• Nenhum resultado encontrado

Ascensão do Senhor Mães Fortes

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ascensão do Senhor Mães Fortes"

Copied!
52
0
0

Texto

(1)

Ano L VII • maio • 2017 • nº 507

Ascensão

do Senhor

Mães

Fortes

(2)

Í N D I C E

01 editorial super-região

02 Maio, mês mariano dentro de um ano mariano!

03 Mães Fortes

04 ENS há 67 anos no Brasil 06 A vocação ao casamento 09 A ascensão do Senhor 11 Meditações ao amanhecer Igreja Católica

13 Amoris Laetitia - capitulo V 14 Palavra do Papa

16 A autocomunicação de Deus 17 Senhor, quando tenho fome... raízes do movimento

18 A face sorridente e doce da Igreja equipes jovens de N. S.

22 Construindo pontes testemunho

23 Não acordei cedo hoje, por acaso

25 A hospitalidade entre os casais equipistas 26 Ordem e matrimônio

28 Vamos à Casa da Mães 30 Uma grande mulher 32 Intercessão

33 Na Reunião de Equipe

34 Relacionamento que desejo para mim 35 A Casa de Maria

reflexão

36 Mensagem às mães

38 Seu encontro pessoal com Deus 39 É preciso voltar...

partilha e PCE

40 PCE - Instrumento de união e ascese 41 Meditação

serviços nas ENS

44 Casal Responsável de Setor 46 notícias

48 dica de leitura

Equipes de Nossa Senhora

Carta Mensal

n

o

507 • maio •

2017

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Hermelinda e Arturo - Equipe Editorial: Responsáveis: Fernanda e Martini - Cons. Espiritual: Padre Flávio Cavalca - Membros: Regina e Sérgio - Salma e Paulo - Patrícia e Célio - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622). Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 115, Perdizes - 05005-000 - São Paulo SP - Fone: 11 3473-1286 Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira. com - Responsável: Ivahy Barcellos - Ilustração de capa e pp. 3,5,42 e 45 Can Stock Photo - Diagrama-ção, preparação e tratamento de imagem: Samuel Lincon Silvério - Tiragem desta edição: 26.850 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo - SP, ou através de email:

cartamensal@ens.org.br A/C de Fernanda e Martini. Importante: consultar, antes de enviar, as instru-ções para envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

(3)

editorial

Tema: “Ousar o Evangelho - PONTES SIM, MUROS NÃO”

Fernanda e Martini CR Carta Mensal Queridos irmãos equipistas,

A Igreja no Brasil comemora os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Conceição Aparecida. Esta edição da Carta traz vários artigos sobre Maria, sinal do amor de Deus. Como convida o Padre Paulo Renato, “não deixemos o mês de maio passar sem vivermos a Graça do Ano Nacional Mariano”.

Também em maio as Equipes de Nossa Senhora come-moram 67 anos de existência no Brasil. Resgatamos uma mensagem escrita por Dona Nancy Moncau, por ocasião da comemoração dos 35 anos no nosso país. No então ano de 1980, éramos quase mil equipistas. Hoje somos mais de 50 mil. O Senhor faz maravilhas!

Outro destaque desta edição fica por conta do casal responsável pela província Sul III, Adriana e Hudson, que nos ajuda a compreender a vocação ao casamento.

Ainda nesta Carta, o Padre Antonio Junior, SCE da pro-víncia Sul III, disserta sobre a ascensão de Jesus Cristo.

Esperamos que estejam aproveitando o estudo que o Padre Geraldo Hackman vem nos trazendo sobre Amoris

Laetitia, uma exortação apostólica especialmente

impor-tante para nós equipistas.

Por fim, testemunhos e reflexões de casais equipistas vão enriquecer a leitura.

Voltemos nosso olhar à querida Mãe para pedir que abençoe nossos passos rumo à

san-tidade.

Que Nossa Senhora seja inspira-ção de ternura e amor para todas as mães, que de um modo muito espe-cial queremos abraçar este mês.

Viva a Mãe de Deus e nossa, a Se-nhora Aparecida!

(4)

O mês de maio é tradicional-mente dedicado a Nossa Senhora, é um mês popularmente mariano! Neste ano, o mês de maio ganha uma relevância ainda maior, ele está inserido dentro de uma gran-de comemoração para a Igreja no Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em come-moração aos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nas águas do Rio Paraíba do Sul, instituiu o Ano Nacional Mariano, que iniciou em 12 de outubro de 2016 e terminará em 11 de outubro de 2017. Sen-do assim, maio é um mês mariano dentro de um ano mariano.

A história da Imagem de Apare-cida é uma história de simpliApare-cidade. No ano de 1717, três pescadores, levados por necessidades históricas e econômicas, saíram a pescar. Por ação misteriosa de Deus, a primei-ra coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segun-do lance de rede, pescaram a ca-beça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Por as-sim ter aparecido, o povo chamou-a de “Aparecida”, nome consagrado pela devoção popular, chegando a ser proclamada Rainha em 1904 e Padroeira do Brasil em 1930.

O que teve início com um peque-no grupo de pescadores devotos da “imagem aparecida” nas águas do Rio Paraíba tornou-se, depois de 300

anos, os incontáveis fiéis que visitam anualmente o Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário no mundo dedi-cado a Maria, Mãe de Deus. Na sua grande maioria, é o povo simples do nosso Brasil que continua devoto da Senhora Aparecida. Quantas graças recebidas, quantas histórias trans-formadas, quantas vidas resgatadas graças ao carinho e à intercessão da Mãezinha do Céu.

A presidência da CNBB define as-sim o ano que estamos vivendo: “O

Ano Mariano vai, certamente, fazer crescer ainda mais o fervor desta de-voção e da alegria em fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2,5). Todas as famílias e comunidades são convida-das a participar intensamente desse Ano Mariano” (CNBB, Mensagem à

Igreja Católica no Brasil, 1 de agosto de 2016).

Queridos equipistas, não deixe-mos o mês de maio passar sem viver-mos a Graça do Ano Nacional Maria-no. Se a peregrinação ao Santuário Nacional é difícil, quem sabe um rosário rezado em família seja uma alternativa para

homenagearmos aquela que nos trouxe e traz tantos presentes com sua intercessão. “Viva

a Mãe de Deus e nossa, a Senhora Aparecida!”

Pe. Paulo Renato F. G. Campos SCE Super-Região

super-região

Maio, mês mariano

dentro de um ano mariano!

(5)

“Bem-aventurada és tu que creste” (Lc 1, 45): com estas pa-lavras Isabel ungiu a presença de Maria na sua casa. Palavras que brotam das suas vísceras, pala-vras que exprimem tudo o que ela sente com a visita da sua pri-ma, a ponto de ressoar um canto de bênção e louvor!

Esta cena contém em si todo o dinamismo da visita de Deus: quando Ele vem, move as nossas vísceras, deixa-nos inquietos, com a inquietação daqueles que se sentem convidados a anunciar que Ele está no meio de nós, e transforma a nossa vida.

Assim o vemos em Maria, a primeira discípula e missionária, que, longe de permanecer nos nossos templos, sai para visitar, acompanhar e animar com a sua presença a nossa fé e a nossa esperança nas diversas etapas que nos compete atravessar.

Em Maria encontramos o re-flexo fiel “não [de] uma fé

poe-Mães Fortes

ticamente edulcorada, mas [de] uma fé forte, sobretudo numa época em que se fragmentam os doces encantos das coisas e as contradições entram em conflito em toda a parte” (R. Gaurdini, El Señor, Meditaciones sobre la vida de Jesuscristo, Madri, 44).

A sociedade de hoje é cada vez mais marcada por sinais de divisão, deixando “fora do jogo” muitos, especialmente os que têm dificuldade em obter o mí-nimo indispensável para levar a própria vida com dignidade. É uma sociedade que se vangloria dos seus progressos científicos e tecnológicos, mas que se torna cega e insensível diante de muitos rostos que ficam pelo caminho, excluídos pelo orgulho de pou-cos. Uma sociedade que acaba por criar uma cultura do desen-canto em muitos; e também de angústia em outros. Parece que, sem nos darmos conta, nos habi-tuamos a viver na “sociedade da

desconfiança”, desconfiança que

pouco a pouco vai gerando esta-dos de indolência e de dispersão. São situações que nos podem pa-ralisar, e põem em dúvida nossa fé, especialmente nossa esperan-ça, de olhar e enfrentar o futuro. Perante tudo isto, juntamente com Isabel todos devemos dizer assim: “Bem-aventurada és tu

que creste”, e aprender daquela

fé forte e solícita que caracteri-zou e caracteriza a nossa Mãe.

(6)

Celebrar Maria é primeiro, fazer memória da mãe, recordar que não somos órfãos, temos uma mãe! E onde está a mãe há sem-pre sem-presença e sabor de casa. Onde está a mãe, os irmãos pode-rão desentender-se, mas triunfará sempre o sentimento de unidade. Assim é Maria: Mulher forte dian-te da sociedade da desconfiança, da indolência e da dispersão; Mu-lher que luta para fortalecer a ale-gria do Evangelho. Luta para dar “carne” ao Evangelho.

Celebrar a memória de Ma-ria significa afirmar, contra todos os prognósticos, que “em nosso

coração e nossa vida pulsa um

forte sentido de esperança, não

obstante as condições de vida que parecem ofuscar toda esperança”

(V Conferência Geral do

Episcopa-do Latino-Americano e Episcopa-do Caribe,

Documento de Aparecida, 29 de

junho de 2007, p.536).

Como Ela, somos convidados a sair e ir ao encontro dos outros com o seu olhar, com os seus gestos. A sua presença leva-nos à reconciliação, infundindo em nós a força para gerar vínculos, dizendo “sim” à vida e “não” à indiferença, exclusão e descarte de pessoas. E não tenhamos medo de sair e fitar o próxi-mo com o seu olhar. Olhar que nos faz todos irmãos e

fortes!

Hermelinda e Arturo CR Super-Região

Lançando um olhar sobre o passado e confiantes nas esperan-ças do futuro, elevamos ao Senhor nossa gratidão por tudo o que dele recebemos.

Obrigado, Senhor, por nos ter ajudado até aqui e permitido que a mensagem da espiritualidade conjugal que nos confiaste não se desvirtuasse na caminhada.

Obrigado, Senhor, por nos ter

Equipes de Nossa Senhora

há 67 anos no Brasil

Mensagem de D. Nancy Moncau na passagem dos 35 anos de existência das ENS no Brasil.

Publicada na Carta Mensal de maio de 1980.

dado forças de sermos fiéis à inspi-ração de nosso fundador para fa-zer do nosso amor humano, san-tificado por um sacramento, “um louvor a Deus e um testemunho prestado aos homens.”

Obrigado, Senhor, porque so-mos Igreja, a tua Igreja, e unidos podemos trabalhar pelo teu Reino.

Obrigado, Senhor, por nos ter permitido servir-te em numerosos

(7)

e diversificados campos da tua Igreja e, unidos aos nossos Pasto-res, sob sua direção e com o seu apoio, podermos continuar a “ser-vir-te sem discutir”.

Obrigado, Senhor, porque hoje somos quase mil equipes em todo o Brasil e, por meio delas, estamos levando aos nossos irmãos, em outros países da América Latina, a semente que nos confiaste.

Obrigado, Senhor, pelas voca-ções que surgiram nos nossos la-res. Aumenta-as, Senhor, para que os nossos filhos, frutos desse amor que abençoaste, estejam na tua presença como servidores fiéis na distribuição de tuas graças.

Obrigado, Senhor, por ter feito de nossos fracos esforços meios para que outras atividades surgissem entre nós: as equipes de jovens que já se multiplicam, as equipes de viúvas e de pessoas que estão sós e aí encontram um apoio e um estímulo para sua vida.

Obrigado, Senhor, pelas graças concedidas aos que nos precederam no teu Reino e que, lembrados com saudades, sustentam, pelo exemplo que nos deram, a nossa vida e a nossa esperança.

Obrigado, Senhor, pelos teus sacerdotes, nossos Conselheiros Espirituais, que fortaleceram a nossa confiança em ti nos mo-mentos difíceis e nos ajudam a discernir a tua vontade e os teus caminhos.

Senhor, neste aniversário que nos é tão caro em nome do Mo-vimento, fazemos nossas as pala-vras com que os Setores do Rio de Janeiro celebram o compromisso de suas equipes: “Estamos aqui, Senhor, com todas as nossas fa-lhas, todas as nossas misérias, todo o pouco que temos para dar, mas com o coração repleto de confiança na tua imensa bonda-de. Estamos aqui, porque, apesar de tudo, sabemos que tu és Amor e que o Amor é a doação de si mesmo e somente amando é que podemos te merecer. Diante de ti, Senhor, reassumimos o nosso compromisso para com as Equipes de Nossa Senhora e a responsa-bilidade de te servir por meio da tua Igreja, consagrando a ti nossos lares, nossos filhos, todo o pouco e o muito que temos em nós. Que possamos ser instrumentos da tua vontade, testemunho vivo de tua

(8)

presença entre os homens, se-mente que germina, fermento na massa. Que Maria, que te ensinou a caminhar e se fez presente em todos os acontecimentos de tua vida, caminhe também conosco, nos dê a fé que demonstrou com o seu ‘Sim’ ao chamado de Deus, a disponibilidade que evidenciou ao desinstalar-se e sair para servir

“Por isso o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”

(Gn 2,22-24).

Na reflexão de São Tiago de Sarug: “Antes mesmo de eles

existirem, a humanidade estava destinada ao casamento, que os levaria, homem e mulher, a um só corpo, como no início. Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os noivos: ‘Levantai-vos, já dormistes o su-ficiente! A festa nupcial espera--vos!’”.

Deus os deixa livres para res-ponderem ao Seu chamado e para que no casamento a vocação fun-damental e primordial de cada ser humano, que é o amor,

transbor-Isabel, o olhar atento às necessida-des do próximo que mostrou nas bodas de Caná e a ação, confiante e decidida, a produzir o fruto que seu Filho não poderia recusar.”

Por tudo o que nos deste, Se-nhor, por tudo o que nos perdo-aste, pelo muito que de ti espera-mos, obrigado, Senhor!

Nancy C. Moncau

de ao amor conjugal. “Deus disse:

casal cristão, tu és meu orgulho e minha esperança (...) porque tu és o Amor” (Pe. Caffarel).

Ao casarem-se na Igreja, os cônjuges colocam-se inteiramente nas mãos de Deus, à Sua dispo-sição, para que o amor que ago-ra os une pelo laço mais sólido vivenciado pelos seres humanos seja transformado em Seu próprio amor e possa, assim, ser experi-mentado e contemplado pelos homens. “(...) os cônjuges, pelo

sacramento, são de fato investi-dos de uma verdadeira missão, para que possam evidenciar, a partir de coisas simples, ordiná-rias, o amor com o qual o Cristo ama sua Igreja” (Papa Francisco).

Porém, muitas são as vezes que esta vocação é colocada à prova, pelas crises e tentações que batem à porta e visam enfraque-cer o desejo de amar e bem-viver

A VOCAÇÃO AO CASAMENTO

(9)

com a pessoa amada. Da mesma forma que o homem na sua indivi-dualidade prova do mal, à sua vol-ta e em si mesmo, assim vol-também neste sacramento, homem e mu-lher o experimentarão, seja pela discórdia, impaciência, ciúme, autoritarismo, individualismo ou pela infidelidade. Contudo, temos claramente a indissolubilidade do matrimônio, pois, foi Ele quem a estabeleceu: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Mt 19, 6). Certamente nesta caminhada poder-se-á também compreender pela vivência, a afirmação de São Paulo: “O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo su-porta” (1Cor 13,7).

Então, para que a cada dia os esposos se transformem mais em “uma só carne”, precisam conti-nuamente defender o amor con-jugal, renovando-o e construindo--o passo a passo. “É preciso cada

dia partir ao encontro um do ou-tro por caminhos desconhecidos,

tentando adivinhar a vida profun-da do cônjuge, procurando o que pode despertar sua atenção, seu interesse, sua ternura, descobrin-do aquilo que pode estabelecer a comunhão” (Pe. Caffarel).

Nas Bodas de Caná, onde o casamento parecia ter perdido o sabor, aparentava já não ter mais vinho, Jesus estava presente, e a pedido de sua Mãe, que a tudo estava atenta, dá-lhes o vinho novo. Mas, para que isto aconte-ça, cada um, marido e mulher pre-cisam entregar, na jarra, a água que têm. Precisam esvaziarem-se de si e deixarem-se transformar pela Sua presença. Nesta festa de casamento, evidenciamos no ma-trimônio um sinal de Cristo e da Sua presença. “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 5).

O Papa Francisco diz que o amor conjugal “deve ser fiel,

perseverante e fecundo, pois representa o amor de Cristo pela sua Esposa, a Igreja”.

(10)

A fidelidade é para os esposos a guardiã do laço santificante que os envolve; é a doação de si que fazem um ao outro; é provar no casamento o amor incondicional de Cristo pela Igreja; é renovar a cada dia a aliança feita com Deus, transformando este Sacramento em sinal visível do Seu amor.

Esta vocação também exige dos esposos a perseverança. Sim, a perseverança cotidiana em salvar o casamento, em salvar os filhos, em salvar a Família. A perseverança que leva à fidelida-de: “Na alegria ou na tristeza, na

saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, sempre, por todos os dias de minha vida”. Este

ges-to incansável de perseverar faz o amor conjugal prosperar, seguir em frente, dando novo ânimo para que marido e mulher levan-tem a cada manhã valorizando aquilo que é belo, que vale a pena viver e faz com que a Família se mantenha unida e feliz.

Tão indispensável quanto a fidelidade e a perseverança é a abertura à fecundidade. “Aben-çoando-os Deus disse-lhes: Sede fecundos e multiplicai-vos” (Gn 1, 28). Tal qual é o amor de Cris-to que Cris-torna a Igreja fecunda fazendo-a crescer pelo amor dos esposos. Infelizmente já não são raros os matrimônios estéreis por livre escolha do casal. Com tris-teza o Papa Francisco alerta: “Há coisas que não agradam a Jesus.” [É o caso] desses casamentos que não querem filhos, que querem ficar sem fecundidade, essa cul-tura do bem-estar que cresceu

nos últimos dez anos e que nos convenceu de que ‘é melhor não ter filhos! É melhor! Assim pode-mos conhecer o mundo, sair de férias, ter uma casa no campo, fi-car tranquilos... É melhor, talvez, é mais cômodo, ter um cachorro, dois gatos, e o amor fica para os dois gatos e para o cachorro’(...) No final da vida, esse casal chega solitário à velhice, com a amargu-ra daquele tipo ruim de solidão. Não é fecundo, não faz o que Je-sus faz com a sua Igreja: Ele a faz fecunda”.

Em Cristo, os esposos rece-bem a graça que é própria do Sacramento do Matrimônio. “Por

meio desta graça, ‘eles auxiliam--se mutuamente para chegarem à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos’” (CIC 1641). Como

outro-ra Deus veio ao encontro do seu povo, Cristo vem ao encontro dos esposos para com eles per-manecer. Livra-os de todo mal e levanta-os na queda. Ajuda-os a crescer no amor. “Cristo ‘pega os

casais’, para fazê-los pedras vi-vas da sua Igreja. Não os tira do mundo, comunica-lhes sua graça onde estiverem” (Pe. Caffarel).

Como recompensa aos que escolhem caminhar com Cristo, lhes é permitido já neste mundo provar um pedaço do céu refleti-do na alegria da vida conjugal e familiar; na vida cotidiana de um lar onde as virtudes são cultiva-das, onde um bom dia, um abra-ço, um olhar se fazem presentes; num lar onde mesmo cansados do trabalho ou das atividades

(11)

que lhes são confiadas, pais e fi-lhos se entendem, se respeitam, se amam, rezam juntos; num lar onde Deus é amado.

“Onde irei buscar forças para

descrever, de modo satisfatório, a felicidade do Matrimônio que a Igreja une, que a oblação eucarís-tica confirma e a bênção sela? Os anjos proclamam-no, o Pai celeste ratifica-o (...), eles são verdadeira-mente dois numa só carne. Ora, onde a carne é só uma, também um só é o espírito” (São João

Pau-lo II).

Por fim, a vocação ao Ma-trimônio culmina no sonho de Deus, em que cada lar se tor-ne uma pequena e santificante

Igreja doméstica. Assim como

Cristo quis nascer no seio da Sa-grada Família, que todos os filhos possam, nesta pequena Igreja,

receber pela palavra e pelo tes-temunho, os primeiros passos da fé, ajudando-os na sua vocação, consagrada ou matrimonial.

Rezemos por todos os casais, para que pela intercessão de São José e de Maria nossa Mãe, con-fiem o seu Matrimônio a Deus, buscando viver este Sacramento como um caminho para a santi-dade. “Derramai Senhor sobre

nós o Teu Espírito, para que junt o s p o s s a -mos construir uma perfeita u n i ã o . U m para o outro, ambos para Ti”. Amém! (Pe. Caffarel). Adriana e Hudson CR Província Sul III

Celebrar a ascensão do Senhor não representa uma festa de des-pedida tampouco uma festa de partida. Segundo a reflexão do pregador da Casa Pontifícia Frei Raniero Catalamessa, celebrar a ascensão do Senhor é celebrar a festa da sua permanência cá na terra. “Não abandonou o céu quando de lá desceu até nós nem se afastou de nós quando nova-mente subiu ao céu. Ele é exalta-do acima exalta-dos céus, todavia sofre aqui na terra os dissabores que

nós, seus membros suportamos. Disto deu testemunho gritando ‘Saulo, Saulo, por que me perse-gues?’” (Santo Agostinho, Sermo Mai, 98). Cristo está ainda presen-te comprometido com espresen-te mun-do, todo seu corpo que é a Igreja.

O próprio Jesus havia afirma-do: “É melhor para vós que eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo--lo enviarei. Em contrapartida, Ele mesmo prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim

A ascensão do Senhor:

(12)

do mundo” (Mt, 28, 20). E real-mente Ele está, Ele continua en-tre nós, está em nossos irmãos empobrecidos, chagados, doen-tes, migrandoen-tes, presos. Ele está entre nós em Sua Palavra, que cura, liberta, exorta, transfor-ma, converte. Ele está entre nós, na Eucaristia, debaixo dos véus, das Sagradas Espécies. Ademais, nunca deixa de nos acompa-nhar: “Subindo aos céus, Ele não abandona de modo algum aqueles que adotou” (São Leão Magno, De Ressurrectione

Do-mini. Sermo II, hom. 59).

Consola-nos constatar o quan-to se tem cumprido essa promes-sa ao longo destes vinte e um sé-culos, dia após dia, das mais va-riadas maneiras. Não poderia ser que sua ascensão se constituísse em um abandono daqueles por quem Ele se encarnou e morreu no Calvário. Seu retorno ao Pai só pode ter-se dado na sequên-cia desse amor incomensurável d’Ele a cada um de nós.

A ascensão de Jesus é uma grandiosa cena e um aconteci-mento inédito. O profeta Elias também subiu, mas arrebatado num carro de fogo e não pelas próprias forças. Cristo, pelo con-trário, subiu ao Céu pelo seu próprio poder.

Os apóstolos e discípulos já O haviam visto andar sobre as águas, entrar no cenáculo a por-tas fechadas, escapar em meio à multidão, mas subir ao céu ainda não. E com os apóstolos deve-mos crer que, por sua ascensão, Jesus preparou-nos o caminho

para subirmos ao céu. Depois de nossa peregrinação terres-tre, cumprindo o que Ele nos pediu, de anunciar o Seu Reino, sobretudo com o nosso teste-munho de verdadeiros cristãos, tomaremos posse da promessa feita por Cristo: “Irei preparar--vos um lugar”(Jo 14,2), e com as palavras de Miquéias: “Subiu, diante deles, Aquele que abre caminho”(Mq 2,13). E porque Ele é a nossa cabeça é promes-sa de que os membros vão para onde ela se dirigiu. Por isso diz o Evangelho de São João 14,3: “De tal sorte que lá onde Eu es-tiver também vós estejais”.

Em meio à ascensão do Se-nhor, nos recordemos Dela, a Mãe de Jesus e nossa. Certa-mente depois da ascensão Maria intercedeu junto a Deus para ins-pirar os apóstolos a permanece-rem em oração no Cenáculo. Ela estava rezando aos pés da cruz, no Calvário; agora A encontra-mos em profundo recolhimento. Depois da descida do Espírito Santo, a Escritura não mais A mencionará e, provavelmente, o resto de seus anos Ela os viveu em intensa oração.

Que Ela interceda por nós para que sejamos

testemunhas vivas da Boa Nova de seu Filho e mere-çamos gozar das alegrias eternas.

Pe. Antonio Júnior SCE Província Sul III

(13)

Meditações

ao amanhecer

Amanhece um lindo dia,

o sol beija as águas do mar e o mar por sua vez beija nossos pés. E na ternura do Deus que se revela através da criação,

unimos nossa oração contemplativa Neste momento de profunda

comunhão, oferecemos a Deus a vida de cada um dos nossos ir-mãos, aqueles que um dia pou-sarão seus olhos sobre estas pá-ginas e muitos que talvez nunca cheguem, a saber, que elas foram escritas. Mas se você está lendo esta mensagem, saiba que foi por você que pedimos, foi por você que rezamos, em agradecimen-to pelas suas alegrias, pelas suas conquistas, suas vitórias, grandes e pequenas. Agradecemos por você que descobriu que o Amor ainda é a coisa mais valiosa desta vida e que, quando nos deixamos conduzir por Deus, Ele sopra em nossos corações e reacende a cha-ma do Amor em perigo, prestes a se apagar.

E como é lindo ver um casal

de mãos dadas caminhar sem pressa na direção da santidade.

Rezamos por você que está so-frendo, que está triste, confuso, cuja dor profunda faz sangrar a sua alma. Rezamos por você que perdeu a esperança, cujo cora-ção está inundado pelas lágrimas. Saiba que você não está sozinho, o Senhor jamais nos abandona e há muitos irmãos espalhados pelo mundo que se unem a Cristo em oração por você. Ah, se estas pá-ginas pudessem falar, ou melhor, cantar, elas diriam ao seu coração:

(14)

“...Quando você sente medo, do teu lado eu estou

E é bom que você saiba que eu sinto a tua dor Nunca, nunca se esqueça que o mar posso acalmar

E que eu sei o tempo certo da vitória te entregar. Este tempo é necessário pra te amadurecer

E depois tem novidade pra você. Eu cuido de ti

Descansa em mim Comece a sorrir O que eu tenho é bem melhor

Pois só eu sei do amanhã

Então recebe o abraço meu Pois da tua vida cuido eu...”

E sempre haverá o raiar de um novo dia, e sempre have-rá esperança enquanto existir entre nós a força da oração. Ainda que ela aconteça durante a noite quando os irmãos estão dormindo, ou no amanhecer enquanto muitos ainda não despertaram.

É maravilhoso saber que unidos a Cristo pela oração, po-demos nos estender qual uma ponte, para deixar passar e chegar a Deus os clamores e louvores dos seus filhos e che-gar aos corações dos filhos queridos as graças e bênçãos que o Senhor envia em cada novo dia.

Seria lindo e bendito poder contar com você. Venha se unir a nós, seja também um intercessor.

O seu gesto de ternura pode mudar o curso de uma vida. Para tornar-se intercessor, acesse o

site: www.ens.org.br e preencha a ficha de inscrição eletrônica no espaço destina-do aos intercessores. Ou entre em contato conosco através do email:

intercessão@ens.org.br

Com carinho e oração,

Goretti e Moacir CR Intercessores

(15)

igreja católica

Amoris Laetitia

Capítulo V

O quinto capítulo da Amoris

Laetitia tem por título O amor que se torna fecundo (do número 165

ao 198). Com este título, o Papa Francisco aborda a fecundidade do casal, citando Familiaris Consortio, no 14, que entende os filhos como o amor do casal que se doa, reflete seu amor, “sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe” (no 165). O capítulo está dividido em três partes fundamentais.

A primeira parte intitula-se

Acolher uma nova vida. O Papa

Francisco inicia fazendo duas afirmações importantes para os dias de hoje: a família é o âmbito da geração da vida e do acolhimento da vida que chega, entendida como um presente de Deus (cf. no 166). Isto significa um não aos “filhos rejeitados, e subtraídos à sua infância e ao seu futuro”, pois os filhos serão amados antes de chegar, e incentiva a superar as “circunstâncias não desejadas” da vinda dos filhos ao mundo (no 166). Incentiva as famílias numerosas, fruto de amor generoso, mesmo levando em conta a paternidade responsável (no 167). A gravidez é um momento significativo e deve ser vivido na expectativa da vinda do filho e esperá-lo com alegria e amor, levando, após o nascimento, a receber o Batismo. Os pais irão

mostrar o rosto materno e paterno do Senhor para os filhos por meio de seu amor conjugal. A sociedade ocidental necessita da figura do pai e da mãe, como antídoto contra o individualismo egoísta e a superação do sentimento de orfandade que os filhos possam ter por causa dos compromissos dos pais, mas especialmente da mãe, fora do lar.

A segunda parte intitula-se Fecundidade alargada, na qual o Papa Francisco aborda a questão da adoção, considerada um “caminho para realizar a maternidade e a paternidade de forma muito generosa” (no 179), pois a família não pode ficar separada da sociedade (cf. no 182) e pelo amor o casal de esposos é chamado a “sarar as feridas dos abandonados” e “estabelecer a cultura de encontro, lutar pela justiça” (no 183). “Deus confiou à família o projeto de tornar ‘doméstico’ o mundo, de modo que todos cheguem a sentir cada ser humano como um irmão” (no 183), superando a indiferença aos sofrimentos das famílias pobres e mais necessitadas (no 186).

Na terceira parte, intitulada A

vida na família em sentido amplo,

o Papa Francisco analisa a com-preensão alargada do núcleo fa-miliar, entendendo a família mais

(16)

ampla, “onde estão os pais, os tios, os primos e até os vizinhos” (no 187). Faz parte da consciência de ser filho o cuidado dos pais (no 188 e 189), mesmo que os dei-xem para constituir nova família, mas não os abandonará (no 190). Os idosos devem ter um lugar na família, pois eles transmitem os grandes valores aos netos, supe-rando a falta de memória históri-ca (no 193). Os irmãos, ao criarem laços de fraternidade, irão esta-belecer a fraternidade no mundo (no 194). Desta família alargada,

fazem parte os amigos, as mães solteiras, as crianças sem pais, as mulheres abandonadas, as as deficientes, os jovens, as pesso-as solteirpesso-as, sepa-radas ou viúvas, os idosos e os do-entes, os sogros e os parentes dos cônjuges (cf. no 196-198).

Pe. Geraldo Luiz Borges Hackmann Setor E - Porto Alegre-RS

Francisco na homilia da missa matutina celebrada em 23 de fevereiro de 2017 na Casa San-ta MarSan-ta disse ser melhor corSan-tar

a mão, arrancar o olho, mas não escandalizar os pequeninos, ou seja, os justos, os que confiam no Senhor, que simplesmente creem no Senhor. Mas o que é o escândalo? O escândalo é di-zer uma coisa e fadi-zer outra; é ter vida dupla. Vida dupla em tudo: sou muito católico, vou sempre à missa, pertenço a esta e aquela associação; mas a minha vida não é cristã. Não pago o que é justo aos meus funcionários, exploro as pessoas, faço jogo sujo nos negócios, reciclo dinheiro, vida dupla. Muitos católicos são

as-sim. Eles escandalizam. Quantas vezes ouvimos dizer, nos bairros e outras partes: Ser católico como aquele, melhor ser ateu. O es-cândalo é isso. Destrói. Joga você no chão. Isso acontece todos os dias, basta ver os telejornais e ler os jornais. Os jornais noticiam vários escândalos e fazem publi-cidade de escândalos. Com os es-cândalos se destrói.

No Evangelho, Jesus fala da-queles que escandalizam, sem dizer a palavra escândalo, mas se entende: Você chegará ao Céu, baterá à porta e: Sou eu, Senhor! Não se lembra? Eu ia à Igreja, estava sempre com você, pertencia a tal associação, fa-zia muitas coisas. Não se

lem-Palavra do Papa

Abandonar vida dupla,

não adiar a conversão

(17)

bra de todas as ofertas que eu fiz? Sim, lembro-me! As ofertas! Lembro-me bem: todas sujas, roubadas aos pobres. Não o co-nheço. Esta será a resposta de Jesus aos escandalosos que fa-zem vida dupla. A vida dupla provém do seguir as paixões do coração, os pecados mortais que são as feridas do pecado original, disse o Papa. Francisco convidou a não adiar a conversão: A todos nós, a cada um de nós, fará bem, hoje, pensar se há algo de vida dupla em nós, de parecer justos. Parecer bons fiéis, bons católicos, mas por baixo fazer outra coisa; se há algo de vida dupla, se há uma confiança excessiva: O Se-nhor me perdoará tudo. Então, continuo. Ok! Isso não é bom. Irei me converter, mas hoje não! Amanhã. Pensemos nisso. Apro-veitemos da Palavra do Senhor e pensemos que o Senhor nisso é muito duro. O escândalo destrói.

No editorial da Carta Mensal intitulado “Baile de Máscaras” (Centelhas de Sua Mensagem, p. 71) Padre Caffarel também abor-dava este assunto quando ques-tionava os equipistas: Acham que

sou pessimista? Então, façam este teste. Somente por um dia, esforcem-se em identificar todas as mentiras que se insinuam em suas atitudes, em suas palavras, em suas mensagens, em seus gestos, em seus silêncios, em seus pensamentos, em suas ora-ções, com seu cônjuge, com seus filhos, com seus companheiros de trabalho, com as pessoas com as quais se encontrem, com vocês

mesmos (as pessoas que mentem a si mesmas também mentem às demais), para com Deus. Se na noite desse dia não se sentirem aterrorizados é porque vocês são santos, a não ser que sejam cegos. E nesta segunda hipó-tese, o seu caso é grave! Padre Caffarel ainda lança um desafio: Sua obsessão quotidiana deveria consistir em chegarem a ser VER-DADEIROS... e dá uma pista de como conseguir isso se cada um praticar lealmente o que chama-mos de partilhar, os membros das Equipes não tardarão a se tornar VERDADEIROS. Parece tão natural, para casais que se sub-meteram livremente a uma re-gra juntos e num espírito de aju-da mútua, que se mantenham a par dos esforços e dificuldades de cada um. Ou seja, nós equipistas

temos uma pedagogia real e efi-caz para buscarmos a verdade de Deus e um caminho de conversão permanente como nos pede o Papa Francisco, depende apenas da nossa inciativa e esforço, e de não deixarmos para amanhã. Adaptado da homilia do Papa Francisco em 23 de fevereiro de 2017 na Casa Santa Marta por Cristiane e Brito CR Comunicação Super-Região

(18)

“Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Nova para toda a humanidade” (Mc 16, 15). A Igreja Católica, desde o seu início, e como seu fundamento, re-cebeu a missão de anunciar a Sal-vação pra todos os povos. O Verbo de Deus, ao se fazer carne e habitar entre nós, mostra-nos a importância da Palavra e seus poderes transfor-madores. Supremo comunicador do Pai, Jesus faz a opção por um pro-cesso de enculturação, é profunda-mente dinâmico e traz vida nova.

Em Jesus, revelação máxima do Pai, se dá a perfeita comuni-cação entre Deus e os homens. Ele tem autoridade e poder, por suas palavras e gestos, de en-sinar e transmitir os valores do Reino e levar todos à Salvação. Mas essa autocomunicação de Deus deve também se concreti-zar na história da salvação.

Com o evento Jesus Cristo, o projeto salvífico chega ao seu extre-mo e perfeição. Depois de sua Pás-coa, os apóstolos recebem a missão de anunciar e testemunhar o Evan-gelho. Hoje, a Igreja assume este trabalho, pois é Ela o depósito da

fé e a comunicadora por excelência. Por isso, não há dúvida de que a Igreja deve utilizar-se de todos os meios, inclusive os meios de Comunicação Social, para cumprir sua missão salvadora. Principal-mente porque a humanidade vive uma encruzilhada do seu desen-volvimento. É um período onde a “cultura do descartável” e os va-lores materiais, aparentemente, se sobrepõem sobre os valores huma-nos. Os próprios Bispos reunidos em Aparecida em 2007 já afirma-ram ser uma época de mudança, que ocorre de forma muito rápida. Assim, a intervenção da e na Co-municação Social terá de ser determi-nante na promoção e defesa dos va-lores que a Igreja defende e anuncia.

Ao longo da história, a tecnolo-gia foi se desenvolvendo e, com ela, as relações humanas também foram se alterando. Com o advento da te-levisão, a conversa familiar transfe-riu-se para as salas, voltando aten-tamente suas atenções unicamente para o aparelho televisivo. O diálogo transformou-se em monólogo. Mas o desenvolvimento tecnológico não parou por aí. A internet possibilitou o ser humano transpor espaço e tempo. Distâncias foram reduzidas. A conversa entre regiões e conti-nentes tornou-se tão natural quan-to aquela antiga conversa familiar. O diálogo ocorre, mas de maneira não presencial. Todo mundo é emissor e receptor ao mesmo tempo. Defini-tivamente a humanidade vive uma

A autocomunicação de Deus

(19)

contato com os de longe, a agrade-cer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro”.

Diante dessa nova realidade, portanto, a Igreja sabe que a comu-nicação do Evangelho deve passar também pelos novos meios, pelas novas tecnologias. Os desafios es-tão postos. É preciso coragem e maturidade para enfrentá-los, não caindo na tentação de se esconder diante de estruturas arcaicas, que já não dialogam mais com o mundo.

Padre Andrey Nicioli SCE - Eq. N. S. de Guadalupe

Borda da Mata-MG e Eq. N. S. da Consolação

Santa Rita-MG cultura da comunicação.

O Papa Francisco, na sua men-sagem em comemoração à 49a autocomunicação de Deus e à co-municação de Deus pela Igreja no Dia Mundial das Comunicações Sociais (2015), afirmou que os no-vos meios de comunicação podem tanto dificultar como facilitar a co-municação em família. Dificultam, “se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio de espera, ig-norando que o silêncio é parte inte-grante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas em conteúdo (...) Favorecem, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em

Dê-me alguém que precise de comida.

Quando tenho sede,

Envie-me alguém que precise de água.

Quando tenho frio,

Envie-me alguém a esquentar. Quando estou ferido,

Dê-me alguém a consolar. Quando a minha cruz fica pesada, Dê-me a cruz de outro a compartilhar.

Quando estou pobre,

Leve-me a alguém que tenha necessidades.

Quando não tenho tempo, Dê-me alguém que a quem possa ajudar um pouco.

Quando estou humilhado, Dê-me alguém que eu deva elogiar. Quando estou desanimado, Envie-me alguém a animar. Quando preciso da compreensão dos outros,

Dê-me alguém que precise da minha.

Quando preciso de alguém que cuide de mim,

Mande-me alguém para cuidar. Quando só penso em mim,

Leve o meu pensamento para outrem.

Colaboração Monique e Gerard Duchêne

Eq.01A - N. S. do Sim São Paulo-SP

Senhor, quando tenho fome...

(20)

raízes do movimento

Um casal das Equipes de Nos-sa Senhora foi levado a se ocupar de jovens transviados. Ele se abre para estes – não sem discerni-mento – e eis que para os rapazes a experiência se revela extraordi-nária. Eles descobrem uma reali-dade que nem supunham existir: um lar de amor. Para alguns isto foi a cura, o desafogo.

É que o casal cristão, para preencher sua missão apostólica, dispõe de recursos excepcionais que eu gostaria de convidá-los a inventariar, porque receio que o hábito os arraste até perder de vista estas riquezas prodigiosas que são vocês, e dos quais é pre-ciso que sejam bons administra-dores para tantos “pobres” a seu redor.

Ilustrarei meu propósito com testemunhos tirados de uma das enquetes do ano passado: o apostolado do lar.

Hoje limitar-me-ei ao

aposto-lado do lar, reservando-me uma outra ocasião para tratar do apostolado fora do ambiente fa-miliar.

Suas riquezas são de duas or-dens: riquezas humanas e rique-zas de graças.

Primeiro as riquezas humanas. A primeira, fonte de todas as ou-tras, a mais preciosa: o seu amor conjugal. Isso ficou bem compre-endido por aquele que assim es-creveu na resposta ao questioná-rio: “Um casal apóstolo deve ser um casal amoroso. Único meio de fazer inveja”. Mas seu amor conjugal frutificou: dele jorravam estes amores múltiplos, estes va-lores raros: amor paternal e ter-nura materna, amor filial e amor fraterno, que fazem do lar cris-tão um lugar único no mundo. E esta face do lar, conforme a hora e segundo as estações, oferece aspectos verdadeiramente varia-dos: refeições e vigílias, dias de trabalho e dias de festa, horas dolorosas, horas encantadoras.

Vocês parecem ignorar às ve-zes até que ponto para muitos seres isto é desconhecido. Para a criança do asilo, para o estudan-te pobre, para o casal em desar-monia... entrar para uma famí-lia assim é descobrir um mundo novo. “Uma empregada árabe, não cristã, vendo certa manhã nosso filho de vinte anos beijar respeitosamente sua mãe,

pôs-A Fpôs-ACE SORRIDENTE

E DOCE DA IGREJA

A FACE SORRIDENTE

E DOCE DA IGREJA

(21)

-se a chorar dizendo: a senhora é que tem sorte”. Também um am-biente assim reconstitui o equilí-brio interno dos que são acolhi-dos ao lar. Ali enfim seu coração, até então privado de amor, se nutre e vive. Percorram a terra que em parte alguma encontra-rão o equivalente em riquezas de um lar onde se ama.

Do amor humano ao amor divino a transição, para os hós-pedes do lar, se fará insensivel-mente. Como se sobe um rio até sua nascente, o conhecimento do amor humano os levará a en-trever o amor divino, esta vida trinitária que o amor de um lar reflete, e que é a fonte viva de todo amor. Uma família onde se é um, como o Pai e o Filho são um, faz pressentir o mistério de Deus, familiariza com Ele, se as-sim posso dizer. Tanto mais que estas realidades divinas aí são expressas pela linguagem mais inteligível, a mais universal, a lin-guagem internacional por exce-lência: o amor. Pode-se ignorar a língua do lar onde se entra, não se pode deixar de compreender sua mensagem se nesse am-se os esposos, e am-se também os pais e os filhos.

Este lar onde se ama, e que não esconde que seu amor é devido ao Cristo, revelará uma outra verdade fundamental: que o Cristo, lá onde está presente, cura, reconcilia, leva a paz. “Nos-so amor, escreve um de vocês, deve proclamar a todos a vitória de Cristo sobre o mal.” Uma jo-vem dizia à irmã mais velha,

es-posa e mão há já seis anos: “Se eu duvidasse do amor, bastaria ver você para se certificar!”

O lar cristão não se contenta em oferecer suas riquezas huma-nas, de fazer entrever as verda-des capitais: dispensa a seus hós-pedes as riquezas da graça com que vive. É ela que precisamos agora inventariar brevemente.

Sua grande riqueza espiri-tual é a presença de Cristo que faz desta comunidade familiar uma “pequena igreja”. “Quan-do “Quan-dois ou três se reunirem em meu nome, estarei no meio de-les”; e Tertuliano acrescenta: “Quando dois estão juntos, há a Igreja”. E sem dúvida esta pre-sença de Cristo e da Igreja per-manece invisível. O muçulmano, o judeu que vem ao lar ignora, mas sua ignorância não impede a Cristo de agir neles. Os cristãos mesmos, assim como os padres, experimentam grande benefício espiritual frequentando um lar assim. Ouçam este testemunho: “Um religioso tendo ficado al-gum tempo com uma família nu-merosa, durante um período de repouso, ao deixá-la disse à dona

(22)

da casa: Vocês não duvidem do reconforto, do apaziguamento que pode oferecer o contato com uma família como a de vocês. Penso que se um padre atravessa uma crise, como às vezes sucede ao redor dos quarenta anos, não há melhor maneira de recuperar o equilíbrio do que participar, du-rante algum tempo, da vida de uma família cristã”.

Este mistério de Cristo e da Igreja envolve, impregna quem mora no lar. Muitos de vocês nos participam as renovações e aprofundamentos de vida cristã, bem como as conversões que às vezes se operam em casa. “Uma de nossas empregadas domésti-cas que não passou mais do que um ano conosco, provinha de um meio de cristianismo montanhês onde a mudança para a cidade significava descristianização fa-tal. Ela aprendeu conosco como a vida cristã pode se inserir no con-texto da cidade grande. Ela nos deixou como chefe de lobinhos. Seu exemplo chocou a aldeia na-tal. Uma outra, provinda do meio popular de nossa cidade, inculta em todos os planos e não

prati-cante, tornou-se militante jocista e responsável de um grupo que ela formou. Isto pressupõe numa e noutra uma participação com-pleta na vida familiar: refeições em nossa mesa, conversações em comum, associação também à educação religiosa das crianças menores, assistência ao catecis-mo delas.”

Após este rápido inventário de suas riquezas humanas e espi-rituais, vocês compreendem que se possa dizer do lar cristão que ele é um “instrumento de apos-tolado excepcionalmente eficaz”. Lá, a graça e as riquezas divinas servem-se para comunicar as re-alidades humanas mais modestas e, ao mesmo tempo, mais atra-entes: todas as riquezas de amor de que falamos. Como o apósto-lo isolado é pobre em certo sen-tido comparado ao casal apósto-lo! O padre que visita o doente, o absolve, certamente dispõe de poderes excepcionais para trans-mitir a graça. Mas como é aus-tera sua face humana! Em con-traste como é sedutora a face da família cristã. Um de vocês disse de maneira admirável: “O lar cristão é a face sorridente e doce da Igreja”.

Também é preciso afirmar que providencialmente o lar cris-tão é uma pousada no caminho da Igreja. Lá, sem o saber, o in-créu toma um primeiro contato com ela, o pecador experimen-ta sua misericórdia, os pobres e os abandonados descobrem sua maternidade. Todos estes que nunca iriam diretamente ao

(23)

sa-cerdote e aos sacramentos, ali são conduzidos docemente pela linguagem do lar cristão.

Inversamente o clérigo pode enviar a estes cristãos as cria-turas frágeis e isoladas, catecú-menos, neófitos... que para se desabrochar e progredir na vida cristã precisam um enraizamento nesta primeira comunidade re-ligiosa que é a família: “Porque nos conhecem como casal cris-tão, os padres, religiosos nos en-viam, frequentemente, isolados e desamparados que precisam da pousada que constitui a célula familiar antes de poder se incor-porar num conjunto maior como a paróquia. Trata-se de pessoas que a vida traumatizou. Precisam de calor, de presença humana. O que procuram sobretudo é um clima de segurança proporciona-do por um meio sadio”.

Para bem cumprir essa mis-são da Igreja que é o apostolado do lar no lar, os cristãos casados devem ter muito cuidado para cultivar suas riquezas humanas e espirituais, de apresentar aos hóspedes as virtudes que fazem o encanto e a graça da hospita-lidade cristã. A crer num de vo-cês, que me parece muito severo, “nossos lares cristãos, mesmo quando apresentam bons resul-tados no plano humano, de boa harmonia, são muito frequente-mente tristes: a ‘virtude triste’ é um pouco difundida demais, nas Equipes de Nossa Senhora em particular. Inútil esperar nestas condições um apostolado eficaz da parte desses casais

desbota-dos”. Outros declaram: “Para ser irradiante, um casal deve ser simples, verdadeiro, amoroso e alegre. O casal deve demonstrar uma alegria discreta dando a impressão de ter sido adquirida graça aos esforços de todos, e de ser conservada partilhando sua boa vontade. Aqueles que a vida frustrou de qualquer bem não es-tarão mais ciumentos e tomarão sua parcela de alegria”.

Assim o casal cristão e a fa-mília aparecem como exercendo entre o mundo e a Igreja hie-rárquica, pelo seu apostolado de acolhimento, uma “função de mediação”. É uma expressão grandiosa, mas, depois de tudo que eu lhes disse, não é a que melhor se enquadra?

Henri Caffarel

Este editorial toma um aspecto da missão apostólica do lar cris-tão que o Pe. Caffarel expôs aos mil Casais Responsáveis reunidos em Paris em seu encontro anual.

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo

Eq. N. S. do Rosário Piracicaba-SP

(24)

mos planejando a formação de equipes em novos bairros como Campo Grande e Mara-canã”, revela.

Em Brasília, a jovem Andréa Marangoni participou do EACRE, e fez um paralelo com o tema deste ano: “Pontes sim, muros não”, para que os dois movimentos construam uma ponte sólida de apoio. Ela dis-se que o acolhimento dos casais da capital do país foi ainda maior: “Pudemos montar um estande com os nossos produtos”. A responsável destacou o encontro com os casais de Palmas-TO, que estão muito mo-tivados com o plano já em execu-ção de expandir as EJNS por lá.

No Rio Grande do Norte, a res-ponsável pelo setor da cidade de Parelhas participou do EACRE da região, e a presença dela foi muito valiosa porque poucos casais presen-tes conheciam as Equipes de Jovens. Mas a recepção, como sempre, foi entusiasmada.

Mais uma vez pudemos compro-var que não estamos sós na missão de evangelizar e de que Maria nos conduz por essa caminhada rumo ao Céu com atenção toda especial. Vi-mos que o tema das ENS neste ano é “construir pontes”, e já começaram a construí-las conosco. É tempo de agradecer ao Movimento das Equi-pes de Nossa Senhora por desem-penharem o papel de mãe em nossa vida de Movimento.

Nathalia Almeida Vianna Comunicação do Secretariado Nacional das EJNS Brasil Representantes das Equipes

de Jovens de Nossa Senhora (EJNS) – movimento fundado também pelo Padre Caffarel, a partir da espiritualidade das ENS – partilharam como anda o caminhar dos jovens equipistas pelo Brasil.

O jovem Igor Montanher, respon-sável da Regional I das EJNS, cuida de todos os setores do Sul do país e de quase todo o interior de São Paulo, compareceu no EACRE realizado em Garça-SP.: “Mostrei a estrutura atu-al do nosso movimento, os estados onde estamos e o formato de pilota-gem através do casal”. Ele conta que a resposta dos casais foi ótima: “Mui-tos me procuraram para trocar ideia e se ofereceram para ajudar nas expan-sões, inclusive para cidades vizinhas”. Ele revela que já é possível colher fru-tos desse encontro, pois por intermé-dio dos casais estão sendo formadas as primeiras Equipes de Jovens de Nossa Senhora nesta cidade. Ficamos muito felizes com a recepção sempre muito calorosa das ENS”, completa.

No estado do Rio de Janeiro as visitas aos EACRE também renram muitas alegrias. Os jovens de-ram testemunho, mostrade-ram que as EJNS estão em franca evolução no estado. Abílio Silva, responsável da Regional V das EJNS, que hoje está presentes em 5 cidades, reve-lou ainda que os casais foram mui-to acolhedores e pediram muimui-to as EJNS em novos lugares: “Além dos pedidos de expansão para Cabo Frio, Rio das Ostras, Petrópolis e Volta Redonda, na capital já

esta-pontes

(25)

Ontem comprei mais dois li-vros do Pe. Caffarel. Comecei a ler hoje. Pasmem! Às 6h30 da manhã! Minha esposa disse que é coisa de velho. Talvez?! Con-cordei na hora, mas depois en-tendi que o livro me chamava. Vamos ver se vocês concordam também.

O livro chama-se “Nas

en-cruzilhadas do amor”. E já na

introdução estava apaixonado pelo livro. Cheguei então ao texto denominado: “A inocên-cia do olhar”. Lembrei-me de já tê-lo lido em outro livro que era uma coletânea de textos do padre e de ter feito comentário dele no Facebook. Mas desta vez outro parágrafo me

cha-mou a atenção. Vou descrevê--lo abaixo:

“É preciso que, como crian-ças, saibamos ficar surpresos e maravilhados diante de quem amamos. Isso exige de nós um contínuo esforço de busca e uma insaciável curiosidade”.

Pensei então em como às vezes não sabemos mais quais são os sonhos, os projetos, as opiniões de nosso cônjuge. Quantos casais vivem como desconhecidos, alimentados por uma paixão do passado no qual pareciam saber tudo um do outro, mas com o tempo fo-ram se esquecendo de partilhar seus pensamentos.

Imaginei os casais escreven-do no papel quais os sonhos e projetos para o futuro, não seus, mas do/a parceiro/a, com quais concordava e como se via encaixado nestes projetos. E depois trocassem estas folhas. Será que o outro teria escrito aquilo ou descobririam que não se conhecem mais?

Depois de uma pausa para os afazeres do dia voltei a ler e algumas páginas depois cheguei ao texto “As atualidades do co-ração”, em que o Pe. Caffarel fala sobre um casal que relata ter começado bem seu casa-mento, mas que agora não sabe o porquê de estar à beira da separação.

testemunho

Não acordei cedo hoje, por acaso

(26)

O padre vai então colocando alguns fatores importantes para o bom relacionamento do casal, e chega naquele que considera o mais importante... o conheci-mento mútuo, e escreve:

“Que cada um saiba confiar ao outro seus sentimentos, pen-samentos, aspirações, decep-ções, penas e alegrias e cada um acolha plenamente o que o outro revela de si mesmo... Quando falta a procura desse conhecimento mútuo, o amor não sobrevive muito tempo”.

E ele faz um alerta, este co-nhecimento precisa ser atual. Sim, pois muitos casais sobrevi-vem de um conhecimento anti-go, de quando se apaixonaram e aquele conhecimento antigo não mais alimenta o convívio de agora.

Admitindo não ser fácil reve-lar ao outro tudo o que vai em nosso coração, pois às vezes nem nós conseguimos entender plenamente, Padre Caffarel ter-mina este trecho dizendo:

“...Mas quando aqueles que se amam teimam em partir sem-pre de novo para a descoberta do cotidiano do outro, fazem a experiência de um amor vivo e jovem, novo a cada dia e sua união ganha solidez à medida que se aprofunda”.

Não há como não ser tocado por uma reflexão como esta, por mais que eu esteja lendo para conhecer e divulgar, é impossí-vel ficar imune. Mostrei então os textos a Erica. Um ficou olhando

para o outro, fazendo aquelas perguntas que coloquei no iní-cio deste texto que escrevo e de-cidimos que vamos fazer o teste do jeito que descrevi.

O texto do Padre Caffarel não termina por aí. Ele questiona en-tão nossa relação com Cristo e pergunta não ser também a fal-ta de conhecimento o motivo da anemia de nossas orações? Não ficamos presos ao Jesus que vi-veu há 2 mil anos e esquecemos de perguntar a Ele em nossas conversas o que quer agora do cristão, da Igreja e do mundo?

Assim ele fecha o texto di-zendo:

A oração é

comunica-ção profunda entre o

cris-tão e Cristo. E a

comuni-cação para ser verdadeira,

viva, fecunda exige

abso-lutamente que ambas as

pessoas se conheçam na

atualidade de seus

pen-samentos, de seus

senti-mentos, de suas vidas

.

Entendo que não acordei cedo hoje, por acaso. Fui cha-mado a ler estes textos e por isso não poderia deixar de pos-tar. Espero que tenham gostado. Espero ter sido fiel ao que ele queria dizer.

Marco Antonio da Erica Eq.13 - N. S. Desatadora dos Nós Piracicaba-SP

(27)

A HOSPITALIDADE

ENTRE OS CASAIS EQUIPISTAS

Os equipistas do nosso Setor há tempos vêm praticando a hos-pitalidade entre os casais e respec-tivas famílias.

Nosso Conselheiro do Setor vislumbrou a necessidade de apro-ximação entre os casais do Setor, então lançou a visitação entre os casais equipistas nas suas residên-cias, e previamente foram sortea-das as residências.

No ano de 2013 foi lançado o Círio, uma família levando a luz do Divino Espírito Santo à outra.

Em 2014 a Bíblia, o casal que levava a Bíblia escolhia uma pas-sagem para meditarem entre as duas famílias.

O ano de 2015 foi coroado com a visitação da imagem da Sa-grada Família e a reza do terço.

Finalmente, em 2016, em alu-são ao Ano da Misericórdia, os casais lavaram os pés uns dos ou-tros, o casal que era acolhido leva-va a bacia e o jarro.

Em todos os gestos concretos de acolhida os casais tinham em mãos uma celebração cuidadosa-mente preparada pelo nosso Con-selheiro do Setor.

Na missa de encerramento do ano, achamos por bem lavar os pés do nosso Conselheiro que tanto se doou pelo Setor e por nós equipistas. Foi um momen-to ímpar na vida dos equipistas e também do Conselheiro, que foi pego de surpresa e se emocionou ao ver seus pés sendo lavados.

Acreditamos que nosso Conse-lheiro se inspirou na frase do nos-so querido Padre Henri Caffarel para lançar hospitalidade entre os casais equipistas do nosso Setor: “Basta que existam alguns milha-res, algumas centenas de milhares de pequenos lares de oração em nosso mundo e o semblante do Planeta será mudado”.

Silvia e João Cesar CRS - Casa Branca-SP

(28)

Nossa equipe completou 30 anos de caminhada recente-mente. Temos muito que louvar e agradecer o Senhor por to-dos esses anos de convivência fraterna, ajuda mútua e, princi-palmente, crescimento espiritual. O que podemos e queremos testemunhar aos nossos irmãos do Movimento é sobre o papel imprescindível de nosso amado Sacerdote Conselheiro Espiri-tual Pe. Pedro Sallet, sj.

Jamais teríamos alcançado algum êxito sem a graça de Deus, a intercessão de Nossa Senhora das Graças e a presença firme e terna de Pe. Sallet. Um ser humano como poucos... Um sacerdote que se entrega à missão com conhecimento, fé, amor e paciência. Um “detalhe” importantíssimo: ama as ENS profundamente e ensinou-nos a amá-las como ele. Sem-pre inspirado pela Palavra de Deus, iluminado pelos Estatutos do Movimento e pelos documentos da Igreja, ajudou-nos a crescer no amor a Deus e aos irmãos.

Deus nos presenteou com sua presença em nossa vida de equipe, em nossa vida conjugal, em nossa vida familiar, todos os meses nesses 30 anos, nas reuniões formais e nas reuniões informais. Sempre pronto a nos atender e ajudar o Movimento a ser fiel ao seu Carisma. Foi Conselheiro de Setor, de Região e de Província. Pregou inúmeros retiros para a nossa equipe, para os Setores de Curitiba, como também para outros Setores do Movimento.

E retiro para o Pe. Sallet é o mesmo que para o Pe. Caffarel. Retirar-se para fazer a vontade do Pai. Retirar-se para colocar a atenção exclusivamente em Deus e seu projeto. Ajudou muitos equipistas a perceberem que o retiro é um tempo de encon-trar-se mais intimamente com Deus; é mergulhar em Deus; é dispor-se mais para fazer a vontade de Deus; é tempo de uma experiência mais profunda com Deus. É um tempo de um confronto pessoal com a Revelação. Aliás, Pe. Sallet teve a oportunidade de fazer retiro com Pe. Caffarel, em Troussures.

Somos muito privilegiados por termos feito vários retiros com nosso Conselheiro Espiritual. E o que dizer das inúmeras celebrações eucarísticas que tivemos o privilégio de participar?

Ordem e Matrimônio:

dois sacramentos para

uma espiritualidade

(29)

Ah, o sorriso do Pe. Sallet quando está consagrando! Nos leva a sentir Jesus tão perto, tão misericordioso! Redescobrimos o Sacramento da Reconciliação com ele!

No ano passado, Pe. Sallet teve que nos deixar para tratar de sua saúde em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ficamos tão perdidos... Por um lado, conscientes de que essa mudança seria benéfica para ele; mas, como sentimos sua ausência! Recente-mente, Pe. Sallet passou por uma cirurgia, e agora se recupera lentamente. Já fomos visitá-lo e continuamos sempre em contato. Nenhum de nós alcançou a perfeição, ainda! Mas somos casais que procuram viver a fé em Jesus Cristo com coerência, abastecendo-nos através da oração, da eucaristia e da contínua formação, sempre prontos a servir à Igreja e ao Movimento.

Obrigado, Pe. Sallet! O senhor desenvolveu e fortaleceu em nós o desejo e a persistência para vivermos uma espiritualida-de conjugal. Deus o abençoe!

O Senhor fez e faz em nós maravilhas! Louvado seja!

Angela e Luiz, Isabel e Armelino, Janete e Rolando,

Maria e Cláudio, Solange e Maurílio Eq.07 - N. S. das Graças Curitiba-PR

(30)

O Papa Francisco desde o pri-meiro dia em que assumiu o seu pontificado nos tem surpreendido com suas homilias e ensinamen-tos, pelo equilíbrio, misericórdia e carinho inspirados pelo doce sabor e odor do Espírito Santo de Deus. Assim, num dos seus mais carinhosos ensinamentos Sua Santidade fala sobre a compre-ensão e afeto que devemos ter para com Maria, afinal todos nós, católicos, a recebemos por mãe e intercessora aos pés da cruz, num momento de dor e profunda an-gústia marcado pelo silêncio, acei-tação e entrega: “Um cristão sem Maria está órfão. Também um cristão sem a Igreja é um órfão. Um cristão precisa destas duas mulheres, duas mulheres mães, duas mulheres virgens: a Igreja e a Mãe de Deus”. Tornou-se hábito e expectativa vivida a cada início de ano a viagem de nossa Equi-pe 4A - Nossa Senhora da Salette,

até o seu santuário na zona norte de São Paulo e por graça de Deus residimos em São José dos Cam-pos – 90 km da metrópole. Primei-ro para cumprirmos preceito do nosso Planejamento Anual, quan-do ali nos dirigimos em casais e ofertamos todo o nosso zelo para mais um ano que se descortina à nossa frente, rogamos sua ajuda e intercessão diante de todos os óbices materiais ou espirituais que poderão se opor à nossa cami-nhada como equipistas, pedindo à querida Mãe sua proteção e luz, indicando o caminho a seguir na busca permanente pela santidade conjugal. Ao nos dirigirmos ao seu santuário confirmamos sua ma-ternidade assumida diante de seu filho Jesus, ratificamos nossa per-tença sob seu manto sagrado, nos alimentamos da Palavra que revi-gora nossas forças e recebemos o pão eucarístico dado em sacrifíco para nossa salvação. Que alegria e

Vamos à Casa da Mãe

(31)

contentamento, pela primeira vez em quase 19 anos de caminha-da, poder contar com a presença do nosso SCE – Fr. Rinaldo a nos acompanhar nessa peregrinação anual. O gesto de carinho e obla-ção mostra o quanto se dedica e se dispõe a ser o nosso orientador da vida sacramental assumida. Nosso SCE nos anima e motiva, pois, como o pastor a conduzir seu rebanho, nos chama pelo nome, se dispõe a nos amparar nas difi-culdades que a vida nos apresen-ta, sabe das conquistas do casal e é membro da equipe na jornada familiar. Como um sinal de Deus, nos acompanha e torna realida-de em nossa vida realida-de casal outro belo ensinamento do Papa Fran-cisco: “Maria faz precisamente isso conosco: nos ajuda a crescer humanamente na fé, a ser fortes e a não ceder à tentação de ser homens e cristãos de uma manei-ra superficial, mas a viver com res-ponsabilidade, a tender cada vez

mais para o alto”. Estar na casa da Mãe representa para nós a cer-teza de estarmos sendo conduzi-dos, a cada passo, ao encontro de seu Filho Amado. Ela nos inspira atitudes e gestos, no caminho do verdadeiro testemunho de fé, a renovar nosso sim diante do altar no dia em que nos unimos para sempre. Maria, sob título gracio-so de Nossa Senhora da Salette, presente aos pastores Maximin e Mélanie, em 19 de setembro de 1846, terra onde surgiu a inspira-ção ao Pe. Caffarel, nossa querida e carinhosa Mãe. Buscamos em sua Igreja-santuário o encontro com o eterno, pedimos proteção para nossas famílias, equipes e SCE, para que sejamos fiéis devo-tos e busquemos com sua ajuda alcançar e merecer a misericódia de Jesus, nosso salvador. Mãe da Salette, rogai por Nós.

Fernando da Léo Eq.04 - N. S. da Salette São José dos Campos-SP

(32)

Hoje quero falar da Grande Mulher da minha vida, Maria, a Mãe de Deus.

No começo do ano 2016 senti forte em meu coração o desejo de rezar para que Deus nos fortaleces-se em caso de recebermos uma no-tícia difícil. Os meses foram passan-do e o que parecia somente um de-sejo passou a ser uma necessidade. Percebi que Nossa Senhora me con-duzia para a oração e senti medo do que poderia acontecer. Achei que talvez fosse morrer, então eu rezava para que Deus cuidasse do meu marido, filhas, família. Outra hora achei que poderia ser meu marido, filhas, mãe, irmãs. Enfim, foi um “caminhão” de orações.

Nossa Senhora foi nos prepa-rando para o que iríamos passar.

No fim do mês de maio, minha filha Bruna começou a sentir uma dor característica na barriga; após uma ida ao médico constatamos que o tumor na pelve, cirurgia que ela passou em 2012, havia voltado.

Foi uma notícia difícil, desespe-radora, perdemos o rumo!

Começou nossa jornada em busca do melhor médico. Passamos por vários hospitais e por fim no AC Camargo. A médica e seu auxiliar examinavam os exames e faziam comentários preocupantes, até que nossa filha perguntou:

- Do que vocês estão falando, isso é um câncer?

E a médica respondeu que sim e ainda completou:

- Vocês não sabiam?

Foi um silêncio de doer a alma. Minha mãe nos aguardava do lado de fora e após a consulta mi-nha filha foi para Paulínia, onde trabalha. Eu, minha mãe e meu marido voltamos para casa em silêncio.

Quando cheguei em casa come-cei a chorar desesperadamente e falei para minha mãe:

- O que será da minha filha? Minha mãe respondeu serena e sabiamente:

- Vocês e a Bruna têm um Deus e uma mãe por vocês, não podemos de-sanimar! Tenham fé e coragem.

Nesta hora, me ajoe-lhei em frente ao quadro de Jesus Misericordioso e de Nossa Senhora do Per-pétuo Socorro que tenho no meu quarto e falei para Nossa Senhora:

- Maria dá seus pulos, com esta situação eu não

Referências

Documentos relacionados

Este estudo possibilitou caracterizar o perfil pré e pós intervenção de mulheres de 50 a 65 anos, em período pós-menopausa, residentes na área urbana do município de

As Próteses dentárias, especialmente em maxilas atróficas, estão associadas a diferentes tipos de morbilidade (estomatites, úlceras traumáticas e irritação induzida por

Os estudos originais encontrados entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017 foram selecionados de acordo com os seguintes critérios de inclusão: obtenção de valores de

Pode-se observar na Tabela 3 que, na ausência de irrigação, os coqueiros provenientes de mudas com sete meses de idade apr sentaram uma emissão foliar, nos 12 primeiros meses apds

A seleção portuguesa feminina de andebol de sub-20 perdeu hoje 21-20 com a Hungria, na terceira jornada do Grupo C do Mundial da categoria, a decorrer em Koprivnica, na

Desta forma, a docência, inserida neste contexto, é apontada por Vasconcelos (1997) como uma das profissões de alto risco pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)

Views são agrupamentos de OID para permitir o controle de acesso a partes das informações do sistema.. Desta maneira, é possível, por exemplo, permitir acesso somente

The DCF model using the Free Cash Flow to the Firm (FCFF) method, estimates in the first place the Enterprise Value of the company, that represents the value of all future cash