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Volumes de aplicação de herbicidas no controle de plantas daninhas em feijão Herbicide application volumes in weed control on bean

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678 Volumes de aplicação de herbicidas no controle de plantas daninhas em feijão

Herbicide application volumes in weed control on bean

Pedro Hideki Omoto¹; Leonardo Bianco de Carvalho²; Maurício Gomes Azevedo¹, Ronaldo Cintra Lima², Evandro Pereira Prado².

¹Vínculo Institucional: Estudante do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas – UNESP – Câmpus de Dracena. ²Vínculo Institucional: Professor assistente doutor do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas – UNESP – Câmpus de Dracena. *e-mail do autor apresentador: pe_omoto19@hotmail.com

RESUMO

O sucesso da tecnologia de aplicação de produtos fitossanitários está diretamente relacionado a uma boa deposição da calda no alvo, com o mínimo possível de deriva para o ambiente. O trabalho teve como objetivo analisar o controle de plantas daninhas com herbicidas em diferentes volumes de aplicação na cultura do feijão. O experimento foi montado na área experimental pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas da UNESP – Câmpus de Dracena/SP com 7 tratamentos e 4 repetições, em uma área de 350 m². Assim, pulverizações com herbicida graminicida (Targa 50 EC) e latifolicida (Basagran 600) foram

realizadas com os volumes de caldas de 60, 110, 160, 210 e 260 litros ha-1. Os resultados

obtidos foram submetidos a dois tipos de avaliação de eficácia. O primeiro através da porcentagem de controle das plantas daninhas e o segundo, pelo método de porcentagens de incrementos na área. Assim, foi concluído que não houve diferenças significativas entre os volumes de aplicação testados nesse ensaio no controle de plantas daninhas. Dessa forma o emprego de menores volumes pode trazer benefícios aos agricultores como o aumento da capacidade operacional dos pulverizadores.

INTRODUÇÃO

A cultura do feijão apresenta grande importância econômica e social no Brasil, visto ser este um dos alimentos básicos da população e o principal componente na dieta alimentícia dos menos favorecidos (IBGE, 2004).

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679 Dentre os maiores problemas fitossanitários para a produção de feijão, estão às plantas daninhas. Em virtude de apresentar ciclo curto, o feijão torna-se extremamente susceptível à competição com plantas daninhas, especialmente no início do desenvolvimento (LAMEGO et al., 2011), podendo ter perdas de produtividade de 13 a 60% (LI et al., 2004). Os prejuízos em produtividade decorrentes dessa competição devem-se especialmente ao fato de que nas áreas agrícolas as plantas daninhas geralmente ocorrem em densidades bem superiores às das espécies cultivadas (BIANCHI et al., 2006).

Muhammad et al. (2003) relataram que a presença de plantas daninhas na cultura do feijão reduziu a produtividade de grãos em 82%, sendo observado que não foi alterada a produtividade quando se controlaram as plantas daninhas até 45 dias após a semeadura. Em outro trabalho, Oliveira et al. (2010) concluíram que as produtividades de três cultivares de feijão foram reduzidas em praticamente 90%, devido a existência de plantas daninhas durante todo o ciclo. Ainda, plantas daninhas na lavoura podem prejudicar a operação de colheita, além de servirem como hospedeiras para pragas e doenças (LAMEGO et al., 2011).

A geração de tecnologia na aplicação de herbicidas é extremamente rápida; âmbito de melhorias no uso de recursos, tais como: escolha do equipamento, calibragem e tipo de pontas, são de fundamental importância para a aplicação de agroquímicos. Portanto, o domínio da tecnologia de aplicação mostra-se fundamental para o aumento da eficiência do produto e a diminuição da contaminação do aplicador e do ambiente, bem como para a redução dos custos nas aplicações (BAUER; PEREIRA, 2005).

Na maioria das vezes, dá-se muita importância ao produto fitossanitário a ser aplicado e pouca à técnica de aplicação. Não basta conhecer o produto a ser aplicado, também é fundamental conhecer a forma de aplicação (CUNHA et al., 2003).

Atualmente, há uma tendência de redução dos volumes de calda, a fim de diminuir os custos de produção e elevar a capacidade operacional das aplicações. O uso de menores volumes aumenta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores e diminui o risco de perdas por escorrimento (RODRIGUES et al., 2011). Contudo, essa redução pode levar a uma menor cobertura do alvo, comprometendo a eficácia dos tratamentos. Embora já seja prática comum em algumas propriedades, a redução do volume de calda ainda desperta incerteza sobre sua viabilidade e limite mínimo. Dessa forma, é muito importante conhecer as características físico-químicas das caldas de pulverização de forma a entender a função de

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680 seus componentes, uma vez que existe pouca informação a esse respeito e sobre os fatores que as influenciam (DE SCHAMPHELEIRE et al., 2008).

Essa pesquisa teve como objetivo avaliar a influência de volumes de aplicação utilizando pontas hidráulicas no controle químico do complexo de plantas daninhas na cultura do feijão em condições de campo.

MATERIAL E MÉTODOS

Características do ensaio

O experimento foi conduzido na área experimental pertencente à Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas da UNESP - Câmpus de Dracena/SP. O feijão, cultivar Pérola categoria S2, semeada no espaçamento de 0,45 m e densidade de 10 plantas por metro, para que a qual proporcionou uma população de aproximadamente 200.000 plantas por hectare. A área experimental foi submetida a uma dessecação na primeira quinzena de Junho através do herbicida glifosato 48% i.a., na dosagem de 5L de produto comercial por ha. Foi realizada adubação de semeadura na quantidade de 310 kg ha-1 do formulado 08-28-16. A semeadura do feijão foi realizada na primeira quinzena de Junho no sistema de semeadura direta no solo. O experimento ainda contou com a presença de irrigação controlada, através do sistema de microaspersores ligados conforme a necessidade da cultura.

Delineamento experimental e controle de plantas daninhas

O ensaio foi realizado no delineamento experimental em blocos casualizados com 7 tratamentos e 4 repetições. Cada parcela consta com 2,5 m (5 ruas) de largura por 5 m de comprimento, totalizando um área de 350 m².

As pulverizações foram realizadas através de pulverizador pesquisa (Herbicat®) pressurizado por CO2 equipados com 4 bicos espaçadas em 0,5 m deslocando na velocidade

de aproximadamente 5km/h. As condições ambientais como temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento foram monitoradas na ocasião das pulverizações através de Termo-higro-anemômetro digital portátil (modelo THAL-300).

Para o controle das plantas daninhas foram realizadas aplicações de dois diferentes tipos de herbicidas. A primeira aplicação realizada aos 21 dias após a emergência (DAE) com herbicida graminicida quizalofope-P-etílico. (Targa 50 EC na dosagem de 2L/ha). No

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681 momento da aplicação as condições ambientais foram: temperatura de 23,4 ºC, umidade relativa do ar de 59% e velocidade do vento de 7,35 km/h.

Na segunda aplicação aos 23 dias após a emergência (DAE) foi utilizado o produto bentazona (Basagran 600 na dosagem de 1,6L/ha) com ação latifolicida. A aplicação foi realizada na temperatura de 30 ºC, umidade relativa do ar de a 37,3 % e velocidade do vento de 4 km/h. A Tabela 1 descreve os tratamentos utilizados no ensaio. Ressalta-se que todos os tratamentos foram realizados com ponta de jato plano padrão e diferentes modelos e pressões foram utilizados somente para proporcionar os diferentes volumes de aplicação.

Tabela 1. Descrição dos tratamentos para controle de plantas daninhas na cultura do feijão em função do volume de aplicação.

Tratamento Modelo da Ponta Pressão (bar) Volume (L/ha) DMV* (µm) Classe (Gota) T1 XR 8001 1 60 177-218 Média T2 XR 8002 1 110 177-218 Média T3 XR 8002 2,2 160 177-218 Média T4 XR 8003 1,8 210 177-218 Média T5 XR 8004 1,6 260 177-218 Média T6 XR 8004 2,2 310 177-218 Média T7 -- -- -- -- --

*O diâmetro mediano volumétrico (DMV) de acordo com o fabricante.

Análise estatística dos dados

As avaliações de redução de plantas daninhas foram realizadas a cada 7 dias, através de médias visuais que foram realizadas em conjunto por três graduandos. Onde cada indivíduo estipulou uma análise visual de porcentagem de área verde, e por fim os valores de todos foram levados em consideração para se criar uma média. Assim, sabendo a porcentagem de área verde de todas as parcelas, foi possível descobrir a eficiência de controle de plantas daninhas.

O primeiro método de análise foi á porcentagem de controle, onde foi realizado uma comparação das médias das áreas verdes das parcelas que tiveram aplicação de herbicidas, com a das parcelas testemunhas (sem aplicações), a fim de descobrir a eficiência do controle de cada tratamento. Podendo ser calculada pela fórmula:

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682 Controle (%) = 100 – (Área Tratamento x 100) / Área Testemunha

Além da eficiência de controle, foi analisado o incremento da área verde comparando as médias de porcentagem de plantas daninhas nos tratamentos com as médias de área verde das parcelas antes das pulverizações.

Os valores percentuais das notas visuais de cada parcela foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pela análise de porcentagem visual da área verde realizada em todas as parcelas do experimento, foi possível ter um parâmetro para as futuras avaliações de redução de plantas daninhas. A Figura 1 apresenta as médias de porcentagem de área verde antes das aplicações de herbicida.

As plantas daninhas presentes área experimental foram: Tiririca (Cyperus rotundus)

com 47%, Trapoeraba (Commelina benghalensis L.) com 23,2%, Buva (Conyza bonariensis)

com 9,7%, Capim Amargoso (Elionurus candidus) com 6,9%, Gluanxuma (Sida rhombifolia) com 4,4% e Erva de Touro (Tridax procumbens) com 4%, Braquiaria (Brachiaria decumbens) com 2,4%, Pé de Galinha (Eleusine indica) com 0,8% e Corda de Viola (Ipomoea purpurea), Ageratum (Ageratum houstonianum) e Fedegoso (Senna occidentalis) com 0,4%.

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683 Figura 1. Porcentagem de área verde nas parcelas antes da aplicação dos herbicidas.

Não foi observada diferença significativa entre os volumes de aplicação em nenhuma das avaliações realizadas. Pelos resultados obtidos nesse trabalho verifica-se que o aumento do volume de aplicação não influenciou significativamente a eficiência de controle das plantas daninhas.

As porcentagens de controle de plantas daninhas em função do volume de aplicação são apresentadas na Figura 2, através dessa é possível perceber o desempenho de cada tratamento.

Embora os resultados obtidos não demonstrem diferenças significativas, é possível perceber que as melhores eficiências de controle foram relatadas nos tratamentos com os maiores volumes de calda.

Dentre as três avaliações realizadas após as aplicações de herbicidas, foi a de 21 DAA que demonstrou aparentemente maior eficiência no controle de plantas daninhas embora não significativa estatisticamente. Isso ocorreu devido o tempo em que os dois produtos necessitam para obter um efeito eficiente em conjunto. Sendo que o primeiro produto (Targa 50 EC), sistêmico, necessita de um tempo maior para o controle devido suas características especificas de se movimentar pela planta. Diferente do segundo produto, Basagran 600, de contato, onde o controle ocorre mais rapidamente na área onde foi aplicado.

0% 5% 10% 15% 20% 25% T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 P or ce n tage m d e ár ea ve rd e

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684 Figura 2. Porcentagem de controle de plantas daninhas em função do volume de aplicação.

Com a utilização do método de analise através da porcentagem de incremento na área, também foi possível chegar a uma taxa de eficiência dos controles das plantas invasoras. As porcentagens de incrementos de área verde de plantas após a aplicação de herbicidas em diferentes volumes de aplicação estão descritas na Figura 3.

Figura 3. Porcentagem de incrementos de área verde de plantas após aplicação de herbicidas em diferentes volumes

Observa-se que o aumento do volume de aplicação não é sinônimo de aumento de controle. Assim, como a porcentagem mínima de controle de plantas daninhas é de 80%, o

0 20 40 60 80 100 60 110 160 210 260 310 Contr ole (% )

Volume de calda (L ha-1)

7 DAA 14 DAA 21 DAA

-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 Testem 60 110 160 210 260 310 In cr em en to (% )

Volume de calda (L ha-1)

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tratamento mais viável seria o volume de 160L/ha. De acordo com BUENO et al. (2013), a redução do volume de calda representa uma possibilidade de economia de água e aumento da capacidade operacional do conjunto mecanizado, mantendo a eficácia de controle do herbicida glifosato.

O uso de menor volume de aplicação aumenta a autonomia e a capacidade operacional dos pulverizadores, o que tende a reduzir os custos e aumentar o aproveitamento de boas condições climáticas, além de diminuir o risco de perdas por escorrimento. Essa diminuição de perdas por escorrimento significaria, certamente, menor contaminação de águas superficiais.

CONCLUSÃO

Pelos resultados apresentados nesse trabalho concluímos que não houve interferência do volume de aplicação sobre a eficiência de controle de plantas daninhas na cultura do feijão.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: FIBGE, 2004. BAUER, F. C.; PEREIRA, F. A. R. Fitossanidade e produção agrícola. In: BAUER, F. C.; VARGAS JUNIOR, F. M. (Coords.) Produção e gestão agroindustrial. Campo Grande: Editora Uniderp, 2005. p. 23-48.

BUENO, M. R. et al. Volumes de calda e adjuvante no controle de plantas daninhas com glyphosate. Planta Daninha, v. 31, n. 3, p. 705-713, 2013.

CUNHA, J. P. A. R.; TEIXEIRA, M. M.; COURY, J. R.; FERREIRA, L. R. Avaliação de estratégias para redução da deriva de agrotóxicos em pulverizações. Planta Daninha, Viçosa, v. 21, n. 2, p. 325-332, 2003.

LAMEGO F.P.; BASSO C.J.; VIDAL R.A.; TREZZI M.M.; SANTI A.L.; RUCHEL Q.; KASPARY T.E.; GALLON M. (2011) Seletividade dos herbicidas smetolachlor e alachlor para o feijão-carioca. Planta Daninha, v. 29, p. 877-883.

LI R., YUMEI Z.G.; ZHANZHI X. (2004) Damage loss and control technology of weeds in cowpea field. Weed Science, 2:25-26

MUHAMMAD R.C.; MUHAMMAD J.; TAHIRA Z.M. (2003) Yield and yield components of cowpea as affected by various weed control methods under rain fed conditions of Pakistan. International Journal of Agriculture and Biology, v. 9, p: 120-124.

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686 OLIVEIRA O.M.S.; SILVA J.F.; GONÇALVES J.R.P.; KLEHM C.S. (2010) Perí- odo de convivência das plantas daninhas com cultivares de feijão-caupi em várzea no Amazonas. Planta Daninha, v. 28, p: 523- 530.

BIANCHI, M. A. et al. Proporção entre plantas de soja e plantas competidoras e as relações de interferência mútua. Ci. Rural, v. 36, n. 3, p. 1380-1387, 2006.

RODRIGUES, E. B. et al. Cana-de-açúcar: avaliação da taxa de aplicação e deposição do herbicida glyphosate. R. Bras. Eng. Agríc. Amb., v. 15, n. 1, p. 90-95, 2011.

DE SCHAMPHELEIRE, M. et al. Effects on pesticide spray drift of the physicochemical properties of the spray liquid. Prec. Agric., v. 10, n. 5, p. 409-420, 2009.

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