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SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE ARTIGO DE OPINIÃO : UM OLHAR INCLUSIVO E UM SER MAIS CIDADÃO

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Academic year: 2021

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ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA

( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( X ) EDUCAÇÃO

( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE

( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA

SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE “ARTIGO DE OPINIÃO”: UM OLHAR INCLUSIVO E UM SER MAIS CIDADÃO

VIEIRA, Raquel1

FERREIRA, Aparecida de Jesus2

RESUMO – A sequência didática proposta neste trabalho foi desenvolvida a partir do gênero textual “artigo de opinião” com o objetivo de tornar o aluno capaz de desenvolver atividades em sala de aula com esse gênero, tornando-se capaz de identificar e produzir de forma concisa e estruturada um texto do gênero. Visa também aumentar seu conhecimento a respeito de como vivem pessoas com deficiência, e como se pode ajudá-las, se necessário. Tendo em vista que a inclusão de pessoas com deficiência é uma necessidade e esta realidade está por toda parte no dia a dia da sociedade, o desenvolvimento desta sequência tem como objetivo proporcionar várias discussões a respeito do tema. Foram utilizados vários referenciais teóricos neste estudo. Para dar suporte para a confecção da sequência didática e reflexões sobre os gêneros textuais foram estudados os autores DOLZ, NOVERRAZ, SCHNEWLY (2004); BAKHTIN (2000); MARCUSHI (2005). Para fundamentar o trabalho com relação aos documentos educacionais oficiais foram utilizados os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (2008) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006), bem como documentos internacionais que tratam da questão de inclusão, como, dentre outros, a Declaração de Salamanca, resultado do evento realizado na Espanha em 1994. Como resultado, ressaltamos o processo de elaboração da sequência didática por meio da teoria e das discussões nos encontros, durante o ano de 2012 no GEPLIS - Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguagem e Identidades Sociais, pois contribuiu de forma significativa com a formação de um futuro professor. Em conclusão percebemos que ao transmitirmos o conhecimento das dificuldades que o deficiente pode encontrar no seu dia a dia, podemos minimizar o preconceito existente nos alunos.

PALAVRAS-CHAVE- Sequência didática. Artigo de opinião. Preconceito.

1

Raquel Vieira acadêmica do quarto ano do Curso de Letras (português/Inglês), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/CNPQ) com a pesquisa intitulada “ Análise do Livro Didático de Língua Inglesa: Uma Questão de Inclusão”, apresentada em forma de pôster no III Congresso Internacional da ABRAPUI em Maio 2012 na UFSC. Integrante do Projeto de extensão - GEPLIS - Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguagem e Identidades Sociais, orientanda da Profa. Dra. Aparecida de Jesus Ferreira. E-mail: raquelvieira.pg@gmail.com

2

Titulação, cargo e e-mail do(s) autor(es). PhD em Educação pela Universidade de Londres – Inglaterra, Professora do Programa de mestrado em Linguagem, Identidade e Subjetividade da UEPG. aparecidadejesusferreira@gmail.com

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Introdução

Discussões várias estão em pauta a respeito da diversidade de identidades em sala de aula. A

ideia de se ter uma homogeneidade de alunos vem se transformando, pois é preciso pensar que todos são diferentes e o respeito a essas diferenças é de grande importância para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Baseado nisso, este trabalho tem a intenção de mostrar que é possível desenvolver, de forma estruturada, uma sequência didática com o gênero “artigo de opinião” e o tema relacionado à pessoa com deficiência, que leve os alunos a perceberem e a respeitarem as diferenças, aperfeiçoando simultaneamente seu senso de criticidade.

Para dar suporte à realização desta proposta, o trabalho contará com pesquisa nos documentos oficiais de língua portuguesa, como os Parâmetros Curriculares Nacionais - LP ( 1998), as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná - LP (2008) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio - LP (2006), bem como BAKHTIN (2000), MARCUSHI (2005), e DOLZ, NOVERRAZ, SCHNEWLY (2004), dentre outros.

O propósito da elaboração desta sequência didática é realizar um trabalho contextualizado em sala de aula, em que o principal objetivo é o emprego dos discursos oral e escrito com os quais o aluno tenha possibilidade de desenvolver as capacidades de leitura, oralidade e produção escrita, sem deixar de lado o aperfeiçoamento de um aluno crítico e autônomo.

O objetivo desta sequência didática é proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o gênero “artigo de opinião”, mediante discussões sobre o tema “preconceito”, para que conheçam as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência tanto na vida escolar como na vida social. Assim poderemos saber como ajudar, se necessário, essas pessoas, proporcionando aos alunos uma reflexão sobre o assunto, dando voz a eles para que percebam que é possível fazer a diferença. Para seu melhor entendimento, esta sequência didática adota a concepção de linguagem interacionista, por ser ela concebida como objeto de ação entre os homens (BAKHTIN, M. M., 2000). Este artigo se divide da seguinte forma: em primeiro lugar uma pesquisa, em que apresentamos a fundamentação teórica sobre os gêneros textuais, onde poderemos ver o que dizem estudiosos como BAKHTIN (2000) e MARCUSHI (2005); em segundo lugar, abordaremos os documentos oficiais de língua portuguesa e o trato da inclusão, PCNs-LP, DCE-LP e OCEM-LP; em terceiro lugar, pesquisas de identidades sociais e o trato da inclusão; em quarto lugar, explicamos a metodologia de pesquisa; em quinto lugar, apresentamos reflexões e impressões sobre a produção da sequência didática; e, para concluir, trazemos nossas considerações finais.

Objetivos

 pensar que todos são diferentes e o respeito a essas diferenças é de grande importância para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

 mostrar que é possível desenvolver, de forma estruturada, uma sequência didática com o gênero “artigo de opinião” e o tema relacionado à pessoa com deficiência, que leve os alunos a perceberem e a respeitarem as diferenças, aperfeiçoando simultaneamente seu senso de criticidade.

 proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o gênero “artigo de opinião”, mediante discussões sobre o tema “preconceito”, para que conheçam as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência tanto na vida escolar como na vida social.

 proporcionar aos alunos uma reflexão sobre o assunto, dando voz a eles para que percebam que é possível fazer a diferença.

Metodologia

A metodologia utilizada neste trabalho foi desenvolvida a partir do que elencam Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004), como se pode ver na figura 1,

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abaixo

A partir do que ressaltam esses autores, passamos a desenvolver as atividades da sequência didática, para que ficasse estruturada e de fácil entendimento sua aplicação.

Para a realização desta sequência é importante que o professor esteja comprometido e de fato queira desenvolver um trabalho importante com os alunos, pois necessitará que o professor tenha iniciativa de procurar entidades que possam contribuir para um melhor desenvolvimento desta, como APAE, jornais locais para uma possível publicação etc.

Atividade 1:

Apresentar aos alunos o gênero a ser trabalhado: “artigo de opinião”. Explicar para os alunos que o objetivo dessa sequência didática é elaborar um livro da turma contendo a opinião de cada um sobre o preconceito, que ficará na biblioteca da escola para que possa ser visto por todos.

Conversar com os alunos sobre o que eles conhecem sobre o gênero, se já trabalharam com

um artigo de opinião. O objetivo dessa primeira aula é propor uma discus- são com a turma em um semicírculo, utilizando as perguntas da primeira atividade. Por se tratar de

um tema que pode ser polêmico, o professor deve deixar bem claro que cada aluno tem uma opinião diferente, e que nem sempre todos concordam, por isso deve-se respeitar a opinião do outro, pois o objetivo dessa discussão é conhecer o que cada um pensa e suas experiências já vividas.

Atividade 2:

Nessa aula será trabalhada a atividade dois com os alunos, primeiramente mostrando somente a foto da menina na revista, sem que os alunos vejam que é uma revista sobre inclusão, instigando-os a responderem as questões sobre a atividade. Em seguida minstigando-ostrar a capa original para instigando-os aluninstigando-os, na qual eles verão que é uma revista que trata da inclusão, e trabalhar a resposta dos alunos, também dando oportunidade para que haja uma nova discussão sobre o tema, com a sala em semicírculo.

Atividade 3:

Na atividade três, os alunos terão o primeiro contato com um artigo do gênero para se familiarizar. O professor deve pedir para que todos leiam; incentivar que todos interpretem corretamente o artigo e respondam as perguntas que seguem.

Atividade 4:

Nessa atividade o professor explorará com os alunos o que é um “artigo de opinião”, suas características e os elementos fundamentais que o compõem. Trabalhar com os alunos, mostrando-os que esses elementmostrando-os estão presentes no artigo anterior. O professor deverá pedir para que mostrando-os alunos leiam a explicação sobre o que é um “artigo de opinião”, e esclarecer eventuais dúvidas. Como por exemplo, perceber se os alunos identificam onde se encontram os verbos conjugados no imperativo; em que tipo de texto? em que lugares? com que frequência? O professor deverá explicar também o que são conjunções que agem como elementos articuladores.

Atividade 5:

Depois de realizadas discussões sobre o tema da “inclusão” e apresentado o gênero “artigo de opinião” o professor deverá realizar a primeira produção textual com os alunos, ressaltando para eles que pessoas vão ler seus artigos, e não só o professor.

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Atividade 6:

Nessa atividade o professor terá a oportunidade de verificar se os alunos entenderam o que é um “artigo de opinião”, lendo outro artigo e tentando identificar os elementos que o compõem. Essa é uma boa oportunidade para que o professor trabalhe com elementos gramaticais de forma contextualizada incentivando aos alunos que usem o texto para identificar o que está sendo estudado sobre gramática.

Atividade 7:

Nessa atividade o professor deverá perceber se os alunos conhecem os objetos que aparecem na atividade 07. Se possível o professor poderá tentar conseguir emprestado, de entidades como APAE, alguns desses objetos. Assim os alunos poderão tocar e ver de perto como são e para que servem, dessa forma diminuirá a curiosidade dos alunos quando tiverem contato com alguma pessoa com deficiência que utilize algum desses objetos.

Após apresentados e identificados os objetos, o professor poderá perguntar aos alunos se eles sabem como lidar, ou tentar ajudar uma pessoa com deficiência na rua. Em um semicírculo na sala de aula o professor poderá pedir que os alunos digam como tentariam ajudar essas pessoas. No final desse trabalho os alunos terão contato com as dicas de como oferecer ajuda ou ajudar as pessoas com deficiência.

Atividade 8:

Agora que os alunos já tiveram contato com algumas dicas em como se deve ajudar uma

pessoa com deficiência, é hora de proporcionar aos alunos a experiência de viver as dificuldades encontradas por essas pessoas. As orientações se encontram na atividade 08.

Atividade 9:

Após a atividade de experimentar as dificuldades que as pessoas com deficiência encontram, o professor deverá proporcionar uma discussão com a sala em semicírculo para que cada um relate sua experiência, utilizando perguntas para um melhor direcionamento. Sempre deve ser lembrada pelo professor a questão do respeito às diferenças e o respeito à opinião de cada um para que haja uma contribuição de todos.

Atividade 10:

A atividade 10 é uma dinâmica para trabalhar com os alunos a questão da exclusão em sala

de aula. Como o objetivo desta sequência é proporcionar aos alunos novas experiências, esta atividade é de grande importância para sua conclusão.

Atividade 11:

Essa atividade é para a reescrita da produção inicial. O professor deverá devolver a produção

inicial aos alunos pedindo para que verifiquem se na primeira produção foram usados os elementos básicos de um “artigo de opinião”, e incluir o que achar necessário, pois, após as atividades em que foi mais aprofundado o tema, é bem provável que haja muitas mudanças na primeira produção. Nessa fase é importante o professor perceber e corrigir com os alunos eventuais dificuldades em relação à produção.

Atividade 12:

A atividade doze é para os alunos se autocorrigirem verificando na tabela se sua produção está de acordo, lembrando que sua produção será exposta, e que as três mais votadas serão publicadas no jornal local.

Atividade 13:

Esse é o momento de finalização do trabalho. É importante que o professor faça as últimas

correções necessárias e elabore juntamente com os alunos a exposição dos cartazes no saguão da escola, juntamente com a votação para eleger os três melhores para possível publicação em jornal local. Após a exposição, organizar para que sejam todos digitados, encadernados em forma de livro, que será entregue oficialmente à biblioteca da escola.

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Resultados

Como resultado de produção da sequência didática, ressaltamos que ela foi enriquecedora, sabendo que foi produzida durante o 3º ano de graduação. Considerando ter sido um projeto em que cada integrante do Grupo de Pesquisa elaborava sua sequência didática, esta experiência proporcionou a ampliação do conhecimento teórico, não só a respeito da produção de material, como também sobre os diversos assuntos que foram bordados durante as discussões no grupo de pesquisa.

Podemos adiantar que ainda não foi aplicada essa sequência didática em sala de aula. Porém a sequência será publicada em formato de livro organizado pela Professora Drª. Aparecida de Jesus Ferreira, juntamente com demais sequência didáticas elaboradas durante o ano de 2012 pelos participantes do GEPLIS - Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguagem e Identidades Sociais.

Conclusões

Por meio de pesquisas realizadas em documentos como o Projeto Escola Viva (BRASIL, 2005), Espínola (2009), dentre outros, sobre o tema preconceito, percebemos que ainda é grande a discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência no ambiente escolar. Muitas vezes esse preconceito é mascarado, e a inclusão, que tem por objetivo incluir o aluno tanto na escola como na sociedade, acaba excluindo o aluno com deficiência. Pois o aluno é colocado na escola somente para dizer que está incluso, porém não há um preparo nem da escola, nem dos alunos para receber esse aluno, como é ressaltado pelo Documento Subsidiário à Política de Inclusão (BRASIL, 2005), Atendimento Educacional Especializado (BRASIL, 2007).

A intenção da elaboração desta sequência didática é exatamente desmistificar esse preconceito, pois levando os alunos a terem um contato maior com essa realidade, tanto através de conhecimento de objetos usados pelas pessoas com deficiência, como também proporcionando a experiência de perceber as dificuldades encontradas por essas pessoas, eles podem aprender como lidar da melhor forma possível com essa situação, percebendo que ninguém é igual a ninguém, e que a pessoa com deficiência tem os mesmos direitos e deveres de uma pessoa sem deficiência.

Referencias

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. Brasília, 1998.

______. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Brasília, 2006. ______. Ministério da Educação. Projeto Escola Viva. Garantindo acesso e permanência de todos

os alunos na escola. Sensibilização e convivência. v. 3. 2ª ed. 52 p. Brasília 2005.

______. SEESP /SEED /MEC, Atendimento Educacional Especializado. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional Especializado-Deficiência Mental, Brasília 2007. 83 p.

DOLZ, J. NOVERRAZ, M. SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. São Paulo. Mercado de Letras, 2004. p. 95-128.

ESPÍNOLA, Yara Xangô. Educação Especial – Desafios em busca da inclusão. Revista Espaço

Acadêmico, Maringá, n. 100. p. 57-61, setembro de 2009.

MARCUSCHI, A. L. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Gêneros textuais e ensino. Ângela Paiva Dionísio, Anna Rachel Machado, Maria Auxiliadora Bezerra (org) 4 ed. p. 19-35. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação

Básica. Paraná, 2008.

SALAMANCA. Declaração de e Enquadramento da Ação. Nas Áreas das Necessidades Educativas Especiais. Salamanca, Espanha, 7-10 de junho de 1994.

Referências

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