Introdução ao Pensamento de Badiou e Žižek
GABRIEL TUPINAMBÁ
European Graduate School gabriel.tupinamba@egs.edu
Círculo de Estudos da Ideia e da Ideologia www.ideiaeideologia.com
Pensée
www.scilicet.com
Itinerário
I - HISTÓRIA DE UMA RELAÇÃO 1. Freud e Marx
2. Freudo-Marxismo
II - MOMENTO DE RUPTURA 3. Jacques Lacan
4. Louis Althusser
III - PENSAMENTO DA NÃO-RELAÇÃO 5. Alain Badiou
a) O que é o Novo?
b) Uma Nova Teoria do Sujeito c) Conceitos Fundamentais 6. Slavoj Žižek
a) O que é Real na Política?
b) Retorno à Hegel
c) Conceitos Fundamentais
7. Badiou ou Zizek? Sim, por favor!
a) Uma contradição dentro do povo b) Verdade e Sujeito
c) A Ideia Comunista
Freud e Marx
(a) Freud: O inconsciente determina a consciência (b) Marx: O ser social determina a consciência
(c) Freud e a Política: crítica dos ideais
(d) Marx e a Psicanálise: crítica do individualismo burguês
Freudo-Marxismo
(a) Revolução e Guerra na Europa
(b) A autoridade entre fascismo e revolução
(c) A razão entre iluminismo e instrumentalização (d) Um novo objeto: a massa
Freudo-Marxismo
Freud
∩
Marx = massaFreud Marx
a massa
excesso e
repressão fascismo e autoridade
racionalidade e massificação
crítica da universalidade
(Weber, etc)
Louis Althusser
(a) Depois de Stalin: Ruptura e Revisionismo (b) Ideologia: Teoria e Prática
(c) Ciência: Discurso sem sujeito
(d) Marx e Freud: do objeto ao método
Freud Marx
inconsciente
método
crítica do sujeito psicológico crítica do homo economicus Freud
∩
Marx = ciências conflituosasLouis Althusser
economia política
o significante precede e determina o significado
o ser social determina a consciência
materialistas: negam a primazia da consciência dialéticos: dão lugar às contradições
conflituosos: campos localizados dentro do conflito que estudam
Jacques Lacan
(a) Declínio social da Imago Paterna
(b) Problema do Narcisismo e da Interpretação (c) A Razão, depois de Freud
(d) Homologia entre Marx e Freud
Jacques Lacan
analogia
F(x)
homologia
F(y)
x y
≠
=
=
≠
F(x) F(y)
x y traço presente em
origem comum
funções diferentes
ex: asas de morcegos e de pássaros têm funções análogas (voar) mas não vem de um traço de um ancestral comum traço sem origem
comum
funções similares
ex: patas de alguns animais e o braço do ser humano tem funções diferentes (apoio, para o primeiro, manuseio, para o outro) mas são homólogos por derivarem de um ancestral comum.
homologia em biologia comparativa
Jacques Lacan
homologia em topologia algébrica
modo de caracterização de superfícies com base em suas invariâncias estruturais
= ≠ =
o toro é homólogo ao toro enodado em trevo: em ambas as superfícies é possível fazer um (e somente um) corte circular que não separa a superfície em duas partes desconexas
a esfera é homóloga ao cubo pois é impossível fazer um corte circular em qualquer uma das superfícies sem separá-las em duas partes desconexas
Jacques Lacan
Marx
espaço lógico comum
mais valia
homologia entre Marx (mais-valia) e Freud (mais gozar)
trabalho valor
Freud
inconsciente significante
mais gozar
trabalho Capital
≠
Simbólico Real
?
Alain Badiou
a) O que é o Novo?
b) Uma Nova Teoria do Sujeito c) Conceitos Fundamentais
Alain Badiou
a) O que é o Novo?
materialismo democrático:
“Só existem corpos e linguagens”
ou
“Só existem indivíduos e comunidades”
dialética materialista:
“Só existem corpos e linguagens, exceto que há verdades”
uma verdade acontece em exceção ao que existe, ao que é discernível e classificável, ao que pode ser construído a partir de propriedades, ao que é sabido
SER só existem exceto que há verdade EVENTO
ESTRUTURA DO NOVO
SUJEITO
Alain Badiou
b) Uma Nova Teoria do Sujeito
DUAS QUESTÕES:
O que é o Ser se o amor, a arte, a ciência e a política são capazes de produzir o Novo?
O que é o Novo se o amor, a arte, a ciência e a política são capazes de inscrevê-lo no Ser?
TESE INICIAL:
A matemática é o discurso do ser enquanto ser.
SEGUNDA TESE:
(Pelo menos) a arte, a política, a ciência e o amor pensam.
TERCEIRA TESE:
Uma verdade é produzida como um acontecimento de pensamento.
QUARTA TESE:
A F i l o s o fi a p e n s a a c o m p o s s i b i l i d a d e e contemporaneidade de verdades que lhe são heterogêneas.
Arte
(Marx) Filosofia
Freud
∩
Marx = ØFreud, Marx ∈ Procedimentos Genéricos
Alain Badiou
Procedimentos Genéricos
Amor Ciência Política
(Freud)
procedimentos genéricos produzem verdades (artísticas, amorosas, políticas e científicas) a filosofia pensa a compossiblidade
das verdades extra-filosóficas, pensa o conceito de Verdade de um tempo
Alain Badiou
c) Conceitos Fundamentais
Ser enquanto ser
Situação
Sítio Evental
Evento
Verdade
Sujeito Fidelidade
ponto local e finito de uma verdade, subtraído do saber, determinado por sua fidelidade
processo de investigação que força novos saberes na situação a partir do engajamento com o Evento
conjunto genérico: coleção infinita que não recai sob nenhum nome ou saber pre-existente na situação
aquilo cujo acontecimento é também seu
desaparecimento, dado que é indiscernível na situação localidade da situação em que aquilo que não existe pode
ser convocado a existir (através de um evento)
enquanto situação: multiplicidade estruturada; enquanto mundo: ordenação das identidades e diferenças do que
aparece
multiplicidade pura, infinita, inconsistente, e feita de nada além do vazio
Slavoj Zizek
a) O que é Real na Política?
b) Retorno à Hegel
c) Conceitos Fundamentais
Slavoj Zizek
a) O que é Real na Política?
O problema do fracasso/autonomização das ideias:
Há uma diferença entre o fenômeno do nazismo e do estalinismo
O problema do ponto de intervenção político:
A falsa consciência esclarecida: “toda ideia supostamente universal é alienante”
enunciado universal enunciação particular crítica ideológica clássica
“liberdade para todos”
interesses privados
enunciado particular → universal
enunciação particular interesses privados
“sou só um homem, branco, europeu, minha opinião vale como a de todo mundo, eu acho que todo mundo tem direito a sua opinião”
novo impasse da crítica suporte
determinação*
indivíduos Ideias
*me determina mesmo se eu não acreditar diretamente na Ideia
Slavoj Zizek
b) Retorno à Hegel
TESE FUNDAMENTAL:
A pulsão de morte é uma categoria de dignidade filosófica SEGUNDA TESE:
A noção de sujeito no idealismo alemão pensa a pulsão de morte TERCEIRA TESE:
O pensamento de Hegel foi obliterado pelas filosofias pós-hegelianas QUARTA TESE:
Retomando a dimensão obliterada de Hegel podemos reformular a crítica da ideologia de modo a incluir seu real ponto de fracasso e de intervenção
Slavoj Zizek
b) Retorno à Hegel
Hegel
Freud Marx
Hegel
Marx Freud
retor no à Hegel
releitura de Marx
eixo de questões Freudo-Marxistas
Estratégia Zizekiana
Slavoj Zizek
c) Conceitos Fundamentais
Fantasia Ideológica
Uma crença implicada numa prática sem que ninguém a creia diretamente. “Isso crê” - mas crê o quê? No que resolve a inconsistência do político
Sujeito suposto acreditar
Se a fantasia ideológica é um “pensamento sem pensador”, uma Outra crença, então só podemos crer nela indiretamente, à guisa de um outro suposto acreditar diretamente.
Antagonismo Real
Real da luta de classes - de onde decorre que é impossível construir uma identidade opositiva entre as classes.
Superidentificação
Forma de um ato de assunção direta da letra daquela Lei que só tem consistência indireta
Ato
Modo de intervenção cuja efetividade é disjunta de nossa capacidade de nos reconhecermos onde atuamos.
Inconsistência ontológica
Uma fratura paradoxal no ser, sua inconsistência e incompletude fundamentais - responsável pelo “espaço lógico” mobilizado em certas disciplinas do pensamento
Da relação à não-relação entre Freud e Marx
Freud Marx
a massa
(Weber, etc)
Freud Marx
inconsciente
método
economia política
Marx
espaço lógico comum
Freud
Arte
(Marx) Filosofia
Procedimentos Genéricos
Amor Ciência Política
(Freud)
Hegel
Freud Marx
FREUDO-MARXISMO ALTHUSSER LACAN
ZIZEK BADIOU
Badiou ou Zizek? Sim, por favor!
a) Uma contradição dentro do povo b) Verdade e Sujeito
c) A Ideia Comunista