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C ´ALCULO NUM´ERICO

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Academic year: 2022

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(1)

Apostila elaborada pelo professor Wanderson Rodrigues Bispo com a colabora¸c˜ao do monitor Shander Sanchez

Centro Federal de Educa¸c˜ao Tecnol´ogica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ Unidade Descentralizada de Nova Igua¸cu

Mar¸co de 2008

(2)

Sum´ ario

1 Erros em C´ alculo Num´ erico 2

1.1 Introdu¸c˜ao . . . . 2

1.2 Exerc´ıcios . . . . 4

2 Resolu¸c˜ ao Num´ erica de Sistemas Lineares 6 2.1 M´etodo de Elimina¸c˜ao de Gauss . . . . 6

2.2 Decomposi¸c˜ao LU . . . . 9

2.3 M´etodos Iterativos . . . . 10

2.4 Exerc´ıcios . . . . 14

3 Zero de Fun¸c˜ oes 17 3.1 M´etodo da Bisse¸c˜ao . . . . 18

3.2 M´etodo da Falsa-Posi¸c˜ao . . . . 19

3.3 M´etodo da Itera¸c˜ao Linear . . . . 20

3.4 M´etodo de Newton-Raphson . . . . 23

3.5 Exerc´ıcios . . . . 25

4 Aproxima¸c˜ ao de Fun¸c˜ oes 27 4.1 Teoria de Interpola¸c˜ao . . . . 27

4.2 Interpola¸c˜ao Polinomial . . . . 28

4.3 F´ormula de Lagrange . . . . 30

4.4 Diferencia¸c˜ao Num´erica . . . . 30

4.5 F´ormula de Newton . . . . 33

4.6 Ajuste de Curvas . . . . 35

4.6.1 Crit´erios de Ajuste . . . . 36

4.6.2 Ajuste Polinomial . . . . 38

4.7 Exerc´ıcios . . . . 40

5 Integra¸c˜ ao Num´ erica 42 5.1 M´etodo dos Trap´ezios . . . . 42

5.2 M´etodo de Simpson . . . . 44

5.3 M´etodo da Quadratura Gaussiana . . . . 47

5.4 Exerc´ıcios . . . . 50

1

(3)

Erros em C´ alculo Num´ erico

1.1 Introdu¸c˜ ao

Na computa¸c˜ao dos m´etodos num´ericos, normalmente surgem 3 tipos de erro: erros de arredondamento, erros inerentes e erros de truncamento. Analisaremos cada um a seguir.

1. Erros de arredondamento

S˜ao erros introduzidos pelos computadores, gra¸cas ao car´ater finito de sua mem´oria de armazenamento.

2. Erros Inerentes

S˜ao erros contidos nos dados de entrada do programa. S˜ao normalmente provenientes de imperfei¸c˜oes nos levantamento de dados (falha humana ou de aparelhos de medi¸c˜ao).

3. Erros de Truncamento

S˜ao os erros dos m´etodos num´ericos propriamente ditos. S˜ao organizados por simpli- fica¸c˜oes quando da dedu¸c˜ao das f´ormulas num´ericas. Por exemplo, considere o c´alculo do numero e:

e = X

n=1

1

n! = 1 + 1 2! + 1

3! + 1 4! + 1

5! + termos truncados

Assim, o erro no c´alculo do n´umero e est´a associado aos termos truncados da s´erie acima.

Defini¸c˜ ao 1.1 - N´ umero Aproximado

2

(4)

CAP´ITULO 1. ERROS EM C ´ ALCULO NUM ´ ERICO 3 E a aproxima¸c˜ao de um valor exato, sendo a diferen¸ca entre os dois bem pequena. Con- ´ sideramos um valor exato quando n˜ao existe aproxima¸c˜ao ou incerteza associado a ele.

Defini¸c˜ ao 1.2 - D´ıgitos Significativos

Os d´ıgitos 1, 2, · · · , 9 constituem algarismos significativos de um n´umero. O n´umero 0 tamb´em constitue um algarismo significativo, exceto nos casos em que ´e usado para fixar a posi¸c˜ao da parte decimal ou preencher casas decimais de d´ıgitos desprezados.

Exemplos 1.1

3, 124 4 d´ıgitos significativos

405 3 d´ıgitos significativos

0, 0095 2 d´ıgitos significativos

45, 1300 4 d´ıgitos significativos (no caso em que os zeros preenchem espa¸cos vazios)

45, 1300 6 d´ıgitos significativos (no caso em que os zeros s˜ao ori´undos de arredonda- mento)

Erros de Aproxima¸c˜ ao

No caso de erros de truncamento, que s˜ao erros obtidos atrav´es dos m´etodos num´ericos aplicados, podemos ainda definir os tipos de erro que ocorrem na aproxima¸c˜ao de um valor exato. Considere x e x

valores exato e aproximado de um n´umero, respectivamente.

i) Erro absoluto - ´ E a diferen¸ca, em m´odulo, entre o valor exato e o valor aproximado de um n´umero. Nota¸c˜ao: “∆”.

∆x = |x x

|

ii) Erro relativo - ´ E a raz˜ao entre o erro absoluto e o valor exato de um n´umero. Nota¸c˜ao:

δ ”.

δx = ∆x x Exemplo 1.1 Se x = 3, 251408 e x

= 3, 2524643, ent˜ao

∆x = |x x

| = 0, 0010554 = 1, 0554 × 10

−3

e

δx = ∆x

x = 1, 0554 × 10

−3

3, 251408 = 3, 24597836 × 10

−4

.

Proposi¸c˜ ao 1.1 Sejam x e y valores exatos e x

e y

valores aproximados de dois n´umeros.

Ent˜ao:

i) ∆(x + y) = ∆x + ∆y

(5)

ii) δ(x + y) = δx x

x

+ y

+ δy y

x

+ y

iii) ∆(x y) = ∆x ∆y

iv) δ(x y) = δx x

x

y

+ δy y

x

y

v) ∆(xy) = x

∆y + y

∆x

vi) δ(xy) = δx + δy vii)

³ x y

´

' y

∆x x

∆y (y

)

2

viii) δ

³ x y

´

= δx δy

1.2 Exerc´ıcios

1. Demonstre a proprosi¸c˜ao 1.1 da se¸c˜ao anterior.

2. Calcule a ´area de um c´ırculo de raio 100 m, utilizando os seguintes valores aproximados para π : 3.14, 3.1416, 3.14159 e 3.1415926.

3. Determine os erros absoluto e relativo do exerc´ıcio anterior, considerando como valor exato a ´area obtida atrav´es do ´ultimo valor de π.

4. Efetue os seguintes arredondamentos:

a) 38.46235 para 3 casas decimais;

b) 2.57325 para 4 casas decimais;

c) 0.00731235 para 6 casas decimais;

d) 0.8004982 para 5 casas decimais.

5. Sejam f (x, y) = e

x−y

, x ¯ = 7, 321 e ¯ y = 6, 242. Determine f(¯ x, y), e apresente o ¯ resultado de acordo com o n´umero de algarismos significativos que pode garantir.

Despreze o erro da fun¸c˜ao exponencial e os erros dos c´alculos intermedi´arios.

6. O volume de uma esfera de raio r ´e dado por V =

43

πr

3

. Sabendo que ¯ r = 22, 50cm e

¯

π = 3, 142, obtenha o valor aproximado do volume da esfera e apresente o resultado de acordo com o n´umero de algarismos significativos que pode garantir. Despreze os erros de arredondamento das opera¸c˜oes elementares.

7. Calcule um valor aproximado de cos(38

o

) a partir da express˜ao cos(x) = p

1 sen

2

(x), considerando o valor aproximado de sen(38

o

) com 5 casas decimais significativas.

Apresente o resultado de acordo com o n´umero de algarismos significativos que pode

garantir. Despreze o erro do valor da ra´ız quadrada e dos c´alculos intermedi´arios e

considere 1 um n´umero exato.

(6)

CAP´ITULO 1. ERROS EM C ´ ALCULO NUM ´ ERICO 5

8. As arestas de um paralelep´ıpedo retˆangulo medem aproximadamente ¯ a = 30cm, ¯ b =

40cm e ¯ c = 20cm. Com que aproxima¸c˜ao devem ser medidas as arestas para se obter o

volume do paralelep´ıpedo com um erro absoluto que, em m´odulo, n˜ao exceda 192cm

3

?

9. Pretende-se calcular a ´area de um c´ırculo de raio aproximadamente igual a 25cm, com

um erro absoluto que, em m´odulo, nao exceda 0.05cm

2

. Com que aproxima¸c˜ao se deve

medir o raio do c´ırculo e quantas casas decimais significativas se devem usar no valor

aproximado de π? (Despreze os erros das opera¸c˜oes elementares.)

(7)

Resolu¸c˜ ao Num´ erica de Sistemas Lineares

M´ etodos Diretos e M´ etodos Iterativos

O objetivo nesse cap´ıtulo ´e apresentarmos m´etodos num´ericos para resolu¸c˜ao de sistemas lineares. Dependendo do m´etodo escolhido, buscaremos uma solu¸c˜ao exata ou uma solu¸c˜ao aproximada, o que nos permite definir duas classes de m´etodos: m´etodos diretos e m´etodos iterativos. No caso dos m´etodos diretos, as solu¸c˜oes n˜ao apresentam nenhum tipo de erro de truncamento, ou seja, a solu¸c˜ao encontrada ser´a a solu¸c˜ao exata. Os erros que possam vir a ocorrer ser˜ao decorrentes da m´aquina empregada (erros de arredondamento).

Na segunda classe temos os chamados m´etodos iterativos, que diferente dos m´etodos diretos, n˜ao produzem solu¸c˜oes exatas e sim, solu¸c˜oes aproximadas.

2.1 M´ etodo de Elimina¸c˜ ao de Gauss

Come¸caremos nosso estudo com um m´etodo direto, o m´etodo da elimina¸c˜ao de Gauss. Con- sidere o sitema linear abaixo:

 

 

 

 

a

11

x

1

+ a

12

x

2

+ · · · + a

1n

x

n

= b

1

a

21

x

1

+ a

22

x

2

+ · · · + a

2n

x

n

= b

2

... . .. ...

a

n1

x

1

+ a

n2

x

2

+ · · · + a

nn

x

n

= b

n

(2.1)

Podemos escrever o sistema (2.1) na forma matricial Ax = b

³ X

n

j=1

a

ij

x

j

= b

i

, i = 1, 2, · · · , n

´

, onde A = [a

ij

]

n×n

, x = {x

j

}

n×1

e b = {b

i

}

n×1

.

Sabemos da ´algebra linear que o sistema (2.1) admite solu¸c˜ao se det A 6= 0, ou seja, se A

´e invert´ıvel, e assim sua solu¸c˜ao ´e x = A

−1

b. Mas do ponto de vista computacional, calcular a inversa de uma matriz ´e muito custoso e, para evitar esse problema, utilizaremos o m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss.

6

(8)

CAP´ITULO 2. RESOLUC ¸ ˜ AO NUM ´ ERICA DE SISTEMAS LINEARES 7 Elimina¸c˜ ao Gaussiana

A id´eia do m´etodo de Gauss ´e transformar o sistema dado num sistema triangular inferior (ou superior), utilizando escalonamento de matrizes. Ap´os esse processo, teremos o seguinte sistema:

 

 

 

 

u

11

x

1

+ u

12

x

2

+ · · · + u

1n

x

n

= g

1

u

22

x

2

+ · · · + u

2n

x

n

= g

2

... . .. ...

u

nn

x

n

= g

n

. (2.2)

Uma vez triangularizado o sistema, atrav´es do algoritmo da retrosubstitui¸c˜ao, encon- tramos a solu¸c˜ao procurada:

x

i

= g

i

X

n j=i+1

u

ij

x

j

u

ii

, i = n, n 1, · · · , 2, 1, onde

X

n j=i+1

u

ij

x

j

= 0 sempre que j > n.

O que garante que o sistema Ax = b ´e equivalente ao sistema Ux = g ´e o processo de escalonamento, onde o segundo sistema ´e obtido a partir do primeiro atrav´es de opera¸c˜oes elementares.

Exemplo 2.1 Vamos utilizar o m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss para resolver o seguinte sistema linear

 

2x

1

+ x

2

+ x

3

= 7 4x

1

+ 4x

2

+ 3x

3

= 21 6x

1

+ 7x

2

+ 4x

3

= 32

. (2.3)

Considerando a matriz ampliada do sistema, temos

[A | b] =

 2 1 1 | 7 4 4 3 | 21 6 7 4 | 32

. Passo 1: zerar a

21

e a

31

defino 1

o

pivˆo: a

11

= 2

defino os multiplicadores de linha =

 

m

21

=

aa2111

=

42

= 2 m

31

=

aa3111

=

62

= 3

defino as novas linhas da matriz =

 

L

02

= L

2

m

21

L

1

L

03

= L

3

m

31

L

1

(9)

ap´os estas opera¸c˜oes teremos uma nova matriz

[A | b]

0

=

 2 1 1 | 7 0 2 1 | 7 0 4 1 | 11

.

Passo 2: zerar a

032

defino 2

o

pivˆo: a

022

= 2

defino os multiplicadores de linha = m

21

=

aa2111

=

42

= 2

defino as novas linhas da matriz = L

003

= L

03

m

32

L

02

e assim,

[A | b]

00

=

 2 1 1 | 7

0 2 1 | 7

0 0 −1 | −3

 = [U | g]

Usando o algoritmo da retrosubstitui¸c˜ao,

x

3

=

g

3

z }| {

= 0

X

3 j=4

u

3j

x

j

u

33

= −3

−1 = 3

x

2

=

g

2

u

23

x

3

u

22

= 7 1(3)

2 = 2

x

1

=

g

1

u

12

x

2

u

13

x

3

u

11

= 7 1(2) 1(3)

2 = 1

e a solu¸c˜ao do sistema (2.3) fica

x = (1, 2, 3)

T

ou x =

 1 2 3

.

ALGORITMO DE GAUSS

Passo k: (O objetivo ´e eliminar x

k

das equa¸c˜oes)

i = k + 1, · · · , n, com n = dim A

(10)

CAP´ITULO 2. RESOLUC ¸ ˜ AO NUM ´ ERICA DE SISTEMAS LINEARES 9

assumo a

(k)kk

6= 0 k

o

pivˆo

defini¸c˜ao dos multiplicadores de linha = m

ik

= a

(k)ik

a

(k)kk

, i = k + 1, · · · , n

defini¸c˜ao das novas linhas da matriz =

 

 

a

(k+1)ij

:= a

(k)ij

m

ik

a

(k)kj

b

(k+1)i

:= b

(k)i

m

ik

b

(k)k

.

2.2 Decomposi¸c˜ ao LU

“Toda matriz n˜ao singular admite uma decomposi¸c˜ao em duas matrizes triangulares, uma superior e outra inferior”. Quem garante esse resultado ´e o pr´oximo teorema.

Teorema 2.1 - Teorema de Gauss

Seja A uma matriz quadrada de ordem n tal que det A 6= 0. Sejam U uma matriz trian- gular superior,

U =

½ u

ij

se i j 0 se i > j , e L uma matriz triangular inferior unit´aria,

L =

 

0 se i < j 1 se i = j l

ij

se i > j

.

Ent˜ao existe e ´e ´unica a decomposi¸c˜ao A = LU , onde U ´e a matriz resultante do processo de elimina¸c˜ao gaussiana e l

ij

= m

ij

(multiplicadores de linha).

Aproveitando nosso ´ultimo exemplo, podemos encontrar a decomposi¸c˜ao LU da matriz associada ao sistema (2.3)

A =

 2 1 1 4 4 3 6 7 4

 =

z }|

L

{

 1 0 0 2 1 0 3 2 1

z }|

U

{

 2 1 1

0 2 1

0 0 −1

.

Exerc´ıcio 2.1 Resolver o sistema linear abaixo atrav´es do m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss utilizando quatro casas decimais de precis˜ao na solu¸c˜ao.

 

x + y + z = 1

2x y + 3z = 0

−x + y 5z = 2

.

(11)

2.3 M´ etodos Iterativos

Vamos agora introduzir dois novos m´etodos que pertencem a classe dos m´etodos iterativos.

Estes m´etodos n˜ao mais resolvem o sistema exatamente, mas sim, a partir de uma estimativa inicial, constr´oem uma sequˆencia de aproxima¸c˜oes que converge para a solu¸c˜ao exata do sistema. Devido as limita¸c˜oes de mem´oria computacinal, esses m´etodos se mostram mais interessantes que os diretos, os quais gastam grande quantidade de mem´oria computacional (problemas de interesse da engenharia possuem aproximadamente 10

5

inc´ognitas).

M´ etodo de Gauss–Jacobi Considere o sistema linear X

n

j=1

a

ij

x

j

= b

i

, i = 1, 2, ... , n Podemos escrevˆe–lo como:

x

i

= 1 a

ii

  b

i

X

n

j=1 j6=i

a

ij

x

j

  , i = 1, 2, ... , n

O m´etodo de G.J. usa a maneira de escrever um sistema linear para gerar uma sequˆencia de aproxima¸c˜oes:

x

(k+1)i

= 1 a

ii

  b

i

X

n

j=1 j6=i

a

ij

x

(k)j

 

| {z }

F ormula de Gauss−Jacobi

, i = 1, 2, ... , n k = 0, 1, 2, ...

Exemplo 2.2 Resolva numericamente o sistema abaixo usando o m´etodo de Gauss-Jacobi.

 

10x

1

+ 3x

2

+ x

3

= 14 2x

1

10x

2

+ 3x

3

= −5

x

1

+ 3x

2

+ 10x

3

= 14

, chute: x

(0)

= (0, 0, 0)

T

, x

(0)

=

 0 0 0

solu¸c˜ao:

Input: x

(0)

= (0, 0, 0)

T

K = 0

 

 

 

 

x

(1)1

=

a111

h

b

1

a

12

x

(0)2

a

13

x

(0)3

i

=

101

(14 3 × 0 1 × 0) = 1, 4 x

(1)2

=

a122

h

b

2

a

21

x

(0)1

a

23

x

(0)3

i

=

−101

(−5 2 × 0 3 × 0) = 0, 5 x

(1)3

=

a1

33

h

b

3

a

31

x

(0)1

a

32

x

(0)2

i

=

101

(14 1 × 0 3 × 0) = 1, 4

Output: x

(1)

= (1, 4 , 0, 5 , 1, 4)

T

(12)

CAP´ITULO 2. RESOLUC ¸ ˜ AO NUM ´ ERICA DE SISTEMAS LINEARES 11 Input: x

(1)

= (1, 4 , 0, 5 , 1, 4)

T

K = 1

 

 

x

(2)1

=

101

( 14 3 × 0, 5 1 × 1, 4) = 1, 11 x

(2)2

=

−101

( −5 2 × (1, 4) 3 × (1, 4)) = 1, 20 x

(2)3

=

101

( 14 1 × (1, 4) 3 × (0, 5)) = 1, 11 Output: x

(2)

= (1, 11 , 1, 20 , 1, 11)

T

Com algumas itera¸c˜oes do algoritmo, convergimos para x = (1, 1, 1)

(T)

. ¥

Exerc´ıcio 2.2 Verifique que x

(6)1

= 1, 000251, x

(6)2

= 1, 005795 e x

(6)3

= 1, 000251.

M´ etodo de Gauss–Seidel

Podemos construir uma variante do m´etodo de G.J. permitindo que as vers˜oes atualizadas das componentes de x entre na computa¸c˜ao na mesma itera¸c˜ao K na qual s˜ao calculadas.

Isto d´a origem ao m´etodo de Gauss-Seidel.

F´ormula Gauss-Seidel :

x

(k+1)i

=

a1ii

 

 

b

i

T ermo novo

z }| { X

i−1

j=1

a

ij

x

(k+1)j

antigo

z }| { X

n

j=i+1

a

ij

x

(k)j

 

 

 , i = 1, 2, ... , n k = 0, 1, 2, ...

Exemplo 2.3 Refa¸ca o exemplo anterior empregando agora o m´etodo GS:

Input: x

(0)

= (0, 0, 0)

T

K = 0

 

 

 

 

x

(1)1

=

a111

h

b

1

a

12

x

(0)2

a

13

x

(0)3

i

=

101

(14 3 × 0 1 × 0) = 1, 4 x

(1)2

=

a122

h

b

2

a

21

x

(1)1

a

23

x

(0)3

i

=

−101

(−5 2 × 1, 4 3 × 0) = 0, 78 x

(1)3

=

a1

33

h

b

3

a

31

x

(1)1

a

32

x

(1)2

i

=

101

(14 1 × 1, 4 3 × 0, 78) = 1, 026 Output: x

(1)

= (1, 4 , 0, 78 , 1, 026)

T

Input: x

(1)

= (1, 4 , 0, 78 , 1, 026)

T

K = 1

 

 

x

(2)1

=

101

( 14 3 × (0, 78) 1 × (1, 026)) = 1, 0634

x

(2)2

=

−101

( −5 2 × (1, 0634) 3 × (1, 026)) = 1, 02048

x

(2)3

=

101

( 14 1 × (1, 0634) 3 × (1, 02048)) = 0, 98752

(13)

Output: x

(2)

= (1, 0634 , 1, 02048 , 0, 98752)

T

. ¥

Exerc´ıcio 2.3 Verifique que x

(5)1

= 0, 99979 , x

(5)2

= 0, 99985 e x

(5)3

= 1, 00007.

Estudo da Convergˆ encia

Por se tratar de um m´etodo iterativo, necessitamos estabelecer crit´erios de parada para interromper a computa¸c˜ao.

I) Controle do n´umero de itera¸c˜oes :

Se a estrutura de repeti¸c˜ao do programa exceder um dado n´umero de itera¸c˜oes, interrompemos a computa¸c˜ao.

itera itera m´ax stop

II) Controle na precis˜ao da solu¸c˜ao :

Se a diferen¸ca, em m´odulo, entre duas aproxima¸c˜oes consecutivas for menor que um parˆametro pr´e-estabelecido ε > 0, finalize a computa¸c˜ao .

max

i

¯ ¯

¯ x

(k+1)i

x

(k)i

¯ ¯

¯ ε stop

Vantagens dos m´ etodos iterativos :

Em sistemas mal condicionados (detA = 0), os erros de arredondamento normalmente destroem uma solu¸c˜ao direta. J´a as solu¸c˜oes iterativas propagam pouco este tipo de erro;

Caso a matriz for esparsa, tamb´em devemos optar por solu¸c˜oes iterativas, pois nestas situa¸c˜oes elas apresentam boa velocidade.

Desvantagens :

Sua convergˆencia n˜ao ser´a garantida;

Para matrizes cheias, apresentam um n´umero maior de contas.

Coment´ario :

Caso a solu¸c˜ao n˜ao seja convergente, podemos tentar uma reorganiza¸c˜ao das equa¸c˜oes

antes de aplicarmos o m´etodo iterativo. Por exemplo, considere o sistema abaixo:

(14)

CAP´ITULO 2. RESOLUC ¸ ˜ AO NUM ´ ERICA DE SISTEMAS LINEARES 13

 

 

 

−x

1

+ 3x

2

+ 5x

3

+ 2x

4

= 10 x

1

+ 9x

2

+ 8x

3

+ 4x

4

= 15 2x

1

+ x

2

+ x

3

x

4

= −3

x

2

+ x

4

= 2

Tomando chute x

(0)

= (0, 0, 0, 0), a solu¸c˜ao de ”GS”diverge, lim

k→∞

x

(k)

6= x .Entretanto, ao reordenamentodo sistema, [L

1

L

3

]

 

−1 9

1 1

 

(antes)

−→

 

 2

9 5

1

 

(depois)

a solu¸c˜ao converge para:

x = ( −1, 000001 , 0, 000001 , 0, 999999 , 1, 999999 )

T

.

Crit´erio de convergˆencia:

“Toda matriz diagonal dominante ´e convergente, para qualquer chute inicial.”

Condi¸c˜ao de diagonal dominante:

|a

ii

| ≥ X

n

j=1 j6=i

|a

ij

| , ∀i = 1, 2, ... , n.

(15)

2.4 Exerc´ıcios

1. Resolver os sistemas abaixo pelo m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss:

a)

 

10x

1

+ 2x

2

+ x

3

= 15 20x

1

5x

2

+ 2x

3

= 32 5x

1

+ 15x

2

2x

3

= 33

b)

 

3x

1

+ 10x

2

+ x

3

= −16 x

1

5x

2

+ 10x

3

= 1 x

1

+ 2x

2

+ 5x

3

= 2

c)

 

5x

1

2x

2

= 10

10x

2

3x

3

= −50

−2x

1

+ 5x

2

2x

3

= 60

d)

 

50x

1

5x

2

+ 2x

3

= 300

2x

2

+ 5x

3

= 10

10x

1

20x

3

= −950

2. Encontre a decomposi¸c˜ao LU das matrizes dos coeficientes associados aos sistemas do exerc´ıcio anterior.

3. Considere o seguinte sistema de equa¸c˜oes lineares:

 

 

 

x

1

+ 2x

2

x

3

= 1

2x

1

x

2

= 1

x

2

+ 2x

3

x

4

= 1

x

3

+ 2x

4

= 1

a) Mostre que esse sistema n˜ao satisfaz a condi¸c˜ao de diagonal dominante;

b) Se permutarmos as linhas desse sistema, podemos utilizar os m´etodos de Gauss- Jacobi e Gauss-Seidel para resolvˆe-lo tendo garantia de convergˆencia?

4. Considere o sistema linear abaixo:

 

 

 

x

1

3x

2

+ x

3

4x

4

= −1

x

2

2x

3

= 3

10x

1

+ x

2

+ x

4

= −8

x

1

x

3

+ 3x

4

= 8

(16)

CAP´ITULO 2. RESOLUC ¸ ˜ AO NUM ´ ERICA DE SISTEMAS LINEARES 15 a) Resolva o sistema utilizando o m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss;

b) Podemos determinar a solu¸c˜ao aproximada do sistema, usando o M´etodo de Gauss- Seidel para qualquer aproxima¸c˜ao inicial? Porquˆe?

5. Considere o seguinte sistema linear:

½ 0, 78000x

1

0, 56300x

2

= 0, 21700 0, 91300x

1

0, 65900x

2

= 0, 25400

a) Calcule os vetores E

1

= x

1

b e E

2

= x

2

b, onde ¯ x

t1

= (0, 34100; −0, 08700) e

¯

x

t2

= (0, 99900; −1, 00100). Considerando os resultados obtidos para E

1

e E

2

, qual das duas aproxima¸c˜oes x

t1

; ¯ x

t2

} ´e a melhor?

b) Resolva o sistema dado usando o m´etodo de elimina¸c˜ao de Gauss trabalhando com 5 casas decimais;

c) Sabendo que a solu¸c˜ao exata do sistema ´e {1; −1} e observando os ´ıtens anteriores, pergunta-se: o sistema ´e bem condicionado? Justifique.

6. Considere o sistema linear abaixo:

 

kx

1

+ 3x

2

+ x

3

= 1 kx

1

+ 6x

2

+ x

3

= 2 x

1

+ 6x

2

+ x

3

= 3

a) Determine para que valores de k se tem garantia de que os m´etodos de Gauss-Seidel e Gauss-Jacobi geram uma sequˆencia convergente, para qualquer aproxima¸c˜ao inicial;

b) Escolha o menor valor inteiro positivo de k e determine uma solu¸c˜ao aproximada do sistema, usando os m´etodos acima, com crit´erio de parada estabelecido pelo erro abaixo

max

i=1,···,4

|x

k+1i

x

ki

| ≤ ε = 1 × 10

−3

.

7. Considere o sistema linear abaixo:

 

x

1

2x

2

5x

3

+ 18 = 0

−4x

1

+ x

2

2x

3

+ 8 = 0

−x

1

+ 5x

2

+ 2x

3

15 = 0 .

Verifique que, para o sistema de equa¸c˜oes dado, o m´etodo de Gauss-Jacobi ´e conver-

gente. Utilize-o para obter uma aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao, x

(1)

, partindo da aproxima¸c˜ao

x

(0)

= (1.05, 2.16, 3.0)

T

.

(17)

8. Considere o sistema de equa¸c˜oes lineares AX = B, onde

A =

−1 2 4 5 −2 1

2 3 0

, X =

x y z

 e B =

 17.0 4.8 9.3

.

a) Verifique que ´e poss´ıvel, partindo de um sistema de equa¸c˜oes equivalente ao anterior, provar a convergˆencia do m´etodo de Gauss-Seidel para a solu¸c˜ao, X

, do sistema;

b) Considerando X

(0)

= (0.6, −0.7, 0.2)

T

, determine X

(1)

utilizando Gauss-Seidel.

9. Explique a diferen¸ca entre m´etodos diretos e m´etodos iterativos.

(18)

Cap´ıtulo 3

Zero de Fun¸c˜ oes

O estudo das equa¸c˜oes alg´ebricas ´e, juntamente com a trigonometria uma das ´areas mais anti- gas da matem´atica. Ainda na idade m´edia, os matem´aticos ´arabes solucionaram a equa¸c˜ao do 2

o

grau, e na renascen¸ca foram solucionadas as equa¸c˜oes do 3

o

e 4

o

graus.

Ap´os muito esfor¸co e dedica¸c˜ao por parte dos que pesquisam matem´atica, ficou provado que para equa¸c˜oes de grau maior que 4, n˜ao ´e poss´ıvel obter uma solu¸c˜ao do tipo combina¸c˜ao dos coeficientes da equa¸c˜ao. ´ E justamente a´ı que surgem os m´etodos que capturam as ra´ızrs dessas equa¸c˜oes.

Estes m´etodos, tamb´em conhecidos como iterativos, constr´oem uma sequˆencia de aprox- ima¸c˜oes que poder´a convergir para a solu¸c˜ao do problema. A seguir, ser˜ao apresentados 4 destes m´etodos: Bisse¸c˜ao, Falsa-Posi¸c˜ao, Itera¸c˜ao Linear e Newton-Raphson.

raiz de uma equa¸c˜ ao

Um escalar ξ ´e dito um zero de uma fun¸c˜ao f (x) (ou simplesmente raiz da equa¸c˜ao f(x) = 0), se e somente se, f (ξ) = 0. Estes zeros s˜ao representados geometricamente pela interse¸c˜ao da fun¸c˜ao f (x) com o eixo x.

f(x)

x3

raízes simples

raiz múltipla

x1 x2

Figura 3.1: ra´ızes simples e ra´ız m´ultipla

Conforme ilustrado na figura acima, temos dois tipos de ra´ızes: simples (f

0

(ξ) 6= 0) e

17

(19)

m´ultipla (f

0

(ξ) = 0). Os dois primeiros m´etodos supracitados (Bisse¸c˜ao e Falsa-Posi¸c˜ao) s´o capturam ra´ızes simples, enquanto que o ´ultimo (Newton-Raphson) captura ambas.

3.1 M´ etodo da Bisse¸c˜ ao

Seja f (x) uma fun¸c˜ao cont´ınua no intervalo [a, b] contendo apenas 1 raiz de f (x) (se f (a) · f (b) < 0 ent˜ao existe 1 raiz simples no intervalo). A id´eia do m´etodo ´e:

1. escolher [a, b] contendo ξ;

2. calcular o ponto m´edio do intervalo, c = a + b 2 ; 3. quebrar o intervalo da seguinte forma

f (b) · f(c) > 0 b := c f (b) · f(c) < 0 a := c 4. reinicie o algoritmo.

Exemplo 3.1 Aproxime a raiz ξ da equa¸c˜ao e

x

4x = 0, sabendo que ξ [0, 0.5].

1

o

passo

 

a = 0 b = 0.5 c = 0.25

f (a) = 1 f (b) = −0.3513 f (c) = 0.2840 f (b) · f (c) < 0 a := c

2

o

passo

 

a = 0.25 b = 0.5 c = 0.3750

f (a) = 0, 2840 f (b) = −0.3513 f (c) = −0.0450 f (b) · f (c) > 0 b := c

3

o

passo

 

a = 0.25 b = 0.3750 c = 0.3125 f (a) = 0.2840 f (b) = −0.0450 f (c) = 0.1168 f (b) · f (c) < 0 a := c

...

crit´ erios de parada

Se ¯ ξ ´e a aproxima¸c˜ao da raiz ξ da equa¸c˜ao f(x) = 0 pertencente ao intervalo [a, b], ent˜ao temos dois crit´erios de parada:

I) |f ³ ξ ¯ ´

| ≤ ε II) |b a| ≤ ε,

onde ε ´e um parˆametro pr´e-estabelecido.

(20)

CAP´ITULO 3. ZERO DE FUNC ¸ ˜ OES 19

3.2 M´ etodo da Falsa-Posi¸c˜ ao

E uma variante do m´etodo da bisse¸c˜ao, na medida em que utiliza o mesmo algoritmo que ´ o m´etodo da bisse¸c˜ao, diferindo apenas na escolha do ponto “c”, que passa a ser a raiz da secante que liga os pontos ¡

a, f(a) ¢ e ¡

b, f (b) ¢

. Veja a figura 3.2.

a

c b raiz

f(a) f(b)

f(x)

Figura 3.2: novo ponto “c” escolhido O novo valor de “c” ser´a dado por

c = f (b)a f (a)b f(b) f (a) .

Exerc´ıcio 3.1 Verifique que com o m´etodo da falsa-posi¸c˜ao, ap´os 3 itera¸c˜oes, o exemplo anterior nos leva ao seguinte resultado: c = 0.3575 e f(c) = −0.0002.

ALGORITMO BISSECAO

entrada: (f(x),a,b,aux) defina c:= (a+b)/2;

se |b-c| <= aux entao raiz:= c e stop;

caso contrario,

se f(b)f(c) < 0 entao a:=c;

caso contrario, b:=c;

fim-se;

fim-se;

reinice o algoritmo

ALGORITMO FALSA-POSICAO

(21)

entrada: (f(x),a,b,aux)

defina c:= (f(b)a-f(a)b)/(f(b)-f(a));

se |b-c| <= aux ent~ao raiz:= c e stop;

caso contr´ario,

se f(b)f(c) < 0 ent~ao a:=c;

caso contr´ario, b:=c;

fim-se;

fim-se;

reinice o algoritmo

Exerc´ıcio 3.2 Encontre as ra´ızes das equa¸c˜oes abaixo:

a) x

3

9x + 3 = 0;

b) x

3

11x

2

+ 39x 45 = 0;

c) x

3

5x

2

+ 17x + 21 = 0;

d) e

−x

x = 0.

3.3 M´ etodo da Itera¸c˜ ao Linear

Vamos estudar agora os chamados m´etodos do ponto fixo. O mais simples deles ´e o m´etodo da itera¸c˜ao linear, o qual, mesmo n˜ao tendo boa eficiˆencia computacional, ´e importante para a introdu¸c˜ao do m´etodo de Newton-Raphson.

Inicialmente, vamos reescrever o problema “Encontrar ξ R tal que f (ξ) = 0” como

“Encontrar ξ R tal que ξ = ϕ(ξ)”, onde ϕ(x) ´e uma fun¸c˜ao de itera¸c˜ao da equa¸c˜ao f (x) = 0.

Pra tornar estes problemas equivalente, fa¸camos f (x) = x ϕ(x), assim, como f(ξ) = 0, temos que ξ ϕ(ξ) = 0 e, portanto, ξ = ϕ(ξ) .

Exemplo 3.2 Considere a equa¸c˜ao x

2

+ x 6 = 0. A sua fun¸c˜ao de itera¸c˜ao ´e a fun¸c˜ao ϕ(x) =

6 x.

Uma vez determinada ϕ(x), o M.I.L. consiste em construir uma sequˆencia de aprox- ima¸c˜oes {x

i

}

i∈N

a partir de um chute inicial x

0

e gerada atrav´es da rela¸c˜ao recursiva x

i+1

:= ϕ(x

i

) , i = 0, 1, 2, · · · .

No exemplo acima, partindo de x

0

= 1, 5 ter´ıamos 1. x

1

= ϕ(x

0

) =

6 1.5 = 2.1213;

2. x

2

= ϕ(x

1

) =

6 2.1213 = 1.9694;

(22)

CAP´ITULO 3. ZERO DE FUNC ¸ ˜ OES 21 3. x

3

= ϕ(x

2

) =

6 1.9694 = 2.0076;

4. x

4

= ϕ(x

3

) =

6 2.0076 = 1.9981;

5. x

5

= ϕ(x

4

) =

6 1.9981 = 2.0005;

e, portanto podemos perceber que o processo converge para ξ = 2.

Entretanto, o M.I.L. n˜ao ´e incondicionalmente convergente como os m´etodos da bisse¸c˜ao e falsa-posi¸c˜ao. Ao tomarmos como fun¸c˜ao de itera¸c˜ao ϕ(x) = 6 x

2

(note que ϕ(x) n˜ao ´e

´unica), geramos um processo iterativo divergente, verifique!

estudo da convergˆ encia

Como vimos, ϕ(x) n˜ao ´e ´unica. Na verdade, sua forma geral ´e dada pela rela¸c˜ao ϕ(x) = x + A(x)f (x),

com A(ξ) 6= 0. Podemos mostrar a equivalˆencia entre os problemas f (ξ) = 0 e ξ = ϕ(ξ) da seguinte maneira

I) Seja ξ tal que f (ξ) = 0, ent˜ao

ϕ(ξ) = ξ + A(ξ) f (ξ)

|{z}

=0

ξ = ϕ(ξ).

II) Seja ξ tal que ξ = ϕ(ξ), ent˜ao

ϕ(ξ) = ξ + A(ξ)f(ξ) ∴ 0 = ϕ(ξ) ξ = A(ξ)f(ξ),

e como A(ξ) 6= 0, temos que f (ξ) = 0. ¥

A interpreta¸c˜ao gr´afica do problema de ponto fixo ´e a interse¸c˜ao da curva y = ϕ(x) com a reta y = x, conforme ilustra a figura 3.3:

y= (x)ϕ y= (x)ϕ

i 00

situação convergente, lim xi

i 00

situação divergente, lim xi ≠ ξ

x2 x1 x0 x x

y

y=x

y

x0 x1 x2

y=x

ξ ξ

ξ=ϕ (ξ) ξ=ϕ (ξ)

Figura 3.3: interpreta¸c˜ao gr´afica do MIL

Estas figuras sugerem que, para gerarmos um processo convergente, devemos ter baixas

derivadas de ϕ(x) na vizinhan¸ca de ξ. Esta sugest˜ao ´e confirmada pelo teorema de con-

vergˆenica do M.I.L.

(23)

Teorema 3.1 Teorema de Convergˆ encia do M.I.L. - Seja ξ uma raiz de f(x) = 0 isolada no intervalo [a, b] centrado em ξ. Seja ϕ(x) uma fun¸c˜ao de itera¸c˜ao de f(x) = 0. Se:

I) ϕ(x) ´e tal que ϕ

0

(x) C

0

[a, b];

II)

0

(x)| ≤ M < 1, ∀x [a, b];

III) x

0

[a, b],

ent˜ao a sequˆencia {x

i

} gerada pelo processo x

i+1

:= ϕ(x

i

) converge para ξ.

crit´ erios de parada

O M.I.L utiliza os seguintes crit´erios de parada:

I) |x

i+1

x

i

| ≤ ε;

II) |f (ξ)| ≤ ε,

onde ε ´e um parˆametro pr´e-estabelecido.

Observa¸c˜ ao 3.1 Devemos ser cuidadosos com o 1

o

crit´erio, pois em algumas situa¸c˜oes ele n˜ao corresponde `a |x

i

ξ| ≤ ε, conforme ilustra a figura abaixo.

xi+1 xi

ξ

ε x y

ϕ(ξ)

Figura 3.4: criterio de parada do MIL

ALGORITMO MIL

entrada(f(x),Phi(x),raiz,x0,aux)

1. se |f(x0)| <= aux entao raiz:= x0 e stop;

2. caso contrario

3. defina k=1;

4. xk:= Phi(k-1);

(24)

CAP´ITULO 3. ZERO DE FUNC ¸ ˜ OES 23 5. se (|f(xk)| <= aux .ou. |xk-x0| <= aux) entao

6. raiz:= xk e stop;

7. caso contrario

8. k:=k+1;

9. ir para o passo 4;

10. fim-se;

11. fim-se;

12. fim-se.

3.4 M´ etodo de Newton-Raphson

Vimos que o M.I.L. tem convergˆencia lenta e n˜ao garantida. A id´eia do m´etodo de Newton ´e construir um m´etodo de ponto fixo que garanta e acelere a convergˆencia do processo iterativo linear. Isto ser´a feito impondo que a derivada da fun¸c˜ao de itera¸c˜ao seja nula em x = ξ, ou seja, ϕ

0

(ξ) = 0.

J´a sabemos que ϕ(x) = x + A(x)f (x), portanto, ϕ

0

(x) = 1 + A

0

(x)f (x) + A(x)f

0

(x)

ϕ

0

(ξ)

| {z }

=0

= 1 + A

0

(ξ) f (ξ)

|{z}

=0

+A(ξ)f

0

(ξ)

A(ξ)f

0

(ξ) = −1

A(ξ) = −1

f

0

(ξ) .

Logo, a fun¸c˜ao de itera¸c˜ao do m´etodo de Newton ser´a dada por ϕ

N

(x) = x f(x)

f

0

(x) ,

e a sequˆenia de aproxima¸c˜oes {x

i

}

i∈N

de Newton ser´a gerada pela rela¸c˜ao recursiva x

i+1

= ϕ

N

(x

i

), i = 0, 1, 2, · · · ,

e assim, temos a f´ormula de Newton-Raphson

x

i+1

= x

i

f (x

i

)

f

0

(x

i

) . (3.1)

Exerc´ıcio 3.3 Utilize expans˜ao em s´erie de Taylor para deduzir a f´ormula de Newton-

Raphson.

(25)

interpreta¸c˜ ao geom´ etrica

As aproxima¸c˜oes futuras geradas pela f´ormula de Newton ser˜ao as ra´ızes das tangentes `a curva y = f (x) avaliadas nas aproxima¸c˜oes atuais x

i

, conforme mostra a figura a seguir,

xi

xi+1

f(x )i

ξ

y=f(x)

θ

Figura 3.5: criterio de parada do MIL Calculando a derivada de f (x) e avaliando em x

i

, temos

f

0

(x

i

) = tan θ =

z }| {

=0

f (x

i+1

) −f(x

i

) x

i+1

x

i

x

i+1

x

i

= f (x

i

)

f

0

(x

i

) x

i+1

= x

i

f (x

i

)

f

0

(x

i

) .

Exemplo 3.3 Considere ainda o exemplo 3.2, no qual a partir de uma estimativa inicial x

0

= 1.5, desejamos obter numericamente a raiz ξ = 2 da equa¸c˜ao x

2

+ x 6 = 0. Aplicando o m´etodo de Newton-Raphson, temos

x

i+1

= x

i

f (x

i

) f

0

(x

i

)

x

i+1

= x

i

x

2i

+ x

i

6

2x

i

+ 1 = x

2i

+ 6 2x

i

+ 1 , e assim, teremos a seguinte sequˆencia

x

1

= ϕ(x

0

) = 2.06250;

x

2

= ϕ(x

1

) = 2.00076;

x

3

= ϕ(x

2

) = 2.00000.

Observe que, com apenas 3 itera¸c˜oes, obtemos ξ = 2 com precis˜ao de 5 casas decimais!

(26)

CAP´ITULO 3. ZERO DE FUNC ¸ ˜ OES 25 Para uma pequena an´alise de convergˆencia, apresentamos o teorema abaixo, que descreve as condi¸c˜oes para que o m´etodo de Newton-Raphson seja convergente.

Teorema 3.2 Sejam f (x), f

0

(x), f

00

(x) C

0

[a, b] e seja ξ [a, b] raiz da equa¸c˜ao f(x) = 0.

Suponha que f

0

(x) 6= 0. Ent˜ao existe um intervalo I [a, b] tal que ξ I e se x

0

I, a sequˆencia {x

i

} gerada pela f´ormula recursiva x

i+1

:= ϕ(x

i

), ∀i, ir´a a convergir para a raiz ξ.

3.5 Exerc´ıcios

1. Dˆe um exemplo de uma fun¸c˜ao f (x) que tenha pelo menos uma raiz, mas que n˜ao pode ser determinada usando o m´etodo da bisse¸c˜ao.

2. A equa¸c˜ao x

2

7x + 12 = 0 tem 3 e 4 como ra´ızes. Considere a fun¸c˜ao de itera¸c˜ao dada por ϕ(x) = x

2

6x + 12. Determine o intervalo (a, b) onde, para qualquer que seja x

0

escolhido, a sequˆencia x

n+1

= ϕ(x

n

) converge para a raiz x = 3.

3. Seja f(x) = e

x

+ x 3.

a) Prove, analiticamente, que a equa¸c˜ao f (x) = 0 tem, no intervalo [0, 1], apenas uma raiz, α;

b) Aproxime α utilizando o m´etodo da bisse¸c˜ao com 6 itera¸c˜oes.

4. Considere a equa¸c˜ao x

3

+ 3x + 3 = 0.

a) Justifique analiticamente que a equa¸c˜ao tem uma ´unica raiz real, α, pertencente ao intervalo [−1, −0.1].

b) Utilize o m´etodo de Newton-Raphson para aproximar a raiz α calculando apenas duas itera¸c˜oes, x

1

e x

2

. Escolha o chute inicial x

0

.

5. Considere a equa¸c˜ao e

−x

x = 0.

a) Justifique analiticamente que a equa¸c˜ao tem uma ´unica raiz real, α, pertencente ao intervalo [0.3, 0.6].

b) Quantas itera¸c˜oes teria de calcular pelo m´etodo da bisse¸c˜ao de modo a obter uma aproxima¸c˜ao de α com 3 casas decimais significativas, sabendo que, com 4 casas deci- mais significativas uma aproxima¸c˜ao para α ´e 0, 5672.

6. Determine um intervalo (a, b) e uma fun¸c˜ao de itera¸c˜ao ϕ(x) associada, de tal forma que, ∀x

0

(a, b), a fun¸c˜ao de itera¸c˜ao gere uma sequˆencia convergente para a(s) ra´ız(es) de cada uma das fun¸c˜oes abaixo, usando o m´etodo iterativo linear (MIL) com tolerˆancia ε 1 × 10

−3

:

a) f

1

(x) =

x e

−x

; b) f

2

(x) = ln(x) x + 2;

c) f

3

(x) = e

x2

x

3

; d) f

4

(x) = sen(x) x

2

; e) f

5

(x) = x

4 cos(x).

(27)

7. Determine a(s) raiz(es) da fun¸c˜ao f

1

(x), usando o m´etodo da bisse¸c˜ao e o m´etodo da falsa posi¸c˜ao com tolerˆancia ε 1 × 10

−3

. Quantas itera¸c˜oes foram necess´arias para cada um dos m´etodos?

8. Determine as ra´ızes do exerc´ıcio (6), usando o m´etodo de Newton-Raphson.

9. Determine o ponto de interse¸c˜ao entre as fun¸c˜oes f

1

(x) e f

2

(x), f

2

(x) e f

3

(x) e entre

f

1

(x), f

2

(x) e f

3

(x).

(28)

Cap´ıtulo 4

Aproxima¸c˜ ao de Fun¸c˜ oes

A teoria de interpola¸c˜ao tem importantes aplca¸c˜oes nas ciˆencias exatas. Uma aplica¸c˜ao ´e fornecer ferramentas matem´aticas para o desenvolvimento de m´etodos num´ericos, nas ´areas de integra¸c˜ao num´erica, teoria de aproxima¸c˜ao e solu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais.

Um 2

o

uso importante ´e desenvolver maneiras de trabalhar com fun¸c˜oes tabeladas, por exemplo, interpolar linearmente uma tabela de logaritmos. Entretanto, esta aplica¸c˜ao cai cada vez mais em desuso com a populariza¸c˜ao das m´aquinas de calcular.

4.1 Teoria de Interpola¸c˜ ao

Defini¸c˜ ao 4.1 (Interpola¸c˜ao) - Dado um conjunto de pontos suporte (x

i

, y

i

), i = 0, 1, 2, · · · , N de uma certa fun¸c˜ao y = f(x), deseja-se calcular uma aproxima¸c˜ao para fx), x ¯ 6= x, em- pregando os pontos dados. Para tal, constru´ımos uma fun¸c˜ao ϕ(x) que interpola f(x) da seguinte maneira

i) ϕ(x

i

) = f (x

i

), ∀x

i

, i = 0, 1, · · · , N ; ii) ϕ(¯ x) = fx), ∀¯ x 6= x

i

, i = 0, 1, · · · , N.

Má aproximação Boa aproximação

y

x y

x ψ= (ξ)ϕ

ψ= (ξ)ϕ y=f(x)

y=f(x)

Figura 4.1: exemplos de interpola¸c˜ao

27

(29)

A fun¸c˜ao interpolante pode pertencer a v´arias fam´ılias:

a) ϕ(x) = a

0

+ a

1

x + · · · + a

n

x

n

b) ϕ(x) = a

0

+ a

1

e

x

+ a

2

e

2x

+ · · · + a

n

e

nx

c) Splines: colagem de polinˆomios.

problema de interpola¸c˜ ao geral

A partir de uma tabela com n + 1 pontos de suporte, deseja-se escolher n + 1 fun¸c˜oes de base ϕ

j

(x), cuja combina¸c˜ao linear ser´a usada para aproximar a fun¸c˜ao f (x),

ϕ(x) = X

n

j=0

a

j

ϕ

j

(x) = a

0

ϕ

0

(x) + a

1

ϕ

1

(x) + · · · + a

n

ϕ

n

(x), ϕ

j

(x) - fun¸c˜oes de base “dadas” (conhecidas);

a

j

- coeficientes inc´ognitos.

4.2 Interpola¸c˜ ao Polinomial

A escolha mais frequente para as chamadas fun¸c˜oes de base, ϕ

j

(x), s˜ao os monˆomios ϕ

j

(x) = x

j

, j = 0, 1, · · · , n, assim, o problema de interpola¸c˜ao passa a ser expresso por

ϕ(x) = X

n

j=0

a

j

x

j

= a

0

+ a

1

x + · · · + a

n

x

n

. O problema ´e determinarmos os coeficientes a

j

!

Para encontrarmos esses coeficientes, usamos a defini¸c˜ao de interpola¸c˜ao, que diz que ϕ(x) passa por todos os pontos suporte, ou seja,

ϕ(x

i

) = y

i

, i = 0, 1, · · · , n, portanto,

X

n j=0

= a

j

(x

ji

) = y

i

, i = 0, 1, · · · , n, e assim, temos o seguinte sistema linear

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

a

0

x

00

+ a

1

x

10

+ · · · + a

n

x

n0

= y

0

a

0

x

01

+ a

1

x

11

+ · · · + a

n

x

n1

= y

1

a

0

x

02

+ a

1

x

12

+ · · · + a

n

x

n2

= y

2

... . .. ...

a

0

x

0n

+ a

1

x

1n

+ · · · + a

n

x

nn

= y

n

(4.1)

Referências

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