PARACETAMOL
INDICAÇÕES
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Analgésico•
AntitérmicoParacetamol é usado extensivamente no tratamento da dor leve e moderada e da febre. É utilizado em situações diversas, como dor artrítica, cefaléia, mialgia, dismenorréia, dor de dentes e febre.
É de especial utilidade em pacientes para os quais a aspirina é contra-indicada. Devido à ausência de inibição plaquetária ou efeito adverso gastrointestinal, a droga é preferível à aspirina nos pacientes, recebendo anticoagulantes orais, que tenham distúrbios da coagu- lação, como os hemofílicos, ou para
aqueles que tenham história de úlcera péptica, e ainda, nos pacientes que tem broncoespasmo precipitado por aspirina.
Paracetamol é também preferido à aspirina em crianças com infecção viral, para se evitar o risco de sín- drome de Reye.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Doença hepática grave
• Alcoolismo POSOLOGIA
• Adultos e crianças acima de 11 anos: 250 a 500 mg a cada 4 ou 6 horas, se necessário.
— Dose máxima: 4 g ao dia.
— Dose única maior, por exemplo, 1 g pode ser útil para analgesia em alguns pacientes.
• Crianças: 10 a 15 mg/kg até de 4/4 horas, conforme a necessidade, não ultrapassando 5 doses em 24 horas. Solução oral pode ser mais adequada nesta situação.
• Paracetamol não deve ser usado como automedicação para dor por período de tempo maior que 10 dias em adultos, e 5 dias em crianças, pois uma dor com tal duração pode indicar uma condição patológica que requeira avaliação médica.
• Paracetamol não deve ser usado em adultos ou crianças como automedicação para febre elevada (maior que 39°C), febre persistente por mais de 3 dias, ou febre recorrente.
P ARACET AMOL • ANALGÉSICO
Nome Genérico: paracetamol ou acetaminofeno Classe Química: derivado p-aminofenol
Classe Terapêutica: analgésico não narcótico, antipirético
Forma Farmacêutica e Apresentação: Paracetamol 500 mg, em envelope com 10 comprimidos
• Para se evitar o risco de superdosagem, não mais de 5 doses de Paracetamol devem ser administradas em crianças para dor ou febre num período de 24 horas, a não ser que indicado por um médico.
• Toxicidade hepática grave tem ocorrido em crianças recebendo múltiplas doses excessivas de paracetamol, indicando-se não ultrapassar as doses diárias recomendadas.
“Não use outro produto que contenha paracetamol”.
PRECAUÇÕES
• Tolerância e dependência física ao paracetamol não costumam se desenvolver, mesmo com o uso prolongado. Entretanto, dependência psicológica pode acontecer.
• Paracetamol deve ser usado com cuidado em pacientes com anemia, pois a ocorrência de metahemoglobinemia por superdosagem pode mascarar a cianose nestes pacientes.
• Pacientes em uso de anticoagulantes orais e paracetamol devem ter o tempo de protrombina monitorado.
• Alcoólatras crônicos devem evitar o uso regular e excessivo de paracetamol, pelo maior risco de hepatotoxicidade.
• Administração repetida de paracetamol é contra-indicada em pacientes com anemia, doença cardíaca, pulmonar, renal ou hepática.
• A possibilidade de ocorrência de toxicidade hepática é um dado importante em pacientes pediátricos que recebem doses múltiplas e excessivas de paracetamol. A dose pediátrica deve sempre ser calculada segundo o peso corporal, não se excedendo a dose máxima permitida.
• Os idosos são mais susceptíveis aos efeitos hepatotóxicos.
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: “categoria B” do FDA (vide pág. 10)
Tem sido usado durante a gravidez com segurança em doses terapêuticas.
Doses altas por tempo prolongado podem provocar anemia na mãe e doença renal no recém-nascido. Atravessa a placenta e é excretado pelo leite em concentrações baixas.
EFEITOS ADVERSOS / REAÇÕES COLATERAIS
Paracetamol é relativamente não tóxico, em doses terapêuticas. Reações dermatológicas, incluindo exantema maculopapular pruriginoso e urticária têm sido relatadas. Outras reações de sensibilidade, incluindo edema de laringe, angioedema, reações anafilactóides, podem ocorrer raramente.
Trombocitopenia, leucopenia, pancitopenia têm sido associados com uso de derivados p-aminofenol, especialmente com administração prolongada de altas doses. Neutropenia e púrpura trombocitopênica têm ocorrido com uso de paracetamol. Agranulocitose tem sido relatada raramente em pacientes recebendo paracetamol.
ANALGÉSICO • P ARACET AMOL
Raros ou muito raros
SNC: cefaléia de rebote
AD: hepatite, insuficiência hepática, pancreatite AGU: cólica renal, insuficiência renal, piúria estéril
HEMAT: agranulocitose, trombocitopenia, anemia, hipoglicemia DERM: dermatite alérgica, reações alérgicas
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• 3–anticoagulante: aumento da resposta hipoprotrombinêmica e riscos de sangramento.
• 3–anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina):
aumento potencial de hepatotoxicidade na superdosagem.
• 3–colestiramina, colestipol: redução dos níveis de paracetamol e de seus efeitos.
• 3–etanol: aumento da toxicidade hepática em pacientes com uso crônico e excessivo de álcool.
• 3–fenotiazínicos: risco de hipotermia grave.
• 3–isoniazida: aumento dos níveis séricos de paracetamol e da hepatotoxicidade.
• 3–rifampicina, rifabutina: aumento potencial de hepatotoxicidade na superdosagem.
• 3–zidovudina: possível redução dos efeitos da zidovudina.
SUPERDOSAGEM
• A toxicidade por paracetamol pode resultar de uma única dose tóxica, de ingestão repetida de grandes doses (por exemplo 7,5 a 10 g/dia por 1 a 2 dias), e de ingestão crônica da droga.
• A necrose hepática é o efeito tóxico agudo mais grave associado com a superdosagem e é potencialmente fatal. É dose-dependente e se manifesta por náuseas, vômitos, dor abdominal, geralmente ocorrendo 2 a 3 horas após a ingestão de doses tóxicas. Paracetamol geralmente não provoca alterações do equilíbrio ácido-base. Metahemoglobinemia, com cianose da pele, mucosa e extremidades é um sinal característico da intoxicação por derivados p-aminofenol como paracetamol.
• As crianças tendem a formar metahemoglobina mais rapidamente que os adultos. Em pacientes com intoxicação grave, o sangue adquire a coloração de chocolate, devido à presença de altas concentrações de metahemoglobina.
• Nas intoxicações graves, alterações do SNC, como estimulação, excitação e delírio, podem ocorrer inicialmente, seguindo-se de depressão, estupor, hipotermia, prostração acentuada, respiração rápida, pulso rápido e irregular, hipotensão e falência circulatória. Convulsão e coma geralmente precedem a morte, que pode ocorrer subitamente ou após vários dias.
• Insuficiência hepática fulminante pode ocorrer em alcoólatras. Em adultos, a necrose hepática geralmente não ocorre com ingestão de doses menores que 10 g. A morte é rara em doses menores de 15 g.
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P ARACET AMOL • ANALGÉSICO
• Se uma superdosagem foi ingerida, o indivíduo deve ser hospitalizado por vários dias, mesmo sem efeitos aparentes, pois o máximo dano hepático não se torna aparente antes de 2 a 4 dias após a ingestão da droga.
• Azotemia transitória e necrose tubular renal têm sido relatadas, e a insuficiência renal geralmente está associada à morte. Necrose miocárdica e pericardite também têm sido descritas.
• Tratamento
— O tratamento principal são as medidas sintomáticas e de suporte, incluindo as medidas de suporte fisiológico, como controle respiratório, de líquidos e eletrólitos.
— Se a ingestão for recente, indução de vômitos com ipeca (15 ml para crianças e 30 ml para adultos), aspiração e lavagem gástrica devem ser procedimentos usuais.
— Carvão ativado e catárticos não são aconselhados.
— Independente da dose relatada, acetilcisteína deve ser administrada imediatamente antes das primeiras 24 horas. A melhor resposta ocorre antes de 16 horas da ingestão e particularmente nas primeiras 8 horas, com utilidade discutível após 36 horas.
— Em pacientes com insuficiência hepática fulminante, a acetilcisteína pode ser administrada endovenosamente.
— A concentração plasmática de paracetamol deve ser determinada, mas não antes de 4 horas da ingestão. Esta dosagem é usada para estimar o potencial de hepatotoxicidade e determinar a necessidade de ajuste na dose de acetilcisteína.
— Se não houver possibilidade da determinação da concentração plasmática do paracetamol, deve-se assumir que a superdosagem é potencialmente tóxica.
— Para tratamento da superdosagem por paracetamol, a acetilcisteína é administrada por via oral, como solução a 5%. A preparação comercial a 20%
deve ser diluída na razão de 1:3, com líquidos. A solução diluída deve ser administrada dentro de 1 hora.
— Se o paciente for incapaz de reter persistentemente o medicamento administrado por via oral, deve ser dado por cateter enteral.
— Independente da dose de paracetamol ingerida, informada, ou estimada, acetilcisteína deve ser administrada imediatamente, se a ingestão ocorreu até 24 horas antes.
— Hemodiálise pode ser útil para aumentar a eliminação do paracetamol, mas geralmente não é recomendada. Diálise peritoneal não é eficaz.
— Toxicidade crônica está geralmente associada com alta incidência de anemia, dano renal, distúrbios gastrointestinais, incluindo úlcera péptica.
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FARMACOLOGIA CLÍNICA
Acetaminofeno, ou paracetamol, é um derivado sintético não-opiáceo do p- aminofenol.
• Mecanismo de Ação:
Paracetamol produz analgesia e antipirese por mecanismo semelhante aos salicilatos, inibindo a cicloxigenase no sistema nervoso central. Entretanto, diferente dos salicilatos, o paracetamol não tem atividade uricosúrica. Há alguma evidência de que o paracetamol tenha fraca atividade antiinflamatória em algumas condições não-reumatóides, por exemplo, em pacientes submetidos à cirurgia bucal. Em doses iguais, a analgesia e antipirese produzidas pelo paracetamol são semelhantes à produzida pela aspirina.
Paracetamol age no hipotálamo; a dissipação do calor é aumentada como resultado da vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo periférico. Doses terapêuticas de paracetamol parecem ter pouco efeito no sistema cardiovascular e respiratório.
• Farmacocinética:
Paracetamol é rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal, mas sua absorção é diminuída com alimentos. Início de ação em 10 a 30 minutos, pico de 30 minutos a 2 horas; duração de ação de 3 a 4 horas; metabolizado no fígado e excretado pelos rins.
Pacientes com insuficiência renal podem acumular metabólitos de paracetamol.
Em quantidades tóxicas ou doença hepática, a meia-vida pode ser aumentada duas vezes ou mais.