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ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS RELIGIOSAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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ANAIS DO SEMINÁRIO

INTERNACIONAL DE PRÁTICAS

RELIGIOSAS NO MUNDO

CONTEMPORÂNEO

Laboratório de

Estudos sobre Religiões e Religiosidades (LERR)

Universidade Estadual de Londrina (UEL)

20 a 22 de setembro

2016

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In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

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A PROLIFERAÇÃO DOS ESPAÇOS RELIGIOSOS PENTECOSTAIS

NO RESIDENCIAL VISTA BELA, LONDRINA (PR):

DETERMINAÇÕES E IMPLICAÇÕES

Ana Carolina dos Santos Marques 1 Victor Hugo Oliveira de Paula 2

Resumo: A Geografia da religião é um dos ramos da ciência geográfica que vem crescendo nos últimos anos,

porém comparada a outros ramos os debates e discussões acerca do tema ainda são poucos. Assim este artigo objetiva contribuir para a Geografia da religião através de um estudo das igrejas pentecostais no Residencial Vista Bela, Londrina (PR). Trata-se de um bairro com carência de infraestruturas que atendam aos direitos básicos do cidadão, alto índice de violência e moradores em sua maioria de classe baixa. Por isso, a função que as igrejas desempenham pode ser muito importante, como por exemplo, considerada por muitos como meio de “salvação”. Além disso, a proliferação crescente destes espaços altera diretamente o espaço geográfico. Assim objetiva-se compreender qual o papel dos espaços religiosos pentecostais no Residencial Vista Bela, entendendo a influência que essas igrejas exercem neste espaço e as dinâmicas que criam e alteram. Esta pesquisa foi construída através do diálogo com autores que produziram contribuições sobre os temas abordados e em pesquisas de campo no Residencial, como mapeamento, frequentação de cultos e entrevistas semiestruturadas com pastores e fiéis.

Palavras-Chaves: geografia da religião. Pentecostalismo. Residencial Vista Bela. Londrina.

INTRODUÇÃO

Geografia e religião parecem não apresentar ligações, porém os dois temas são em primeiro lugar duas práticas sociais que ocorrem no espaço, como aponta Rosendahl (1995, p. 45), ao afirmar que elas se encontram através da dimensão espacial, sendo que a Geografia analisa o espaço e a religião ocorre espacialmente como fenômeno cultural, formando um conjunto de crenças e simbologias que está presente na cultura humana desde seus primórdios. Este fenômeno causa desdobramentos que se expressam espacialmente, merecendo uma análise mais acurada por parte da ciência.

Esta pesquisa objetiva compreender a proliferação dos espaços religiosos pentecostais no Residencial Vista Bela em 2016, localizado na zona norte do município de Londrina (PR), além das determinações territoriais que estes espaços produzem, criando e alterando dinâmicas.

O bairro é recente – criado em 2012 – e possui uma organização espacial passível

1 Graduanda em Geografia e bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) na Universidade Estadual de

Londrina. E-mail de contato: anaaa0@hotmail.com

2 Graduando em Geografia e bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) na Universidade Estadual de

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de estudo. Milhares de famílias foram realocadas para o Residencial mudando completamente sua vida cotidiana, tendo por exemplo que percorrer grandes distâncias para chegar ao trabalho ou a escolas. O Residencial caracteriza-se até o presente momento por apresentar falta de infraestrutura urbanística básica como: escolas, postos de saúde e áreas de lazer, sendo que apesar de toda esta falta de estrutura notou-se que as igrejas estão presentes no local e em grande quantidade, fazendo surgir a problemática da influência que estas exercem na população do local.

Os espaços religiosos no Residencial ainda não foram estudados cientificamente tornando este um estudo relevante, tanto para a sociedade – pois contribui para o melhor entendimento dos aspectos religiosos do residencial – quanto para a ciência geográfica por se tratar de um fenômeno que modifica intensamente o território e que vem adquirindo grande importância para a Geografia.

O referencial teórico da pesquisa foi construído através de trabalhos de autores que produziram contribuições sobre os temas abordados, além da realização de pesquisas de campo no Residencial, com mapeamento das igrejas, frequentação de cultos, entrevistas semiestruturadas com pastores, fiéis e vizinhos das igrejas e pesquisas sobre a legislação municipal referente às igrejas, a fim de construir mapas, identificar a dimensão em que os templos atuam, traçar um perfil socioeconômicos dos frequentadores das igrejas, verificar a legislação de concernente a licenças de funcionamento, conflitos de convivência com a vizinhança, entre outros.

Há um percurso teórico que busca situar as relações entre Geografia e religião, passando pela história do protestantismo, do pentecostalismo e do neopentecostalismo no Brasil para chegar à realidade do Residencial Vista Bela. E por último há as observações e conclusões de campo que tornam possível a compreensão sobre a proliferação dos espaços religiosos pentecostais no Residencial Vista Bela.

A GEOGRAFIA DA RELIGIÃO

A Geografia da religião caracteriza-se como um subcampo da Geografia cultural, sendo que no Brasil isso aparece mais acentuadamente. Segundo Sauer (2000), a Geografia cultural se interessa pelas obras humanas que ocorrem na superfície terrestre e imprimem uma expressão característica no espaço, e a religião é uma dessas obras que ocorre espacialmente criando marcas profundas onde atua alterando dinâmicas.

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O objetivo da abordagem cultural é entender a experiência dos homens no meio ambiente e social, compreender a significação que estes impõem ao meio ambiente e o sentido dado às suas vidas. A abordagem cultural integra as representações mentais e as reações subjetivas no campo da pesquisa geográfica. (CLAVAL, 2002, p. 20)

Rosendahl (2002, p. 1) ressalta que as experiências religiosas dos indivíduos e grupos sociais no Brasil vêm apresentando um interesse cada vez maior entre os cientistas sociais, porém o assunto é pouco abordado pelos geógrafos, devido à pequena importância atribuída à cultura. A autora ainda destaca a importância de se examinar a diversidade dos fenômenos religiosos, sua estrutura espacial, paisagens delineadas e distribuição de seus seguidores.

A quantidade de espaços religiosos cresce a cada dia no Brasil, impondo alterações significativas em diversas dimensões – espaciais, psicológicas, familiares, entre outras. A Geografia da religião deve, portanto, ser compreendida como:

[...] o estudo da ação desempenhada pela motivação religiosa do homem em sua criação e sucessivas transformações espaciais. Supõe-se a existência de um impulso religioso no homem que o leva a agir sobre seu ambiente, qualificando-o com formas espaciais que estão diretamente relacionadas com as suas necessidades (ROSENDAHL, 2012, p. 25).

O estudo geográfico da religião se diferencia dos estudos da Sociologia, Antropologia, Filosofia e Teologia, pois estuda a ação desempenhada pelo religioso no espaço. Assim há caminhos que possibilitam compreender a religião geograficamente, Rosendahl (1995, p. 46) aponta quatro temáticas que podem ser utilizadas nos estudos, sendo que uma não exclui a outra, mas podem se complementar.

Na temática “fé, espaço e tempo – difusão e área de abrangência”, a autora ressalta que a difusão da fé se torna importante para a Geografia, pois reflete a ação missionária de expansão de ideias pelo espaço (ROSENDAHL, 1995, p. 47-50).

Já quanto à temática “centros de convergência e irradiação”, a autora explica que os limites das áreas de abrangência podem ser fornecidos, por exemplo, pelo comportamento dos peregrinos, pelos lugares sagrados e pelas atividades auxiliares associadas aos peregrinos (ROSENDAHL, 1995, p. 50-55).

A temática “religião, território e territorialidade” examina a apropriação de determinados segmentos do espaço pelo religioso que reflete as expressões materiais e simbólicas deste nos diferentes contextos sociais, visto que em determinado tempo um lugar pode ser usado como território e em outro não. A territorialidade da religião pode resultar de

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três comportamentos: coexistência pacífica, que representa um equilíbrio acompanhado de sentimentos mútuos de respeito, indiferença ou antipatia; instabilidade e competição, no qual um dos sistemas é caracterizado pela instabilidade; e intolerância e exclusão, em que o comportamento exclusivista das religiões antigas reivindicando a posse única da verdade religiosa provoca muitas vezes reações hostis entre os adeptos de outras religiões, esses ódios religiosos históricos permeiam até os dias atuais, sendo a raiz de conflitos dentro de Estados que buscam uma identidade nacional, com base em outras características culturais homogêneas (ROSENDAHL, 1995, p. 55-63).

O último tema “espaço e lugar sagrado – vivência, percepção e simbolismo” indica o estudo do espaço através da análise do sagrado e de suas manifestações, desvendando sua ligação com a paisagem e a linguagem codificada pelo devoto em sua vivência. Os estudos baseados no sagrado são importantes para evidenciar sua dimensão espacial e os problemas mais específicos da valorização subjetiva (ROSENDAHL, 1995, p. 63-70).

Considerando todas as alterações que a religião implica espacialmente e a realidade religiosa de Londrina exposta por Rodrigues (2003), definiram-se correntes religiosas em especial para estudo mais aprofundado, o Pentecostalismo e o Neopentecostalismo.

O PENTECOSTALISMO E O NEOPENTECOSTALISMO

Para se elaborar uma definição de Pentecostalismo no Brasil, é necessário entender brevemente a história do Protestantismo e como suas práticas religiosas levaram ao surgimento desse ramo.

Martinho Lutero é reconhecido recorrentemente como o principal promovedor da Reforma Protestante europeia devido a seu apelo radical e popular do início da reforma alemã. Junto a ele duas grandes linhas definiram o que viria a ser esse novo braço dentro da fé cristã: o Calvinismo (ou reformados) e o Anglicanismo (ou episcopais) que formaram as principais linhas de expansão protestante na Europa e na América do Norte.

O pentecostalismo tem suas raízes históricas na Igreja Anglicana, que mantém origem na tradição cristã do território da Grã-Bretanha desde o domínio dos celtas, antes mesmo da invasão dos anglo-saxões e da chegada da Igreja Católica e da união das seitas até então existentes. A cisma no contexto da Reforma Protestante foi feita por Henrique VIII por volta de 1530, passando a dividir-se entre Igreja Anglicana Católica e Igreja Anglicana

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Protestante.

Anos mais tarde durante o século XVIII, o Reverendo John Wesley promove uma nova cisma intitulada Metodismo, que desvencilhou a igreja do estado Inglês. Dentre as reformas de Wesley, Matos (2006) afirma que estava a crença na perfeição cristã (ou “inteira santificação”) que afirmava ser possível que um cristão viva sem pecado. Além disso, cria-se um apelo às classes baixas já que se tratou de um movimento de resposta às condições históricas e sociais da Inglaterra e à aparente apatia da Igreja Anglicana no período.

O metodismo nos Estados Unidos foi berço do movimento Holiness (do inglês “santidade”) na década de 1830 surgindo na figura principal de Phoebe Palmer (MATOS, 2006, p. 29). O enfoque desse movimento foi a ideia da perfeição cristã e da manifestação a partir do “batismo com/do/no Espírito Santo”. Esse movimento começou a tomar vida própria dentro do Metodismo, e as alusões ao Pentecostes bíblico começaram à medida que conquistou mais seguidores.

Um desdobramento significativo ocorreu quando, nas décadas posteriores à Guerra Civil (1861-1865), o discurso e a simbologia do Pentecoste neotestamentário começaram a dominar cada vez mais o movimento de santidade e suas igrejas. A santidade cristã começou mais e mais a ser entendida em termos do batismo com o Espírito Santo, sendo considerada uma “segunda bênção”, distinta da conversão. Ao mesmo tempo deu-se ênfase crescente ao Pentecoste como o arquétipo dos avivamentos e à importância de resgatar a vitalidade e o poder do cristianismo primitivo. Outros destaques foram as profecias, geralmente no sentido sobrenatural e extático, as curas e os milagres. A hinódia também foi afetada, tendo surgido vários “hinários pentecostais”. (MATOS, 2006, p. 29)

É então que o pregador metodista Charles Fox Parham, influenciado pelo movimento Holiness, começa seu apregoar quanto à glossolalia como parte integrante do processo de conversão ao Cristianismo e do batismo pelo Espírito Santo (Matos, 2006, p. 30). Após uma série de acontecimentos sobrenaturais serem relatados, relacionados principalmente a glossolalia – geralmente ambientadas em barulhentas reuniões sem nenhum tipo de organização litúrgica ou hinário como nas tradicionais denominações protestantes –, e um apelo muito grande a integração da população negra dos Estados Unidos, sendo que a maioria dos cultos tinha um caráter multirracial “com a participação de negros, brancos, hispanos, asiáticos e imigrantes europeus” (MATOS, 2006, p. 32), o Pentecostalismo começa a se estruturar de forma muito diversificada.

Já quanto sua história no Brasil, Mendonça e Velasques Filho (2002) afirma que o protestantismo brasileiro na realidade é a junção de vários protestantismos. Na América

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Latina como um todo, não só as históricas linhas de expansão tiveram interferência, mas também suas subdivisões – e dentre elas, o Pentecostalismo – transformando o protestantismo brasileiro em uma projeção do norte-americano (MENDONÇA; VELASQUES FILHO, 2002, p. 13). Grande parte de suas linhas de expansão tiveram origem no protestantismo missionário do início do século XX. Tal característica tem um reflexo perceptível nas divisões denominacionais, e principalmente, nas práticas de cada uma dessas3.

No Brasil, foram três as grandes fases do pentecostalismo, estando essas ligadas diretamente à subdivisão dentro do pentecostalismo.

As três ondas ou fases do pentecostalismo brasileiro foram as seguintes: (a) décadas de 1910-1940: chegada simultânea da Congregação Cristã no Brasil e da Assembléia (sic) de Deus, que dominaram o campo pentecostal por 40 anos; (b) décadas de 1950-1960: fragmentação do pentecostalismo com o surgimento de novos grupos – Evangelho Quadrangular, Brasil Para Cristo, Deus é Amor e muitos outros (contexto paulista); (c) anos 70 e 80: advento do neopentecostalismo [...] (MATOS, 2011, p. 22)

Dentre as fases citadas, uma chama a atenção por ter surgido exclusivamente no Brasil, dando ao Pentecostalismo uma nova roupagem com um caráter muito mais sincrético quanto as práticas religiosas e materialista quanto a relação entre o homem e o divino. Trata-se do Neopentecostalismo que surge tendo como principiais expoentes a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a Igreja Internacional da Graça de Deus, e mais recentemente, a Igreja Mundial do Poder de Deus. Rosas (2009) discute sobre algumas características que diferem o Neopentecostalismo das demais ondas:

Os neopentecostais, contrariamente aos pentecostais das primeiras ondas, promoveram grande liberdade quanto às representações em torno do corpo, exacerbaram a guerra contra o diabo, aderiram e acentuaram a pregação da Teologia da Prosperidade – de que se deve usufruir dos bens que Deus reservou aos seus filhos ainda na terra. (ROSAS, 2009, p. 3)

Todas essas linhas denominacionais não funcionam separadamente, e como já citado anteriormente, devem ser entendidas como práticas religiosas. Isso significa que Metodismo, Adventismo e Pentecostalismo, por exemplo, podem ser observadas em igrejas de denominações diferentes e até mesmo Católicas. Um exemplo descrito por Rodrigues (2003, p. 60) é a Igreja Adventista da Promessa em Londrina (PR) que apesar da

3 Mendonça e Velasques Filho (2002) alertam que considerar uma divisão puramente denominacional para o

entendimento histórico dessas práticas religiosas pode ser pragmática e reducionista na tentativa de caracterizar o protestantismo missionário no Brasil. Deve-se pensar, porém, nas linhas protestantes como práticas religiosas e/ou teológicas.

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denominação, tem tendências pentecostais. Isto ocorre devido a uma questão territorial abordada por Rosendahl (2002, p. 59), o que nos leva a refletir sobre como se dão as relações espaciais dentro do Protestantismo e Pentecostalismo em geral.

Pereira e Gil Filho (2012) abordam a espacialidade dentro de Pentecostalismo dentro da temática do espaço sagrado e o profano. Pode-se definir o espaço sagrado como sendo “o lugar de mediação entre a terra e o céu [...] mas não apenas o seu receptáculo, e sim também a fonte irradiadora da sacralização” (ELIADE, 1992 apud PEREIRA; GIL FILHO, 2012). O culto pentecostal utiliza-se de dimensões tanto espirituais como físicas – contribuindo para a criação de uma atmosfera de forte ligação entre divino e humano, prezada pelos pentecostais. O espaço sagrado no pentecostalismo não está no nível fixo e sim móvel, como distingue Rosendahl (2007), pois a dimensão transcendental é a que realmente importa.

O RESIDENCIAL VISTA BELA, LONDRINA (PR)

Pensando-se em todas as implicações e determinações que o fenômeno religioso causa espacialmente, é possível delimitar essa problemática a um pequeno recorte, como o caso do Residencial Vista Bela. Trata-se de um empreendimento realizado pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), do Governo Federal, localizado na Zona Norte da cidade de Londrina. Possui 2.712 moradias, sendo 1440 apartamentos em edifícios com quatro apartamentos por andar, que corresponderia a um prédio de 360 andares. A população é de cerca de 10 mil pessoas, sendo maior que 60% dos municípios do Paraná (PROTENGE, 2015).

Apesar de todos os benefícios iniciais provocados pela construção, como moradias às inúmeras famílias de classe baixa que residiam em ocupações irregulares em fundos de vale e não possuíam dinheiro para comprar casas, após um tempo de inauguração o Residencial passou a ser alvo de inúmeras críticas quando foi entregue.

Bezerra (2014, p. 532) destaca que essas críticas eram pela área ser distante de outros bairros, por não conter em seu projeto estabelecimentos comerciais e de necessidades básicas para a população. Dentre todos os debates sobre o Residencial podemos ressaltar:

[...] o empreendimento foi construído sem que as demais políticas sociais fossem também garantidas a essa população, pois as casas e apartamentos foram entregues no começo de 2012 e até o ano de 2015 ainda inexiste no bairro equipamentos e serviços sociais básicos como escola, unidade básica de saúde, dentre outros. O centro de convivência construído pela (sic) empreendimento foi transformado em um Centro de Educação Infantil (CEI),

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mas a demanda de crianças no território é tão grande que esta única CEI não consegue atender nem mesmo todas as crianças de um único condomínio existente lá. Isso faz com que o acesso às demais políticas públicas seja fragilizado visto que o bairro foi construído num lugar bem distante (fica a cerca de 10 Km do centro da cidade), o que faz com que as pessoas tenham também muita dificuldade para se locomover, pois dependem exclusivamente do serviço de transporte público urbano, o que lhe custa tempo significativo de deslocamento, além do desgaste físico e emocional (LOPES; AMARAL, 2015, p. 3, 4).

O local recebeu até mesmo uma audiência pública com presença de representantes da Prefeitura da cidade e moradores do Residencial, para discutir sobre dúvidas, críticas e demandas da região. Sendo que os moradores solicitaram melhorias na saúde, saneamento, segurança, educação, dentre outros e questionaram a qualidade das construções (JACOBS, 2015).

Como evidenciado anteriormente, o Pentecostalismo tem em suas raízes históricas o apelo às classes populares e menos favorecidas economicamente. Isto torna possível uma análise mais específica sobre a sua inserção na realidade do Residencial Vista Bela, que em sua criação, atende a estes requisitos com o agravante de não possuir órgãos estatais ou institucionais de amparo a demandas sociais como a marginalização e a violência. Surge através da igreja, o papel de ameniza-las e oferecer aos moradores um espaço de socialização e ligação com o sagrado, acarretando a proliferação dos espaços religiosos pentecostais.

OS ESPAÇOS RELIGIOSOS PENTECOSTAIS NO RESIDENCIAL VISTA BELA, LONDRINA (PR)

Considerando os apontamentos teóricos anteriormente, foram realizadas pesquisas de campo no Residencial Vista Bela, com visitação de cultos e entrevistas semiestruturadas com pastores, fiéis e vizinhos, permitindo a compreensão territorial, social e transcendental dos espaços religiosos pentecostais no Residencial.

Inicialmente, as igrejas pentecostais foram mapeadas a fim de encontrar padrões de espacialização. Um aspecto observado foi que as igrejas pentecostais localizadas no interior do bairro funcionam irregularmente em casas de moradores, considerando que não havia espaços de construção para estas, visto que ao ser construído o Residencial não foi pensando para oferecer infraestrutura institucional e comercial, faltando-lhes postos de saúde, áreas de lazer, comércio entre outros, que só estão construídos atualmente.

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na Rua André Buck que é a via principal de acesso ao Residencial, ou no Jardim Padovani, que se localiza a leste. Além disso, não há igrejas católicas no interior do Residencial, já que possuem uma legislação que regulamenta sua localização. O mapeamento dos templos religiosos pentecostais pode ser visualizado na Figura 1.

Figura 1 – Igrejas Evangélicas Pentecostais no Residencial Vista Bela – Londrina (PR).

Fonte: Marques e Paula (2016)

Foram selecionadas para estudo mais aprofundado três templos de acordo com sua abrangência, sendo de pequeno, médio e grande abrangência.

A Igreja Vida Renovada – considerada aqui de grande abrangência – localiza-se na Rua André Buck e funciona desde 2012, atualmente em imóvel comercial alugado, mas que antes funcionava em uma das casas do bairro. É a maior igreja do Residencial possuindo uma capacidade de lotação média de 400 pessoas.

Os cultos ocorrem nas terças-feiras, quartas, quintas, sextas e domingo, sendo este último o que mais recebe fiéis. Os frequentadores são de diversas faixas etárias, porém a concentração de membros da mesma idade modifica-se de acordo com os dias da semana. Na terça-feira o culto é temático como por exemplo o culto de libertação das drogas, milagre econômico, entre outros. Na quarta-feira há o culto de oração, na quinta-feira acontece a tarde

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da benção e na sexta-feira, o culto dos casais.

Todos os frequentadores são de classe baixa, com salários que variam de 1 a 3 salários mínimos. A igreja realiza ações com a comunidade de fiéis, ajudando-os quando precisam de algum auxílio. Em caso de desemprego, a comunidade promove a doação de cestas básicas até que a família se estabilize, além de conseguir empregos para os jovens que se interessam. O pastor também relata que a igreja atua de forma significativa na vida de seus membros, que estão sujeitos a inúmeros problemas como violência, drogas, tráfico e prostituição, além de livrá-los do que chama de “homossexualismo”.

Não há conflitos entre a vizinhança e a igreja, o que pode ser explicado por esta localizar-se em imóvel comercial. A igreja é a única que possui uma grande divulgação no Residencial, há panfletos e cartazes promovendo-a em diversas ruas o que pode ser explicado pelo fato de que o pastor além de ser formado em teologia também possuir formação em administração e marketing.

A Igreja Pentecostal Deus de Abraão – considerada aqui de média abrangência – funciona no Residencial desde 2012, localizando-se na Rua André Buck (principal via de acesso ao bairro). Diferente das outras igrejas, esta funciona em todos os dias da semana, sendo que a pastora explica que o motivo que revela até mesmo certo conflito entre as igrejas: “Você não come todos os dias? Não dorme todos os dias? Então nós também precisamos louvar ao Senhor todos os dias. As outras igrejas acham que tem dia para louvar o Senhor, mas todo dia é dia Dele”.

A igreja localiza-se em imóvel comercial, o que faz com que não haja conflitos com a vizinhança. Possui em média 40 frequentadores, de diversas faixas etárias, mas com predominância de adultos e idosos, além de que as mulheres são as que mais frequentam os cultos. Todos os fiéis são de classe baixa, com salários que variam de 1 a 3 salários mínimos.

Os frequentadores não são somente moradores do Residencial Vista Bela, mas de bairros como Maria Celina, Padovani, Barcelona e até mesmo de outros municípios, como Ibiporã, visto que a cede da Igreja localiza-se nesta cidade.

A Igreja Pentecostal Juízes de Deus – considerada de pequena abrangência – funciona há um ano em uma das casas do Residencial na Rua Oito. A igreja funcionava em um bairro próximo, Maria Celina, porém por problemas de ordem financeira para pagamento do aluguel, mudaram-se para a casa de uma fiel cedeu o fundo de sua residência dentro do Residencial.

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de que não há conflitos com a vizinhança, já que parte dos vizinhos, em muitos casos encontrados, são frequentadores da igreja.

Há cultos nas terças-feiras, quintas e domingos, sendo este o de maior frequência. Todos os fiéis são de classe baixa e o pastor relata que os ajuda quando precisam de algum auxílio, como cesta básica.

A fim de contrapor a visão que as igrejas pentecostais possuem do bairro, foi selecionada uma igreja católica para o estudo, a Paróquia São João Paulo II, localizada no Jardim Padovani, mas que atende majoritariamente os moradores do Residencial Vista Bela. As missas ocorrem nas quartas-feiras, sextas, sábados e domingos e os fiéis são de todas as idades, predominando os adultos e idosos.

Há um conflito entre a vizinhança e a igreja, visto que esta localiza-se provisoriamente – pois a igreja em terreno próprio está em construção – ao lado de um bar, na Rua Dois. Os fiéis e o padre relatam que o comércio incomoda muito durante as missas, devido a barulhos altos, porém o padre afirma que a relação é de mútua tolerância.

O padre relata que a igreja desenvolve ações através dos Vicentinos, distribuindo cestas básicas para os que necessitam, sendo que não precisar ser necessariamente frequentadores da igreja. Além disso, o padre ainda diz que já tentou realizar ações para toda a comunidade juntamente com as igrejas pentecostais do Residencial, porém não houve a contribuição significativa destas, notando-se certo conflito entre as religiões no bairro.

Quanto à legislação concernente aos espaços religiosos, investigou-se que nenhuma das igrejas pentecostais do Residencial Vista Bela possuem alvará de funcionamento, o que é provocado pelas suas inúmeras irregularidades quanto ao código de obras do município (LONDRINA, 2011). De acordo com o Art. 172 do código de obras, os templos religiosos são considerados locais de reunião e salas de espetáculo, sendo que por se enquadrar nesses parâmetros estes espaços tem que seguir normas de construção definidas pelo Art. 173 como: circulação de acesso, condições de perfeita visibilidade, locais de espera, acessibilidade a pessoas com necessidades especiais, sistema de prevenção de incêndio e saída de emergência, entre outros (LONDRINA, 2011, p. 42).

Além dessas normas, de acordo com o Art. 174 (2011, p. 42-43) essas edificações ainda devem possuir instalações sanitárias separadas por sexo, sanitários para pessoas com necessidades especiais, larguras de portas, rampas, escadas e corredores de acesso e escoamento estabelecidas pela NBR's 9050 e 9077 da ABNT.

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código de obras (LONDRINA, 2011), o que pode explicar o fato de nenhuma possuir alvará de funcionamento. Essa condição pode acarretar inúmeros problemas como construções inadequadas que podem ruir a qualquer momento, lotação nos locais que podem provocar também problemas de trânsito devido a muitos carros estacionados nas vias devido à lotação, ruídos acima do permitido, além de evidenciar o descaso e falhas do poder público com estes locais e com o próprio Residencial, como já afirmado anteriormente.

A partir das entrevistas realizadas com os responsáveis, foi possível notar uma tensão entre os templos, tanto entre igrejas protestantes, quanto entre protestantes e católica. Nesta tensão foi possível identificar umas das temáticas de estudo da religião sugeridas por Rosendahl (1995, p. 55-63), a “religião, território e territorialidade”, que como afirmado anteriormente examina a apropriação do espaço pelo religioso que se reflete nos contextos sociais. Essa territorialidade das igrejas no Residencial resulta em um comportamento de coexistência pacífica acompanhado por sentimentos mútuos de respeito, indiferença e antipatia, sendo que estes dois últimos se expressam mais acentuadamente.

Além das questões territoriais, foi possível notar as diversas formas de conexão com o lugar, através dos conceitos de espaço profano e espaço sagrado – temática que Rosendhal (1995) chama de “espaço e lugar sagrado – vivência, percepção e simbolismo”. Neste último, os pentecostais em especial prezam pela transcendência das dimensões físicas, buscando criar uma atmosfera que ligue o divino e o humano, como afirmam Pereira e Gil Filho (2012), como já citado. Essa característica de mobilidade das manifestações sagradas está ligada unicamente ao local de reunião dos membros da comunidade religiosa, o que a possibilita a ligação e apropriação de diversos lugares – como categoria geográfica.

Um dos exemplos observados que confirmam estas relações foi a Igreja Pentecostal Juízes de Deus. Ao contrário da Igreja Vida Renovada, ela contém características que remetem ao Pentecostalismo Tradicional como o uso de hinários assembleistas (Harpa Cristã) e uma organização litúrgica com foco nas orações e participação dos membros da comunidade.

Como ressaltado anteriormente, a igreja funcionava no Jardim Maria Celina, o que confirma a mobilidade do espaço sagrado pentecostal. Apesar disso, foi possível notar através das orações que a ligação com o lugar se evidencia através de clamores pela libertação de condições impostas pela realidade de marginalização do Residencial Vista Bela. Temáticas como o uso de drogas, prostituição e desemprego fazem-se presentes nas súplicas não só como problemas particulares de cada membro, mas sim de todo o bairro, colocando o sagrado

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como o único libertador de tais problemas.

Na Igreja Vida Renovada, o apelo é completamente distinto, já que se aproximam às práticas religiosas neopentecostais onde as canções são mais atuais e estão voltadas ao agradecimento pela nova vida que os fiéis receberam ao participar da congregação. Outra característica interessante é a iluminação e a falta de organização litúrgica definida que servem como ferramenta de atingir a transcedentalidade.

O templo aqui funciona como um lugar de escape às realidades intrínsecas ao Residencial, o que marca uma relação de certa indiferença com o espaço profano. A presença de placas por todo o entorno e as demais atividades que envolvem o exterior à igreja são sempre voltadas ao acréscimo de novos fiéis.

CONSIDERAÇÕS FINAIS

Através dos estudos sobre religiões e religiosidades dentro da Geografia, é possível compreender as marcas que estas manifestações culturais imprimem no espaço geográfico. Com o estudo de caso proposto por este trabalho, foi possível visualizar a importância que os templos religiosos têm na vida de um recorte espacial onde as marcas deixadas pela marginalidade e descaso por parte do poder público são latentes.

Com um papel socializador, educativo e muitas vezes mitigador de problemas sociais, econômicos e políticos que envolvem a convivência no local, a instituição religiosa imprime estas marcas no Residencial Vista Bela, além de contribuir para o empoderamento social dos moradores do bairro. Ao tentar identificar conflitos com os moradores ao redor das igrejas, foi possível notar que as instituições são bem-vindas, o que confirma esse papel que não está sendo exercido pelo estado.

Postuladas estes fatores determinantes da proliferação do pentecostalismo, também foi possível notar através da relação entre as igrejas uma certa animosidade que se expressa em uma forma de coexistência pacífica. Também foi possível reafirmar a existência de problemas relacionados a doutrinação ideológica e política dentro dos templos, como o próprio uso do termo “homossexualismo”, além de temáticas de cunho econômico em pregações e falas de pastores.

As igrejas pentecostais do Residencial realizam ações para ajudar seus fiéis, porém restringem-se à apenas estes, ignorando o restante da população do local caracterizada pela pobreza, falta de educação, infraestrutura e acesso a direito básicos de todo cidadão.

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In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

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Com problemas de irregularidade e inexistência de alvarás, foi possível notar que apesar dos problemas que possui, a igreja está presente e se manifesta no contato direto com a realidade da população do Residencial, fazendo-os se sentir parte da comunidade e acentuando suas relações com o lugar em questão.

REFERÊNCIAS

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