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Rev. adm. empres. vol.52 número4

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Academic year: 2018

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©RAE n S ã o P a u l o n v . 5 2 n n . 4 n j u l . / a g o . 2 0 1 2 3 7 3 I S S N 0 0 3 4 - 7 5 9 0

EDITORIAL

N

a era do acesso aberto, os periódicos cien-tíficos ainda são regidos pelo domínio das bases de dados fechadas. O principal indica-dor de relevância científica de um periódico, sua medida de impacto, é produzido pela contagem de quantas vezes os artigos que publica são citados. Até aí, tudo bem, pois um periódico ser citado em trabalhos científicos é, de fato, uma boa medida de quanto ele contribui para a produção científica de uma área acadêmica. O problema é que os principais indicadores de impacto são medidos levando-se em conta bases fechadas, e não o que é produzido por toda a comunidade.

Em tese, essas bases de dados fechadas represen-tam um clube seleto e guiado por altos padrões de qualidade. Ou seja, para um periódico fazer parte de tais bases seletas, precisa provar que possui processos editoriais rigorosos. Após ser severamente escrutina-do, um periódico é avaliado e, se for considerado com qualidade suficiente, passa a fazer parte de uma determinada base, invariavelmente controlada por alguma empresa editorial com interesses comerciais, além dos objetivos meramente científicos. Uma vez inserido numa dessas bases, um periódico ganha prestígio, e seu impacto é medido pelos artigos que publica e que são citados em outros periódicos cons-tantes nessa mesma base.

Até pouco tempo atrás, periódicos que não con-seguiam entrar nessas bases de dados eram conside-rados irrelevantes para as medidas de impacto e nem eram capazes de calcular sua própria relevância. O Google Acadêmico pode estar mudando essa história. Por não indexar apenas os artigos que fazem parte dessas bases fechadas, o Google Acadêmico permite que qualquer periódico possa calcular seu próprio impacto, com base em qualquer artigo que tenha sido publicado eletronicamente. Como praticamente todos o são, independentemente de fazerem ou não parte de uma base fechada, as ferramentas de indexação do Google os localizam, identificam as suas listas de referências e indicam quais são os artigos com maior coeficiente de citação. Qualquer periódico pode, en-tão, contar o índice de citação dos artigos que publica. Em alguns casos, periódicos sérios, e que não faziam parte das bases fechadas das editoras científicas mais

importantes, podem descobrir que também são rele-vantes para as suas comunidades e, assim, reivindicar um destaque proporcional à sua importância medida em bases abertas.

Os crescentes questionamentos feitos às editoras científicas sobre a prevalência dos seus interesses comerciais em detrimento dos científicos, aliados à exposição de falhas em seus processos editoriais e também do viés que favorece periódicos nativos de alguns poucos países, parecem ainda não ser suficien-tes para arranhar o prestígio dos indicadores computa-dos exclusivamente nas bases fechadas de periódicos dessas mesmas editoras. Entretanto, o crescimento do uso do Google Acadêmico e a ascensão da filosofia do acesso aberto podem sinalizar mudanças importantes que estão por vir.

Nesta quarta edição da RAE em 2012, publicamos três artigos do Fórum SIMPOI/RAE, apresentados no texto “Estudos de caso como opção de pesquisa em-pírica em operações”, assinado pelos editores desse Fórum. Além desses, esta edição conta com mais dois artigos: “Hedonic analysis of cell phones sold with post-paid service plans in Brazil”, que analisa os de-terminantes dos preços dos aparelhos celulares ven-didos com planos de serviço, usando a metodologia de preços hedônicos, e “Dividendos e efeito cliente-la: evidências no mercado brasileiro”, que investiga, por meio de regressão logística e regressão Tobit, se características externas à operação da empresa, re-presentativas de efeito clientela, diferenciam margi-nalmente a política de dividendos de firmas listadas na BM&FBovespa.

Completam esta edição a pensata dos professores Ana Paula Paulino da Costa e Thomaz Wood Jr, “Frau-des corporativas”; uma resenha do livro Marketing do luxo, da professora Suzane Strehlau; e as indicações bibliográficas de Martha Savastano sobre “Marketing de experiência” e de Ana Paula Miotto sobre “Finanças comportamentais e contabilidade mental”.

Tenham todos uma boa leitura!

Eduardo Diniz

Referências

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