov/95 Aldeia Contão 18,40

01 dez/95 Taiano 19,20

01 jan/96 Aldeia Contão 19,80

01 jan/96 Taiano 19,80 MÍNIMA 16,60 MÁXIMA 21,90 MÉDIA 19,55 Total 56 D. PADRÃO 1,42 * Localidade desconhecida

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SILVA, S.J.R. & REBOUÇAS, M.A.P. Vista, distante 20 Km do citado

apiário.

Podemos observar na Fig. 1 uma nítida tendência de queda nos valores de URA de agosto para outubro. A diminuição da URA pode

de Aracaju, Sergipe e encontrou teores de umidade de 23%. O mesmo autor conseguiu reduzir em até 4% a umidade dos favos de mel, mantendo melgueiras em ambiente controlado, com a umidade relativa em torno

18,00 18,50 19,00 19,50 20,00 20,50 21,00 21,50 05/ 08/ 95 12/ 08/ 95 19/ 08/ 95 26/ 08/ 95 02/ 09/ 95 09/ 09/ 95 16/ 09/ 95 23/ 09/ 95 30/ 09/ 95 07/ 10/ 95 14/ 10/ 95 21/ 10/ 95 Datas de Colheita Um id ade do M e l ( % ) de 40% O b s e r v a n d o a F i g . 3 , percebemos que somente nos meses de janeiro a março a URA está abaixo de 70%, que é o valor apropriado para que as abelhas consigam desidratar o mel para menos de 20% de umidade (CRANE, 1 9 8 5 ) . N o s m e s e s d e a b r i l a dezembro a umidade está acima de 70%, podendo chegar a mais de 85%

Fig 2. Umidade do mel colhido na aldeia de Taba Lascada de agosto a outubro d e 1 9 9 5 , R o r a i m a – B r a s i l .

Fig.3. Médias mensais de temperatura, umidade relativa e precipitação para

Boa Vista de 1970 a 1982 (Fonte: INEMET – RR IN EMBRAPA-UEPAT, 1982. 58 60 62 64 66 68 70 72 74

jul ago set out

Mês U m id ade R e la ti va do A r

Fig.1 Umidade relativa do ar de julho

a outubro de 1995 em Boa Vista, Roraima – Brasil.

ter acarretado a diminuição da umidade do mel no mesmo período (Fig. 2).

BROWNE(1920) e WATERS(1923) citados por ROOT(1978), expuseram várias amostras de mel à variação da umidade relativa e concluíram que o mel absorve ou perde água assim que exposto ao ar até atingir u m e s t a d o d e e q u i l í b r i o . MORAIS(1989) realizou trabalho de

0 50 100 150 200 250 300 350 ja n fe v ma r abr mai jun ju l ag o se t ou t no v de z MÊS PR E C IP IT A Ç ÃO ( m m ) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 T E M PER A T U R A E U M ID AD E RE L A TI V A PRECIPITAÇÃO (mm) TEMPERATURA oC UMIDADE (%)

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Bol. Mus. Integrado de Roraima, Boa Vista 6:3-8. 2000

Umidade de mel de Apis mellifera L. (Hymenoptera, Apidae)... em junho e julho. Devemos ressaltar

que esses são valores médios mensais e que, em anos chuvosos, esses índices podem ser mais elevados, enquanto que em anos mais secos devem ser mais baixos.

O apicultor deve tomar cuidados especiais quando colher mel nesses meses. PAMPLONA(1994) diz que para manter a umidade do mel baixa, ele deve ser desoperculado com menos de 18% de umidade e em dias secos, esperando pelo menos 3 dias depois de chuvas. Ela também sugere o envase em dias secos e em locais apropriados.

Apesar do valor médio da umidade do mel estar dentro dos padrões aceitáveis pelo Ministério da Agricultura( X = 19,55% ± 1,42%), m u i t o s a u t o r e s f i x a m í n d i c e s inferiores a 19%, como valores s e g u r o s p a r a s e e v i t a r a fermentação (ROOT, 1978 e CRANE, 1983).

O fato dos valores máximo e mínimo terem sido registrados para uma única localidade pode ser explicado pelo fato de que a aldeia do Contão está localizada na região central do Cerrado de Roraima. Sendo uma área aberta e com época seca e chuvosa bem definidas, as v a r i a ç õ e s n a U R A s ã o m a i s pronunciadas. Este fato deve ter se refletido na umidade do mel. Podemos supor que as abelhas africanizadas, por serem altamente enxameadoras e migrarem mais, p r i n c i p a l m e n t e n a f a l t a d e a l i m e n t o , d o q u e a s r a ç a s européias, não teriam a preocupação de reduzir a umidade do mel a índices mais seguros, como dizem a l g u n s a p i c u l t o r e s . P o r é m , SILVA(1968) comparou a densidade dos méis produzidos por abelhas a f r i c a n a s e e u r o p é i a s e n ã o encontrou diferença significativa. CONCLUSÃO

A umidade do mel analisado apresentou grande variação com algumas amostras com índice acima

do permitido pelo Ministério da Agricultura.

A variação na umidade do mel parece ter sido influenciada pelas variações da umidade relativa.

Considerando que a maioria das a m o s t r a s a n a l i s a d a s f o r a m p r o d u z i d a s n a r e g i ã o c e n t r o -nordeste de Roraima onde a estação seca é bem pronunciada, podemos esperar um teor de umidade bem mais alto para as regiões do sul do Estado, onde a estação seca é mais curta e o índice pluviométrico, maior.

BIBLIOGRAFIA

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julho de 1985. Normas higiênico-sanitárias e tecnológicas para mel, cera de abelhas e derivados. Diário Oficial, Brasília, 2 de agosto de 1985.

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CRANE, E. 1985. O livro do mel. 2ed. São Paulo, Nobel. 226p.

MORAES, R. de M. & BENEVIDES, L.E. T. S. A.; MENEZES, A.;PRATA, M.B. 1989. Desumificação do mel no Brasil Apicultura & Polinização 6(3):27-29

PAMPLONA,B. 1994. Qualidade do mel. IN: ANAIS DO X CONGRESSO BRASILEI-RO DE APICULTURA. Pousada do Rio Quente - Góias, pp. 353-356

ROOT, A.I.1978. The ABC of bee culture. Medina, U.S.A., A.I. ROOT company. 712p.

TEIXEIRA, E.W.; SILVA, E.C.A. da; ALVES, M.L.T.M.F.; MORETI, A.C.de C . C . ; S I L V A , R . M . B . ; S I L V A , M.V.G.B.da; Índices de condenação de méis brasileiros. B. Indústr. Anim., N. Odessa, 54(1):103-108.

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SILVA, S.J.R. & REBOUÇAS, M.A.P.

mel de abelhas “africanizadas”. Ci-ência e Cultura, 20(2):292

Referências

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