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AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 753.444

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 753.444 - RJ (2015/0185865-6)

RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN

AGRAVANTE : MARCELO DINIZ PIERONI DE SIQUEIRA ADVOGADOS : JEAN PAULO RUZZARIN

RUDI MEIRA CASSEL

AGRAVADO : ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCURADOR : KAREN FARAH ARRUDA E OUTRO(S) EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PROPOSTA CONTRA O ESTADO DO RIO DE JANEIRO. JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA. ARTIGO 2º DA LEI 12.153/2009. NECESSIDADE DE PROVA PERICIAL COMPLEXA. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA.

1. O art. 2º da Lei 12.153/2009 possui dois parâmetros – valor e matéria – para que uma ação possa ser considerada de menor complexidade e, consequentemente, sujeita à competência do Juizado Especial da Fazenda Pública.

2. A necessidade de produção de prova pericial complexa não influi na definição da competência dos juizados especiais da Fazenda Pública.

Precedente: REsp 1.205.956/SC, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 01.12.2010; AgRg na Rcl 2.939/SC, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Seção, DJe 18.09.2009; RMS 29.163/RJ, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, DJe 28.04.2010.

3. Agravo Regimental não provido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Og Fernandes (Presidente), Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 13 de outubro de 2015(data do julgamento).

MINISTRO HERMAN BENJAMIN

Relator

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 753.444 - RJ (2015/0185865-6)

RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN

AGRAVANTE : MARCELO DINIZ PIERONI DE SIQUEIRA ADVOGADOS : JEAN PAULO RUZZARIN

RUDI MEIRA CASSEL

AGRAVADO : ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCURADOR : KAREN FARAH ARRUDA E OUTRO(S) RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator):

Cuida-se de Agravo Regimental interposto contra decisão monocrática (fls. 96-99, e-STJ) que negou provimento ao Agravo.

O agravante sustenta, em suma (fl. 104, e-STJ):

(...) não merece prosperar o entendimento manifestado pelo i.

julgador, na medida em que em situações que demandem a exigência de dilação probatória, como na hipótese ora em exame, há que ser afastada a competência dos Juizados Especiais para apreciação da causa, por incompatibilidade de rito.

Requer a reconsideração do decisum ou a submissão do feito à Turma (fls. 102-107, e-STJ).

É o relatório.

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Superior Tribunal de Justiça

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 753.444 - RJ (2015/0185865-6)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os autos foram recebidos neste Gabinete em 14.9.2015.

O Agravo Regimental não merece prosperar, pois a ausência de argumentos hábeis para alterar os fundamentos da decisão ora agravada torna incólume o entendimento nela firmado.

Conforme já disposto no decisum combatido, o acórdão impugnado consignou (fls. 42-43, e-STJ):

Note-se dispor o art. 10 da Lei 12.153/09 que, “Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa, o juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5 (cinco) dias antes da audiência.” Isso quer dizer que, em havendo necessidade de perícia mais aprofundada, a ação não há de ser processada e julgada em Juizado Especial fazendário.

É precisamente o que ocorre na espécie versada. O autor afirma que há vagas - muitíssimas vagas,- que as necessidades do serviço veem sendo supridas através nomeações de analistas ad hoc, e, por fim, que há viabilidade orçamentária. Ora, se a ele cabe a prova dos fatos constitutivos de seu direito, nos termos do art. 333, I, do CPC, é possível e até provável que o juízo se veja na contingência de deferir ou determinar de ofício a realização de perícia, bem assim de requisitar, a requerimento ou sponte sua, autos de processos administrativos.

Aliás, na inicial o autor já protestou pela requisição de

“demonstrativos do total de vacâncias do cargo de Analista Judiciário – especialidade Execução de Mandados – nos últimos dois anos desde 06 de junho de 2012, bem como os convênios firmados com os Municípios e seus aditivos que permitem a designação de servidões ad hoc para o exercício das atribuições do cargo referido” (sic).

Se é certo que nada disso pode ser a priori indeferido porque implicaria nítido cerceamento do direito de defesa, correto também é observar que, em tais circunstâncias, nada justifica declínio de competência para órgão jurisdicional perante o qual não se pode proceder a exauriente prova pericial.

(...)

O que aqui sobreleva é - repita-se - o fato de, em princípio,

haver necessidade de complexa prova pericial, não se justificando declínio de

competência em favor de Juizado Especial de Fazenda Pública.

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Superior Tribunal de Justiça

A norma legal apontada como violada dispõe:

Art. 2

o

É de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

§ 1

o

Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

I – as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre direitos ou interesses difusos e coletivos;

II – as causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;

III – as causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

Logo, o art. 2º da Lei 12.153/2009 possui dois parâmetros – valor e matéria – para que uma ação possa ser considerada de menor complexidade e, consequentemente, sujeita à competência do Juizado Especial Cível.

Existem apenas dois critérios para fixação dessa competência: valor e matéria, inexistindo dispositivo na Lei 12.153/2009 que permita inferir que a complexidade da causa – e, por conseguinte, a competência do Juizado Especial da Fazenda Pública – esteja relacionada à necessidade ou não de perícia.

Nesse sentido:

PROCESSO CIVIL. FORNECIMENTO DE

MEDICAMENTOS. UNIÃO, ESTADO E MUNICÍPIO COMO LITISCONSORTES PASSIVOS. PRINCÍPIO FEDERATIVO E DA ESPECIALIDADE. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60 SALÁRIOS MÍNIMOS. COMPETÊNCIA ABSOLUTA.

1. Trata-se de ação para fornecimento de medicamentos ajuizada em face da União Federal, Estado de Santa Catarina e Município de Criciúma/SC. No apelo nobre, a municipalidade insurge-se contra a fixação da competência no âmbito do Juizado Especial Federal.

2. A competência do Juizado Especial Federal não se altera pelo fato de o Estado e o Município figurarem como litisconsortes passivos da União Federal. Prevalece, na espécie, o princípio federativo (que dá supremacia à posição da União em face de outras entidades) e o da especialidade (que confere preferência ao juízo especial sobre o comum).

Precedentes.

3. Se o valor da ação ordinária é inferior ao limite de sessenta

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Superior Tribunal de Justiça

salários mínimos previstos no artigo 3º da Lei 10.259/2001, aliado à circunstância de a demanda não se encontrar no rol das exceções a essa regra, deve ser reconhecida a competência absoluta do Juizado Especial Federal, sendo desinfluente o grau de complexidade da demanda ou o fato de ser necessária a realização de perícia técnica.

4. Recurso especial não provido (REsp 1205956/SC, Rel.

Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe 01/12/2010).

AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. GARANTIA

À AUTORIDADE DAS DECISÕES. FORNECIMENTO DE

MEDICAMENTO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA UNIÃO.

QUESTÃO QUE NÃO SE CONSTITUIU EM OBJETO DE APRECIAÇÃO POR ESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

1. Esta Corte de Justiça, nos autos de conflito de competência entre Juízo de Vara Federal e Juízo de Juizado Especial Federal, decidiu que as ações de fornecimento de medicamentos, com valor inferior a sessenta salários mínimos, estão submetidas ao rito do Juizado Especial e que a eventual necessidade de produção de prova pericial não configura causa de alta complexidade, a afastar a competência do juizado, por força do artigo 12, parágrafo 2º, da Lei nº 10.259/2001.

2. Não havendo se constituído em objeto da decisão a questão relativa à ilegitimidade passiva ad causam , apresenta-se manifestamente incabível a reclamação ajuizada em face de ato judicial que afirma a ilegitimidade passiva da União e determina a remessa dos autos à Justiça Estadual.

3. Agravo regimental improvido (AgRg na Rcl 2.939/SC, Rel.

Ministro HAMILTON CARVALHIDO, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe 18/09/2009).

RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE

SEGURANÇA. CONTROLE DE COMPETÊNCIA PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS. MANDADO DE SEGURANÇA. CABIMENTO. LEI N. 9.099/95. NECESSIDADE DE PERÍCIA. COMPATIBILIDADE.

1. É possível a impetração de mandado de segurança com a finalidade de promover o controle de competência nos processos em trâmite nos juizados especiais.

2. A necessidade de produção de prova pericial não influi na definição da competência dos juizados especiais cíveis estaduais.

3. Recurso ordinário desprovido (RMS 29.163/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, DJe 28/04/2010).

Desse modo, verifica-se que o Tribunal a quo divergiu do entendimento desta Corte, merecendo reforma o acórdão impugnado.

Ausente a comprovação da necessidade de retificação a ser promovida na

decisão agravada, proferida com fundamentos suficientes e em consonância com

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Superior Tribunal de Justiça

entendimento pacífico deste Tribunal, não há prover o Agravo Regimental que contra ela se insurge.

Por tudo isso, nego provimento ao Agravo Regimental.

É como voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA TURMA

AgRg no

Número Registro: 2015/0185865-6 AREsp 753.444 / RJ

Números Origem: 00388113920148190000 02181046320148190001 201524558246

PAUTA: 13/10/2015 JULGADO: 13/10/2015

Relator

Exmo. Sr. Ministro HERMAN BENJAMIN Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro OG FERNANDES Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS ALPINO BIGONHA Secretária

Bela. VALÉRIA ALVIM DUSI

AUTUAÇÃO AGRAVANTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCURADOR : KAREN FARAH ARRUDA E OUTRO(S) AGRAVADO : MARCELO DINIZ PIERONI DE SIQUEIRA ADVOGADOS : RUDI MEIRA CASSEL

JEAN PAULO RUZZARIN

ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Concurso Público / Edital - Classificação e/ou Preterição

AGRAVO REGIMENTAL AGRAVANTE : MARCELO DINIZ PIERONI DE SIQUEIRA ADVOGADOS : RUDI MEIRA CASSEL

JEAN PAULO RUZZARIN AGRAVADO : ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PROCURADOR : KAREN FARAH ARRUDA E OUTRO(S) CERTIDÃO

Certifico que a egrégia SEGUNDA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)."

Os Srs. Ministros Og Fernandes (Presidente), Mauro Campbell Marques, Assusete

Magalhães e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.

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