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Arq. Bras. Oftalmol. vol.69 número6

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Academic year: 2018

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Arq Bras Oftalmol. 2006;69(6):787 Se por um lado o mundo tecnológico moderno nos abre um

caminho ao futuro, às reflexões relativas às novas práticas, aos desafios de novas descobertas, por outro lado parece nos distanciar de reflexões básicas e fundamentais como as dis-cussões éticas.

O objetivo deste editorial é fazer uma reflexão sobre os aspectos éticos, legais e morais nas publicações cientificas.

No Brasil, desde outubro de 1996, foram estabelecidas as Diretrizes e Normas de Pesquisa envolvendo seres humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e suas complementares, com o objetivo principal de garantir o respeito à pessoa. Garantia que se estende não só ao sujeito da pesquisa, ao pesquisador e equipe de pesquisa mas tam-bém à sociedade como um todo.

A avaliação ética de um projeto de pesquisa em saúde baseia-se na qualificação do projeto de pesquisa, na equipe de pesquisadores envolvidos, na avaliação do risco-benefício, no consentimento informado e também na prévia avaliação realizada por um comitê de ética.

Em todos os tipos de pesquisa clínica, o pesquisador prin-cipal é quem deve garantir o cumprimento dos processos éticos, das boas práticas clínicas, garantir o cuidado aos pa-cientes, ser responsável pelos dados da pesquisa e da equipe profissional envolvida como um todo. E como a publicação científica é o produto final de toda a pesquisa realizada, ele é o responsável pela autoria e co-autoria da publicação científica. A autoria de publicações científicas é um assunto insti-gante e que tem gerado muitas discussões éticas nos últimos tempos. A questão “quem deve ser co-autor de um trabalho científico”? parece ainda não ter sido totalmente respondida. Seria óbvio dizer que autor e co-autor de trabalhos científi-cos são aqueles que participaram ativamente em toda ou em parte da pesquisa, mas na prática nem sempre é o que acontece. A omissão e a inclusão indevida de autores são práticas preocupantes e que geram situações extremamente desagra-dáveis e muitas vezes antiéticas.

A ética, a pesquisa e a publicação científica

EDITORIAL

Seria ético um simples relato de caso incluir mais do que cinco ou seis autores? É ético incluir o nome do Chefe do Departamento, do Setor, da Pós-graduação ou do sócio ape-nas pela posição que ocupam e não pela participação no trabalho?

De acordo com o Código de Ética Médica, Art. 137, é vedado ao médico - Publicar em seu nome trabalho científico do qual não tenha participado; atribuir-se autoria exclusiva de trabalho realizado por seus subordinados ou outros profissio-nais, mesmo quando executados sob sua orientação.

Para aqueles que acham que o simples fato de examinar um paciente vale a co-autoria, talvez essa questão gere uma revol-ta. Convém lembrar então que os autores e co-autores pos-suem responsabilidade ética, moral e legal pela publicação.

Na sua edição de 1988, o “International Committee of Me-dical Journal Editors”, que tem por objetivo o estabelecimento de critérios comuns para a publicação de artigos científicos na área de saúde, publica os requerimentos uniformes para os manuscritos submetidos aos jornais biomédicos. De acordo com esse comitê, os critérios devem ser baseados somente em contribuições substanciais para: a) concepção, planejamento, análise ou interpretação dos dados; b) redação do artigo ou sua revisão intelectual crítica; c) responsabilidade pela apro-vação final para publicação. Dessa forma, a participação ape-nas na obtenção de fundos ou na coleta de dados não justifica autoria. Outras contribuições devem ser reconhecidas separa-damente, sob a forma de agradecimentos.

Também cabe aqui salientar os aspectos jurídicos dessa questão. Os autores e co-autores de trabalhos científicos tam-bém assumem a responsabilidade profissional, pública, ética e social da publicação de acordo com a Lei do Direito Autoral. Responsabilidades esta também compartilhada com os edito-res das revistas científicas e são considerados co-edito-responsá- co-responsá-veis pela publicação.

Portanto, cabe a nós editores, zelar pela ética das publica-ções da revista.

Referências

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