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Análise de 87 casos de pé torto congênito tratados cirurgicamente no Hospital Infantil Joana de Gusmão.

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(1)

“QQ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Q _.

CENTRO DE CIENCIAS DA SAUDE ø .ø

DEPARTAMENTO DE CLINICA MEDICA

4 4 â

ANALISE DE 87 CASOS DE PE TORTO CONGENITO TRATADOS CIRURGICAMENTE NO HOSPITAL INFAN

TIL JOANA DE GUSMAO

AuToREs:

RDMILTDN CRDZZETA DA

CuNHA‹/

SERGIO MARcos

MEIRA

.z

ALuNos DA

123

FASE Do CuRso DE GRADUAÇÃO

EM MEDICINA DA UFSC

O

(2)

1985-I II III IV V VI VII

ÍNDICE

_RESUMOIIIIIII!

I I I IIII II I I 5

_INTHJDUCAUIIIIIIIIIIIIIII

I I I I II I II IL! ø 4 _ ME'-UDOSIIIIIIII I IIIII II I I 5

_RESU_TADOSIIIIIIIlII

I III I I III II I Ill-6

~

-DISCJSSAOIIIIIIIII

III IIII I II I

lzš

~

_CONC_USOESIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

III I IIII I3]-

(3)

3

,I

RE-SUMO

Os autores pesquisaram 87 prontuários de

crianças portadoras de Pë Torto Congënito (P.T.C.) envolê

4 ø .-

vendo l3l pes tratados pela Tecnica Operatoria de Codi-

villa, modificada por Lowell, no serviço de ortopedia e

traumatologia do Hospital Infantil Joana de Gusmao no pg

`

riodo de Janeiro de l98O a Maio de l985.

Foram analisadas a incidência do P.T.C. quanto ao sexo, idade, lateralidade, ma formaçao associa-

~ 4

da, complicaçao no tratamento e resultado cirurgico.

Êstudou-se os aspectos clinicos, radiolõgi-

cos e anãtomo patolõgicos, feito considerações quanto a marcha e descrita a técnica cirürgica.

Concluimos que o P.T.C. deve ser tratado pre cocemente e que o tratamento do mesmo apresenta muitas di

(4)

11

1NTRonuçÃo

4

O P.T.C. ëeuma malformação frequente em nos

so meio, incidindo numa proporçao de uma a quatro casos

_ - (3, Q; 7; 13; 18)

para cada l.000 nascidos vivos '

0 tip equino varo representa 80-90% das estatisticas de P.W.E o tãflus valgo 8-l5% e outros tipos como planovalgo e t

flus são encontrados mais raramente.

`

.-

. Denomina-se pe equino varo (P.E.V.) a um

atitude viciosa permanente do pë em equinismo, varismo ~

aduçao, obrigando a criança a apoiar-se com a borda latg.

ral ou com o dorso do pë. Essas deformidades são de um

~ ~

rigidez mais ou menos intensa, nao permitindo sua reduça

por manobras manuais; `

Estudando a literatura sobre a etiopatogen

nia do P.T.C. verificou-se muitas teorias sem contudo

0 ' 9 6 3 E ã O Se

chegar a uma conclusao definida sobre a genese dessa de

formidade, mas hã indicios que seja uma anormalidade neu

A (1, 3, 5; 7, 10, 13) romuscular a causa fundamental .

E comum este tipo de deformidade congênita

estar associada com outras malformações.

Os autores deste trabalho temo como objeti

vo maior, estudar a variedade equino varo de P.T.C O e

avaliar os resultados do tratamento cirurgico nos 87 ca

(5)

5

-1 .-

III CASUISTICA E METODOS

A casuistica utilizada foi obtida no servi-

ço de arquivo mëdico (SAME) do Hospital Infantil Joana de

~

Gusmao (H.I.J.G.).

Durante o periodo compreendido entre janei- ro de l980 e maio de l985, 87 crianças com l3l P.T.C., fg

ram tratadas cirurgicamente pela tëcnica de Uodivilla, mg dificada por Lovell, no serviço de ortopedia e traumatolg

gia do H.I.J.G.

~ _

Descriçao da tecnica -

- Paciente sob anestesia geral.

- .-

- Decubito supino. Isquemia e realizada com

torquinete pneumãtico, colocado no terço

superior da coxa.

~

- Cuidados de antissepsia sao feitos com lavagem de todo o membro inferior com

- ~

agua, sabao, escova e depois com alcool e ëter.

- Antissepsia feita pelo cirurgião e auxilia

res com alcool-iodado e alcoola

- Cuidados de assepsia de rotina, campos/es-

terilizados colocados abaixo do joelho. Tempo I - Borda Interna do Pë

~ ~

- Incisao iniciando ao nivel da articulaçao

do primeiro metatarsiano com a primeira falange, onde ë feito um Z plãstico.

(6)

Prossegue por trãs do ma1ëo1o tibíal cofl tornando-o e, em direção para cima atë o terço dista1 da perna.

/'__

I.

(7)

- Abertura

T.C.S.C.,

perficial

do tecido ceTu1ar subcutãneo -

atë o p1ano de aponeurose su

- A dissecçao do T.C.S.C. prossegue ao

ve1 da perna e, em direção ao tendão de

Aqui1es. Abertura de sua bainha, iso1a

mento e desdobramento do tendão de Aqui Ies em Z.

(8)

Dissecção do tendão de Aquiles junto ã

sua inserção distal, para localização das

~ .-

capsulas articulares tibio-tarsica e talar e dos ligamentos posteriores.

~

Abertura ampla das articulaçoes tibio-tar sica e sub-talar posterior interna e

ternamente, o mais amplo possivel.

Deslocamento cãpsulo-ligamentar na face interna calcãneo em direção ã articula -

ção sub-talar, para permitir a reduçãodo

equinismo e do varismo do pë inferior.

.-

Isolamento do musculo abdutor do primei- ro artelho e alongamento em Z do seu ten

dao.

~ 4

Localizaçao do feixe vasculo-nervoso ti

bial posterior que serve de ponto de re

_ ~

ferencia para visualizaçao da loja do

tendão do fluxo comum dos artelhos e do tendao do tibial posterior, que deverao ser abertos e alongados em Z.

Reconhecimento com um instrumento rombo,

das articulações tãlus-escafõide-primei-

ro cuneiforme e primeiro cuneiforme - primeiro metatarsiano.

Junto ao malëolo tibial, ë feita abertu-

ra da primeira articulação, a tãlus-navi cular, por secção da cãpsula articular e ligamentos.

(9)

reção mino pë Untoinveterado.

Prosseguindo em direção distal, localiza

mos as articulaçoes navicular-primeiro

cuneiforme e primeiro cuneiforme -

pri meiro metatarsiano.

Abertura da articulaçao vasicular primei

ro cuneiforme, dorsal, plantar e interna mente.

Junto a inserção distal do tibial ante

-~

rior, localizamos a articulaçao primeiro

cuneiforme-primeiro metatarsiano que ë

¢~

aberta e ao faze-lo, seccionamos o feixe

tendinoso do tibial anterior que se inse

re no primeiro metatarsiano.

Na região plantar, junto ao tendão do

abdutor do primeiro artelho, ë que vamos

localizar o tendão do flexorprõprio do .-

primeiro artelho que e ai alongado em

Z.

Se necessãrio, realizamos agora o fasci-

ectomia plantar. S6 a fazemos, entretan-

to, nos casos de grande tensao, produzin

do uma deformidade em caso acentuado. Tempo II - Borda Externa do - Este tem-

-4 z-;

po cirurgico somente e utilizado nos pes de dificil cor-

~ -

- A incisao e feita sobre a borda externa

do pë, ao nivel do seio do tarso, toman-

(10)

lëolo fibular, cabeça do tãlus e grande apõfise do calcãneo.

A incisão inclui apele, T.E.S.C., müscu

4 4

lo pedioso, ate o plano capsulo-ligamen-

tar.

Localizando-se os tendoes do curto e do longo fibular lateral, e, seguindo-se o

seu curso distalmente, localizamos a ar

~ - ¢ _.

ticulaçao calcaneo-cuboide, que e ampla- mente aberta.

Na mesma linha desta em direção mais dor

sal localizamos a articulação tãlus maul cular que ë aberta da borda interna a borda externa do pë.

Localizada a cabeça do tãlus, contornan-

do-a, vamos encontrar a articulação sub -talar que ë aberta externamente em posi

ção posterior.

Entre o calcãneo e o tãlus, seccionamos o forte ligamento interõsseo que permiti rã o desligamento do calcãneo sob o

lus para uma posição normal.

O tempo seguinte ë dedicado a redução da

subluxação tãlus-navicular. Fazemos a ma nobra para a redução da seguinte forma:

- Com o polegar, direito ou esquerdo, de

pendendo do pë que operamos, fazemos -

(11)

~ .-

mao, tracionamos o pe anterior para -

frente, para o iado externo, no sentido da abdução e para cima, no sentido da correção do equinismo. De imediato uma

~ ..

transformaçao surpreendente. O pe adqul

re aspecto de normaiidade em todos os

seus segmentos.

A reconstituição da ferida operatõria

.-

e feita por pianos, começando com o fe chamento das bainhas tendinosas, depois

os tendoes aiongados, e da peie com mo

nonyion 5-O.

Na extremidade distal da incisão o Z piãstico ë compietado favorecendo a sutu ra da pele com o minimo de tensão.

(12)

O curativo da ferida operatõria ë feita

com gase furacinada.

A seguir ë feito um apareiho gessado -

atë o joelho e retirado o torniquete -

pneumatico. Esse apareiho gessado ë compietado atë o terço superior da coxa

com o joeiho fietido em noventa graus.

*E

/Í -z/ É

,¿f_.

" .\\`3

(13)

l3

Dos prontuarios estudados extraiu-se os se

guintes dados:

0

idade da criança na ëpoca da cirurgia.

incidência quanto ao sexo,e lateralidade

~ ø ~ .-

associaçao com outras ma formaçoes conge- nitas

tratamento conservador prëvio

complicações põs-operatõrias

.-

resultado cirurgico

diagnöstico do P.T.C. foi confirmado rfrg

Q

diologicamente nas incidencias de frente e perfil.

4 ~

Para os pes que nao apresentaram resposta

ao tratamento conservador e para aqueles que chegaram ao

serviço de ortopedia numa fase imprõprma para este trata- mento, foi indicado o tratamento cirürgico, sendo que to

dos os pacientes utilizaram aparelho gessado no pre-opera

tõrio.

O serviço de ortopedia e traumatologia do H.I.J.G. tem como norma a seguinte conduta para o põs

-operatõrio:

trocar o aparelho gessado de sete em sete

dias durante três meses.

retirar os pontos da incisão cirürgica al ternadamente no l59 dia põs-operatõrio e

no l8Q dia retira-se todos os pontos rei

tantes.

acompanhariozpaciente ambulatorialmente

(14)

14

A »~

ç tres em tres meses durante dois anos.

Estabeleceu-se os seguintes critërios na -

avaliação dos resultados(16).

l. Excelente Resultado: aqueles pës com com pleta correçao das deformidades, que ti

nham um aspecto relativamente normal ,

eram assintomãticos, a dorsiflexão e a flexão plantar da articulação tibioetãr-

sica e a mobilidade da articulaçao sub

-talar eram normais ou quase normais; e a musculatura da panturilha era normal.

_.

2. Bom Resultado: aqueles pes com completa

ou quase completa correção das deformidg

des, com um aspecto relativamente normal

e assintomãticos ou com queixas de des - conforto durante as atividades fisicas ;

mobilidade das articulações tTbio-tãrsi-

ca e sub-talar ligeiramente diminuida e

com a musculatura da panturilha normal.

3. Regular Resultado: aqueles pës com corri

ção parcial das deformidades, com moderg

da limitação da mobilidade da articula - ção tibio-tãrsica e sub-talar, com quei

xas de desconforto moderado e musculatu-

ra da panturilha diminuidaa ~

4. Mau Resultado: aqueles pës nao corrigidos, com deformidades residuais, que tinham a

musculatura da panturilha bastante diml nuida e a mobilidade das articulações

(15)

15

tibio-tãrsica e sub-talar muito limitadas

que apresentavam dor progressiva com as

atividades fisicas ou que necessitavam -

(16)

1 6

IV RESULTADOS

Atendendo os objetivos propostos por este trabalho, sao os seguintes os resuitados a serem apresen tados.

Das 87 crianças estudadas o P.T.C. foi

mais encontrado no sexo mascuiino, 48 casos (55,2%) que

no feminino, 39 casos (44,8%). Observar Tabela 1 aba;

X0. '

Tabela 1

Distribuição da Pé torto congênita segundo

O SEXO.

Sexo N? %

Masculino 48 52,2

Feminino 39 44,8

Total 87 100,00

Fonte: SAME, H.I.J.G. -¡FD0lis/1985

A deformidade era bilaterai em 44 crianças (50,5%), sendo 23 meninos (26,4%) e 21 meninas (24,1%) e unilateral em 43 crianças (49,5%). Comprometia o pë dl reito em 25 crianças (28,8%), 15 meninos (17,3%) e 10 mg

.-

ninas (11,5%). O pe esquerdo foi acometido em 18 crian

ças (20,6%) sendo 10 meninos (11,5%) e oito meninas (9,2%), ë 0 que mostra o Grãfico Numërico 1.

(17)

N? de Casos GRÁFICO N9 l 17 Meninos ¿q . E] Meninas

za»

zo-

aa-

u-

u.-

nf

40 1

8..

6.1

Í]

à \\\\\\\\\\\\\\\\ _ 1-_-n `1 'I \\\\\\\\\_`|

/z

f I |n

Ígx

Fonte: SAME, H.I.J.G. - Fpolis/1985

- i

Bilateral Direito Esquerdo

(18)

_

A faixa etaria em que se obteve maior nümg

ro de casos de P;T.C. foi a compreendida entre zero e

«-4.

dois anos com 36 crianças (41,2%), como expoe a 1TabeIa

2.

Tabela II

Distribuição dos casos do P.T.C. segundo a faixa etária.

Idade [anos] N9 de casos %

o

›--

2 as 41,2 2

r--

4 27 31,1 4

»--

5 oa 9,2 5

›--

õ 11 12,7 2; 8 U5 5,8 Total 87 1UÚ,UO

Fonte: SAME, H.I.J.G. - Fpolis/1985

~ .-

Em reiaçao ao tratamento conservador pre

vio, a tabe1a III mostra que 60 crianças Ç68,9%) dos ca

sos operados receberam gesso de kite com o objetivo de

av 1 OV

1

^"

correçao da ma formaçao e 27 crianças (3 ,I%) nao recg beram qualquer tratamento.

(19)

T9

Tãbelõ ÍIÍ

Distribuição do P.T.C. segundo tratamento

Conservador.

Tratamento Conservador N9 %

sin eo 65,9

NÃO 27 31,1

Total 87 1lU;OO

Fonte: SAME, H.I.J.G. - Fpoliâ/1955

Ao analisarmos as 87 crianças, vimos que ~ ._

l8 delas (20,6%) apresentayam mã-formaçao congenita as-

sociada, sendo que as mais encontradas foram hidrocefa

lia três casos (3,44%); luxação congênita do quadril

Q ._ ~

tres casos (3,44%) e ma-formaçao dos membros superiores

(20)

20

Tabela IV

Tipo de ireqüência de mã-formações associa

das do P.T.C.

Tipo de mal-formações N9 de casos %

Hidcmcefalia 3 3,44

Luxação congênita do quadril 3 3,44

Ma formacao membros superiores 3 3,44

MS formação memoroe inferioree 2 2,29

Ma formaçao membros suo. infer. 2 2,29

Hidrocele + hérnia inguinal 1 1,14

Hërnia inguinal 1 1,14

Mieldneningocele 1 1,14

Mielomeningocele + hidrocefal. +

lux. c. quadril 1, 1,14

Toxoplasmose í catarata congênita 1 1,14

Total 18 20,68

Fonte: SAME, H.I.J.G. - Fpolis/1985

Das complicações põs-operatõrias encontradas

na amostra, houve uma predominância marcante de cicatriz

hipertrõfica com oito (8) casos (9,22%) num total de T5 casos (17,24%) em que ocorreram complicações (Tabela V).

NOTA: Esta complicação tem diminuído nos ultimos anos ~

(21)

21

Tabela V

Tipo de freqüência de complicações pÕs-ope- ratõrias do P.T.C. (Preoooes e Tardíasl.

Tipo de complicações N? de casos %

Cioatriz hipertrõpioa B 9,22 Equinismo Infecção Volkamnn Deisoênoia 3 3,45 2 2,29 1 1,14 1 1,14 Total 15 17,24

Fonte: SAME, H.I.J.G. - Fpolis/1985

4 A Tabela VI mostra o resultado dos l07 pes

.ø .-

submetidos ao tratamento cirurgico pela tecnica de Codi- villa, modificada por Lovell que foi o seguinte:

_

Em nenhum pe operado conseguiu-se um excg

Tente resultado.

O resultado foi considerado mau em

seis (6) pës (4,70%).

No restante da amostra os resultados obtl

dos foram classificados como bom, 43 pës

(32,80%) e regular 82 pës (62,50%). (Tabe la VI).

(22)

Tabela VI

?¿

Distribuição dos resultados obtidos com o

tratamento cirúrgico do P.T.C. Resultado N9 de casos 2 Regular Bom H Mau Excelente 82 43 06 62,5 32,5 4,7 Total 131 100,00

(23)

23

v

Discuss/Í\o

.-

Numa analise de 87 casos de P.T.C. do

H.I.J.G. observa-se um predominio do sexo masculino sg

bre o feminino numa proporção de l,23:l. Relacionando-se

a lateralidade da afecção com o sexo, observou-se um pre dominio do lado direito sobre o esquerdo em ambos os se

xos. O tratamento cirürgico foi realizado com maior fre

Q _

qüencia na faixa etaria compreendida entre zero e dois anos, sendo que a maioria fez o tratamento conservador prêvio.

ø ~

As ma formaçoes encontradas foram as mais variadas possiveis como podemos notar: hidrocefalia, lu

xação congênita do quadril, mã formação dos membros supe

riores, mã formação dos membros inferiores, mã formação

dos membros superáores e inferiores, hidrocele, hërnia inguinal, toxoplasmose congênita, mielomeningocele e cg tarata congênita. As complicações encontradas no põs-opg

ratõrio variaram muito, porêm a complicação mais freqüen te foi cicatriz hipertrõfica. Obteve-se pelos diversos

_

motivos um resultado cirurgico classificado como regular para a maioria dos casos.

O conhecimento da anatomia patolõgica do

(24)

r

24

todos os elementos em conjunto, explicar a formação do

equinismo, varismo, adução e supinação.

Em relação ao esqueleto do P.T.C. apresenta modificaçoes na forma, contorno dos ossos e relaçoes de

articulares. Essa modificação das relações articulares

4

ira se acentuando com o preenchimento dos moldes cartila

ø 4

ginosos pelos nucleos osseos.

Quando o paciente inicia a marcha, irã so mar-se ã modificação externa uma modificação, interna das

~

estruturas trabeculares que irao se hipertrofiar na colu

.- _

na externa do pe, sendo que a coluna interna apresentara relativa osteoporose, de acordo com a Lei de Delpeck ou

~ ' _ _ i (19 '+9

10:13:

1k:17)

da adaptaçao fisiologica .

O varo do pë posterior ou calcãneoz inver -

são ë produzido ãs custas do deslocamento rotatõrio que

_.

o calcaneo realiza sobre si mesmo.

0 equinismo do pë posterior ë devido ao

, .`

desvio plantar interno.que realizam o talus e o calcaneo,

~ ~ -

somados a retraçao do tendao de Aquiles, a capsula tibio

-tãrsica posterior ao ligamento calcãneo-fibular-poste -

rior com arqueamento da região dorsal do pë e encurvamen to da regiao plantar.

A adução ë devida ao desvio interno dO navl cular e cubõide sobre o tãlus e calcãneo respectivamente, fazendo com que o l9 metarsiano se articule com a face interna do primeiro cuneiforme.

A supinação consiste na ascensão do lQ .

mí tarsiano e abaixamento do 59 metatarsiano ao redor do

(25)

25

maior eixo longitudinal do pë.

.-.., .-

'

Na regiao interna inferior e posterior ctpe os ligamentos encontram-se retraidos e encurtados, z. en

quanto que na regiao dorsal externa estao distendidos. O ligamento deltoideano encontra-se fortemente retraido ,

ø ~

os feixes posteriores do ligamento tibio-tarsico estao também retraidos da mesma forma que o ligamento interõs-

seo. Como importante obstãculo ã redução do equinismo en

contramos o ligamento de Bassel-Hagen. A redução da adu- ção do pë anterior ë dificultada pelo ligamento calcãneo anterior ë dificultada pelo cubõide que não se encontram na sua posição normal. A aponeurose ou fãscia plantar ,

com sua retraçao contribui para fixar a deformidade em

cavo.

Os musculos tibial anterior, tibial poste

-4

rior, flexor proprio do primeiro artelho e flexor comum

dos artelhos, encontram-se retraidos da mesma forma que

o tendão de Aquiles. O musculo tibial anterior encontra- se hipertrofiado e com seu tendão desviado internamente.

4 ..-

O musculo tibial posterior encontra-se tambem hipertro - fiado e retraido e tende a escapar da goteira retromaleo

~ 4

lar. O tendao de Aquiles e mais curto e maisrlargo e se

gundo Stewart, apresenta-se inserido mais medialmente no

calcãneo. O flexor prõprio do l9 artelho e o flexor cg mum dos artelhos encontram-se tensos pela prõprda defor- midade em equino, varo, adução e supinação do pë, mas

não constituem obstãculo para a redução da deformidade se não forem alongados no ato operatõrio. Os tendões do

(26)

26

curto e longo fibular lateral encontram-se distendidos ,

mas sao passiveis de serem equilibrados com seus antago- nistas quer no tratamento conservador quer no tratamento

z *' .

cirurgico.

Ao se estudar clinicamente o P.T.C., deve -

mos aterànos ao fato de que, dificilmente podemos estabe

lecer regras, normas e graus exatos para todos os pës .

Devemos Para efeito de sistematização, dividi-los em re-

laçao ao maior ou menor grau de deformidade, da mesma -

forma, de como se comportam frente ao mesmo tipo de tra

tamento utilizado.

Oswaldo Pinheiro Campos, no VII Congresso

da Sociedade Brasifleira de Ortopedia e Traumatologia, ba

A _ ~

seou-se no grau de resistencia a correçao passiva das

deformidades, na maior ou menor acentuaçao dos componen-

tes da deformidade e, de como estas se comportam frente

ao tratamento conservador. A sua classificação para o

- _

P.T.C. e a seguinte:

- Irredutivel - Redutivel - Postural

Irredutivel - E o tipo mais severo de P.T.C

apresentando um grande grau de irredutibilidade nas ma

nobras passivas de correçao e reage mal ao tratamento

conservador. A cirurgia deve ser instituida precocemente porëm ser a mais ampla possivel com correção no pë pos terior, onde a correçao do equinismo e varismo devem ser completas.

n

(27)

27

4

Existe uma acentuada atrofia do musculo da

panturrilha. O calcanhar neste tipo, aparece muito eleva

fl 4

do e atrofiado, hipoplasicoúe dificilmente identificavel

os seus contornos. 0 tendão de Aquiles ë curto e grosso,

apresentando-se tenso, ã menor tentativa de redução do

equinismo. O pë posterior encontra-se ainda em atitude

de varo, dificilmente redutivel manualmente. O antepë ë

4 4

curto, largo e polpudo, e o desvio em aduçao,do pe ante-

rior ultrapassa, as vezes, os noventa graus, com eixo longitudinal do membro inferior. O primeiro artelho, mui

to mais curto que os demais, estã elevado e, 0 quinto -

4 4

baixado, caracterizando a grande supinaçao do pe »..ante rior.

Redutível -Este apresenta todos os componen

tes da deformidade em menor grau, e a caracteristiëa prin

cipal ë de que todas são parcialmente redutiveis nas mi

nobras passivas. O calcãnhar jã ë bem mais delimitado em

seus contornos. A adução e a supinação são corrigiveis em parte ou na sua totalidade, atravës de manobras passivas. O cavo ë menos acentuado e o calcãneo-inversão, ou varo

4 ~

do pe posterior reage bem a correçao. E do tipo que rea

ge favoravelmente ao tratamento conservador, se bem orien tado e bem seguido.

Postural -»E o falso P.T.C. ou P.T.C. apareg

te, cujos componentes não se apresentam em tão intenso

~ ~ 4

grau. O equinñsmo, o varismo, a supinaçao e a aduçao, sao totalmente redutiveis passivamente.

(28)

28

quanto ao tratamento. Simples manipulaçoes ou apenas o

uso de sapatos corretivos, colocam o pë em posição nor -

mal. Chama-se atenção para o fato de ter-se atitude de

P.T.C. sem P.T.C. verdadeiramente. E um pë de conforma-

~ 4

çao normal com movimentos conservados e tambem normais. 16

Nao existe atrofia da musculatura da panturilha( ).

~ -

O P.T.C. nao constitui um obstaculo para o inicio da marcha, pois existe uma capacidade de adapta-

ção muito grande por parte dos pacientes jovens. A mai

cha ë claudicante, se a deformidade ë unilateral. Os

4 pontos de apoio localizam-se na borda externa do pe ,

tanto na sua parte anterior, quanto posterior.

E durante 0 ato cirürgico que se nota o quão espessados se encontram cãpsulas e ligamentos. O higroma, que invariavelmente ë encontrado, nos

pacienüs

maiores, nao ressecado, involui espontaneamente tao

logo se modifique o apoio plantar. V

ø -

Radiologicamente, havera nos pes dos pa

cientes que se encontram caminhando, um reforço da tra

béculação, segundo a lei de Delpech, ou seja, dos os sos da coluna externa do pë.

O pë anterior encontra-se desviado interna mente, fazendo com o eixo da perna um ãngulo de noventa graus. A região plantar estã voltada para trãs e para

cima. O calcanhar encontra-se elevado nao tocando o so

lo durante a marcha, configuração das deformidades em

(29)

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A radiografia como meio auxiliar do exame

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clinico e fundamental, no estudo do P.T.C.. Atraves da

radiografia podemos antes do inicio do tratamento, ver a ~ ... 4 -

real disposiçao dos varios elementos osseos, determinar

o grau dos desvios e, durante o tratamento, acompanhar a gradual correção das deformidades.

Em nosso estudo foram utilizadas as incidën

cias radiolõgicas em ãntero-posterior e perfil.

Foi wisbrum quem sugeriu a incidência ãnte- ro posterior, onde iremos observar a relação entre o tã- lus e o calcãneo, que em virtude do varo do pë posterior

ou calcãneo-inversão, o calcãneo vem se colocar sob o

tãlus. Observa-se radiologicamente tambëm que o cubõide

gira sobre o calcãneo ficando desviado internamente. No

f _ ~

pe anterior, iremos notar alem S da aduçao dos metatarsia

nos, com torçao de seus eixos um maior espessamento da

cortical externa.

Na incidência de perfil, o P.T.C. apresenta

rã o tãlus luxado anteriormente em relação a tibia. O calcãneo acompanha o movimento do tãlus em direção plan

(31)

3?

vi coNcLusõEs

O P.T.C. incide com maior freqüência nos Recëm-nascidos do sexo masculino (55,2%).

O P.T.C. ë uma deformidade que não raro

esta associada a outras malformações.

A redução cirürgica das malformações do

P¡T.C. sao facilitadas pelo tratamento conservador com o mëtodo de Kite.

A cirurgia tem maior possibilidade de su

cesso se realizada em idades menores, is

to porque, quanto menor a idade do pa

ciente, maior serã o montande de cartila

gem que envolve os nücleos õsseos do pë

e, portanto maior a possibilidade de se

rem moldados em sua nova posição.

Concluímos que um P.T.C. apresenta -

muitas dificuldades, visto que dos Í l3l

pës operados (62,5%) apresentaram resul- tado regular e em nenhum caso se obteve um excelente resultado.

(32)

32

._ __

VII - REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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TCC

UFSC

CM

0224 Ex.l N-CMM TCC UFSC CM 0224

Autor: Cunha, Romildo Cro

Título: Análise de 87 casos de pé tono

IIIIIIIIIIIIIIII IIIIIII II 972814412 Ac. 253413 Exl UFSC BSCCSM

Referências

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