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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E TESOURARIA AULA 1

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Academic year: 2021

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GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA E TESOURARIA

AULA 1

Prof.a Kessyane Novaes Horbucz

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CONVERSA INICIAL

Iniciaremos nossos estudos da disciplina de Gestão de Fluxo de Caixa e Tesouraria. O interesse pelos estudos referentes ao fluxo de caixa é recente, um dos principais estudiosos da área em nosso país – Carlos Alexandre Sá – estuda esse tema há 25 anos, e, para o autor, a gestão de tesouraria é o instrumento mais importante para uma boa elaboração de projetos financeiros (Sá, 2012).

Ao longo de nossas aulas, trataremos diversos aspectos importantes, que cercam as decisões financeiras baseadas no fluxo de caixa e tesouraria.

A princípio, é importante que você compreenda conceitos básicos da administração financeira, suas funções e responsabilidades, pois, a partir disso, conseguirá ter uma visão mais clara do espaço que a tesouraria ocupa dentro da administração financeira.

Objetivo desse tema é torná-lo um conhecedor da estrutura da administração financeira e de todos os aspectos essenciais de sua gestão.

CONTEXTUALIZANDO

Atualmente, a área de finanças não vislumbra seus estudos apenas em técnicas clássicas de gestão financeira, o mundo evoluiu e o comportamento financeiro também.

No cenário atual, existe uma procura por profissionais financeiros

“tomadores de decisão”, ou seja, aqueles que têm a competência e a habilidade em mensurar resultados e deles extrair indicadores capazes de informar a saúde financeira de uma organização e, a partir dessas exposições, direcionar suas decisões muito bem planejadas e embasadas por suas análises.

Infelizmente, nem sempre o gestor financeiro dispõe de recursos suficientes para tais análises, e os motivos para isso são variados, indo desde falta de capacitação do próprio gestor e da equipe, que desconhecem os instrumentos necessários para uma correta análise financeira da organização, até os conflitos que muitas vezes envolvem o conselho administrativo da organização, com o gestor financeiro, desse modo, prejudicando a simetria de informações financeiras que podem garantir a solvência da organização.

Enfim, todos sabem da importância da gestão financeira em transformar os resultados em números, porém, poucos reconhecem que ela é capaz de eliminar incertezas e gerar riqueza.

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Pesquise

O que é administração financeira? Quais são os problemas mais comuns da administração financeira? Qual é a importância do gestor financeiro? Quais são as principais áreas de decisões em administração financeira?

TEMA 1 - A FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A função financeira de uma empresa está intimamente ligada à tomada de decisão de investimento e/ou financiamento. Segundo Sanvicente (1987, p.

15), “uma das possíveis maneiras de se caracterizar a função financeira de uma empresa é categorizar as áreas que exigem tomadas de decisões pelos executivos responsáveis”.

Essa classificação pode ocorrer de acordo com as áreas de decisões de investimentos, financiamento e aquelas relacionadas às tarefas de obtenção de recursos financeiros e suas devidas análises. Quando falamos de investimento, focamos nas melhores alternativas de aplicação dos ativos obtidos pela empresa, já em relação ao financiamento, as decisões são voltadas para o menor custo de endividamento analisando os prazos e as taxas de juros, ou seja, o olhar atento deverá ser para o passivo da empresa.

Com isso, é importante saber que no investimento a busca é pela melhor rentabilidade e, no financiamento, o propósito é o menor endividamento.

Investimentos são atividades executadas em decorrência das aplicações de recursos. As atividades de investimento costumam ser classificadas no Balanço Patrimonial, na conta de investimentos, por exemplo: compras de máquinas e equipamento, aplicações financeiras de curto e longo prazo.

Sanvicente (1987, p. 15) complementa ao afirmar que investimento

“consiste num conjunto de decisões visando dar à empresa a estrutura ideal em termos de ativos (fixos e correntes) para que os objetivos da empresa, como um todo, sejam atingidos”. É importante esclarecer que o objetivo, como já citado, é a obtenção do maior resultado, ou seja, de um maior retorno, sem deixar de lado o risco que os proprietários da empresa estão dispostos a correr.

Segundo Sanvicente (1987), para se ter essa rentabilidade, alguns projetos são postos como alternativas de investimentos. Por exemplo:

Compra de uma nova máquina

Substituição de um equipamento por outro

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Campanha publicitária

Instalação de sistema de controle de produção e estoque por computador

Compra de patente sobre processo de produção ou direito ao uso de marcas comerciais

Construção de uma nova fábrica

Abertura de uma linha de produtos e serviços

Lançamento de um novo produto

Decisões entre alugar e comprar

Dentre outros, esses são alguns exemplos caracterizados como investimento que podem proporcionar à empresa retorno a curto e longo prazo.

Porém, para se conseguir investir, muitas empresas optam por financiar os ativos.

Nesse sentido, o financiamento reflete as decisões tomadas diante das atividades operacionais e de investimentos. “As contas de financiamento costumam ser classificadas no passivo financeiro (circulante ou ELP-Exigível a Longo Prazo) e no Patrimônio Líquido. Exemplos: captação de empréstimos bancários, integralização de capital da empresa, etc.”, ou seja, o que se deseja fazer é definir e alcançar uma estrutura ideal em termos de fontes de recursos, dada a composição dos investimentos. (Sanvicente, 1987, p. 16)

Porém, investimentos e financiamentos não devem ser realizados de qualquer maneira, é necessário um bom planejamento e controle financeiro para que, ao longo do tempo, a empresa não encontre dificuldades financeiras.

Para Gitman (2010), o ponto central da administração financeira é o planejamento, pois é quando se avaliam as necessidades presentes e futuras de numerário, os diferentes departamentos em função das possibilidades de gerar entradas de recursos, as fontes disponíveis de capital e seus custos, as alternativas de levantamento de fundos externos, dentre outros problemas.

No entanto, é fundamental que o planejamento seja complementado pelo controle.

Os resultados obtidos devem ser confrontados com as projeções efetuadas durante a fase do planejamento. Por exemplo, o volume real de vendas está de acordo com o nível previsto para o período? Caso não esteja, como a empresa poderá saldar suas dívidas com os fornecedores? Caso o volume de vendas corresponda ao previsto, o pagamento de contas pelos clientes estará correndo na proporção prevista? Os custos de produção estão sendo mantidos dento dos limites estabelecidos? A empresa está acumulando estoque, superior ao volume de vendas? Esses são exemplos de questionamentos que

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surgem. Em cada um dos casos o efeito poderá ser o desequilíbrio dos planos financeiros formulados no início do período. A única maneira de restaurar o equilíbrio entre a entrada e saída de fundos consiste na implantação de um controle de despesas e receitas mais adequado com a realidade organizacional. (Lopes, 2010, p. 22)

No tema seguinte, retomaremos essas questões ao compreender o papel do gerente financeiro na empresa.

TEMA 2 – O PAPEL DE GERENTE FINANCEIRO

As atividades desenvolvidas pelo gestor financeiro possuem em sua essência as atividades básicas da administração que estão relacionadas ao planejamento, à organização, à direção e ao controle. O que difere nesse caso é que o gestor financeiro irá voltar seus esforços para a análise, o planejamento e o controle financeiro, que consiste em medir e tomar decisões estratégicas com base em relatórios financeiros com o intuito de melhorar os indicadores de uma organização.

Cabe ao gestor financeiro também as decisões de investimento que consistem em analisar a melhor relação entre risco e retorno com o intuito de alavancar suas operações; já as decisões de financiamento mobilizam o gestor no que se refere à melhor e menos custosa captação de recursos financeiros.

Gitman (2010) afirma que o gerente financeiro é aquele que “gerencia ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo de organização financeira e não financeira, privada ou pública, grande ou pequena, com ou sem fins lucrativos”.

Para isso, o gerente financeiro deve:

realizar o planejamento financeiro;

organizar o conjunto de informações necessárias;

analisar os relatórios elaborados;

direcionar os recursos financeiros de acordo com a necessidade da empresa;

tomar decisões;

reduzir os custos;

maximizar os lucros.

Além disso, o gerente financeiro concede créditos a clientes; avalia propostas que envolvam grandes gastos e captação de fundos para financiar as operações da empresa (Gitman, 2010).

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Corroborando, Sanvicente (1987) afirma que “o gerente financeiro deve se preocupar com a obtenção dos recursos monetários para que a empresa desenvolva suas atividades e expanda a sua escala de operações, além da análise da maneira em que os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa.”

Diante dos diversos cenários econômicos que as empresas enfrentam, os gerentes financeiros estão cada vez mais envolvidos com o desenvolvimento e a implementação de estratégias empresariais que têm como objetivo o crescimento da empresa e sua melhoria frente ao mercado (Gitman, 2010).

Para encarar esse cenário diversificado e manter vantagem competitiva, o gerente financeiro conta com uma equipe técnica de profissionais especializados em tesouraria e controladoria. Essas funções serão tratadas nas próximas sessões com mais profundidade.

Porém, quando há algum problema entre dois atores envolvidos no processo de gestão financeira, o que ocorre? Como resolver esse caso? Essas questões serão abordadas na sessão seguinte, em que trataremos o problema de agência.

TEMA 3 – O PROBLEMA DE AGÊNCIA

Imagine a seguinte situação: O gestor financeiro decide que para reduzir as despesas da empresa é necessário enxugar a folha de pagamento extinguindo alguns cargos, porém, ao fazer isso, ele terá de demitir alguns familiares do proprietário da empresa que ocupam esses cargos, ou seja, uma situação complicada e que gera um problema de agência. Mas, afinal, o que é um problema de agência? É o conflito de interesses que envolve dois atores, o principal e o agente.

O principal geralmente é o acionista ou proprietário da empresa, é ele quem delega as decisões ao agente. Já o agente pode ser o gestor ou administrador da empresa e cabe a ele buscar a maximização dos lucros da organização, porém, nem sempre os objetivos do agente vão ao encontro do caminho traçado pelo principal, gerando uma situação desagradável para essa relação, o que pode comprometer a simetria de informações da empresa.

O problema de agência faz com que os administradores das empresas coloquem seus objetivos pessoais à frente dos corporativos. Além disso, para atingir seus objetivos, as empresas precisam tomar decisões, mas os proprietários nem sempre têm conhecimento das várias atividades das organizações, principalmente, em virtude da concorrência acirrada nos diversos mercados. Para isso, os

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administradores acabam gerindo a empresa através do conselho de administração e optam por contratar profissionais de mercado, experientes nas áreas específicas para gerir os negócios das atividades. (Gitman, 2010)

Para evitar esse tipo de problema, Gitman (2010) destaca alguns pontos importantes, como as forças de mercado e os custos de agência.

Uma força de mercado encontra-se nos grandes acionistas, que exercem uma grande pressão sobre a administração para que apresente um desempenho adequado, comunicando suas preocupações ao conselho administrativo (Gitman, 2010).

Outra força de mercado se encontra na ameaça de tomada de controle por outra empresa que acredite poder aumentar o valor do negócio por meio da reestruturação de sua administração, de suas operações e da sua estrutura de capital. A ameaça constante de tomada do controle tende a motivar os administradores para que ajam segundo os interesses dos proprietários da empresa (Gitman, 2010).

Já os custos de agência “mantêm uma estrutura de governança corporativa capaz de monitorar o comportamento dos administradores, evitar práticas administrativas desonestas e oferecer-lhes incentivos financeiros para maximizar o preço da ação.(Gitman, 2010).

Uma maneira mais comum de reestruturar a remuneração dos administradores de acordo com a maximização do preço da ação, ou seja, proporcionar incentivos para que ajam segundo os interesses dos proprietários é o plano de remuneração, que, segundo Gitman (2010), podem ser de dois tipos: de incentivo e de desempenho.

Os planos de incentivo têm como função atrelar a remuneração dos administradores ao preço da ação, ou seja, por meio das opções da compra de ações. Essas opções fazem com que eles comprem ações da empresa ao preço de mercado estabelecido no momento da outorga (ato de consentir, dar, atribuir, transmitir, conceder, autorizar outra pessoa a praticar atos em seu nome). Se os preços do mercado subirem, serão recompensados com a possibilidade de revender suas ações a um preço de mercado mais elevado (Gitman, 2010).

Já os planos de desempenho atrelam a remuneração dos administradores a medidas como o “lucro por ação” (LPA). Esses planos usam ações por desempenho, ou seja, recebem em troca da consecução de metas de desempenho estabelecidas. Outro plano de desempenho se dá por conta da

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bonificação em dinheiro, que nada mais é do que “um pagamento em dinheiro atrelado à consecução de determinadas metas de desempenho.” (Gitman, 2010).

Após apresentados os problemas de agência, estudaremos como são estabelecidos os papais das funções financeiras, como o tesoureiro e o controller.

TEMA 4 – ORGANIZAÇÃO DA FUNÇÃO FINANCEIRA

Sabemos que a administração financeira são os esforços dispendidos no planejamento, na organização, no controle e na direção das finanças de uma organização; sabemos também que o gestor financeiro é quem exerce todas essas ações tomando as decisões necessárias para obter a maximização de riqueza da organização, e ele conta com o apoio de outros profissionais para isso, mas quem são esses profissionais? Geralmente importantes, temos esses dois atores como fornecedores de informações financeiras necessárias para a tomada de decisão do gestor, sendo eles o tesoureiro e o controller.

A seguir, na Figura 1, é apresentada a estrutura organizacional financeira.

Figura 1 – Estrutura típica da função financeira de uma empresa

Fonte: Sanvicente, 1987.

Como visto na figura anterior, o tesoureiro é o “homem do caixa”, ou seja, é responsável pela liquidez da empresa e administra todo o fluxo de recursos

Diretor Financeiro

Tesoureiro

Caixa e bancos Contas a receber

Contas a pagar Relações bancárias Preparação do orçamento

de caixa

Controller

Contabilidade geral e de custos

Elaboração de orçamentos e controle orçamentário

Auditoria interna Preparação de relatórios

financeiros internos

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financeiros dela; já o controller possui um viés para a contabilidade e se preocupa com a auditoria e o acompanhamento dos lançamentos financeiros.

“A área do tesoureiro está mais voltada para atividades que compreendem o uso de dinheiro, a sua manipulação e a posse real de fundos, enquanto o controller preocupa-se com os controles e os fluxos de informações dentro da empresa. A primeira área tem contato com o público e a segunda possui tarefas quase exclusivamente voltadas para dentro da empresa”. (Sanvicente, 1987).

Sanvicente (1987) ainda afirma que o tesoureiro está mais preocupado com os aspectos de obtenção de fundos, ao passo que o controller dedica-se à análise da eficiência relativa com que os recursos obtidos são aplicados pela empresa.

Como visto, a administração financeira é repleta de elementos essenciais, os quais, quando não bem geridos, podem acarretar inúmeros problemas organizacionais que, muitas vezes, não podem ser revertidos. Para compreender melhor essa questão, na sessão seguinte, abordaremos os principais problemas de administração financeira que as empresas podem encontrar.

TEMA 5 – OS PROBLEMAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Observamos que a administração financeira se pauta em dados confiáveis e no acompanhamento constante por seus agentes. Porém, quando não é dada a devida atenção ao planejamento ou há falhas, omissões nas informações prestadas, isso pode causar um prejuízo enorme para a organização.

Nenhuma empresa pode desconhecer suas movimentações financeiras, ou seja, não saber se está tendo lucro ou prejuízo, não conhecer as informações adequadas de saldo de caixa, estoques, contas a pagar e receber, despesas, preço de venda, pró-labores, valor patrimonial da empresa, capital de giro, ciclo financeiro e ciclo operacional.

Grande parte dessas informações é trabalhada por meio de uma ferramenta financeira essencial para o acompanhamento das entradas e saídas de caixa, a qual se chama fluxo de caixa. Com o fluxo de caixa, é possível evitar prever o comportamento do caixa e evitar surpresas.

Como vimos, a função financeira compreende os esforços dispensados, objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas da empresa,

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proporcionando a liquidez dela perante seus credores. A premissa está assentada no equilíbrio entre rentabilidade (lucro) e liquidez. (Gitman 2010)

Alguns elementos são primordiais para detectar problemas de administração financeira, e, segundo Sanvicente (1987), são eles:

Mercado

o Mercado Comprador

Preço, prazo, e outras condições de venda

Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado

Efeitos da concorrência

Vendas cíclicas ou de época o Mercado Fornecedor

Preços, prazos e outras condições de compra

Compras cíclicas ou de época

Necessidade de importação

Aplicação do Capital

o Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e instalações o Manutenção de estoques e produção em andamento

o Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo o Adiantamento a fornecedores

Capital de terceiros

o Limites para compra a prazo o Limites para operações bancárias o Custo do capital de terceiros o Financiamentos especiais

Capital Próprio

o Capitalização de lucros o Distribuição de lucros

o Destinação das reservas e provisões o Entrada de capital novo

Expansão

o Expansão em pequena escala o Expansão em grande escala

A percepção desses e de outros problemas só será possível às empresas que mantêm adequado sistema de processamento e análise de dados,

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determinando as diversas situações de solvência, liquidez e rentabilidade. A maioria das empresas concentra suas atenções apenas no propósito de obter recursos, para cobrir a falta de numerário, não se preocupando com os meios que ocasionaram essa deficiência.

Causas mais comuns da falta de numerário:

Expansão descontrolada das vendas, implicando maior volume de compras e de gastos.

Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mercados.

Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamentos e de recebimentos, em função dos prazos de compra e de vendas.

Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio em proporções excessivas.

Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos de produção.

Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para reserva, exigindo maiores disponibilidades.

Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa.

Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou utilizando capital de terceiros.

As empresas financeiramente equilibradas apresentam as seguintes características:

Há permanente equilíbrio entre os recursos e os encargos financeiros.

O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital alheio.

A rentabilidade do capital é satisfatória, não prejudicando as vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas parcelas de juros.

Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques, cujo valor não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor das vendas, e maior frequência de vendas para um número cada vez maior de produtos.

Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebimento das vendas.

Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insuficiente para o volume necessário de produção.

Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas.

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Como visto, uma organização sem planejamento e controle pode enfrentar diversos problemas financeiros no decorrer do tempo. São fatores como esses que devem fazer parte do dia a dia do administrador financeiro para que, em conjunto com a equipe financeira, gestores e demais atores organizacionais possam estabelecer metas e objetivos que não interfiram na vida financeira da empresa.

Saiba Mais

Para ser um bom gestor financeiro, primeiramente é preciso praticar com as finanças domésticas. Assim, assista ao vídeo e reflita se o planejamento pessoal está sendo realizado:

https://www.youtube.com/watch?v=eonwa39mnL4

TROCANDO IDEIAS

Após apresentados os principais pontos a respeito da Administração Financeira, chegou a hora de cada aluno contribuir com seu entendimento a partir de tudo que foi abordado nesta rota, além de apresentar possíveis dúvidas e questionamentos que surgiram durante os estudos. Dessa forma, assista ao vídeo seguinte e compartilhe com os colegas os questionamentos sugeridos:

https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s

Analisando o vídeo e o que foi abordado durante o curso, qual a importância da gestão financeira?

O que é um planejamento financeiro?

O que deve ser levado em consideração para efetuar um bom planejamento financeiro? Quais as informações mais importantes?

Como enfrentar uma crise caso a empresa esteja endividada?

Quais são os meios que podem ser utilizados para realizar um bom controle financeiro?

Qual a importância da análise do planejamento financeiro ao longo do tempo?

Posso levar aspectos do planejamento financeiro para a vida financeira pessoal? Caso seja possível, como posso fazer?

https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/

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NA PRÁTICA

Assista ao vídeo e responda aos seguintes questionamentos:

https://www.youtube.com/watch?v=Cgn_5bHnhLU&t=2s

1) Qual é a importância do planejamento financeiro?

2) Como é elaborado o planejamento financeiro? E o que deve ser feito após a elaboração do planejamento?

3) O que é reserva e qual sua importância, tanto na vida pessoal como na empresa?

SÍNTESE

Para Gitman (2010), “A administração financeira compreende a função dupla de planejamento e controle”. Constitui importante instrumento do processo de formulação das políticas operacionais da empresa. Na execução de suas tarefas, o administrador financeiro utiliza como ponto de partida os demonstrativos elaborados pelo contador ou contadores da empresa. O diagnóstico resultante da análise desses demonstrativos deverá procurar revelar as razões, favoráveis ou não, do desempenho passado da empresa. Enquanto o balanço fornece uma visão dos recursos (ativos) e compromissos (passivos) da empresa, os demonstrativos de lucros e perdas indicam a rentabilidade das operações de exercícios passados.

À análise do desempenho passado da empresa segue-se a interpretação de sua situação atual. A principal questão, neste caso, é a seguinte: qual a situação atual da companhia e como se compara com as demais empresas de tamanho equivalente, na mesma indústria e operando no mesmo mercado? Essa interpretação é, simultaneamente, absoluta e relativa. É absoluta no sentido de procurar determinar a solidez, ou não, da atual posição financeira da empresa.

A interpretação destina-se também a mostrar sob que aspectos a empresa pode ser comparada, em termos favoráveis ou desfavoráveis, a suas concorrentes, bem como em que medida isso ocorre. O principal aspecto da administração financeira é a formulação da estratégia da empresa, determinando-se o uso mais adequado dos fundos à disposição da empresa no momento e procedendo-se à escolha da fonte mais apropriada de recursos adicionais de que o empreendimento necessitará no futuro. A análise e a

https://www.pipefy.com/pt-br/blog/planejamento-financeiro-empresas/

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interpretação dos demonstrativos financeiros constituem as bases da formulação dos planos futuros da empresa.

Ocasionalmente, uma empresa poderá considerar a necessidade de aumentar suas instalações físicas de operação, ou seja, edifícios, máquinas e equipamentos. No caso de máquinas e equipamentos, o administrador financeiro trabalhará com projetos de investimento cuja vida útil estimada é de três a dez ou mais anos. São investimentos que envolvem financiamento a médio prazo.

(Sanvicente, 1987).

A análise efetuada pelo administrador financeiro serve ainda como valiosíssimo meio de comunicação entre os vários departamentos. Proporciona um denominador comum (moeda) e um padrão uniforme de medida (custo dos fundos e rendimento). Além disso, a análise financeira fornece à alta administração um instrumento de avaliação de desempenhos passados e dos planos futuros.

Depreende-se que a administração financeira é uma área de suma importância para a sobrevivência de uma organização, pois, sem se atentar para as finanças, torna-se impossível tomar decisões assertivas e que não prejudiquem as condições financeiras da organização.

Denota-se que algumas figuras dão apoio necessário ao gestor, fornecendo informações pertinentes para uma melhor análise dos relatórios e indicadores financeiros, no entanto, muitas vezes essas relações nem sempre são harmoniosas, podendo desencadear conflitos de interesses, o que é capaz de influenciar negativamente na rentabilidade da empresa. Então, cabe à gestão financeira acompanhar e avaliar a movimentação financeira da empresa, objetivando sempre maximizar a riqueza da organização.

REFERÊNCIAS

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo:

Prentice Hall, 2010.

LOPES, A. S. A contribuição da controladoria na tomada de decisão do administrador financeiro. Rio de Janeiro: IAVM, 2010.

SÁ, C. A. Fluxo de Caixa: a visão da tesouraria e da controladoria. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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SANVICENTE, A. Z. Administração financeira. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1987.

SELEME, L. D. B. Finanças sem complicações. Curitiba: Intersaberes, 2012.

Referências

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