X P E R I Ê N C IA
D E R E C U P E R A Ç Ã O D A F U N Ç Ã O
P E D A G ó G IC A
D E
U M A
C O O R D E N A Ç Ã O
D E
C U R S O D E N íV E L
S U P E R IO R l
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
M aria Estrela A raújo Fernandes
MLKJIHGFEDCBA
I.
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I N T R O D U Ç ÃO :A s Coordenações de Cursos nas U niversidades
se ressentem
de
um trabalho burocrático
desgastante
erepetitivo .
Isto
acontece por
falta de um a proposta teórica clara do curso, da qual decorreria um a
ação pedagógica explícita e conseqüente, delineando
assim , o trabalho
dos coordenadores de curso.
A ssum im os
a Coordenação do Curso de Pedagogia da U FC em
novem bro/Bô,
para um a gestão de dois anos, depois de um a eleição
paritária em que todos os m em bros da Faculdade de Educação (alunos e
professores) votaram .
Iniciam os nosso trabalho
com a elaboração
de
um a proposta
apresentada por ocasião das eleições; proposta essa que
depois foi concretizada
num plano constituído
de vários projetos
pe-dagógicos. ~ exatam ente esta experiência de vivência na função
peda-gógica da Coordenaçãoã
e seus resultados,
tais com o:
m aior
parti-cipação de todos os setores da Faculdade, m ais dinam ism o
no curso,
m aior centralização
e valorização do aluno, preocupação
com um
en-sino qualificado
e com prom etido
com
a transform ação
da realidade
social, que irem os discutir nesta com unicação de experiência.
Estam os
1. Trabalho
apresentado
na
41."Reunião A nual da SBPC -
Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência -
em
14/7/89,em
Fortaleza-Ceará.
.
2.
O sentido da função nedagógica aqui
axplícitadanão
érestrito
àre-lação professor-aluno· m as decorre ~e um a visão m ais am p~a de
Edu-cação-Sociedade, donde o
pedagogícoaparece com o m ediador.
~~rtos que foi a clareza da postura teórica do curso, explicitada na Proposta de Refor~ulação Curricular" que está sendo im plantada ne; ~urso de Pedagogia da U FC, que perm itiu o redirecionam ento peda-gogtco da Coordenação de curso.
MLKJIHGFEDCBA
2. UM POUCO DE HISTÓRIA ...
Sou profes~ora ?o Curso de Pedagogia desde 1971, tendo atuado de' 71-80 na U niversidade do Pará com o professora de Psicologia da ~d?lesc.ência e Supervisão Escolar. Em 1983 fui transferi da para a U m versldade. Federal do ~eará, depois de ter passado dois anos em M oanau!, dedicando-m e m ais a Cursos E~peciais para professores de
1.
e2.
graus. D esde 1983, tenho-m e dedicado integralm ente à função docente_ e, preocupada com a m inha qualificação, iniciei o M estrado em E~ucaçac:, em 1984, estando hoje em fase final da elaboração da m inha dissertação de m estrado.Sem ~re .envol,:ida ~om ~s problem as e rum os da educação no nos~o pais, l~tegreI-m e a equipe de Coordenação do Curso de Peda-gO gI~ - gestao 85-86 - ocasião em que am adurecíam os a idéia de partir para um ~ experiência de reform ulação curricular no nosso curso.3 Sob a lId~rança e em penho da então Coordenadora do Curso - ~r?fes~ora M ana N ?~re D am asceno - vivenciei todo um processo part~clpatIvo e dem ocrático de elaboração de um a Proposta Curricular.
('t.
~qu~za d?s. debates, f~itos essencialm ente em A ssem bléia - com o instância m axim a de deliberação - proporcionou à com unidade do curso _(alunos e. professores, principalm ente) um m om ento de m uita reflexão educ~clO nal, decorrendo daí a Proposta de Reform ulação do Cur~o que fO I aprovada pelo CEPE, em 23/3/87 e im plem entada a partir de 87.2.Envolvida com os objetivos da nova proposta, candidatei-m e à ~oordenador~ do Curso para a gestão 87-88, que deveria processar a im plem entação gradativa do novo currículo. Lem bro-m e que, na m inha prop~s~a de trabaI?o apresentada durante a cam panha que precedeu
a eleição, coloquei
com o objetivos básicos:2. 1.
A gilizar a im plem entação do novo currículo do Curso de Peda-gogia;2.2.
Reafirm ar o processo de dem ocratização na tom ada de decisões tr~b~lhando po.r um a legitim ação da A ssem bléia com o . órgão m axim o de deliberação:3. A FA C ED participa do M ovim ento N acional de R eform ulação curri-cular dos cursos de Form ação de Educadores desde 1981, integran-do C om issões R egionais e Estaduais. '
38 Educação em D ebate, Fort. 19-20,
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
p , 37-53, jan./dez. 19902.3.
Continuar a prática do trabalho da Coordenação através de co-legiado, procurando integrar as atividades deste, com os outrossetores da FA CED 4: D ireção, D epartam entos, Coordenações,
Centro A cadêm ico, Biblioteca, etc.
Tam bém nesta cam panha, coloquei os princípios básicos da m inha prática pedagógica que seriam os orienta dores de um program a de Coordenação. Poderem os resum i-Ias em quatro pontos essenciais, que
foram assim expressos:
A CRED ITO Q U E ...
A educação colabora com
a
transform ação da sociedade, m as esta acontece através da organização coletiva da Sociedade Civil em torno de um a sociedade justa e igual para todos os hom ens; Todas as pessoas têm direito à aquisição do saber e este não deve ser privilégio de um a determ inada classe social, devendo-se lutar pela educação pública, gratuita e de qualidade para todos os níveis: O s professores poderão ser m ediadores da consciência crítica, que deverá ser form ada tam bém a partir dos conteúdos que são traba-lhados por eles e pelos alunos. A o professor crítico im põe-se um a luta pela dignidade de sua profissão; um a postura explícita da linha adotada à sua disciplina; e um a ação coletiva em busca deaperfei-çoam ento profissional e conquistas políticas;
O curso de pedagogia tem que ter um a proposta clara e explícita para a form ação de um educador consciente e com prom etido com a escola dem ocrática e com os interesses da grande m aioria da popu-lação brasileira. Terem os que lutar por um curso de Pedagogia que tenha coerência, tanto na sua fundam entação com o na sua prática.
e form e o educador com visão crítica dos problem as sociais, através de um a análise dialética de todos os m om entos pedagógicos, e com
-prom etido com a educação popular.
D epois de um processo eleitoral de m uito debate e clarividência de idéias, fui eleita por um a grande m aioria de votos e assum i a Coor-denação do Curso com um propósito de "Recuperar a função pcda-g ó pcda-g í c a da Coordenação" que então se delineava com o a instância
bá
le u de im plem entação de um a nova idéia de "pedagógico" surgida na prtposta curricular.
Fiquei na Coordenação até novem bro/88, trabalhand .om \111111
----4. FA C ED é a sigla da Faculdade de Educação da U F .
equipe
de professores,5
e bem integrada com a D ireção
da
Facul-dade,6
com os D epartam entos
e com o Centro
A cadêm ico
Paulo
Freire . D o
térm ino de m eu m andato até hoje, estou dedicando-m e a
escrever m inha dissertação
de m estrado, cujo tem a, por conta do m eu
envolvim ento e para entender m elhor os rum os e as práticas do curso,
é: "Recuperando
a história
Pedagógico-Social do Curso de Pedagogia
da U FC: com petência técnica e/ou
com prom isso político".
Para entenderm os m elhor o trabalho
realizado pela Coordenação,
im portante se faz explícitar
as linhas teóricas básicas da Proposta de
Reform ulação
Curricular
do Curso de Pedagogia.
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3 . L I N H AS T E Ó R I C AS B ÁS I C AS D A P R O P O S T A D E R E F O R
-M U L AÇ ÃO C U R R I C U L AR
D O
C U R S O D E P E D AG O G I APodem os resum ir
os
fundam entos
da
Proposta Curricular
em
quatro
pontos básicos nos quais se concentram todo o referencial
teó-rico-m etodológico
da Proposta:
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Oprim eiro é a
o p ç ã o p e la E s c o la P ú b lic a e G r a tu ita ,baseada na
"com preensão
da
escola enquanto
in s titu iç ã o s o c ia lencarregada
da
socialização do saber produzido pela hum anidade e na luta da
popu-lação visando
universalízar
um a escola
de
qualidade
para
todos"
5. Faziam
parte da Equipe
de
Coordenação do Curso, os
seguintes
professores:
Padre Brendan
Colem an M cD onald e G laucinete Barros de
Olí-veira -
representante
e suplente da U . C. de Fundam entos
P s í-col6gicos da Educação;
M aria de Fátim a A zevedo Ferreira Lim a e Padre
LuízM oreira
-representante
e suplente da
U .
c .de Fundam entos
Te6ricos e
M etodo16gicos da Educação;
M aria Estrêla
A r a ú joFem andes e M aria M ercedes Capelo A lvite
-
representante e suplente da U . C. do Ensino de
1.0e
2.°graus:
Conteúdo e M étodo;
· Em flia M artins
V elloso e M aria Tereza
A lbuquerque G uim arães
-
representante
e suplente da U . C. de Prática do Ensino;
· A ngela Terezinha de Sousa Terrien e
SíleneBarrocas Tavares
-representante
e suplent.e da U .
c .de Problem as Brasileiros;
· M aria Lúcia Lopes D allago e A na Elizabeth Bastos de M iranda
-representante
e suplente da U .
c .de Form ações Específicas.
· M aria
A ngela Te6filo A lbuquerque -
Supervisora
de
Controle
A cadêm ico.
O BS.: O nde está
escrito U . C., leia-se U nidade Curricular.
6
Passaram
pela D ireção da Faculdade, no período da m inha gestão
com o Coordenadora
do Curso, os seguintes
professores:
· A ntonio Carlos de A !m eida M achado -
D iretor
84-87· Em ília M artins V elloso -
D iretora -
88-91Laura M aria Sousa V ieira -
V ice-D iretora -
83-91.40
Educação em D ebate, Fort.
19-20,p, 37-53, jan./dez.
1990I 11.
I ).om
vem os, esta opção tem um cunho filosófico -,
'.'Edu-11111
ti
I'il
d
lodos e dever do Estado" e tem u~ cunh~ P?htlCO
-t 111111
lim a
"instituiçãosocial", portanto
devera ser
públicae
gra-111 lu 1 < I
I
p ç ã otorna-se m ais forte quando se tr?ta de um curs?
pe_r-h
ru
1111 t ilim a U niversidade
Pública
(U FC). E im portante
~qu~, nao
11111
IIlldlr público
com o sim plesm ente estatal.
Sua co~ctpçao e bem
111
I
I\lIpl e o que a caracteriza
éum a luta pela .am pha~ao .de ac~sso
111 · 11 111
em todos os níveis e a busca da qualidade:
um versahzar
1111111 l""
Ia de qualidade
para todos", financiada
pelo Estado, m as
' I
I
! t I "m função dos interesses dos trabalhadores,
,~endo op~"t~ a~
I
hvul li m o e ao ideário
burguês, tão presentes na
Escola publica,
IllIle bida pela burguesia.
O Curso de Pedagogia,
portanto,
deve~a
f "
rm ar o "educador capaz de participar
efetivam ente
do.
p r o c e s s o :c r ia ç ã o
de um a escola dem ocrática, que responda aos m teresses
~ \
11\
iloria da população"
e "que com preenda a sociedade. e a
educaçãoI ra ileiras
sobretudo a escola pública,
enquanto
realidade concreta
I I I
erida n~m contexto histórico e social específico" (l-FI; .2). 7
~ , U l7processo,
porque estam os certos de que ~ escola dem oc~a:lI::,a,-
pu-blica do ponto
de vista do trabalhad?r
.-
só se
verificaráem um
bi tem a diferente
do capitalism o classista .
, .
O
segundo
ponto refere-se
MLKJIHGFEDCBA
à fo r m a ç ~ ( ) d o e d ~ c a d o r C ~ ! ~ ! C o e ( ) r o m e tid o c o m a tr a n s fo r tn llç iío d a r e a h d a d e s o c ia l,ne:f' sltando
c
ara isto de "um a
sólida fundam entação
teórico-m et?dológlc~
que o
p
'ta realizar um a leitura crítica das diversas teorias que
interpre-perm i
lidade
num esforço de distinguir
entre as m esm as, aquelas
tam a rea
1 ,fi
lid d " (1 FI
4)
e que
que traduzam da form a
m ais cientí ica a rea
1a e
-.d .d
'
. 1 :
ossa ter um a com preensão
m ais
globali~ante ~a re.ah a e socl:da~
~ducacional, brasileira
e nordestina.
A ssim , a hcencIal~~a t;~ação
.
"deve
assegurar aos futuros
professores um a s
1 .a
g~l~l~hes
erm ita lecionar com
com petência, o que im plica n~ com
-q reensão da educação brasileira, no conhecim ento do desenvolvlm en~o
~ da aprendizagem hum anos, no aperfeiçoam ento pessoal. ~o dtom f:,'?,
dos conteúdos e das m etodologias específicas de sua area
e a uaça
(1-FI02~~r~eiro m arco teórico da proposta é ~
fo r m a ç ã o d o : d u c a d .o rd
á superar a fragm entaçao entre o pensar,
1f;~!;~~r~d~~:Çã~v::
hierarquização
do trabalho peda~ó~ic .' :.l~l~ndl~
b:
ícam entecom o docente nas áreas de: pré-escolar, s \'l
IO ICIllIS:"
aSI
'd
ôzi
do 2
ograu educação de adult
ducu
1101.
0grau, curso pe ag gico
.
,
.
d
C
50d
P
Idn
D ocum ento
da
Propost.a Curncular.
o
ur
7. U FC-Fortaleza, Faculdade de Educaçao,
1986.ld 1
qu
P
rm íta8
Este segundo ponto im plica num pluralism o d
. que o aluno se defina por um a linha te6rico..
especial. C~m este ponto fica bem claro que, o Curso de Pedagogia form ara basicam ente o docente e não o especialista (em bora tenham sido asseguradas as habilitações de supervisor, adm inistrador e orien-tador até ~ova decisão) e que as suas áreas de atuação se am pliaram .
Por fim , poderíam os destacar com o eixo epistem ológico da pro-posta, a "relação entre teoria e prática", tentando superar a concepção utilitária da prática, se contrapondo com a teoria, o que decorreria num a "prática esvaziada dos em basam entos teóricos e num a teoria descom prom etida com as m udanças que só podem se efetivar através da prática. Tal postura tem com e conseqüência um em pirism o ingênuo onde os fatos se apresentam com e verdades inquestionáveis" (l-FI. 3). A prática é, portanto, o suporte da teoria e a teoria é o referencial ex-~li~ativo da pr~tica, P?dendo a prim eira prolongar e aprofundar esta ultIm a, ou entao, nega-Ia. N essa ótica, as disciplinas são pluridim en-sionadas em term os teóricos e práticos, sendo falsa a dicotom izacão entre disciplinas teóricas (Filosofia, Sociologia, etc.) e práticas (M e-todologia, Estágios, etc.).
Enfim , a proposta do curso de pedagogia da U FC visa a um a "for-m ação profissi~nalligada às raízes histórico-sociais, econôm icas, polí-ticas e culturais, voltada para a com preensão dos problem as, sobre-tudo educacionais, nordestinos e brasileiros" (l-FI. 4).
1101 1 sem ana de reflexão sobre a U niversidade e o urs de
1
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1H "11 I , • 11'rs a ocasião é estudado o currículo novo de Pedago ia1111 1\10
lumcntação
e estruturação.I' luhor 1111 S com o decorrer dos Sem inários, um M anual do aluno
I'
ti
1 ogia,9 a princípio m im eografado e agora im presso, que serve1111111 o
trum cnto
básico das reflexões desses encontros.( ) I ''untos contidos nesse M anual são:
I , I, "O perfil do profissional que pretendem os form ar: a Proposta de Reform ulação Curricular do Curso de Pedagogia da U FC: fundam entação, objetivos e quadro das disciplinas;
I l , . Com o se estrutura a Faculdade de Educação e Coordenação do Curso;
I, , . '5. O rientações básicas para o estudo na U niversidade; I, , .4. A s relações do aluno no contexto do Curso de Pedagogia; I 1.5. Com o participar da Com unidade U niversitária;
I 1.6. Com o você será avaliado: norm as da U FC" . 10
O Plano da Coordenação de Curso foi todo inspirado no novo c~rrículo de Pedagogia e foi exatam ente esta filosofia que deu condi-çoes para um redirecionam enm das funções c atuação da coordenação.
Estruturam os o plano em vários proietos aue, avaliados em seu desenro}a.r foram sendo am pliados ou substituídos. Tecerei, aqui, um com entário sobre os projetos de m aior significação para o curso.
O s resultados dos Sem inários e da transferência do Básico são vi-ívcis em term os da integração dos alunos na com unidade universi-lforia. O Básico tem servido de elem ento incentivador ao curso, para
lS alunos que estão ingressando, diferentem ente do que acontecia, pelo isolam ento. A s experiências obtidas neste projeto têm levado a Pró-Reitoria de G raduação a debater sobre a possibilidade de aplicá-Ias em todos os cursos da universidade, extinguindo a estrutura de um curso básico separado do original. E im portante ressaltar que os
pro-fessores do básico se envolvem e participam desses Sem inários.
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
4 . P R I N C I P AI S P R O J E T O S D E S E N F O L VI D O S :S.
P R O fE T O D E AC O M P A.N H AM E N T O D O T R AB AL H O D O -C E N T E N A I M P L AN T AÇ ÃO D O N O VO C U R R tC U L O :(
•
A Coordenação se preocupava em m anter o clim a de debate vi-vencia do no m om ento da elaboração da proposta, m esm o sabendo que ele agora teria outro tipo de m otivo - o da im plem entação. Foram então, program ados Sem inários para professores e alunos com . os se· guintes tem as: "Teoria e Prática de Ensino" - do qual participaram os Professores Ildeu Coelho e M anfredo O liveira; "O Trabalho com o princípio educativo", m inistrado pelo Professor Paolo N osella; e
"Sin-4 .1 . P r o je to d o S e m in á r io d e I n tr o d u ç ã o a o C u r s o d e P e d a g o g ia e
T r a n s fe r ê n c ia d o C ic lo B á s ic o p a r a a s D e p e n d ê n c ia s d a F a c u l-d a l-d e
o
Sem inário de Introdução ao Curso de Pedagogia se apresentou com o um a necessidade de integrar os alunos que estavam iniciando à fiJosofia do curso. A princípio ele era dado aos estudantes do sem estre II(86.2
e87.1),
quando os alunos iniciavam o ciclo profissional, m as em decorrência da transferência do Básico para as dependências da faculdade, ele foi destinado predom inantem ente aos alunos do BÁ -SICO de Pedagogia(87.2
em diante). A partir daí, a cada nova turm a,9. E ste M anual foi elaborado por m im e pelo pesquisador José Ferreira de A lencar com ilustração da Professora L indyr Saldanha D uarte. 10. índice d~ M anual do A luno de Pedagogia - FA C E D , 1987.
dicalism o rural e Educação no N ordeste", com a participação de D . Elizabeth Teixeira.
A lém dos Sem inários, foram realizadas reuniões com professores e alunos representantes de disciplina. por sem estre curricular, para estudo e discussão das em entas aprovadas, integração e avaliação de program as. Foi dada especial atenção aos professores pertencentes a outros cursos que dão aula no Curso de Pedagogia e não participaram da discussão curricular.
Tam bém tivem os cuidado de fazer as adaptações acadêm icas ne-cessárias a um a im plantação gradativa, desde que estaríam os traba-lhando com dois currículos vigentes. 11 Tornou-se necessária a inte-gralização curricular com adaptação de códigos, pré-requisitos. acom -panham ento de em entário. resoluções de casos especiais de disciplinas extintas, adaptação ao ritm o gradativo da im plem entação, ofertando disciplinas do antigo e do novo currículo a cada sem estre im plem en-tado.
A prática das reuniões por sem estre, inicialm ente difícil pela re-sistência de alguns professores, foi se afirm ando com o um espaço im portante de integração horizontal das disciplinas e de program as em com um . D estaco, aqui. a tentativa de um a experiência com o Bá-sico, coordenada pela Professora N eyara
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Araújo12 - que m inistra a disciplina Introdução à Sociologia. envolvendo os professores de outras disciplinas; assim com o a experiência dos Projetos Especiais -existentes a partir do sem estre II e que servem "para integrar teoria e prática e buscar as veiculações entre ensino, pesquisa e extensão, articulando o conteúdo trabalhado pelo bloco de disciplinas do se-m estre, com a prática socioeducativa (realidade), culm inando com umtrabalho escrito (relat6rio de pesquisa)" -
(1.
FI.14).
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
6 . P R 0 1 E T O D E D I VU L G .4 .Ç í1 0 D E I N F O R M AÇ Õ E S D O C U R S O E O R I E N T AÇ ÃO D O S AL U N O S :
Q uando assum im os a Coordenação de Curso, um a das principais dificuldades que encontram os, foi a referente ao Setor de Inform ações, principalm ente as dirigidas aos alunos. M ontam os, então, um projeto que englobava Inform ativos M ensais, M ural ela Coordenação
(atuali-11. D urante a gestão 87· 88, o currículo novo foi im plem entado em 3
sem estres curriculares e foi preparada a lista de oferta para o se-m estre IV .
12. A Professora N eyara A RA Ú JO pertence ao D epartam ento de Filo-sofia e Ciências Sociais e ensina no Curso de Pedagogia-BÁ SICO desde 88.1
44
Educação em D ebate, Fort.· 19-20, p. 37-53, [an.zdez. 199!),,111 rontcudo
pr
ram ações
sem anais), o Jornal Educação-Ntícia
1111 I I I 'li bim ensais, o Serviço Estatístico de Inform ações sobre
1,,111 11)1
tud
s
principalm ente no Sem inário de Introdução ao CursoI
1'111 I,()~i(l D css s instrum entos destaco o Inform ativo deM
atrí-,,111
IIlIt'11<1
toda a program ação acadêm ica do sem estre, inclusive1111 1I1l11l' d s professores e em enta de cada disciplina ofertada; o
111111
ti
I\(lucução - N otícias que tem o objetivo de divulgar trabalhos11 ilu u u s c professores e de ser instrum ento de confronto e discussão
I
11
'lu '. O jornal iniciou tím ido, m im eografado, aos poucos foiI I lIulo c rpo e se afirm ou. Seus três últim os núm eros já foram im
-1'"
os. ~
verdade que as dificuldades financeiras vividas pela Uni-.. , ldudc
nestes últim os anos, constituíram em pecilhos aodesenvolvi-' l i
-nto
deste projeto.Tam bém
torna-se im portante relatar aqui as reuniões de m atrículaur unizadas
para orientar os alunos. Com elas, dim inuim os sensivel-m e n t e os erros clássicos oriundos da desinform ação e com prom etem os0 1 1 alunos num plano pedag6gico que passava necessariam ente, tam
-bérn,
pela m atrícula. A nossa idéia era fazer com que a m atrículati
iixasse de ser um ato autom ático, para ser parte de um plano peda-,6 ico. O s seus resultados eram analisados e divulgados pela Coorde-nação.A dem anda dos interesses dos alunos em relação às disciplinas que cursariam no sem estre seguinte tam bém foi utilizada com o ins-trum ento básico para o plano de ofertas. Para isto, necessário se fazia assegurar os seus resultados com o fiéis à realidade do aluno. Foi, então, elaborado um questionáric bem com pleto, com disciplinas do antigo e novo currículo, aplicado pela pr6pria Coordenação com es-clarecim entos de dúvidas; e seus resultados com putados e enviados aos departam entos com o sugestão da lista de oferta. Segurança e flexibi-lidade eram o nosso m aior cuidado, para que pudéssem os refletir o real e ofertar o possível.
Tínham os neste projeto dois pontos que não conseguim os colocar em prática: o prim eiro seria um a reunião com alunos e professores por sem estre antes da m atrícula, para que eles explicassem aos alunos a linha teórico-m etodológica de sua disciplina; e o segundo era a ins-talação de um sistem a de som que facilitasse as inform ações gerais aos alunos e professores. A idéia fica para as pr6xim as coordenações.
7 . P R O J E T O D E M O M E N T O S C U L T U R AI S E O F I C I N AS E D U
-C A-C I O N AI S :
O Curso de Pedagogia da U FC, até o ano em que assum im os fi
Coordenação de Curso, centrava-se principalm ente nas aulas, tendo
poucos m om entos de atividades culturais que viessem a enriquecer o próprio curso. Foi com o objetivo de am pliar as experiências pedagó-gicas para além da sala de aula e de integrar a FA CED com atividades desenvolvidas na com unidade educacional (proporcionar vivência
uni-versitária), que partim os para um projeto de prom oção sistem ática de m om entos culturais e oficinas educacionais.
O s m om entos culturais realizavam -se às quarta-feiras, no final da tarde, e tivem os oportunidade de discutir, num espaço de duas horas, vários tem as, projetar film es, com unicar experiências pedagógicas vi-venciadas nas escolas, teses de m estrado e doutorado, e resultados de encontros a nível regional e nacienal. Podem os destacar entre os m om entos culturais realizados13 projeções de film es com o: "O H o-m eo-m que virou suco", "Pixote" e "Iango": Com unicação sobre o IV Encontro N acional de D idática e Prática de Ensino; Com unicação da dissertação de m estrado sobre: "A nálise dos conteúdos dos livros-textos de D idática: reprodução ou transform acão social", da Profes-sora M aria Luiza A m orim ; com unicação de experiências sobre: "M u-lheres em Cuba"; e "Fala de um trabalhador rural"; debates sobre "Educação e Saúde Pública", etc. Em 19~7, apesar dos tem as serem im portantes, sentim os que a freqüência dos alunos e professores ainda era pequena em relação às nossas expectativas (um a m édia de 15 par-ticipantes). O s m otivos apresentados se referiram m ais a com prom issos cutros, existentes no horário, m as sabem os que o aluno universitário ainda não vive a U niversidade no seu todo, lim itando-se, m uitas vezes a assistir som ente
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à s aulas. Em 1988 conseguim os registrar esse Pro-jeto na Pró-Reitoria de Extensão, podendo os alunosfreqüentá-Io
e. se adquirissem um m ínim o de 30 horas/aula, receberiam créditos de EPB11.
Foi assim que aum entam os m ais a freqüência por parte dos alunos,e
ela se tornou m ais constante. O s professores, entretanto, pouco fre-quentavam essas atividades.A s oficinas educacionais aconteciam aos sábados e se voltavam para atividades m ais práticas e m uito relacionadas à área de artes. Foram realizadas oficinas de "Teatro em Educação"; "M úsica na Es-cola"; "A rtes Plásticas em Educação"; "Cozinha de A rtes Plásticas";
"Coral da FA CED "; "Confecção de Instrum entos m usicais para
1.0
G rau", entre outras. 14 A os poucos essas oficinas deram origem a grupos perm anentes com o: o Coral da FA CED e o grupo de Teatro. Esse projeto de oficinas Educacionais fez parte de um projeto m aior
13. Em 1987 foram prom ovidos 16 M om entos Culturais, e em 1988, 18. 14. Em 1987 foram realizadas 7 O ficinas Educacionais; e em 1988,6.
46
Educação em D ebate, Fort. 19-2Q ,p , 31-53 •. jan./çlez .. 1990" r I na FA CED " que está sendo coordenado pela Professora
I" 'ilvino.15
A tualm ente a Coordenadora de Pedagogia da U FC, Professora
, " r d e Lourdes Peixoto Brandão, está pretendendo desenvolver um a
1'"
'pr im ação de eixos tem áticos. O s m om entos culturais serão reali-I reali-I d u dentro de um determ inado eixo tem ático, durante um certo p e-Ilu 10de tem po. É um avanço da nossa proposta inicial.
H
MLKJIHGFEDCBA
PROJETO DE ACOMPANHAMENTO PSICOPEDAGOGICO00 ALUNO D O CURSO DE PEDAGOGIA
Este projeto surgiu da necessidade de darm os um acom
panha-m
nto pedagógico aos alunos em processo de jubilação, e depois foium pliado
para os alunos com dificuldades de aprendizagem .Em relação aos alunos em processo de jubilação, fizem os um dossiê de cada caso e tivem os oportunidade de acom panhar os planos de estudo de cada um deles. O resultado foi satisfatório, e
pouquís-rim os
foram oscasos
de alunos jubilados no Curso de Pedagogiada
U FC.
Q uanto ao acom panham ento dos alunos com dificuldades de aprendizagem , conseguim os, principalm ente com a ajuda da Professora Tcrezinha de Jesus Pinheiro M aciel, estrutural' todos os instrum entos ele inform ações, m as, param os aí. por falta de disponibilidade de tem po
da professora supra citada . A idéia era fazer um levantam ento, a partir do sem estre III, dos alunos com m ais de três reprovações, e, a partir daí, fazer um diagnóstico de dificuldades e acom panham ento de planos especiais de estudo, com a ajuda dos professores. Estam os con-vencidos, de que, num Curso de Pedagogia, os alunos têm que ter um serviço com o este, evitando casos vexatórios de reprovações sucessivas
n o estágio ou aprovações de alunos com poucas condições de exercer a função de educador, com o já tem acontecido.
9. PROJETO D O ENSINO NOTURNO PARA O CURSO D E
PEDAGOGIA DA UFC:
Em 1988, um grupo constituído de professores e alunos da FA CED , coordenado pela Professora Laura M aria Sousa V ieira, ini-ciou estudos sobre a criação do ensino noturno na FA CED . A pesar de algum as dificuldades surgidas, o grupo conseguiu realizar cinco da
15. A Professora Izaíra Silvino entrou na FA CED para assum ir toda a área de A rtes e Educação, contida no novo currículo d P d a g o g t a da U F C .
sete reuniões program adas,
tendo
sido definida um a reduzida
biblio-grafia (há poucas referências sobre o assunto). que foi lida e discutida
~elas pessoas envolvidas.
N o m esm o período, foi feito levantam ento
J~nto ao corpo docente, sobre sua disponibilidade em trabalhar no
pe-ríodo noturno,
obtendo-se a confirm ação
de 12 dos 42 consultados:
. Em relação ao corpo discente existe um grande interesse por este
projeto por cau~a
?~
questão
do trabalho.
Isto é constatado,
princi-palm ente, pelo, significativo contingente de alunos que faz trancam entos
totais de m atncula
em razão de trabalho.
A q~estã_odo Curs~ N oturno está intim am ente ligada à análise da
dem ocratização
do Ensino Superior
Público, que se elitiza à m edida
que
s,6 ofer~~e cursos diurnos.
Lem brando
aqui Saviani, as escolas
poderiam
utilizar este dado real "com o elem ento de articulação entre
o,~ns~no e o trabalho.
Com o grande parte dos alunos já vivem a
expe-nencia do trabalho, por que não partir para explicitar as relações entre
o saber e o processo produtivo, assim com o os problem as que surgem
dessas relações?"16
A nossa idéia não é de um ensino noturno que apenas ofereça
algum as disciplinas do
ensino
diurno,
nem um a cópia da estrutura
vivenciada
nos cursos diuturnos . Tem os que assegurar
um curso de
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
q u a ! id a d e
e daí
estruturá-Io
de
acordo com sua especificidade.
N o
projeto pensam os, então, que o curso teria que ter:
-
regim e especial de atividades
escolares:
-
condições para
estim ular a perm anência dos alunos na escola;
-
redução do núm ero de horas/aula
diárias;
-
aum ento
de anos/sem estre
letivos;
-
tem po para estudo na faculdade;
-
m etodologia adequada às características
da clientela.
o
projeto que hoje está em fase de estudos nos D epartam entos,
prevê a am pliação
do corpo docente e adm inistrativo
que deverá ser
adm itido para trabalhar
no período noturno.
Com o este projeto ainda está em fase de análise, nada podem os
dizer de sua concretização, m as estam os certos de que só poderem os
falar em dem ocratização da U niversidade Pública, se tiverm os proietos
que facilitem , tam bém , o acesso do trabalhador
e sua perm anência na
U niversidade.
16. SA V IA N I, D erm eval. "O n6 do ensino de 2.° grau". I n : R e vis ta b i-m e s tr e . R evista do 2.° grau. A no I, núm ero 1. O utubro/as. Publi-cação M EC /IN EP-C EN A FO R . pág , 13-15.
48
Educação em D ebate, Fort, 19-20, p. 37-53, jan./dez, lP.90111
MLKJIHGFEDCBA
I'IWIIlTO
D F
AVALIAÇÃO
SlSTEAJÂTICA
D O
CURSO DE
I'ImAGOGIA
DA UFC:
I>iunte de toda um a ação curricular
nova, em que a pr6pria
filo-ul
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Iprática
do curso foram redirecionadas, não poderia
deixar de
t i l '
um projeto que acom panhasse
os passos desse "N O V O "
do
I I I ( )
c pudesse servir de parâm etro na análise dos avanços, desvios,
1 1 1 I 0 S
e reajustam entos
da Proposta Inicial.
Este foi um projeto bastante
cuidadoso. dado a sua abrangência
( ) 'I 'U U
de subjetivism o inerente a ele próprio, Tínham os clara a idéia
dI
que a avaliação do curso deveria estar presente em vários m om entos,
1 1 1 1 .
que tam bém ela precisaria
de um instrum ento
de síntese que lhe
de se um a sistem atização.
Por
isso
utilizam os vários
m om entos
e
v'I
rios instrum entos
que poderem os com entar
a seguir:
Reuniões
por
sem estre curricular
(integração
horizontal),
onde
eram avaliadas
as program ações desenvolvidas, com participação
de alunos representantes
de disciplinas que
deveriam
apresentar
o pensam ento
da turm a, e os professores do sem estre;
Reuniões de integração vertical de sem estres curriculares,
feitas no
início de cada sem estre letivo. avaliando
os program as
desenvol-vidos no sem estre anterior, das quais participavam professores
dos
dois sem estres curriculares e representantes do Centro A cadêm ico
Paulo Freire;
Reuniões de avaliação de cada sem estre letivo, com
grupos
dife-rentes tais com o:
todos os alunos e professores
(A ssem bléia)concludentes do sem estre
estagiários
de prática
de ensino e habilitações
. alunos e professores do currículo
novo.
Q uestionário anual de avaliação do curso e do trabalho
da
Coor-denação, respondido por alunos, professores e funcionários.
Todos os depoim entos
das reuniões foram anotados
e
reprodu-zidos em relatório que foi enviado
ao Conselho D epartam ental
e aos
D epartam entos.
A m etodologia
utilizada
nas avaliações
de sem estre
curricular
consistiu na análise de cada disciplina, tendo com o
referen-cial a linha te6rica do curso, e a sua inter-relação com outras
discipli-nas.
A m etodologia das reuniões de avaliação do sem estre letivo era
estabelecida pelo grupo através da priorização de alguns pontos
e, a
partir deles seria feita a análise de cada um e globalm ente.
O s questionários
tinham o objetivo de fazer um a avaliação siso
tem ática
dos elem entos básicos que foram priorizados
na nova
posta Curricular para a m elhoria do ensino, e com parar os dados co-letados nos anos consecutivos. A ssim teríam os um a idéia da evolução do curso.
, _ A elab~ração do questionãrío de avaliação deu-se com a partici-paçao dos dIv:rsos colegiados, através de sugestões de instrum ento.
~ sua aprov~çao se deu nos departam entos. Esses questionários deve-nam ~er aplicados por disciplina, para alunos e professores (cada um ?~v~na responder tantos questionários quantas disciplinas cursasse ou m inistrasse}, A s perguntas eram abertas e fechadas.
~ aplica?~o foi feita pelos professores da disciplina. O aluno não poderia identificar a disciplina, som ente o sem estre curricular.
A tabulação foi feita por sem estre curricular e por questões glo-balm ente: as questões fechadas foram tabuladas; as abertas _ relacio-~adas por es~nto, agrupando por categorias ou por expressões de qua-Iidade , A divulgação das questões fechadas foi feita por tabelas; e das abertas, por m aior núm ero de freqüência de respostas. O relatório deveria ser aberto, proporcionando dados para discussão (dados abertos) .
. N ? fina I de 1987, aplicam os os questionários dentro da m etodo-lcgia citada.' m esm o porque ela foi a escolhida pelos professores. Em 1988, depois da tabulação, sentim os que m uitas coisas precisavam ser m udadas~ principalm ente por causa dos resultados obtidos pela m édia -: que nao ~xpressava o real, devido à falta de identificação da disci-phn~. A nahsando esse processo de avaliação constatam os: houve reaça.o ~or. parte de .algu_nsp~ofessores, m esm o com a não identificação ~a disciplina: .a aphcaçao feita pelo professor inibe os alunos; o ques-tIo~ano. pO S~U l algum as perguntas repetitivas e o processo de tabu-laçao fO I m uito lento por falta de um a equipe de profissionais da área d~ p.es9uisa .. Partim os, e~tão, para algum as alterações m etodológicas: a disciplina tinha que ser identificada, m as o questionário só seria apli-cado se o professor o perm itisse. O questionário foi m elhorado' a aplicação foi feita pela Coordenação e a tabulação foi individual (um relatório para cada disciplina, com resultado dos alunos e professor da disciplina).
Pretendem os, ainda, englobar todos os dados de todos os relató-rios e ter um a visão do curso com o um todo. Sentim os, entretanto, ~ue,. apesar de n;ais dem orada, esta nova m etodologia é bem m ais qua-litativa e reflexiva do que a aplicada anteriorm ente.
.~creditam ~s 'l.u~ este conjunto de dados obtidos por depoim entos, r:u~IO es, ~ueshonanos se ~o~plet~m com os debates que deles po-derao surgir, dando um a visao m ais real da problem ática do curso.
II
()
MLKJIHGFEDCBA
QUE CONSEGUIMOS COM.4
EXPERLBNCIA DACOOR-!JeNAç,4.0 DE CURSO:
'orno resposta da avaliação do trabalho da Coordenação feita
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I ' 1 1 ' ilu n o s , professores e funcionários, conseguim os obter alguns dadosq l l L ' retratam os avanços que a FA CED teve nestes últim os dois anos.
lurnm citados pelas três categorias, a dinâm ica e organização do
I I I I " H O ; o entrosam ento dos vários setores da FA CED ; e a m elhoria do
te r n a de inform ações e atendim ento aos alunos. N os questionários rc pendidos pelos professores sentim os um a preocupação com a
funda-nu-mação
teórica dos alunos e foi ressaltada essa fundam entação com o h isica na im plantação do novo currículo de pedagogia. O sfuncioná-r lo ressaltaram m ais, a oportunidade de participação dos vários se-rores da FA CED . O s alunos, por sua vez, deram ênfase à im plantação
.gura do novo currículo e as atividades extra-sala-de-aula
desenvol-v
idas através dos M om entos Culturais e O ficinas Educacionais. Q uanto ao trabalho da Coordenação, os professores levantaram u questão política da relação entre Coordenação e D epartam entos, c a dificuldade de sua estruturação com o equipe. O s funcionários consi-deraram o trabalho com o "um avanço na área acadêm ica". O s alunos deram ênfase à desburocratização do trabalho e à sua dinâm ica parti-cipativa, voltada sem pre para a valorização do aluno. Foi bastante citado, nos três questionários, a necessidade de continuação deste tra-balho pela nova Coordenação.A lém do que foi dito nos questionários, poderem os acrescenta! m ais alguns elem entos de avanço:
Funcionários da coordenação trabalhando com eficiência e num clim a de am izade, em torno de um projeto explícito;
A quisição de m ais dados sobre o curso, através do acom panha-m ento e das avaliações;
M aior integração dos professores de outros departam entos que não pertencem à FA CED , através da form ação de um a equipe perm a-nente ligada à filosofia do curso e atuando, principalm ente, no Básico;
- Presença firm e da Coordenação no Conselho D epartam ental e junto aos D epartam entos para valorizar a Coordenação com o ins-tância pedagógica im portante na im plantação do novo projeto de curso e com o elem ento de articulação entre todos os D epartam entos (conquista política do espaço da Coordenação de Curso); - Bom relacionam ento interno (alunos, professores e funcionários)
e externo (Pró-Reitoria de G raduação, CEG e Reitoria), sem entre-tanto abafar os conflitos e "hom ogeneizar" o pluralism o;
50 Educação em ' D ebate, Fort. 19-20, p. 37-53, jan.ldez. 1990
M uito crescim ento
pessoal da Coordenadora,
no sentido de
apro-fundar
a problem ática
universitária e educacional;
de conhecer
o
curso (visão do todo) e sua prática;
e de respeitar as circunstâncias
contextuais (paciência histórica) .
Enfim , conseguim os gradualm ente
recuperar a função pedagógica
da Coordenação do Curso, principalm ente
porque
tínham os um a
pro-posta teórica explícita, o que fez com que todas as atividades
desenvol-vidas pela Coordenação
tivessem um sentido qualitativo, em oposição
ae trabalho puram ente
autom ático.
Estam os
certos,
entretanto,
que
essa recuperação
é processual,
entendendo
com isto que
o
que foi
conseguido realizar dependeu
do trabalho das Coordenações
anterio-res e que a atual Coordenação terá m ais condições de sistem atizar m
e-lhor tudo o que foi iniciado.
ihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 2 . P R I N C I P AI S D I F I C U L D AD E S E N C O N T R AD AS :
Podem os citar,
neste contexto, algum as
dificuldades
sentidas e
que, processualm ente,
poderão
ser superadas:
-
D e trabalhar em equipe e reunir as pessoas, devido à artificialidade
das U nidades Curriculares;
-
D e tender ao ativism o dado a diversidade de tarefas diárias para
toda a com unidade
universitária,
dificultando
trabalhos que
exi-gem m ais leitura,
reflexão
e
continuidade.
Falta
de tem po, por
exem plo, para análise
de díagnõstícos
e avaliações;
-
D e realizar certos projetos, principalm ente
o de avaliação por cair'
sa da resistência
de alguns professores;
,
-
D e conseguir "adesão física"
às atividades program adas, tanto pO I
parte dos alunos com o dos professores;
-
D e se trabalhar o conflito, o "pluralísrno ideológico";
-
D e descentralizar
o trabalho da coordenadora, levando a um a
so-brecarga, por falta
de um vice-coordenador
na estrutura da
coor-denação de Curso e pela não definição inicial das funções do
con-trole acadêm ico;
-
D e agilizar o sistem a de inform ações gráficas e de m elhorar a
es-trutura dos m urais
de aviso;
-
D e m elhor atuação da coordenação
devido à lim itação
dos seus
poderes em relação à estrutura
departam ental.
E ducação em D ebate, Fort. 19-20, p. 37-53, jan./dez. 1990
MLKJIHGFEDCBA
\I (,'U . E CAMINI-JA..\1ENTOS:
111
IIlI'
ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
< .1 0exposto,
poderem os fazer
alguns
encam inham entos
l i l
Ivirüo de reflexão para as próxim as coordenações de curso:
('olltinuar,
am pliar
e superar o trabalho
que vem
sendo feito:
ti
11'c ntinuidade histórica, tendo em vista que a "recuperação
pe-d U I
'gica"
é um processo;
I {
di cutir a estrutura
da coordenação, das U nidades Curriculares
ti '1111'
da estrutura
geral da U niversidade:
conquista
política do
.spaço
das coordenações;
• ntar com um grupo de apoio político-pedagógico para
a
equi-pe de Coordenação a fim de discutir
as idéias do curso: não
ne-c s ariam ente os representantes
das U nidades
Curriculares,
m as
.im um a espécie de Conselho do Curso de Pedagogia;
Estruturar
a infra-estrutura
da Coordenação, colocando um
vice-coordenador
e urna equipe de funcionários.
N essa equipe
deverá
constar
"técnicos
educacionais"
para ajudar na tabulação
e
aná-lise de dados coletados pela Coordenação;
D ocum entar
e publicar
trabalhos escritos
sobre
as experiências
vivencia das na Faculdade de Educação.
Em síntese, podem os
concluir
que:
E o r e ie r e n c ia l te ó r ic o d o c u r s o q u e d e lin e ia o tr a b a lh o p e d a g ô -g ic o d a C o o r d e n a ç ã o d e C u r s o . E s te r e je r e n c ia l é o e ixo b ~ liz' 1 ~ o r d o e s p a ç o p o lític o d a C o o r d e n a ç ã o d e C u r s o n a e s tr u tu r a u n ive r s itâ -. ia -. p e la vis ã o g lo b a liza n te q u e e la p o s s u i d o c u r s o .