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PROCESSO Nº: 23125.0015253/2021-70 INTERESSADO: RAFAEL PIRES MOREIRA

ASSUNTO: LICENÇA PARA ACOMPANHAMENTO DE CONJUGE OU COMPANHEIRO COM EXERCÍCIO PROVISÓRIO

I RELATÓRIO

1. A presente manifestação trata-se da análise e elaboração de parecer técnico a respeito do pedido de LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNGUGE/COMPANHEIRO do servidor RAFAEL PIRES MOREIRA, SIAPE 2268956, lotado na COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENFERMAGEM CAMPUS BI NACIONAL - CCECBIN, ocupante do cargo de PROFESSOR DO MAGISTERIO SUPERIOR, do quadro efetivo da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

2. Além de outros comprobatórios, estão inseridos nos autos os documentos necessários para a instrução processual:

 Certidão de União Estável datada em: 30.07.2019;

 Portaria nº 280 de redistribuição de 12.06.2020;

 Ofício nº 284/2021/Reitoria- Chefe Secretaria/UFMT.

3. Preliminarmente, ressalta-se que a manifestação aqui externada se limitará aos aspectos legais da matéria, abstendo-se quanto aos aspectos técnicos e aqueles que exijam o exercício da competência e da discricionariedade administrativa a cargo dos órgãos competentes desta IFES.

É o relatório. A DILEP passa à análise de caráter opinativo.

II ANÁLISE

4. Nos termos da INSTRUÇÃO NORMATIVA SGP/SEDGG/ME Nº 34, DE 24 DE MARÇO DE 2021 que estabelece orientações aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - Sipec quanto aos procedimentos a serem observados para a concessão de licenças para acompanhamento de cônjuge ou companheiro de que trata a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Vejamos:

LICENÇA PARA ACOMPANHAMENTO DE CÔNJUGE OU COMPANHEIRO

Art. 4º Será concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o

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exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

Parágrafo único. A licença de que trata o caput será concedida:

I - por prazo indeterminado e sem remuneração; e

II - quando o cônjuge ou companheiro desempenhar suas atividades no setor público ou no privado e for deslocado em decorrência de motivo alheio a sua vontade.

Art. 5º O requerimento da licença para acompanhar cônjuge ou companheiro será acompanhado do Formulário de que trata o Anexo I e da seguinte documentação:

I - certidão de casamento ou declaração de união estável firmada em cartório, ambos com data anterior ao deslocamento;

II - ato que determinou o deslocamento do cônjuge ou companheiro; ou

III - diploma de mandato eletivo dos poderes Executivo ou Legislativo expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral ou outro documento oficial.

5. O formulário deve esta preenchido conforme ANEXO I da Instrução Normativa nº 34/2021. Segue abaixo:

6. O instituto do exercício provisório se encontra fundamentado no § 2°do art. 84 da Lei n° 8.112/1990 e é destinado ao servidor cujo cônjuge foi deslocado para outra parte do

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território nacional ou para o exercício de mandato eletivo. Nesse sentido, faz-se necessário analisar o teor do art. 84 da Lei nº 8.112/90 de que trata o instituto do exercício provisório, que dispõe:

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

7. A partir dos termos do dispositivo supracitado, nota-se que, para que ocorra a efetivação do exercício provisório, é indispensável o atendimento aos seguintes requisitos:

Que o cônjuge também seja servidor público;

Que na localidade de destino exista um órgão onde o servidor possa exercer atividades compatíveis com as atribuições do seu cargo efetivo;

Que o deslocamento tenha ocorrido de ofício, ou seja, no interesse da Administração.

8. A finalidade do art. 84 é possibilitar ao servidor manter seu cargo no serviço público, enquanto seu cônjuge é deslocado para localidade diversa de lotação do primeiro.

O parágrafo 2º prevê uma hipótese de ocasional lotação do servidor, sempre provisória, que poderá acontecer quando da licença de que trata o caput, em qualquer repartição da Administração pública direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo.

9. Para elucidar o conceito de deslocamento de cônjuge ou companheiro de que trata o art. 84 da Lei nº 8.112/1990, expôs a NOTA TÉCNICA Nº 135/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP que “somente os deslocamentos decorrentes de atos de ofício caracterizam o interesse da Administração”. Depreende-se dos autos que a cônjuge do requerente, a sra. MARINA NOLLI BITTENCOURT, foi deslocada pelo instituto da Redistribuição, portanto não foi deslocada por ato de ofício da Administração a Fundação Universidade Federal de Mato Grosso.

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10. De igual forma, a NOTA TÉCNICA Nº 164/2014/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP dispõe que a licença e o exercício provisório apresentado pelo art. 84 da Lei nº 8.112, de 1990 não se prestam a garantir a manutenção do vínculo com a União em quaisquer situações que levem à possibilidade de separação da unidade familiar, e sim nos deslocamentos de motivação profissional que não tenham sido causados por ação do próprio servidor ou de seu cônjuge ou companheiro. A seguir transcrito:

13. Dizer o contrário a isso seria obrigar a Administração a manter, no caso da licença, por tempo indeterminado, assim como garante o instituto, o vínculo e, por conseguinte a vaga ocupada, o vínculo previdenciário e etc, de servidor ou de seu cônjuge ou companheiro que por seus próprios motivos, face à organização que melhor lhes aprouveram para as suas próprias vidas e família, deram ensejo à separação da unidade familiar. Em nosso entender não pode o Estado arcar indistintamente com as opções pessoais dos servidores, fazendo estremecer outros princípios constitucionais vitais, quais sejam, a supremacia do interesse público, a eficiência e, em algum nível, a moralidade.

14. Somado a isso, lembre-se que a Administração tem que garantir o correto dimensionamento da força de trabalho dos órgãos (gestão de pessoal), a fim de assegurar a continuidade da prestação do serviço público (supremacia do interesse público) e, num fim último, a eficiência, que pressupõe o exercício do servidor público das funções para as quais foi contratado pelo Estado.

15. Nesse ponto da análise essencial então dizer que os dois institutos aqui em comento não podem ser considerados discricionários, tal como assentado em posições anteriores deste órgão central do SIPEC, pois uma vez que a Administração esteja diante de situação (deslocamento por motivação profissional) que, comprovadamente, não tenha sido ocasionada pelo servidor (ocorrido no interesse da Administração) ou por seu cônjuge, há que ser concedido primeiro e quando possível, o exercício provisório e, não sendo possível, a licença para acompanhar cônjuge ou companheiro.

11. Vale ressaltar, entretanto, que a Administração deve sempre manter-se vinculada à norma e não cabe ao administrador público dar interpretação extensiva se não houver ato normativo dispondo nesse sentido.

12. Ademais, a jurisprudência é fonte do direito administrativo, mas não vincula as decisões administrativas, apenas serve de orientação. Sendo assim, é considerado fonte secundária no direito administrativo, enquanto a lei, fonte primária, permanece principal.

13. A propósito, de acordo com a item 46 da Nota Técnica nº 133/2009/COGES/DENOP/SRH/MP as decisões dos Tribunais Superiores não podem ser utilizadas para fins de concessão de algum direito sem que haja a mesma interpretação da norma invocada no âmbito da Administração Pública:

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“46. Outrossim, convém ressaltar que os entendimentos jurisprudenciais não possuem o condão de vincular a atuação da Administração Pública. É cediço que a jurisprudência possui caráter orientador e, não obstante sua importância para balizar interpretações controversas sobre alguma matéria, bem como o seu valor científico, não pode ser invocada para fins de concessão de algum direito sem que haja a mesma interpretação da norma invocada no âmbito da Administração Pública.”

III CONCLUSÃO

14. Diante do exposto, cabe a DILEP tão somente a indicação do entendimento predominante nos órgãos responsáveis pela interpretação da lei sobre assuntos de pessoal, vinculante ao Poder Executivo Federal. Dessa forma a conclusão é de que a licença para acompanhamento de conjuge ou companheiro com exercício provisório na Fundação Universidade Federal de Mato Grosso formulado pelo Servidor RAFAEL PIRES MOREIRA, não possui previsão legal que o fundamente, tendo em vista o que dispõe a interpretação, em vigor, do SIPEC.

Encaminha-se ao DAP para análise e deliberação.

Macapá (AP), 27 de Julho de 2021.

AMÁLIA PATRICIA PARAFITA CASTRO Chefe da Divisão de Legislação de Pessoal – DILEP

Portaria nº 1390/2019-UNIFAP

Referências

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