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Participação da mulher no processo eleitoral municipal: o caso do município de Mesquita-RJ (2000-2016)

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO PROCESSO ELEITORAL MUNICIPAL: O CASO DO MUNICÍPIO DE MESQUITA-RJ (2000-2016).

Jorge Antonio Müssnich dos Santos – jmussnich@id.uff.br – UFF/ICHS José Ribamar Ferreira Júnior – junior_jose@id.uff.br – UFF/ICHS

RESUMO

O objetivo do presente artigo visa levantar a participação feminina no processo de representação eleitoral no município de Mesquita RJ, a partir da verificação, ao longo dos anos, em eleições do referido município que, durante o recorte temporal compreendido entre 2000 a 2016, há pouca ou nenhuma existência de participação feminina, ocupantes dos cargos políticos oferecidos pelo município. Propõe-se verificar se de fato, ocorrem diferenças entre a igualdade de gênero, pois diante de tais fatos, utilizamos em nossas metodologias a verificação de pesquisas documentais, exploratórias e bibliográficas e pesquisas quantitativas e qualitativas através de questionários respondidos tanto pela população local da cidade como de suas atuais representantes ocupantes dos cargos políticos, trabalhos de diversos autores acerca do assunto e comparativos com informações do referencial teórico, resultou em apresentar, ao longo desses 16 anos de existência dessa cidade, a situação participativa feminina nas políticas públicas pertencentes à cidade, visto que, tais resultados encontrados, nos mostram o quanto é relevante para a área de gestão pública municipal a pesquisa científica sobre a representação feminina ao longo desse recorte temporal.

Palavras-chave: Questionário, Feminino, Políticas Públicas.

1 – Introdução

Historicamente, as mulheres vêm exercendo papel de coadjuvante nos processos de tomada de decisão. Ensinadas por séculos que seu papel é o de cuidar do lar e dos filhos, muitas vezes foram, e são tratadas como cidadãs de menor importância. No entanto, através de diversos esforços praticados por movimentos feministas pela luta de igualdade de gêneros, foi possível ao longo da história brasileira obter alguns resultados satisfatórios para sua melhor inclusão social, tais como: Direito à educação, o sufrágio feminino, divórcio, o acesso mais amplo ao trabalho e entre outros.

Quando comparado a sua representatividade, apesar de ser a maioria da população brasileira, segundo pesquisa nacional por amostra de domicílio (IBGE, 2013) sobre a projeção da população brasileira do sexo feminino indicava que vivia no Brasil cerca de 103,5 milhões de mulheres, o equivalente a 51,4 % da população total pertencente àquela época. Porém, mesmo sendo maior número populacional, ainda sim, quando se trata de participação no

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processo eleitoral brasileiro, tanto nos cargos de senadoras, deputadas federais, nas eleições de 2014, suas participações ainda são muito abaixo do esperado, ocupando 10% e 14% respectivamente (TSE, 2014).

A frase “participação das mulheres na política” é diariamente usada por centenas de pessoas em diversos contextos, como as manifestações online de grupos apartidários que exclamam por uma presença feminina mais igualitária na política, visto que: “(...) a presença da mulher na política tem se tornado cada vez mais importante na consolidação da democracia brasileira e na defesa da igualdade de direitos” (VAZ, 2008, p.14).

Sobre tais dados, segundo (TSE, 2000-2016) indicando que, sua representatividade, na atualidade, é de fato menor que o sexo masculino, nos norteia ao objetivo de apresentar essa realidade, no cenário político, vivido no município de Mesquita (RJ) sobre a participação feminina no processo eleitoral municipal através de suas eleições num marco temporal de 2000 a 2016. Tal marco temporal se dá através do surgimento desse novo município, no ano de 1999.

Sendo assim, o presente artigo tem o objetivo de levantar a participação feminina no processo eleitoral municipal através de suas eleições num marco temporal de 2000 a 2016 e como objetivo secundário, ratificar há existência entre a igualdade de gênero. Tendo por objetivos específicos: I - Verificar a participação das mulheres em cargos eletivos na política municipal, no que diz respeito à participação nos fóruns de decisão e representação política; II - Ratificar tais diferenciações de igualdade de gênero no processo eleitoral municipal e melhor compreensão da parte da população sobre tal assunto em questão; III – Verificar a existência de candidaturas laranja.

2 – Referencial Teórico

2.1 – Participação Feminina no início do processo eleitoral

A partir de estudos acerca do tema e das constituições brasileiras anteriores à de 1988, observa-se que durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como votar e serem votadas.

A constituição brasileira tem seu primeiro exemplar em 1824 (Constituição Política do Império do Brasil), enunciou as garantias dos direitos civis e políticos dos brasileiros. Segundo Horta (2003 apud SANTOS, 2009), são três características principais dessa

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Constituição: a incorporação do poder Moderador, base de toda organização política; a flexibilidade, pois esta era semirrígida e; a condição da mulher, na qual foi mencionada apenas para delinear sobre a sucessão imperial.

Ainda de acordo com a Constituição, em seu art. 92, as mulheres e os escravos não eram considerados como cidadãos, já que para condição de cidadãos brasileiros era necessário ter 25 anos e ser homem. No art. 94, a condição de cidadão exigia ainda a uma renda líquida anual de duzentos mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empréstimo (BRASIL, 1824).

Com o advento da República, uma nova constituição foi promulgada em 1891, recebendo grandes influências da constituição dos EUA, sendo considerada até mesmo como a musa inspiradora para sua criação (LEITE, 2003), vigorando até a República Velha (primeira República) e contou com 91 artigos. O marco importante dessa Constituição foi o sufrágio universal, no qual, permitiu que todo brasileiro do gênero masculino e que possuísse 21 anos, estaria apto a votar, citando como condição para o voto efetivo a exclusão de analfabetos, mendigos das praças, soldados, mulheres e religiosos ao voto de obediência. Segundo Santos (2009, p.5): “[…] não havia exclusão expressa à mulher do voto porque não havia ideia de mulher como individuo dotado de direitos, tanto que várias mulheres requereram, sem sucesso, o alistamento. […]”.

Somente em 1932, durante o governo Vargas e após a luta do movimento sufragista, que iniciou no Brasil em 1919, resultou numa das maiores conquistas assim realizadas, assinado pelo presidente Getúlio Vargas. O decreto ratificou o voto do cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código, contribuindo, assim, com a inclusão social da mulher, dando seu direito ao voto. Porém, por questões ainda machistas referentes a assuntos políticos, não foi suficiente para torná-la como sujeito. (BRASIL. Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932).

A constituição de 1934 (República Nova) foi promulgada pelo governo provisório de Getúlio Vargas e representou o início de uma nova fase no Brasil, no qual esta constituição, em seu art. 109, trouxe o alistamento e o voto feminino obrigatório, quando estas fossem funcionarias públicas remuneradas, como também a redução da jornada de trabalho para 8 horas, o voto secreto e o sufrágio feminino (BRASIL, 1934).

Nesse período, após uma Assembleia Constituinte convocada por Getúlio Vargas, em 1934, houve a eleição da primeira deputada federal feminina: Carlota Pereira de Queirós, que ganhou pela legenda da Chapa Única por São Paulo, e com isso, promoveu também, sua

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primeira suplente, a Bióloga Berta Lutz, do Distrito Federal, feminista, de extrema importância na luta da conquista do voto. Carlota Pereira de Queirós permaneceu na Câmara até 1937, quando foi instaurado o Estado Novo (BRASIL, 1934).

Mesmo com a restrição dos direitos civis no período do Estado Novo, a Constituição de 1937, em seu art. 117, manteve a garantia do direito ao voto feminino, desde que, fossem maiores de 18 anos, não fossem analfabetas e não privadas de direitos políticos.

Após o período de Estado Novo, veio uma nova constituinte de 1946, pelo governo de Eurico Gaspar Dutra, a qual proporcionou restituir características da constituição de 1934 e que, principalmente, sendo a primeira a estabelecer em seu art. 133, a obrigatoriedade do voto para todas as mulheres e o alistamento, salvos as exceções previstas na lei. (BRASIL, 1946).

No período militar, após a constituinte de 1967, observa-se que a Constituição apenas mudou o número do artigo, mas em sua objetividade se manteve inalterada, pois continuava uma “vitória” para a participação feminina no processo eleitoral, visto que votavam apenas para eleger os candidatos propostos. Na forma da lei, sendo excluídos: analfabetos, militares em serviço ativo, mendigos e os que tivessem privados de direitos políticos (BRASIL, 1967).

Uma observação a respeito do período da ditadura brasileira na qual foram privados muitos direitos dos cidadãos, as eleições para alguns cargos eletivos, como senadores, deputados, prefeitos e vereadores, mantiveram eleições diretas nos períodos em que o Congresso se manteve aberto (BRASIL. Resolução-TSE nº 8.291, de 25 de junho de 1969).

Até o presente momento, a população brasileira e os estrangeiros que aqui residem, são regidos, pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a CF/88, a qual têm como principal característica a isonomia, visto que, em seu art. 5, todos são iguais perante a lei, sem distinção de natureza, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, garantia de direitos civis, de direitos sociais, como educação, saúde, lazer entre outras (BRASIL, 1988)

Essas modificações foram importantes, pois se consolidou os direitos políticos das mulheres onde proporcionou o direito de votar e ser votada. A CF/88, em seu art. 14, nos diz que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I-Plebiscito; II-Referendo e III- Iniciativa popular (BRASIL, 1988).

Posteriormente, as cotas eleitorais surgem com objetivo de dar mais representatividade e igualdade política às mulheres e, para isso, contou com a criação da Lei nº 9.100/95, onde propõe, em seu art. 11, reserva de 20% das vagas de cada partido ou coligação a fim de ser

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preenchida por mulheres, essa ação afirmativa tem objetivo de aumentar a participação das mulheres no campo político.

Depois desta lei, seguindo a mesma temática, surgiram outras leis as quais, procurando promover uma maior participação feminina, adotaram um percentual de 25% de cada sexo para o pleito. Desta forma, a lei 12.034/2009 em seu art. 10 inciso III, institui que cada partido ou coligação preencherá com o mínimo de 30% e o máximo 70% para candidatura de cada sexo.

Visando o aumento da participação feminina no processo eleitoral, está em pauta na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição, PEC nº 134, de 15 de setembro de 2015, a qual propõe reserva de 10% das vagas, para candidatas femininas, nas esferas federais, estaduais e municipais, porém, segue a tramitação no plenário e faz necessário para ser aprovado, é necessário ter 3/5 dos votos favoráveis, ou seja, 308 votos, em dois turnos no congresso nacional para sua plena aprovação. (BRASIL. PEC nº 134, de 15 de setembro de 2015).

3 – Metodologia

Esta pesquisa teve por objetivo levantar a participação feminina no processo eleitoral no município de Mesquita-RJ e ratificar se há existência entre a igualdade de gênero. Para tanto, baseou-se nas eleições de 2000 a 2016, e realizou-se uma pesquisa aplicada, descritiva, a qual procurou averiguar a efetiva participação feminina.

Cervo e Bervian (2002, p. 66) enfatizam que: “(…) a pesquisa descritiva procura descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características (...)”.

Para tanto, foi feita uma análise quantitativa, em virtude dos dados estatísticos, fornecidos pelos Tribunais Regionais Eleitoras, Tribunal Superior Eleitoral e também pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os quais nos possibilitaram fazer um levantamento detalhado da tentativa de inserção feminina nos cargos políticos deste município.

Como procedimentos técnicos, a pesquisa baseou-se na pesquisa bibliográfica e documental, e na elaboração de um questionário que buscou averiguar o conhecimento populacional a respeito da participação feminina no processo eleitoral com participação de 170 moradores do município de Mesquita (RJ); e outro direcionado às 02(duas) representantes políticas eleitas e ocupantes de seus referidos cargos, visto que a presença feminina ainda representa um desafio a ser superado.

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Segundo Andrade (2003, p.126), “(...) pesquisa bibliográfica tanto pode ser um trabalho independente como constituir-se no passo inicial de outra pesquisa(...)” é também como o tipo de pesquisa.

A primeira pesquisa foi realizada entre, 01 de junho a 02 de dezembro de 2016, e buscou informações pelos dezessete bairros pertencentes a este município (Alto Uruguai, Bairro Industrial, Banco de Areia, BNH, Centro, Chatuba, Coréia, Cosmorama, Cruzeiro do Sul, Edson Passos, Jacutinga, Juscelino, Rocha Sobrinho, Santa Teresinha, Santo Elias, Vila Emil e Vila Norma) onde foram obtidas informações de 10 mulheres por bairro, em virtude do número total de bairros, e buscou atender as diversas idades compreendidas entre maiores de 18 anos e menores que 70 anos. A escolha da idade foi baseada no art.14 da CF/88, onde diz que voto é obrigatório para maiores que 18 anos e menores que 70 anos (BRASIL, 1988).

Após pesquisa de campo procurou-se expor através de tabelas, os resultados alcançados sobre o que a população mesquitense pensa e espera sobre a participação feminina no processo eleitoral municipal. Procurou-se ainda abordar, tendo por base pesquisas bibliográficas, documentais e exploratórias, uma análise macro do processo de participação feminina nas políticas públicas, voltadas principalmente para os Municípios os quais, mediante resultados estatísticos, comprovou-se sua presença nesse curto período compreendido entre 2000 a 2016.

4-Resultados e Discussões

4.1 A câmara de vereadores do município de Mesquita RJ

O município de Mesquita, emancipado em 1999 através da Lei Estadual nº 3.253/99, apesar de ter realizado as suas primeiras eleições em 2000 e nesse lapso temporal de cinco eleições, em que pese a existência de legislação específica que estabelece aos Partidos Políticos um mínimo de 25% de Candidatos de cada sexo (Lei Federal nº 9504, 1997), possui um quantitativo de vereadores não condizentes com o limite máximo.

Atualmente, o Art. 50 da Lei Orgânica do Município de Mesquita determina que o quadro seja de apenas 12 vereadores, dos quais atualmente são: 11(onze) homens e 01 (uma) mulher. De acordo com o TSE (2000), no ano de 2000 houve diversas candidatas para o cargo de vereadora e nenhuma para prefeita e que, infelizmente, o melhor resultado para vereadora alcançado pela participação feminina foi a 17ª posição.

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Miguel e Queiroz (2006) apresentam três hipóteses sobre o êxito de mulheres em eleições municipais, são elas: (1) a hipótese de política tradicional que diz que as mulheres seriam eleitas não por sua trajetória pessoal ou seu vínculo com a sociedade, mas sim como representante de seus clãs familiares, (2) a da hiperqualificação, por ser considerada como inferior, buscam melhorar a formação educacional como forma de obter um melhor posicionamento na sociedade, os diplomas escolares seriam como atestado para as próprias mulheres de sua competência para entrar na arena política e (3) a hipótese demográfica, que em alguns municípios, por ter relativamente menos homens, saíram em busca de melhores condições de trabalho.

Observando essas hipóteses no município de Mesquita (RJ), em todo seu processo eleitoral, todas as candidatas eleitas durante esse lapso temporal de existência da cidade, sem exceção, em todas as eleições, as candidatas eleitas possuíam nível superior e profissões vinculadas à necessidade da cidade, tais como: Advogada, Administradora, Médica e Professora, profissões essas relevantes para os questionamentos das necessidades da população, buscando, através de suas lutas, a garantia de melhoria e desenvolvimento pelo município.

Com a crescente participação feminina a se afirmar como sujeito capaz de representatividade política inicia-se no município de Mesquita (RJ) seminários para apresentações de ações afirmativas e políticas públicas objetivando discutir a diferença de gênero e a maior participação feminina no empoderamento político.

Sobre tais fatos, procurou-se debater a importância da participação feminina na política nacional, visto que em um dos encontros, em 24 de fevereiro de 2016, foram comemorados os 84 anos de conquista da mulher do direito ao voto, lutas, violências no lar e seu posicionamento na política. Ressaltou-se também que o encontro teve por objetivo estimular a população feminina em sua investidura no processo político, destacando o mais alto patamar na República Federativa Brasileira, a qual foi eleita nossa primeira Presidente da República, Dilma Vana Rousseff, no período de 2010 a 2016.

Sendo esta a quinta eleição municipal para o cargo de vereador no município de Mesquita (RJ), nota-se que há pouca ou quase nenhuma participação efetiva nas cadeiras da casa legislativa deste município. Fazendo um comparativo das 05(cinco) eleições assim presididas, contando com a do ano de 2016, apenas 04 (Quatro) mulheres de fato ocuparam os cargos políticos para vereadores, sendo que apenas uma com uma reeleição 2012-2016 e nenhum para prefeito da cidade.

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Considerando que nas mesmas eleições houve a participação de 358 mulheres em todo seu processo eleitoral, mesmo assim, não houve sequer metade das cadeiras ocupadas durante todo esse período, pois com todo esse valor, o seu percentual participativo eleito representa aproximadamente 1,39% 1da totalidade feminina entre os anos de 2000 a 2016, enquanto que no mesmo período e houve a participação de 891 candidatos masculinos, sendo eleitos 52 candidatos, chegando seu valor percentual participativo da casa legislativa de aproximadamente 5,83%.2

Sabendo do histórico do processo eleitoral brasileiro, subentende-se que, em certa parte, tratar do assunto da participação feminina na política em pleno século XXI ainda requer certo grau de atenção pelo fato de, até mesmo por se tratar de uma questão cultural, ainda é um assunto do qual não é refletido e repensado com frequência pela sociedade feminina, pois se de um lado pensa-se que política é sinônimo de corrupção e tudo que é ilícito, de outro lado prefere abster seus pensamentos em virtude de que essa participação nas tomadas de decisões reflete de certa forma na cultura enraizada da sociedade por ser “responsabilidade masculina”. Porém, ao longo do tempo vem demonstrando uma maior força participativa no cenário político, demonstrando cada vez mais que é possível nas bancadas eleitorais tanto quanto o homem, as mulheres poderem exercer seu papel perante a sociedade, promovendo diversas ações sociais, políticas e econômicas que objetivam benfeitorias e desenvolvimento com intuito de alcançarem o bem-estar da população.

Sobre tais fatos, foram possíveis duas entrevistas, uma com a Deputada Estadual e outra com a Vereadora Municipal, ambas eleitas pelo município de Mesquita (RJ), onde foi perguntado como as entrevistadas observam as atitudes e ações dos partidos políticos para maior participação feminina no processo eleitoral brasileiro. A Deputada respondeu:

Que observa com muito pesar, pois procuro acompanhar os debates a partir dos grupos das militantes dos partidos, a produção legislativa e o que se tenta propor em termos de programas que efetivem políticas públicas que deem eficácia material aos direitos das mulheres. (...) Não se admite a participação das mulheres nos processos políticos, em grande parte, devido aos estereótipos que histórica e culturalmente são associados ao gênero feminino.

A Vereadora respondeu:

Ainda que de forma tímida, os partidos começaram a se organizar no sentido de resgatar a vontade feminina de fazer parte do debate. Infelizmente ainda há muito preconceito por parte de alguns “caciques” que acham que são donos dos partidos

1 Tal porcentagem feminina baseia-se na divisão entre: as 05(cinco) cadeiras ocupadas por vereadoras eleitas

pelo quantitativo de mulheres participantes no processo eleitoral de 2000-2016.

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Já a porcentagem masculina baseia-se na divisão entre: as 52(cinquenta e duas) cadeiras ocupadas por vereadores eleitos pelo quantitativo de homens participantes no processo eleitoral de 2000-2016.

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e com isso ainda dificultam a entrada de mulheres na política. (...) Os Partidos têm realizado seminários, reuniões e grandes debates para fomentar a participação feminina, mas pecam porque o fazem sempre perto do período eleitoral. As grandes mudanças demandam tempo e a mudança de pensamento se traduz com atitudes. E só assim vão de forma definitiva trazer a igualdade entre homens e mulheres em todos os aspectos.

Ainda perguntadas sobre o uso de candidatas laranja no processo eleitoral, qual seriam suas opiniões sobre o assunto e possível solução para eliminar tais praticas, a Deputada concedeu a seguinte declaração:

É algo extremamente repugnante e reprovável. Há muitas mulheres que são líderes comunitárias, eclesiais, participam ativamente de atores e movimentos sociais. Penso que o processo eleitoral deveria ter para sua admissibilidade à candidatura, além de tudo, alguma comprovação de que o candidato ou a candidata possui alguma história, comprovada, de participação em processos e movimentos cidadãos, populares e de promoção dos direitos fundamentais e da cidadania.

A Vereadora assim declarou:

Infelizmente mesmo com a vontade feminina de participar do debate político e da política como um todo, ainda são cooptadas diversas candidatas apenas para cumprir os requisitos de quantitativos de candidaturas femininas. A solução seria acrescer dispositivos mais severos em relação à fraude, punindo com rigor e inelegibilidade dos que porventura forem acusados e condenados pela prática de usar “laranjas” para burlar leis eleitorais. Essa ação criminosa só existe pela punição em pequena monta; em pequeno grau. O exemplo arrasta e a condenação deve ser a altura da prática delituosa.

Perguntadas sobre como acham que o conhecimento político visto pela parcela feminina é interpretado, a Deputada concedeu a seguinte declaração:

É interpretado com temor. Infelizmente nossa sociedade capitalista e de consumo exacerbados a tudo instrumentalizou e precificou. Não se olha a pessoa humana em sua inteireza e em seu valor em si mesmo. Foi exacerbado o estereótipo de que a mulher deve ficar em casa e cuidar do lar. “...” A cultura de controle político, social e administrativo dos atos dos agentes públicos é muito incipiente em nosso país. Por mais que a Constituição da República de 1988 tenha consagrado vários instrumentos de participação popular e de controle social, esses instrumentos são pouco exercidos e diria até conhecidos por grande parte da população, inclusive por cidadãos que possuem nível superior.

Já a Vereadora declarou da seguinte forma:

O nível cresceu de forma considerável mesmo não sendo o ideal para os padrões atuais a sociedade feminina encara a forma mais racional e humana, pois traz em seu bojo as condições de mulher guerreira que tem ido a luta por oportunidade e reconhecimento sem parecer clichê. A mulher assumiu de fato o papel de mantenedora, de cuidar de mil coisas ao mesmo tempo, e tem em si a vontade de mostrar que pode fazer melhor e diferente. A sociedade certamente reconhece essa garra, interpretando de forma positiva e esperançosa a participação feminina nas ações e decisões políticas em prol do interesse coletivo.

Perguntadas sobre quais as dificuldades femininas enfrentadas perante cargos chefiados no passado por homens e visto ainda como tabu por uma “sociedade machista”, a Deputada concedeu a seguinte declaração:

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A dificuldade se dá pelo fato de que se cobram as mesmas atitudes dos homens com relação às mulheres. Nossas diferenças de gêneros não se dão somente pelos nossos órgãos sexuais, mas sim pelos nossos comportamentos que estão diretamente associados à forma pela qual interpretamos e lidamos com o mundo. Assim como a vigor está para o gênero masculino, a ternura está para o feminino. Todavia, penso que, ainda assim correríamos o risco de estar, com isso, estabelecendo um estereótipo. (...) A sociedade precisa libertar-se destes estereótipos e, para que isto aconteça, é necessário ampliar o acesso e a participação das mulheres principalmente nos espaços de gestão e nos instrumentos de exercício de poderes.

Já a Vereadora declarou desta forma:

Vivemos ainda em uma sociedade com forte predominância de um sistema patriarcal retrógrado, machista e discriminatório que só fortalece a desigualdade de oportunidades. As Mulheres, mesmo diante de alguns avanços obtidos através de muita luta, encontram ainda nos dias atuais dificuldades e barreiras que dificultam ocupação de cargos em instâncias de poderes e igualdade de condições exigindo com isso, uma luta constante contra discriminação e luta por seu empoderamento, pela valorização e reconhecimento do sua atuação no mercado de trabalho e pela sua participação política no processo democrático de construção de uma sociedade mais justa. “Isso é coisa de homem é mulher tem que ficar em casa!” Através do meu mandato participativo tenho buscado incansavelmente fortalecer o papel da mulher no espaço político e criei a “Frente Parlamentar de Vereadoras da Baixada Fluminense” com a participação atualmente de nove vereadoras das 13 existentes em toda Baixada Fluminense. Considero um grande avanço no fortalecimento e união de forças para que a mulher ocupe de fato esse espaço político!

Em relação aos dados estatísticos da transparência Internacional, que apontam baixa participação feminina nos casos de corrupção, perguntou-se como a Deputada observa as atitudes que evitam tais práticas corruptivas, à entrevistada concedeu a seguinte declaração:

Pra mim a corrupção não é só uma questão de caráter. É uma questão de formação, de valores. Sinceramente eu não tenho dados científicos para explicar com precisão quais seriam os fundamentos que balizariam essa observação feita pela pesquisa da transparência internacional, ainda mais que é uma pesquisa quantitativa. Uma pesquisa qualitativa seria interessante, nesse caso. Mas, penso que as mulheres são mais impulsionadas pelos seus sonhos, por suas visões. O dinheiro, a ganância pelo poder em si mesmo, não são marcas das buscas das mulheres. Creio que esta seja uma hipótese mais plausível para a observação realizada pela transparência.

Já a Vereadora declarou desta forma:

A probidade e correção em seus atos tendem a ser em grau maior nas mulheres inseridas na política já que está em luta constante para mostrar seu valor que não se restringe ao lar, mas sim a todos os segmentos tanto pessoais quanto profissional. A mulher tem menor participação nos autos de corrupção por justamente ser desde nova o exemplo maior da casa e ter um olhar diferenciado no cuidado com a sociedade como um todo. Àquela que luta pelo fim do preconceito em relação a salários, a ocupação de cargos de chefia e de direção e de cargos políticos. Por enfrentar diversos tabus a mulher busca mostrar seu potencial, honestidade, eficiência e inteligência de forma transparente, equilibrada e correta.

Abaixo é apresentada uma tabela referente aos resultados das eleições municipais de Mesquita (RJ) entre 2000-2016.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO Ano Candidatos Masculinos Candidatos Masculinos Eleitos % Candidatos Femininos Candidatos Femininos Eleitos % 2000 168 09 5,36 57 00 0,00 2004 162 10 6,17 51 02 3,92 2008 163 12 7,36 57 00 0,00 2012 191 10 5,24 94 02 2,13 2016 207 11 5,31 99 01 1,01

Fonte: Adaptado do TSE: (2000/2016)

Em Mesquita (tabela 1) com uma população com um pouco mais de 160 mil habitantes, segundo dados do IBGE (2010), nota-se uma queda praticamente mais de 50% em relação à participação feminina nas eleições entre 2012 e 2016, ao passo que há um aumento da participação masculina de 0,07%, valor que representa, nesse recorte temporal, uma cadeira a mais para os homens, visto que se tem um total de 12 cadeiras até o presente momento, sendo essas ocupadas atualmente por 11 homens e apenas 01 mulher.

4.2 - Questionário Populacional

Com a Intenção de enriquecimento do presente artigo o qual tem o objetivo de averiguar a participação feminina no processo eleitoral e como objetivo secundário ratificar se há existência entre a igualdade de gênero, houve a aplicação de formulário à população feminina, no período de 01 de junho a 02 de dezembro de 2016, onde se procurou, ao longo dos 17 bairros do município de Mesquita RJ, informações pertinentes ao conhecimento e pensamentos dos moradores num total de 170 entrevistados. No questionário projetaram-se informações referentes aos entrevistados: I – Nível escolaridade; II – Conhecimento sobre cotas na participação femininas inseridas a legislação nº 9504/97; III – Ações pelos Partidos Políticos/Governo para promover maior participação das mulheres nas políticas do município; IV – Sabe reconhecer através de dados que um candidato/a tem sua participação reconhecida como “candidatura Laranja”.

Tabela 2 – Nível Escolaridade: Pesquisa Quantitativa

NÍVEL DE ESCOLARIDADE FEMININO

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO SUPERIOR INCOMPLETO 26 2º GRAU COMPLETO 28 2º GRAU INCOMPLETO 24 1º GRAU COMPLETO 42 1º GRAU INCOMPLETO 31 TOTAL 170

Fonte: Elaborado pelos autores (2016)

Sobre o nível de escolaridade, foi notado em nossa coleta de dados que a maioria das entrevistadas possui apenas o 1º grau completo, sendo essas um total de 42 mulheres, representando um total de 24,70% das entrevistadas.

Tabela 3 - Conhecimento sobre Cotas /Lei nº9504/97: Pesquisa Quantitativa

CONHECIMENTO SOBRE COTAS/ LEI Nº 9504/97 FEMININO

SIM 12

NÃO 158

Fonte: Elaborado pelos autores (2016)

Em relação ao conhecimento de cotas de participação feminina inseridas na legislação nº 9504/97, este tópico, em nossa coleta de dados, apontou que apenas 12 mulheres, representando um total de 7,05% das entrevistadas, tinham o conhecimento sobre esta Lei. Muitas delas achavam que existia apenas cota para ingresso em universidades e nada mais.

Tabela 4- Ações pelos Partidos Políticos/Governo para promover maior participação das mulheres nas políticas do município: Pesquisa Quantitativa

AÇÕES DE PARTIDOS /GOVERNO PARA MAIOR PARTICIPAÇÃO

DAS MULHERES NAS POLÍTICAS DO MUNICÍPIO FEMININO

SIM 74

NÃO 96

Fonte: Elaborado pelos autores (2016)

Sobre Ações pelos Partidos Políticos/Governo para promover maior participação das mulheres nas políticas do município, podemos perceber que as respostas giram em 43,53% em SIM e 56,47% para o NÃO.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – ARTIGO CIENTÍFICO

Tabela 5 - Sabe reconhecer através de dados que um candidato/a tem sua participação reconhecida como “candidatura Laranja”: Pesquisa Quantitativa

RECONHECER ATRAVÉS DE DADOS “CANDIDATURA LARANJA” FEMININO

SIM 48

NÃO 122

Fonte: Elaborado pelos autores (2016)

Em relação ao reconhecimento de “candidatura laranja”, através de dados, houve de fato um alerta para nossa equipe que, constatou que apenas 28,23% das entrevistadas sabiam o que de fato era, pois muitas acreditavam que eram aquelas(es) candidatos que tiveram poucos votos.

4.3 Candidatos Laranja de Mesquita (RJ) e dos seus limítrofes em 2016.

Conforme dados adquiridos do TSE e TRE, pode-se estabelecer um grau comparativo quanto à “candidatura laranja”, cujo codinome: Laranja é devido à ausência de votos, inclusive o próprio candidato. Segue abaixo, o resultado da última eleição de 2016:

Tabela 6 - Candidatos Laranja do ano de 2016:

MUNICÍPIO MASCULINO FEMININO TOTAL

BELFORD ROXO 44 66 110

MESQUITA 15 18 33

NILÓPOLIS 00 00 00

NOVA IGUAÇU 34 25 59

SÃO JOÃO DE MERITI 10 05 15

RIO DE JANEIRO 51 53 104

Fonte: autores, a partir de dados do TSE (2000/2016).

Sobre a tabela, nota-se que Mesquita (RJ) tem um número considerável de candidatos laranja, perdendo apenas para os municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Belford Roxo. Nota-se ainda que, servindo como exemplo para todos os municípios verificados, Nilópolis consagrou-se em não possuir nenhum candidato, de ambos os sexos, considerados como laranjas.

Segundo Ilha (2016), o TSE apurou, para as eleições ocorridas em 2016, precisamente 16.131 candidatos sem votos representativos, dos quais 14.417 são representantes femininas contra 1.714 de representação masculina, ou seja, quase doze vezes o valor representado pelos

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candidatos masculinos. Com isso houve a recomendação, por parte do TSE para o Ministério Público Eleitoral, que os Estados envolvidos nessa situação investiguem tais denúncias, pois para o TSE trata-se de “candidaturas laranja”, em virtude de serem utilizadas apenas para cumprirem com o percentual mínimo de 30%, conforme lei eleitoral (ILHA, 2016).

5-Conclusão

O presente artigo teve por objetivo levantar a participação feminina no processo eleitoral e ratificar se há existência entre a igualdade de gênero. Pra tanto, apresenta os dados em forma de tabela, evidenciando que no município de Mesquita RJ, há pouca ou é quase nula a participação das mulheres Mesquitenses na política municipal. O trajeto para que as mesmas conseguissem poder votar e serem votadas iniciou-se nas eleições de 2000.

Foram procuradas informações a respeito dos níveis escolares de cada candidata em todos os períodos eleitorais analisados no presente município, porém houve uma limitação, tanto nos sites do TSE e dos partidos, como também, nos locais das sedes partidárias. Outras limitações foram às cenas de armas sendo transportadas por menores de idade e discussões que poderiam resultar em dano físico, ou até a morte, por tratar-se de alguns locais considerados como áreas de risco.

Todavia observamos que a cidade de Mesquita RJ, emancipada em 1999, tendo 05 eleições, as candidatas continuam de forma mínima. Este último pleito de 12 vereadores eleitos, apenas 01 foi mulher. Constatou-se ainda que foram 99 mulheres candidatas e 18 delas “ laranjas”, ou seja, elas sequer obtiveram seus respectivos votos.

Ao longo da pesquisa quantitativa constatou-se que, muitos entrevistados sequer sabiam o real significado da candidatura “laranja”. Muitos votaram e ainda votam por indicações de amigos ou parentes e nem sequer lembram-se do último candidato que votaram. Não possuem interesse na participação feminina no município de Mesquita, visto que algumas delas pensam que todo processo político se resume obter algum fim lucrativo com tais participações, outras, confiantes de que, a participação feminina é de suma importância para as conquistas realizadas ao longo do processo eleitoral brasileiro, reconhecem que lugar de mulher também é na política, e que num país democrático a igualdade dos direitos tem que ser cumprida e aceita, ainda que em uma sociedade “machista”, porém muito trabalho tem-se pela frente nessa participação do processo eleitoral.

Perante tais resultados obtidos, sugere-se que seja realizada uma nova pesquisa no âmbito do processo eleitoral municipal de Mesquita RJ, no ano de 2020, com a finalidade de

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obter dados estatísticos comparativos com a tabela 1 e tabela 6, deste presente artigo, visando apresentar, se de fato, houve um aumento na participação feminina na câmara municipal e paralelamente, a possível diminuição/ausência de candidatas laranja nas eleições municipais, pois caso ratifique-se a PEC134/2015, ocorrerá de fato concreto, a presença feminina, em cada eleição realizada, para os mais diversos cargos e permitindo que uma futura pesquisa apresente dados positivos quanto o aumento na participação feminina no processo eleitoral, principalmente no município de Mesquita (RJ).

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE MESQUITA-RJ

Nome Completo: Bairro:

Telefone: Idade:

Nível Escolaridade:

1- Você possui conhecimento da lei nº 9.504/97 reforçada pela lei nº 12.034/09 sobre a cota para cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo?

( )Sim ( )Não

2- Você concorda com a cota de 30% da nº 9.504/97 reforçada pela lei nº 12.034/09? ( )Sim ( )Não

3- Você sabia que a quantidade de vereadores do município de Mesquita RJ, segundo emenda constitucional nº58/2009 em seu art.29º o qual garante 12 parlamentares conforme sua quantidade de habitantes pertencentes ao município?

( )Sim ( )Não

4- Você possui conhecimento sobre a quantidade de mulheres ocupantes das cadeiras legislativas atualmente no município?

( )Sim ( )Não

5- Você concorda com a quantidade de mulheres ocupantes das cadeiras legislativas atualmente no município?

( )Sim ( )Não

6- Em seu ponto de vista, você acha que os partidos políticos/governo promovem maiores participações das mulheres nas políticas desse município?

( )Sim ( )Não

7- Como você observa as atitudes e ações dos partidos para maior participação feminina no processo eleitoral municipal?

( ) Machista.

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( ) Promove forte apoio político. ( ) Acredita no potencial feminino. ( ) Outros…

8- Sabe informar como reconhecer através de dados que um candidato/a tem sua participação reconhecida como “candidatura Laranja”

( )Sim ( )Não

9- Sobre o uso de candidatas laranja no processo eleitoral municipal, qual seria sua solução para eliminar tais práticas:

( ) Ficarem inelegíveis por um tempo determinado. ( ) Colocar somente as candidatas que podem ser eleitas. ( ) Acrescentar mais vagas femininas nas cadeiras legislativas.

( ) Modificar as leis de modo que qualquer candidato tenha um número mínimo de votos. ( ) Outros.

10- Sobre a atual conjuntura política, quais medidas podem ser adotadas para maior participação feminina no processo eleitoral municipal:

( ) Promover ações sociais que demonstrem a real necessidade da presença feminina no processo eleitoral.

( ) Cobrar dos partidos maior ênfase e ações femininas no processo eleitoral.

( ) Exigir das candidatas projetos e metas plausíveis capazes de satisfazer a necessidade do município.

( ) Maior campanha eleitoral promovendo a real necessidade da participação das mulheres no processo eleitoral.

( ) Exigir das mulheres a sua participação eleitoral. ( ) Outros.

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APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS. (QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A VEREADORAS E DEPUTADAS)

Nome: Cargo: Tel/email:

1- Como você observa as atitudes e ações dos partidos políticos para maior participação feminina no processo eleitoral brasileiro?

2- Sobre o uso de candidatas laranja no processo eleitoral, qual seria sua opinião sobre o assunto e possível solução para eliminar tais práticas?

3- Em seu ponto de vista, qual nível de interesse da sociedade feminina sobre sua participação no processo eleitoral? Como acha que o conhecimento político visto pela sociedade feminina é interpretado?

4- Em sua opinião, quais as dificuldades femininas enfrentadas perante cargos chefiados no passado por homens e visto ainda como tabu por uma “sociedade machista”?

5- Segundo levantamentos estatísticos da transparência internacional, a participação das mulheres em casos de corrupção é muito menor que a participação dos homens. Diante disso, como você observa tais atitudes femininas que evitam tais práticas de corrupção?

Referências

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