• Nenhum resultado encontrado

Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.31 número4

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Rev. Bras. Hematol. Hemoter. vol.31 número4"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

215 Descreve-se a leucemia linfocítica crônica como uma doença monoclonal, caracterizada por um aumento pro-gressivo de linfócitos funcionalmente incompetentes. É mais frequente em caucasianos do que em negros e manifesta-se mais comumente em pacientes de faixa etária elevada. É uma das mais frequentes formas de leucemia no hemisfério ocidental.1,2

O conhecimento global desta hemopatia tem sido objeto de várias publicações nos últimos anos, apresentando, conse-quentemente, grandes avanços e melhor entendimento e trata-mento dos pacientes portadores desta doença. O conceito antigo clássico de ser uma doença indolente e curso pro-longado tem sido substituído por uma condição heterogênea, com curso clínico variável segundo a identificação de altera-ções genéticas e moleculares, assim como mecanismos parti-cipantes da sobrevida do clone leucêmico.3 Embora o esta-diamento clínico (Rai e Binet) ainda tenha grande importância na avaliação prognóstica destes pacientes, estudos atuais demonstram o importante significado da caracterização do risco desta doença também por marcadores, que têm forte implicação na evolução e no tipo de tratamento a ser esco-lhido.4,5,6 Entre os fatores principais para a definição deste risco incluem-se: as alterações citogenéticas, o estado muta-cional da imunoglobulina IgVh, a expressão aumentada da CD38, a expressão aumentada da Zap70, o aumento da beta-2 microglobulina e a diminuição do tempo de duplicação linfocitária (menor do que seis meses). Esses marcadores iden-tificam indivíduos com doença mais agressiva, rapidamente progressiva, curtos períodos de remissão, resistência aos tratamentos convencionais, resultando em menor sobrevida global.7,8

As opções terapêuticas para esta doença incluem desde o suporte adequado (correção da anemia, manuseio profilático e curativo de infecções, identificação precoce de segunda neoplasia). A seleção de quais pacientes necessitam trata-mento mais agressivo é fundamental, para se diferenciar daqueles que devem ser somente observados, sem medica-mentos.

Os recentes avanços no uso de estratégias quimiote-rápicas incluindo combinações de agentes alquilantes, análogos de purina e anticorpos monoclonais, até as indi-cações de transplantes de células-tronco hematopoéticas (contando com o efeito enxerto versus leucemia em proce-dimentos alogênicos), podem melhorar as taxas de resposta, embora os ensaios ainda indiquem que esta doença perma-nece incurável.4,9 Vários novos agentes estão atualmente em estudo, incluindo drogas alquilantes (bendamustine), anti-corpos monoclonais (lumiliximab, ofatumumab),

imunomo-Leucemia linfocítica crônica – Visão

geral

Chronic lymphocytic leukemia – Overview

José Carlos Barros

duladores, inibidores ciclinoquinase dependentes (CDK), inibidores BCL-2, inibidores proteinoquinase C, entre outros, com potencial positivo de fazerem parte do arsenal terapêu-tico para esta doença.10

Referências Bibliográficas

1. Chiattone CS, Falcão RP. Leucemia linfóide crônica: nova visão de uma velha doença. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2005;27(4): 227-8 (Editorial).

2. Nicoloso MS, Kipps TJ, et al. MicroRNAs in the pathogeny of chronic lymphocytic leukaemia. Br J Haematol. 2007;139(5): 709-16.

3. Rai KR, Keating HJ. Chronic lymphocytic leukemia. In: Holland JF, Bast RC, Morton DL, et al, eds. Cancer Medicine. Vol II. 4th ed. Baltimore, Md: Williams and Wilkins; 1997:2697-728. 4. Hallek M, Cheson BD, Catovsky D, et al. Guidelines for the

diagnosis and treatment of chronic lymphocytic leukemia: a report from the International Workshop on Chronic Lymphocytic Leukemia updating the National Cancer Institute-Working Group 1996 guidelines. Blood. 2008;111(12):5446-56.

5. Vasconcelos Y. Marcadores de prognóstico na leucemia linfocítica crônica. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2005;27(4):253-6. 6. Chauffaille M. Citogenética e biologia molecular em leucemia

linfocítica crônica. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2005;27(4): 247-52.

7. Byrd JC, Gribben JG, et al. Select high-risk genetic features predict earlier progression following chemoimmunotherapy with fludarabine and rituximab in chronic lymphocytic leukemia: justification for risk-adapted therapy. J Clin Oncol. 2006;24 (3):437-43.

8. Byrd JC, Lin TS, Grever MR. Treatment of relapsed chronic lymphocytic leukemia: old and new therapies. Semin Oncol. 2006;33(2):210-9.

9. Yee KW, OBrien SM. Chronic lymphocytic leukemia: diagnosis and treatment. Mayo Clin Proc. 2006;81(8):1105-29.

10. O'brien S. New agents in the treatment of CLL. Hematology 2008:457-464.

Avaliação: O tema abordado foi sugerido e avaliado pelo editor.

Recebido: 25/05/2009 Aceito: 04/06/2009

Professor da Disciplina de Hematologia e Oncologia e Coordenador do TMO da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Médico do Serviço de Hematologia e Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Correspondência: José Carlos Barros Avenida Angélica, 1189 – 9A – Santa Cecília 01227-100 – São Paulo-SP – Brasil Tel.: (55 11) 3662-5605 – (55 11) 8333-4777 E-mail: barrosconsultorio@gmail.com

Referências

Documentos relacionados

There are other reports in literature of this association, however, with pANCA positive, this is the i rst report of chronic lymphocytic leukemia associated with cANCA

The present study presents an overview on important aspects of this immunological crosstalk, particularly on the abnormalities of chronic lymphocytic leukemia B-cells and

Simultaneous occurrence of chronic myeloid leukemia and chronic lymphocytic leukemia: report of an unusual case. Laurenti L, Tarnani M, Nichele I, Ciolli S, Cortelezzi A,

Segundo Even-Zohar, o segundo caso é o que frequentemente está presente em pequenos países, como Israel, quando a literatura da cultura de chegada é periférica ou fraca

Considera-se, no âmbito do presente trabalho, que a PCOP terá por missão apoiar o planeamento colaborativo, o comando unificado e o controlo das operações militares

Este capítulo vai levar-nos a conhecer mais detalhadamente a acção de diversos empreendedores sociais que, trabalhando no sector do turismo sustentado em países

Trusted Cloud Europe (European Commission, 2014b); A guide to monitoring of Security SLA (Giles Hogben, 2012); Incident reporting for cloud computing (Dekker, Liveri, &

superfície com diferentes moléculas: Receptores, enzimas, fármacos (antibiótico), polímeros protectores e ligandos. Na categoria dos ligandos, podemos utilizar