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112R;Ófc:zoLõ%sI¢ø¿Sz¢fiäíÉ$§ga]$gg3nnAús§3;n§;TE Áfiüäofnâ;xI1y$A§£5qnWç§3so,DÉ¿u3QicÍflAApA¡Hsâc ú , â?LQRg¿gâʧ£§$;ymovnfl§§b-ñz 19É5¢ _gl__4-nz. ' Q.
-AG.RADEC`.IM'E.N'1'O`Sf
Ao Profešsor Dr. Armando Jose d`Acampora, pela dedica-
ção e orientação na realização deste trabalho.
'
I II ÍII EV V 'VI HII VIII E «
iÍND1cE^
_ Resumoooc0000001000Ic0o0¡00n0Q0uO0OOI00000000000000 ~ . - -'_ IntroduçaoønOQIQUOQOOIQOOIQQIo0oIoIOII00000u¡Q;o0|0 e MëtÀ°d°›So¢'øooonooounoooooaoooouunoouooooo 'nã Re-su]-tadosou00000000000000000cooonnøitocøifloøocøooo __- DíscuSs'ã°;`“0l-00000010o00I0000Q0oOo0cOOOn0o¢ocooinuooo _ Conclusõèsiønøotll00Ootnoooooøconoøntcouøocoonbuncoo _ Summar.y0øoQ0øno¢0IoInOI¢0¡0oO0o00o|0Ioco0o0oo0\00000 _` Bíblíogrãfícasøøooooouooøoonooooonouooç S 1 .O4 .O5 .O6 .O7 _2orf I
I - RESUMO
0 autor, atravos de um estudo retrospectivo, anali-
sou 329 exames proctologicos, que foram realizados em 316 pa-
cientes, no periodo.de janeiro a junho de l98l. Os exames fg
ram realizados no.Serviço de Colo-proctologia do Hospital Uni
versitãrio da Universidade Federal de Santa Catarina, e no
Hospital de Caridade, Florianopolis. '
A faixa etãria variou entre 14 e 87 anos, sendo que,
em 532 dos exames, os pacientes tinham entre 26 e 45 anos. i
Em 2,8% dos pacientes houve necessidade de repetir uma vez
o exame, e em 0,6% foi preciso um terceiro exame para chegar-
se ao diagnostico. A indicação mais freqüente, para o m exa-
me,,foi a dor anal, seguida pela retorragia. Na maioria idos
> ~
casos, houve mais de uma indicaçao. .0_toque ano-retal evi-
denciou a presença de vegetaçoes em 5 pacientes, que posteri-
ormente foram diagnosticadas como adenocarcinoma do reto.
Em varios exames, chegou-se a mais de um diagnostico, e em
47,7% dos exames, diagnostícou-se hemorroidas.
'
'Preocupou-se em mostrar que com a inspeção anal, 'e
um simples toque_ano-retal pode-se diagnosticar grande aparte
das patologias da região-distal do tubo digestivo.
Os resultados obtidos, apos serem comparados com a literatura,
11-*1NTRoDuWÇ.‹Ã›o
O cancer do intestino grosso E um dos tumores mais
comuns no homem(29¢3g)e corresponde a aproximadamente A 15%
de todos os tumores malignos do corpo humano(33). Origina-
se do colo, reto e Ênus(33), sendo que 47% destes tumores 12
calizam-se no reto, 172 no sigmõide e 10% no ; reto-sigmöidé
(31), estando a-incidencia de todos estes aumentando(26). _
` u
.Í O "saco de Douglas" (flexão do peritoneo a 'partir
do reto, sobre o assoalho pëlvico)-É o sitio favorãvel .para
a implantaçao de humores intra abdominais disseminados, que
. produzem uma massa perirretal chamada de prateleira retal,
localizada a 7 cm do anus(32). -
_
A_'
As hemorroidas, descritas' por Hipõcrates(15), re-
. presentamia.aíecçãqiano-retal mais-frequente(38), e podem
produzir mais problemas clínicos-do que qualquer outra le-
são ã qual.o homem esteja sujeito(32). Estas duas patologi-
as, a de maior mortaÍidadeÉi8›31›36{ e a de maior morbidade
(32=38;&0bem como o estudo propedÊutico.do fundo do "saco de
Douglas", são exemplos de entidades que podem ser, na sua
maioria, detectados pelo exame proctolõgico.
as
'
Todo e qualquer medico deve saber fazer a propedeu
. ~
. z . . .. .. 4«.
tica fisica proctologica. Terminado a propedëutica iufisrca
do abdome, o exame regional do ãnus,.do reto e do sigmõide,
deverã ser feito sistemaiica e obrigatoriúmenteem"todas as.a
fecçoes do intestino com.sintematologia dos colos, reto e'a+
nus, quer sob o aspecto inflamatorio ou infeccioso, quer sob
o aspecto.obstnutivoÁ?0) -
_ _
_ O objetivo deste trabalho, E de servir como um
.a-_
lerta aos colegas de que com uma simples inspeçao e um toque
ano-retal, far-seÂa uma grande parte dos diagnösticos destas
lesões, pois quase metade dos tumores do colo, reto e ânus
podem ser palpados com o dedo(33), permitindo tambem, identi
~ . -›
ficar a hipersensibilidade da inflamaçao peritoneal ou a no
dularidade das metãstases peritoneais, restando ao colo-prog
tologista a responsabiidade pelo diagnostico dos_ tumores e
I .. - . - , _ É! W 111 - MATERIAL E Miionos z V
V Uma serie de 329 exames proctolõgicos foram realiza-
dos em 316_pacientes, no periodo de janeiro a junho de 1981.
Os exames foram realizados no Serviço de Colo-proctologia do
Hospital Universitario da Universidade Federal de Santa Catari
na' e Hospital de Caridade, Elorianõpolis, pelos
colo-procto-logistas do Serviço. A maioria dos pacientes era adulto.
Todos os pacientes foram triados previamente, ‹...¡. N que, foram en
\
~ /
caminhadoscjdas diversas clinicas a colo-proctologia.
~
~ ‹Os pacientes foram examinados em posiçao genv
peito-toral, numa mesa de Buie, ou na posiçao de U) |-|.E UI! (decfibito late
~ . ~
ral esquerdo). Nao fioi.feito preparo prëvio_do colo e nao fo-
ram usados agentes anestësicos ou sedativos;
' i'
O metodo propedëutico consistiu em; inspeção da re-
giao perianal, perineo, ânus e sacro coccigena; toque âano-re-
ta1;;anuscopia, utilizando um anuscopio rigido de 8 cm; retos-
copia,iutílízando um retoscopio.nigído de l2;cm; Íretossigmói-
. .
_
V
doscopia, utilizando um tubo rigido de 20 cm. Faraaexames a-
cima de 20 cm, foi utilizado um aparelho Welch-Allen, de 25
cm.
A rotina do exame não se completou-quando usurgiram
contna indicações formais como`a dor, oú.impossibi1idades, co-
LJ. GH
. g g
mo estenoses, ou quando o examinador estava satisfeito com
os achados. ` ' .`
'
_ Foram anotados dados referantes
a: nome do ¡pacien-
te; idade; sexo; indicação do exame; achados na: inspeção, no
toque ano-retal, na anuscopia, retoscopia e retossigmoidosco
pia, estes ultimos divididos em achados ate 12 cm e alem de 12
cm; bem como, indicações para repetir o exame, numero de exa-
mes nos quais_se realizou biõpsia, e numero de exames nos qua-
is se solicitou exame radiolõgico (clister opaco)
ucomplemen-tar; e fatores que prejudicaram o exame.
O autor, atraves de um estudo retrospectivo, colheu,
JL
IV - RESULTADOS
TABELA 1 - Mfiltiplos exames
Nfimero
(repetiço
Grupo de pessoas Iotal de exames
es do exame) ' l'ê X 2 X 3 X - . 305» -. - 305 ._ -~ 9 - 13- " 2 6 _.í._-í 316 ~ 329
FONTE:-VS ervíço¬de Colofiproctologia do Hospital Universitario
da-Universidade Federal de Santa Catarina e do Hospi-
tal de Caridade, Florianopolis.
~
TABELA 2 - Distrubuiçao do nfimero de exames por sexo e raça
Sexo
Raça - Masculino Feninino
Total V Branco Preto Total 185 V 135 320 _4 5 9 .z-- _;i_ ._-__ l89 140 329 “
FONTE: S erviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario
u
da Universidade Federal de Santa Catarina e do
Hospi-C al de Caridade, Florianopolis.
-TABELA 3 - Grupo etãrio X total de exames
Grupo etãrio Masculino Feminino Total
` (anos) 11-15 16-20 21-25 26-30 31-35 36-40 141-45 Ã6-50 si-55 só-óo 61-65 óõ-7o 71-75 vô-ao 81-85 só Total * 1 6 25 19 . 30 20 22 12' 20 14 õ 7 - 2 = 3 2 . 2 189 3 10 24 27 21 13 11 12 13 4 6 1 2 1 140 1 9 35 43 57 41 35 23 32 27 10 13 3 5 2 3 329
FONTE: Serviço de-Colovproctologia do Hospíta1 Universitãrlo
da Universidade Federal de Santa Catarina e do Hospi-
tal de Caridade, Florianopolis
.*TABELA 4 - Indicações para o exame (incluidas mfiltiplas indicaçoes) -9-
'Indicação - Masculino Feminino 'Total
Dor anal 48`- Retorragia 4 48 Dor abdominal ` 23' ~ Secreçao anal » 32; Constipaçao ' ' 22%". Diarreia 22 Enterorragia 18 Prolapso anal 14 Incomädo no reto . 10 Prurido anal ~4 _ 10 nv
Í Alteraçao do habito intestinal
* 2
Dor para evacuar . 8
-Revisao.cirurgica 6
Doenças infecciosas do'co1oY› 3
- Emagrecimento z z C . 3 sa abdominal 1 ? Sem indicação 1 P V s Outras › ›20 30 28 24 14 23 20 16 12 8 5 10 4 4 5 ë 2 27 78 76 47 46 45 42 34 26 18 15 12 12 10 47
FONTE: Serviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario de
4
Universidade Federal de Santa Catarina e Hospital de Ca-
ridade, Florianopolis. -
TABELA 5 - Nfimeros de toques ano-retais, exames ate 12 cm e alem
de 12 cm.
Toque anofretal 317
Exames atë 12 cm 300
' Exames alem de 12 cm 111
FONTE: Serviço de Colo-proctologia do Hopital Universitario da
UniversidadeíFederal‹de Santa Catarina e do Hospital 'de
-1Q_
TABELA 6 - Achados na inspeçao (incluindo mfiltiplos achados)
Achados Masculino ' Feminino Total
' Plicoma . ' 40 Orificio fistuloso *'« 21 Trombose hemorroidãria 12 Prolapso.de mucosa; _ 8 ' Mamilo hemorroidãrioz 5 4 ,A ¿.$aL1epcia1n5duloÇ; 3 Fissura anal 2 ~ Lesoes vegetantes - 4 Outros 28 .Normal 76 471 9 5 7, 4 4 4 1 14 46 111 30 17 15 9 _ 7 . 6 5 42 1221 FoN'rE_'z V
da Universidade Federal de Santa Catarina e do Hospif
tal de Caridade, Florianopolis
TABELA 7 4 Achados na retoscopia (ate 12 cm) (incluindo mfiltiplos
.achados) '
Serviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario
Achados Masculino Feminino -Total
Mamilo hemorroidãrio 81 Papila hipertrõfica 13 Mucosa sangrante ` 15 Edema da mucosa 6 Muco e sangue . 3 ` Compressão extíâfeca 2 'Estenose A 3 Outros 19 Exames normais' 63 12 7 7 4 2 14 144 25 z'z 13. 1 4 3 . 23 100
FONTE: Serviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario
da Universidade Fedenal_de Santa Catarina e do Hospi-
TABELA J - Achados nos exames retossigmoidoscopicos (alem de 12 cm)
z “
Total de examesz. 111
_11_
Achados . Masculino Feminino Total
Mucosa sangrantñ/ ~ Compressao extrinseca ' ø--'/ . Estenose pP51ípo 7 "Massa (tumor?)
Fezes impedem a passagem
exames normais m > 4 '1 1 2 l 3 1 l 1 7 2 2 2 1 695
FONTE:- Serviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario da
Universidade Federal de Santa Catarina e do Hospital d
Caridade.
TABELA 9 - Achados no toque ano-retalç
AATotal de_toques: 317
Achados : Masculino Feminino Total
Hipertonia Dor A F Compressao extrinseca ff' Hipotonia A Saliencia/nõdulo Vegetação Estenose _Fecaloma Outros « 47 ll Normal 104 20 8 7 5 3 4 1 19 76 67 17 16 14 10 5 4 2 30 180
FONTE: Serviço de Colo-proctologia do Hospital Universitario da
Universidade Federal de Santa Catarina e do Hospital d
TABELA 10 - Diagnosticos (incluindo mfiltiplos)
.-1 2-
Diagnoštíco. Masculino Feminino1 Total
»«Hemorroidas - 87 69
Fístula ano retal 19
Papilite ` Trombose hemorroídäría 11 crípziúe 1o V RCUI 8 Fissura ana1 5 Compressão extrfiseca 5
Adeno carcinoma do reto 1
Irritação da linha pectinea _ 3
Estenose do reto 1
Bõlipo V
' -
Condiloma acuminado 3
Fecaloma 1
Estenose pos Çírurgíca 2 ^
Oxiurus -9 14' 14 6 4 4 7 6 4 2 3 3 1 1 Outros 20 .W 17 Nenhum 19 21 156 28 28 17 14 12 12 11 5 5 4 3 3 2 2 1 37 '30
FONTE: 'Serviço de Colo-proctología do Hospital Univetsitãrio
da Universidade Federal de Santa Catarina.e do Hosgí-
z
V - D I S C U S S'A O
Foram feitos 329 exames proctolõgicos em 316 pacien-
qtes, os quais 59,82 (189) eram do sexo masculino e 40,2Z.(l40)
eram do sexo feminino (tabelas l e 2). Por se tratar de Hospi
tal Geral, a faixa etaria variou entre l4.e 87 anss, com uma
concentração em torno dos 26 aos 45 anos, que representa 532
dos exames realizados (tabela 3). se
_, - Em 2,82 (9) dos pacientes houve necessidade de repe-
tir uma vez o exame, e em 0,6% (2) dos pacientes, precisou-se
de um terceiro exame para chegar-se a um diagn5stico.f (tabela
l). A pequena necessidade de repetir o exame, concorda com
a literatura(40),_e comprova a objetividade do exame proctolõ-
~g1co. '
Como outros serviços(9'16'23°25), nao foi feita de
rotina a preparação previa do colo. 'O paciente É fincentivado
. a evacuar seu intestino naturalmente antes do exame. ,Se o in-
testino. estiver muito ocupado, o exame É postergado. O _uso
'rotineiro de enemas prëvios leva a um desconforto ao paciente,
e o que É mais importante, remove o muco e o sangue que podem
estar aderidos ã parede do intestino, bem como edemacia a mu-
cosa, podendo com isto, alterar o resultado do exame. Dos 329
exames realizados, apenas em 10,6% (35) a presença de fezes
-prejudicou o desenvolvimento do mesmo, sendo que em 1,8% (6)
houve indicação para a repetição. A
'
» .
'
1 1 .l 22
Houve concordancia com outros autores(9' 0' 3' 7' '
26.33 37 ~ . . ~- .
' ' )quanto a nao necessidade de anestesiar. ou sedar roti
_ neiramente o paciente, pois, apesar da retossigmoidoscopia tra
zer certo mal estar ao paciente, ele a deixa realizar sem_ ne-
'
nhuma objeção. O paciente desperto colabora e facilita as ma-
nobras. Em nenhum dos 329 exames realizados houve necessida-
de dewanestesiar ou sedar o paciente. i
`
\-.U
Os exames foram realizados na posiçao genv peitoral,
utilizando uma mesa de Buie, ou na posiçao de Simš Í (deofibito
lateral esquerdo), posiçoes estas, largamente difundidas e u-
tílízadas(2,Z,9,l3,16,22,23,25,26,30,33,37,40). O Serviço dã
preferencia a posição gend peitoral, que É bem tolerada pela
maioria dos pacientes, sendo a melhor para a inspeçao do anus,
~ . ~
regiao perianal, sacro coccigena e perineo. Nesta posiçao, o-
-14_
ao '
, .ø . - ~ 4 .
corre a retificaçao do reto e sigmoide, e a pressao atmosferi-
ca distende.o intestino quando o canal anal e aberto pelo es-
peculo, possibilitando um exame retossigmeidoscopico mais 'fa-
' "»
41 . ~ . - . `. . _ ..
voravel( ). A posiçao de S1ms_foi utilizada nos ,pacientes
com insuficiencia respirateria e/ou cardiovascular(5'33), nos
quais a posiçao'geno.peitoral tornava-se intolerãvel, ou em
exames realizados nas enfermarias, quando da . impossibilidade
'do paciente em assumir a posição geno peitoral, devido 5 cirur
gias previas, aparelhos gessados e outros impedimentos. .
Em verios casos houve mais de uma indicação para o e
(40)
xame^v (tabela 4), fato, tambem observado por outros autores.
As indicaçees mais frequentes foram a dor anal, retorragia e
u. GH
- dor abdominal. A dor abdominal foi descrita como sintoma
do cancer ano-retal(21). Mas, ela retorragia que tem
HD |-lnn |\-lo NH
sido mais freqüentemente descrita como o sintoma mais' precoce
'
tanto do carcinoma ano-retal(4'14¡33'36'39) quanto das hemor-
reidas(15'33'38'42), podendo tambem, estas patologias, inicia-
rem e/ou serem acompanhadas de outros sintomas(3'4'14'15'33'36
38'39'42'43).~ 'Assume portanto, a retorragia, uma importancia
muito grande dentro da semiologia proctolegica, por ser um dos
sinais mais encontrados, e estar intimamente relacionada com
Ó\ |-I.
a patologia mais frequente da proctologia, que são as hemorr
das(3'23'31Í32'33'38'39'40'42), e com o diagnestico precoce da
'patologia de maior mortalidade, o.cancer(4'23'31f33'36f39'43).
Em muitos casos, o diagnestico do cancer do reto nao esta sen-
` r `
do feito porque o paciente e/ou mediéo atribuem os sintomas a
4, V
av p , ¢‹.d
-
hemorroidas. Nao se deve fazer o diagnostico de hemorroi as ,
`
r
Í.-.
.12
sem fazer o toque ano-retal eva retoss1gmo1doscop1a( 9' 0).
'
Em 96,32 dos exames; o toque ano-retal foi realiza-
do, em 9l,1Z visualizou-se ate `l2 cm do tubo digestivo, e em
33,72, a1ëm,de 12 Cm.Qt3be1a 5) .
'
Na inspeção, em 33,72 dos exames, visualizou-se pli-
coma (tabela 6), no exame ate l2.cm, em 43,7%, a conclusão dos
exames foi patologia hemorroideria (tabela 7), enquanto . que
- 85,5% dos exames acima de 12 cm foram considerados normais (ta
bela 8). Isto demonstra que no exame proctolegico, as patolo-
gias seo encontradas mais frequentemente na região distal l«do
tubo digestivo. s
O toque ano-retal não foi realizado quando houve al-
_15_
~ ~
A alteraçao mais freqüente foi a hipertonia do esfincter, em
21,1% dos toques, seguida pela dor,-referida em 5,3% dos
e-v
xames.(tabela 9). Estes achados são compativeis.com os prin
cipais diagnösticos, como as hemorr5idas(28) que podem levar
' ~
` 4
5 dor e a contratura esfincteriana, mas nao podemos tambem.
deixar de citar o estado.emocional do paciente, .que Ípode
contribuir para isto. 'Em cinco›exames, foi constado pelo to
que ano-retal a presença de vegetação no reto, que foram com
o_decorrer do exame,,diagnosticadas como adeno carcinoma do
reto.(tabela 10). O diagnostico do cancer do reto E _feito
pelo toque ano-retal e pela retossigmÕidoscopia,.sendo con-
firmado.pela bi5psia.' Setenta e cinco por cento dos cance
~
res do reto e 35% dos canceres colo retaís sao diagnostica-
_ _ _
_ _ \ _ __ _
dos pelo toque ano-retal(20). Trinta e quatro por cento dos
toques ano-retais)foram considerados normais. À
Muitos pacientes tiveram mais de um diagnostico.
4 ,
O diagnostico mais frequente foi o`de hemorroidas,(tabela 10)
(3,l5,23,28,32,
concordando com que escreveram outros autores
38'39'40'42), e que o Velho Testamento jã referia como sendo
uma "Praga".(42) Em 47,4% dos exames, chegou-se a este diag
nõstico. Grande parte dos pacientes atribuem ãs hemorroidas
todos os sintomas retais. O pior E que muitos mëdicos atra-
tam os sintomas ano-retais sem examinar os pacientes, e por
este motivo, em inumeros casos o diagnostico do cancer ano-
retal não tem sido feito(19'36). A unica possibilidade para
chegar ao diagnostico precoce do cancer ano-retal esta em
A ›
pensar na existencia desta enfermidade e acostumar-se a pra-
ticar o toque ano-retal em todos aqueles casos de doenças,di
gestivas vagas e fazer a retossimoidoscopia em todos os paci
. 36 .
entes suspertos(. ) Considero que o toque ano-retal deva
fazer parte da rotina de exame fisico de todo e qualquer pa-
ciente. «
R
_. É . . z .
O carcino do reto tem sido descrito ha muitos anos,
Galeno (138 dc) escreveu: "o carcinoma E um tumor wmaligno
au -
muito violento, com ou sem ulceraçao. Seu nome vem de um ani
mal chamado caranguejo". (14) Em -nosâš , revisao, en
contramos 5 pacientes com cancer do reto (adeno carcinoma), o
que corresponde a 1,62 dos 316 pacientes estudados, sendo 4
do sexo feminino. Este cancer pode ocorrer em qualquer idade
(14'19'43), mas usualmente ele ocorre apös os 40 anos(21'27),
sendo mais frequente no sexo masculino(14'412 Uma das paci-
a-_16_
nos . Alguns autores afirmam, que antes dos 40 anos, o sexo
feminino É mais atingido por esta patologia(21'27).
Dos 329 exames, 9,1% foram considerados normais. V
_
›
Em 13 exames 9 o ue corres P onde a-3 › 9% dos 329 exa
I
_
. . . .- . zh ¬1»,,¿, > _ . .
mes realizados, foi feito biopsia. Ela e o memo
. . . . 2 .
mais preciso para comprovar a normalidade do tecido( ), as-
sim como a benignidade ou malignidade de um tumor(37).
'
Em 22,42 dos exames, indicou-se o enema opaco como
exame complementar. Esta exploraçao pode ser, em certas oca
sioes, de grande utilidade para o diagnõstico de processos do
colo, anus e reto, mas nunca se deve prescindir o toque ano-
retal e a retossigmoidoscopia(37).
Em 329 exames realizados, não se obteve nenhuma com
ou ` , ¡` .
plícaçao. Resultado que concorda com a experiencia de outros
autores(1'7'8'l0'13'17'18'22'24'34'40?, para os quais as ~com+
plicaçoes foram pequenas ou inexistentes, comprovando que os
VI - CONCLUSOES
l - Em 532 dos exames a faixa etãria dos pacientes foi dos 26 aos
45 anos. ' '
2 - O exame proctolögico É objetivo, em apenas 2,8% dos exames, foi
. pre¢iso_repeti-lo uma vez, e em 0,6% foi necessario um 39 exame
para se chegar a um diagnõstico. ‹
~ -ø ao , as , , '-
3 - Nao_e necessario o preparo previo de rotina do colo.
'
4 - Nao É necessario anestesiar ou sedar rotineiramente o paciente.
5 - A posicao geno peitoral É a mais indicada para o exame proctolõ
gíco, sendo a melhor para a retossigmoidoscopia.
6`- A posicao de Simš E indicada para os exames realizados nas en-
fermarias ou quando houver contra indicaçoes para.a posiçao ge-
nU peitoral.
~
7 - A indicaçao mais frequente para o exame foi a dor anal, seguida
pela retorragia. '
_
4»
8 - Ê comum haver mais de uma indicaçao para o exame.
au
9 - No exame proctolögico, as patologias sao mais frequentemente en
contradas.na regiao mais distal do tubo digestivo (mais proximo
^ _ .
ao anus).
10 - O diagnostico mais frequente foi o de hemorroidas.
11-- O diagnostico de hemorrõidas não deve ser feito sem realizar o
toque ano-retal e a retossigmoidoscopia. _
›12 - O diagnostico precoce do cancer so sera feito, se.o medico pen
sar na existencia desta patologia, e realizako toque ano-retal
13 - O toque ano-retal deve faàer parte da rotina do exame fisico em
todo e qualquer paciente.
`
-18-
14 - Todo medico deve conhecer a propedëutica proctolögica.
oil . - no
15 - As complícaçoes no exame proctolõgíco sao numerícamente despre-
.‹ _ « '
-1 .
Z1V€1S‹ _
V'I I - S U M M A R Y
The autor, in a retrospectiva study, analyses 329
proctological examinations. These have been made in 316 pa
tients during a 6 months period from january to june 1981,
in the Colo-proctology Clynic of Hospital Universitario of
the Universidade Federal de Santa Catarina and the Hospital
de Caridade in Florianopolis. ,.`
V
lThe age range of the patients was from 14 zto.87
years,vwith 53% of the patients folling in the range 26 to
45 years. It was necessary to repeat the examination in
2,8% of the patients and 0,6%,-of the patients, requered, a
thirdzexamination to make a diagnosis. The most :frequent
indication for the examination was pain in the anus, follow
ed by rectal bleending. In the large number of cases, the-
re was more_than one indication for the examination.
The finger examination of the ano-rectal area showed grooth
in 5 patients that later were diagnosed as adenocarcinoma
of the rectum- Various examinations provided more than one
diagnosis; _
'
' -^ n
'
The author concerns hinself to show the _physical
examination of the anus and a simple finger examination, pf
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V.Autor: Leite, GuilhenneB
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Título; Estudo retrospectivo de
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