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Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil

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Academic year: 2021

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(1)Revista de Ciências Gerenciais Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ENERGIAS RENOVÁVEIS O etanol no Brasil. Izabel Rigo Portocarrero Universidad de Salamanca - USAL (ES) portocarrero@usal.es. RESUMO A massiva emissão de gases de efeito estufa, a natureza finita e as constantes oscilações de preços dos combustíveis fósseis, nos quais se alicerça a matriz energética mundial, fizeram com que a atenção mundial se voltasse à busca de fontes alternativas e menos impactantes de energia. Neste panorama, em que se pretende integrar a proteção do meio ambiente e o crescimento econômico, surgem às energias renováveis e como derivadas, os biocombustíveis. Neste artigo, através de uma análise descritiva e exploratória, fundamentada em fontes de dados secundárias, pretende-se apresentar os biocombustíveis como fonte energética menos poluente e alternativa ao petróleo, descrevendo as vantagens da produção do etanol produto da cana-de-açúcar em relação a outros cultivos bioenergéticos. Ao mesmo tempo, serão apontados os principais impactos sócio-ambientais implicados na expansão da produção e a necessidade de investir-se em pesquisas focadas na sustentabilidade de sua cadeia produtiva. Palavras-Chave: crise energética; combustíveis fósseis; sustentabilidade; energias alternativas; etanol brasileiro.. ABSTRACT Massive greenhouse gases emissions, the finite nature and the constants oscillations on market prices of fossil fuels, which compose the basis of the world energetic matrix, made the world turn the attention to alternative fuel sources which entail less environmental impacts. Intending to combine nature protection and economic growth, renewable energies emerge and so do the biofuels. In the present article, trough a descriptive and explorative analysis based in secondary resources data, biofuels are presented as a less pollutant alternative to oil and the advantages of sugarcane ethanol are described and compared to other energetic harvests. At the same time, topics as socioenvironmental impacts of ethanol production expansion and the necessity for investing in research on the production chain will be raised and discussed.. Anhanguera Educacional Ltda.. Keywords: Energetic crisis. Fossil fuels; Sustainability; Renewable energies; Brazilian Ethanol.. Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 rc.ipade@anhanguera.com Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Informe Técnico Recebido em: 08/08/2010 Avaliado em: 15/08/2011 Publicação: 13 de novembro de 2012. 273.

(2) 274. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. 1.. INTRODUÇÃO A ideia de que se deve substituir os combustíveis fósseis por outras fontes energéticas mais limpas goza de uma grande aceitação entre a opinião pública. No entanto, a percepção social baseia-se no falso mito de que esta mudança reduz-se a uma simples questão de vontade política e capacitação técnica. Poucos são conscientes de que a substituição dos combustíveis fósseis requer a revisão do atual modelo sócio-econômico fundado na admissão do dogma do crescimento econômico exponencial e ilimitado, pela evidente ausência de interesse político-econômico e as dificuldades sócio-culturais de aceitar e incorporar dita transformação. Atualmente, 85% da energia primária consumida no mundo procedem dos combustíveis fósseis e metade desta porcentagem é representada pelo petróleo. Se não se concreta um rápido desenvolvimento tecnológico, agregado a uma revolução no modelo de consumo energético, a quantidade total de carvão, petróleo e gás utilizada poderá incrementar-se em altas escalas em relação aos níveis atuais, com seu conseguinte impacto sobre o meio ambiente global (IEA, 2009). Isso se esta evolução não se choca com duas barreiras que já se perfilham com claridade no horizonte: o aquecimento global e o fim do petróleo barato. Utilizando uma abordagem exploratória, cuja tendência é a identificação de conceitos e a familiarização com a temática estudada, com base em fontes de dados eminentemente secundárias e recentes, como relatórios governamentais, estudos de impacto ambiental e obras doutrinárias, o presente artigo apresenta o desenvolvimento do projeto de pesquisa que se intitula “Energia e desenvolvimento sustentável: impactos e o resgate de fontes renováveis no Brasil”, aportando parte dos resultados até então obtidos. A pesquisa, financiada pela Anhanguera Educacional S.A. e pela Funadesp (Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular), pretende demonstrar os impactos ambientais gerados pela utilização da energia, cujo primeiro marco significativo é a Revolução Industrial, defendendo a insustentabilidade dos níveis de consumo de combustíveis fósseis atuais, seja pela emissão de gases nocivos à atmosfera, seja pela alta oscilação no preço do petróleo ligada a questões políticas ou naturais (posto que é uma fonte de energia não renovável). Nesse panorama, apresentar-se-ão os biocombustíveis como solução viável, tanto ambiental, quanto economicamente, trazendo o foco da investigação ao Brasil, que tem se despontado como importante produtor e consumidor de bioenergia. Trata-se de um estudo piloto, cujos dados levantados servirão de base à tese doutoral, na qual se pretende aprofundar a investigação no estudo do etanol brasileiro, produto da cana-de-. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(3) Izabel Rigo Portocarrero. 275. açúcar e, a partir do estabelecimento de parâmetros de certificação ambiental, desvelar sua potencialidade como produto de exportação à União Européia.. 2.. O PARADIGMA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL “Habitamos un mundo finito”. Esta afirmação, suscitada pela filósofa Vázquez Martín (1999), possui como base uma noção de limite relativamente nova, pois seu debate iniciou-se na segunda metade do século passado. Pode-se considerar como uma de suas molas propulsoras a primeira observação do planeta Terra desde o espaço exterior, em 1969. As imagens então produzidas, que nos permitiram ver bem definido o globo terrestre, contribuíram notavelmente para forjar a percepção indiscutível de que a Terra não é uma fonte inesgotável de recursos, incitando uma nova reflexão acerca dos impactos exercidos pela ação do homem sobre o planeta. É nesse sentido que ponderam García Ferrando et al: (…) las dimensiones del Planeta parecen hoy más reducidas que a comienzos de los años cincuenta. Percepciones cotidianas y análisis científicamente fundados acerca de los límites de nuestra frágil Nave Espacial viajando en el espacio parecen haber comenzado a ponerse en correspondencia, reconciliando conocimiento abstracto y sentido común: las implicaciones de ambos serían objeto de explicitación, argumentación y difusión en la „ola ecológica‟ de los años setenta (GARCÍA FERRANDO et al., 1999, in Vázquez Martín, 1999).. Esta reflexão também se credita à crise do petróleo que abalou o sistema econômico internacional na década de 70 e desvelou a insustentabilidade do mesmo, apontando para mudanças no modo de produção direcionadas ao equilíbrio entre economia e natureza e abrindo espaço para uma autocrítica do sistema econômico internacional e para a discussão da sustentabilidade como forma de compensar a sociedade pelas dívidas econômica, social e ambiental. O primeiro marco importante na conscientização dos problemas ambientais foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972, da qual emergiu o conceito de “ecodesenvolvimento” como compromisso para conciliar o crescimento econômico e a conservação dos ecossistemas. Este conceito foi substituído pelo de “desenvolvimento sustentável” em 1980, quando a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN) propôs uma estratégia mundial que tornaria indispensável a conservação dos recursos vitais e da diversidade para alcançar um desenvolvimento que se revestisse das características da sustentabilidade. O desenvolvimento sustentável surgiu, assim, do acordo entre aqueles que acreditavam que proteger a natureza e fomentar o crescimento econômico não eram objetivos contrapostos, mas complementares, integrando desenvolvimento e meio ambiente. O ato definitivo em sua formulação atual foi a criação da Comissão Mundial Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(4) 276. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMD), sob a Presidência de Harlem Brundtland, a qual deu nome ao relatório final de 1987, cujo título oficial é “Nosso Futuro Comum”. Neste se assenta a famosa definição de desenvolvimento sustentável como aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. A partir de então a questão ambiental adquire nova dimensão: a aceitação dos princípios básicos do desenvolvimento sustentável, implicando a adoção de novas práticas de gestão e a re-orientação de políticas públicas, a fim de conciliar o crescimento econômico com o bem estar social e a integridade do meio ambiente. Martins (1999) atribui uma natureza abstrata ao conceito de sustentabilidade pela dificuldade em defini-lo e por sua complexidade, já que pode ser percebido de um modo diferente em cada grupo social. Com efeito, a ideia de desenvolvimento sustentável está indissociavelmente ligada a interesses econômicos e políticos, daí a dificuldade em homogeneizar-se sua concepção. A bandeira uníssona levantada em seu favor é, no entanto, bastante difundida. Reside na necessidade de compatibilizar o contínuo crescimento econômico com a equidade social e com a proteção e administração eficientes do meio ambiente. Uma vez que a questão ambiental se converteu em um problema global, este seria um caminho ideal a ser seguido por países desenvolvidos e em desenvolvimento. Já é pacífico que o ocorrido em um rincão do mundo pode ser a causa de um efeito que se materializa em outro ponto geográfico.. 3.. A ENERGIA E SEUS IMPACTOS A proteção ambiental se demonstra especialmente em cada uma das milhares de decisões que afetam um território: onde se localizam as urbanizações, as indústrias, as atividades agropecuárias e extrativistas? Como operam? Como administram seus resíduos? Em que medida afeta e alteram seu meio? Essas preocupações cotidianas, relacionadas a pequenos e grandes aspectos, fazem surgir o conceito de impacto ambiental, que representa a alteração significativa dos sistemas naturais e transformados e de seus recursos, provocada por ações humanas. Para realizar uma análise correta do impacto ambiental exercido pela energia, faz-se necessário identificá-lo em todas as etapas do ciclo de sua produção e consumo. De acordo com Izquierdo Rocha et al. (2001): cualquier intento de planificación energética deberá tenerlas en cuenta de forma conjunta, y optimizar la decisión final atendiendo a consideraciones de tipo global, pero en las que tendrán un papel importante los parámetros ambientales y socioeconómicos locales o regionales.. O setor energético relaciona-se com o meio ambiente quase sempre de maneira negativa, considerando que a utilização da energia o afeta a partir do momento em que se Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(5) Izabel Rigo Portocarrero. 277. obtêm os recursos primários, passando pelo processo de transformação e culminando no próprio ato de consumo, o que origina uma longa cadeia de prejuízos à atmosfera, água, solo e seres vivos. Com efeito, dentre estes, é a atmosfera a mais impactada pelo uso da energia e é nessa, precisamente, em que recai a maior parte da preocupação mundial, já que representa um problema que escapa à mera consideração local ou nacional. Isso se deve ao fato de que, atualmente, 85% da energia primária consumida no mundo procede dos combustíveis fósseis (potenciais emissores dos chamados gases de efeito estufa), e metade desta porcentagem é representada pelo petróleo. À emissão massiva de gases de efeito estufa à atmosfera se imputa a origem do aquecimento global (IEA, 2009). O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) refere-se ao aquecimento global como qualquer mudança no clima ao longo do tempo, seja devido a variações naturais, ou como resultado de uma atividade humana. De fato, a temperatura atmosférica global é resultado de um equilíbrio entre diferentes fatores, a quantidade de radiação solar absorvida pelo planeta, a capacidade das diferentes superfícies da Terra, tanto marinhas quanto terrestres, e inclusive das nuvens, de refletir esta radiação, a quantidade de energia térmica irradiada ao exterior, a presença de aerossóis na atmosfera e a concentração de gases de efeito estufa (IPCC, 2001). O efeito criado pelos gases de efeito estufa, similar ao de uma estufa de plástico ou de vidro, consiste em que, sendo estas substâncias transparentes à radiação solar incidente, detém os raios infravermelhos refletidos, devolvendo-os à superfície. Anote-se que, por si só, ele não é prejudicial, e sim necessário para que exista vida em nosso planeta. Sem o efeito estufa natural gerado por seus dois principais gases, o CO2 e o vapor de água, a temperatura atmosférica média da Terra não seria de 15oC, temperatura ótima que permite a existência de ao menos dez milhões de espécies, mas de -20oC, de modo que as condições de vida seriam muito mais difíceis. O caráter benéfico ou prejudicial do efeito estufa é marcado, portanto, pela proporção dos gases que o originam (GONZÁLEZ, 2005). Segundo o relatório “Energía: Presente y futuro de las diversas tecnologias”, da Academia Européia de Ciências e Artes, publicado em 2005, os gases emitidos na combustão de combustíveis fósseis mais significativos são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o dióxido de enxofre (SO2), e o óxido nitroso (N2O). Outros importantes gases. de. origem. antrópica. relacionados. com. o. aquecimento. global. são. os. hidrofluorcarbonos (HFC), os perfluorcarbonos (PCF) e o hexafluoreto de enxofre (SF6). Dentre estes, o mais abundante é o dióxido de carbono (CO2), que sofreu um crescimento exponencial em sua concentração atmosférica de 200 partes por milhão (ppm) ao final da. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(6) 278. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. última glaciação, para 270 ppm na era pré-industrial, até alcançar as 371 ppm atuais. Esta concentração é considerada a mais elevada dos últimos 20 milhões de anos, crescimento que continua ao ritmo de 0,4% anual. A razão que explica este incremento está nos processos de combustão, tão generalizados em nossa sociedade (meios de transporte, processos industriais, calefação etc.), que têm o CO2 como principal produto resultante. As previsões de emissões de CO2 à atmosfera não são otimistas. Relatórios do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), da Agência Internacional de Energia (IEA), do World Energy Council (WEC) e da Comissão Européia (EU) prevêem um aumento anual das emissões na ordem de 2% durante as três próximas décadas, com emissões anuais próximas a 40 milhões de toneladas. De acordo com o relatório “Energía: Presente y futuro de las diversas tecnologías” (2005): En los próximos años, el consumo de energía en el ámbito mundial va a aumentar a un ritmo del orden del 2% anual, principalmente por la incorporación al mundo industrializado de países como China y la India, que con una población del orden del 40% mundial y un crecimiento importante de su economía, tienen todavía un consumo energético per capita muy inferior al de los países industrializados hacia los que convergen, así como un sistema muy ineficiente desde el punto de vista de la energía. (Academia Européia de Ciências e Artes, 2005, p. 21). A compatibilidade deste crescimento com o caráter finito da energia oriunda de fontes fósseis apresenta-se como evidente desafio. Existe um consenso em torno à falta de dados fiáveis sobre as reservas de petróleo atualmente existentes no mundo, especialmente no caso dos países petroleiros que têm nacionalizadas suas jazidas, porque nestes os dados são um segredo de Estado. A grande maioria dos estudos conclui que as reservas originárias de petróleo oscilam em torno a 2 bilhões de barris. O relatório “Global 2000”, publicado em 1980, por exemplo, estima umas reservas originárias de 2,1 bilhões de barris. Outro estudo denominado “World Oil Supply 1929-1950”, realizado por Petroconsultants, em 1995, coincide totalmente com o informe anterior (Zittel et al, 2003 y 2004). A Association for the Study of Peak Oil (ASPO), dedicada ao estudo do pico do petróleo e a elevar a consciência dos governos e da sociedade sobre o problema, mantém a estimativa de que o total de petróleo convencional originário é de 1,85 bilhões de barris (ASPO, 2003). Segundo informações desta associação, dez das vinte nações que produzem cerca de 85% do petróleo mundial já presenciam um constante decréscimo em suas explorações (ASPO, 2003). Grande parte dos estudos realizados que se destinam a calcular a quantidade de petróleo ainda existente no mundo prevê que a produção global de petróleo atingirá seu ápice em algum momento entre agora e 2040 (IEA, 2009; DirectorateGeneral for Research Energy, 2003; Cambridge Energy Research Associates, 2005). Estas estimativas são preocupantes, e sob qualquer perspectiva de analise, seja pelos impactos. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(7) Izabel Rigo Portocarrero. 279. climáticos que implicam a massiva emissão de gases de efeito estufa, seja pela insegurança na provisão da fonte energética em que se apoia a matriz energética mundial, denotam que a manutenção do sistema atual apresenta-se insustentável para as próximas gerações.. 4.. A ENERGIA RENOVÁVEL COMO ALTERNATIVA Neste panorama é que as fontes de energia renováveis surgem como uma alternativa bastante viável do ponto de vista econômico e ambiental ao abastecimento energético mundial. Atualmente se manejam cifras modestas que situam a contribuição destas fontes entre 4% e 5%, mas se projetam objetivos mais ambiciosos. Em que medida as energias renováveis podem contribuir para melhorar a estrutura da oferta energética do futuro dependerá da agressividade e eficácia das políticas de penetração que realizem, mas como toda economia que obedece a regras de mercado, é evidente que sua incidência estará fortemente influenciada pelos preços das outras energias (Academia Europeia de Ciências e Artes, 2005). Como energias renováveis se consideram aquelas que utilizam para sua geração recursos naturais que se renovam constantemente, como a força do vento, da água, a radiação solar, a biomassa ou o calor das camadas profundas da terra, entre outros. Apesar de estas fontes energéticas serem conhecidas e exploradas pelos seres humanos há muito tempo, eis que praticamente era a única fonte de abastecimento energético da humanidade até a Revolução Industrial, seu redescobrimento data de somente três décadas, coincidindo com as sucessivas crises do petróleo. Buscavam-se alternativas autônomas ao petróleo para ajudar a reequilibrar a balança de abastecimento e satisfazer a cada vez mais exigente demanda social a favor de um meio ambiente mais saudável. Neste contexto, o Brasil ocupa uma posição destacada em função da significativa participação das fontes renováveis em sua matriz energética. Segundo informações do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA), 45% da Oferta Interna de Energia (OIE) é renovável, enquanto a média mundial é de 14% e, nos países desenvolvidos, de apenas 6%. A OIE, também denominada matriz energética, representa toda a energia disponível para ser transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos do País. Este programa, conforme descrito no Decreto 5.025/2004, foi instituído com o objetivo de aumentar a participação da energia elétrica produzida por empreendimentos concebidos com base em fontes de energia eólica, da biomassa e de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no Sistema Elétrico Interligado Nacional (SIN). O intuito é promover a diversificação da matriz energética brasileira, buscando alternativas. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(8) 280. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. para aumentar a segurança no abastecimento de energia elétrica, além de permitir a valorização das características e potencialidades regionais e locais (PROINFA, 2009). Em grande parte, o componente renovável da matriz brasileira se deve à geração hidroelétrica de energia, mas os derivados da cana-de-açúcar também merecem destaque, representando 14% da energia primária. A participação da cana-de-açúcar leva em consideração não apenas o etanol consumido pelos veículos automotores, mas também a utilização do bagaço nas usinas. O bagaço é o resíduo sólido da produção de açúcar e etanol, destinado basicamente à geração de energia, nas formas térmica, mecânica e elétrica. Essa energia é capaz de suprir uma expressiva parcela da demanda das unidades produtoras e ainda gerar excedentes exportáveis à rede elétrica (BRASIL, 2007). Em termos de vantagens comparativas a nível internacional, destacam-se: a perspectiva de incorporação de novas áreas à agricultura de energia sem competir com a agricultura de alimentos, o balanço energético positivo da produção de cana-de-açúcar, e a redução dos níveis de emissão de CO2, no que se refere a toda a cadeia produtiva. Brandão et al. (2005) concluem que cerca de 80% do aumento da área cultivada com lavouras nos últimos 10 anos no Brasil deu-se em antigas áreas de pasto. A área total de pastagem no país é de quase 200 milhões de hectares e a área agrícola atualmente cultivada está num patamar de 60 milhões de hectares, o que permite dimensionar o enorme potencial produtivo do país. No mesmo sentido, afirmam Goldemberg et al (2008): O Brasil possui um volume expressivo de área potencialmente agricultável. Existem diferentes estudos referentes à disponibilidade de terra que, em geral, tendem a convergir para uma área potencial superior a 100 milhões de hectares na região do cerrado. Existe, ainda, uma enorme área de pastagem caracterizada por baixa produtividade de forragens e que atualmente começa a ser integrada ao sistema de grãos, configurando um inovador sistema de rotação. (GOLDEMBERG, 2008, p. 22). Em setembro de 2009 foi publicado o Zoneamento Agroecológico da Cana-deaçúcar para a produção de etanol e açúcar no Brasil (ZAE Cana), que tem como objetivo principal orientar a expansão e produção sustentável de cana-de-açúcar no território nacional. O documento foi oficializado por meio da publicação do Decreto Presidencial 6.961/2009 e enviado ao Congresso Nacional em forma de projeto de lei (PL 6.077/2009). Enquanto o PL 6.077/2009 não for votado na Câmara dos Deputados e no Senado, as medidas nele contidas funcionarão apenas como diretrizes para a concessão de crédito rural e agroindustrial. Através do ZAE Cana pretende-se mitigar os potenciais impactos gerados pela expansão da produção de etanol no Pantanal, Bacia do Alto Paraguai e Amazônia, além de indicar e especializar o potencial das terras para a produção da cultura da cana-de-açúcar.. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(9) Izabel Rigo Portocarrero. 281. Para tanto, realizou-se uma avaliação baseada nas características físicas, químicas e mineralógicas dos solos. Os principais indicadores considerados na elaboração do Zoneamento Agroecológico foram à vulnerabilidade das terras, o risco climático, o potencial de produção agrícola sustentável e a legislação ambiental vigente (EMBRAPA, 2009). Ampliar a produção de etanol da cana-de-açúcar e conquistar o mercado internacional são as atuais metas prioritárias do setor sucroalcooleiro no Brasil, que tem recebido amplo apoio do governo federal. Para alcançá-las, produtores e governo já aceitaram que precisam incorporar a suas estratégias o tema da sustentabilidade ambiental. Por isso, ambos têm se esforçado para sinalizar a potenciais compradores externos que o etanol brasileiro contribui para a mitigação das mudanças climáticas globais e que os passivos ambientais não serão ampliados. Atualmente, o Brasil responde por 1/3 da produção mundial do etanol. Este resultado é um reflexo do programa Próalcool, de 1975, posto em marcha pelo governo para paliar os efeitos da crise do petróleo da década de 70. O país conta com uma frota de cerca de três milhões de carros funcionando a 100% com este biocombustível, além do fato de todo o combustível de motores conter ao menos 25% de etanol (Academia Européia de Ciências e Artes, 2005). Para suprir esta demanda, estão funcionando 330 unidades processadoras de cana-de-açúcar no país, sendo que, destas, 226 situam-se no Centro-Sul, região que lidera a produção de álcool anidro e hidratado. A produção de cana-de-açúcar ocupa 2,4% do solo agricultável nacional. Em termos de geração de emprego, o setor sucroalcooleiro responde por 14% dos empregos totais e por 6% dos empregos agroindustriais brasileiros, empregando aproximadamente um milhão de pessoas, das quais 511 mil trabalham na produção agrícola, sobretudo no corte de canade-açúcar (UNICA, 2007). Grande parte da presente produção brasileira de biocombustíveis é consumida domesticamente, sendo pequeno o percentual destinado ao mercado internacional. Estima-se que menos de 10% da produção total seja destinada ao mercado externo, no entanto, projeções feitas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) baseadas tanto nas expectativas de consumo interno, quanto externo, indicam que a produção de etanol deva alcançar cerca de 38,6 bilhões de litros no ano de 2017. O consumo interno para o mesmo ano está projetado em 28,4 bilhões e as exportações em 10,2 bilhões (MAPA, 2005). Os dados atuais e as projeções de mercado refletem o dinamismo tanto na produção, como no consumo interno e exportação do etanol brasileiro. Não obstante, a produção em massa deste biocombustível enfrenta graves problemas sócio-ambientais, os. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(10) 282. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. quais são reconhecidos inclusive por estudos oficiais da União Europeia (ver DG Internal Policies of the Union: Security of Energy Supply). Uma pesquisa divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) indica que dentre as tecnologias atuais apenas o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil, o etanol como subproduto da produção de celulose e o biodiesel produzido a partir de óleos usados podem reduzir substancialmente as emissões de gases de efeito estufa, se comparados com a gasolina e o diesel convencional. As outras tecnologias utilizadas na produção de biocombustíveis, de modo geral, oferecem reduções de emissões menores de 40% em comparação com os combustíveis fósseis (DOORNBOSCH et al., 2007). Quando se consideram impactos como a acidificação e empobrecimento do solo, uso de fertilizantes, perda de biodiversidade, contaminação por agrotóxicos, competição com outros cultivos alimentícios, riscos biológicos derivados de cultivos transgênicos, o deslocamento de populações rurais pela utilização de tecnologia mecanizada e a exploração da força de trabalho, o impacto sócio-ambiental do etanol pode facilmente exceder ao dos combustíveis fósseis. Por outro lado, enquanto grande parte dos biocombustíveis de primeira geração apresenta baixos rendimentos energéticos, o etanol produto da cana-de-açúcar apresenta um balanço positivo. Conforme relata uma pesquisa realizada pela CPE (Coordinadora Campesina Europea), a eficiência energética está em torno de 1 para o etanol produzido a partir do milho (1,00 = mesma quantidade de energia gasta na produção que o conteúdo energético no produto final), 1,06 para o etanol de trigo, e 1,14 para o etanol da beterraba. Apenas o etanol da cana-de-açúcar obteve resultado energéticos considerados bons neste estudo: 5,82 (SADONES, 2006). No entanto, é importante atentar-se para o fato de que é ilusório acreditar que o Brasil pode incrementar a produção de etanol com vistas a aumentar o consumo interno e converter-se no principal fornecedor mundial, usufruindo ao mesmo tempo de todos os benefícios sociais e econômicos que esta expansão de mercado pode lhe proporcionar, sem que antes desenvolva um plano de manejo sustentável da terra e práticas de processamento e distribuição condizentes com padrões sensatos de sustentabilidade. Ou seja, a implantação de uma produção em grande escala do etanol requer uma avaliação prévia de impactos que integre as dimensões sociais, econômicas e ecológicas envolvidas neste crescimento. No que se refere ao comércio internacional esta análise é exigida, inclusive, como pré-requisito para exportação do produto à União Europeia, que reclama a realização de uma certificação sócio-ambiental do biocombustível a ser comercializado. Para o setor sucroalcooleiro podem ser apontadas como questões ambientais importantes a proteção de bacias hidrográficas e o respeito às normas de gerenciamento. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(11) Izabel Rigo Portocarrero. 283. de recursos hídricos, o controle de efluentes líquidos e gasosos, a proteção de ecossistemas e de unidades de conservação públicas e privadas, a recuperação e proteção de áreas de preservação permanente e a expansão da cana-de-açúcar sobre biomas sensíveis e impróprios para a cultura. Como questões sociais relevantes, de outro lado, estão a garantia da segurança alimentar, a fiscalização para eliminação do trabalho escravo e infantil, a capacitação e treinamento de trabalhadores, a proteção dos direitos trabalhistas e previdenciários, além do desenvolvimento de políticas públicas voltadas à mitigação de potenciais impactos às populações rurais e indígenas (ESPÍNDOLA, 2009). Portanto, diante da crise energética em que hoje se imerge o mundo, na qual os biocombustíveis são vistos como alternativa ao petróleo e paliativos do aquecimento global, e considerando a já consolidada política brasileira de expansão do cultivo da canade-açúcar, é imperioso atentar-se aos impactos que este incremento nesta produção possivelmente produzirá nas esferas social e ambiental do país. Sem que tais impactos sejam levados em consideração, neste panorama de mudança de paradigma, a sustentabilidade do etanol pode tornar-se questionável e, da mesma forma, os benefícios que sua produção e consumo em grande escala podem promover. Nessas circunstâncias é que se deve investir no desenvolvimento de pesquisas focadas na sustentabilidade da cadeia produtiva do etanol, como modo de preparar o país para usufruir da melhor maneira possível as oportunidades de desenvolvimento social e econômico que a expansão de mercado lhe aportará, sem permitir que externalidades ambientais negativas sejam geradas.. 5.. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em 1972, quando se realizou em Estocolmo a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, iniciou-se o debate global acerca da necessidade de compatibilizar o crescimento econômico com a equidade social e a proteção e administração eficiente do meio ambiente. Este debate assumiu a roupagem de “desenvolvimento sustentável” e as atividades humanas geradoras de impactos negativos ao meio ambiente passaram a ser avaliadas a partir de uma perspectiva mais consciente e solidária com as futuras gerações. O impacto ambiental representa uma alteração significativa dos sistemas naturais e transformados e de seus recursos, provocada por ações humanas. No caso da energia, estas alterações acompanham todo o ciclo de produção e consumo, o que origina uma longa cadeia de prejuízos à água, solo, fauna, flora e, sobretudo, à atmosfera. Isso porque, atualmente, 85% da energia primária consumida no mundo procede dos. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(12) 284. Desenvolvimento sustentável e energias renováveis: o etanol no Brasil. combustíveis fósseis, potenciais emissores dos chamados gases de efeito estufa, aos quais se imputa a responsabilidade pelo aquecimento global. Metade desta porcentagem está representada pelo petróleo, recurso natural não renovável cujo valor de mercado vem sofrendo constantes oscilações devidas, em grande parte, à desproporção entre o volume de sua extração e a demanda cada vez mais crescente. Nesse panorama, surgem as energias renováveis como alternativa viável do ponto de vista econômico e ambiental ao abastecimento energético mundial. O Brasil ocupa uma posição destaca em função da significativa participação das fontes renováveis em sua matriz energética: 45% de sua oferta interna de energia é renovável, enquanto a média mundial é de 14%. Essa matriz é composta principalmente pela geração hidráulica de energia, no entanto, num contexto em que se buscam alternativas à utilização do petróleo, também se destaca a produção de biocombustíveis brasileira, da qual representam os derivados da cana-de-açúcar (etanol e bagaço) 14% da energia primária. As vantagens comparativas do biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil em relação a outros cultivos energéticos consistem na perspectiva de incorporação de novas áreas à agricultura de alimentos, no balanço energético positivo da produção de cana-de-açúcar e na redução dos níveis de emissão de CO2 no que se refere à cadeia produtiva. Estas vantagens vêm incentivando o consumo interno de etanol ao mesmo tempo em que despertam a atenção de potencias importadores do produto. A fim de atender a essa nova demanda, tem-se desenvolvido políticas de expansão da produção do etanol no território nacional, mas esta expansão não pode ocorrer de maneira desordenada, sob pena de comprometer-se a sustentabilidade do biocombustível e reduzir os benefícios que a expansão do mercado pode proporcionar ao país. Nesse sentido, importantes iniciativas, a nível privado e público, foram desenvolvidas no sentindo de implementar um plano de manejo sustentável da terra e práticas de processamento e distribuição condizentes com as dimensões sociais, econômicas e ambientais da sustentabilidade. Acredita-se que os investimentos em pesquisas focadas na mitigação dos potenciais impactos sócio-ambientais provocados pela expansão da produção do etanol brasileiro são a única maneira de preparar o país para usufruir integralmente as oportunidades de desenvolvimento que a expansão de mercado lhe aportará. Neste artigo foram expostos parte dos resultados até então obtidos na investigação doutoral cujo projeto intitula-se “Energia e desenvolvimento sustentável: impactos e o resgate de fontes renováveis no Brasil”. Como se trata de um estudo piloto,. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

(13) Izabel Rigo Portocarrero. 285. cujo fim é fundamentar uma posterior investigação aplicada sobre a realidade da questão no Brasil, nesta primeira fase mantêm-se o foco principal na identificação, análise e descrição dos conceitos básicos de desenvolvimento sustentável, crise energética, aquecimento global, pico da produção de petróleo, biocombustíveis e impactos sócioambientais. Essa problemática é abordada como abertura à apresentação da realidade brasileira vinculada aos biocombustíveis, já que o Brasil possui uma extensa área potencialmente agricultável e tem-se despontado como o maior produtor e consumidor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar. Tais predicados vêm exaltando o país como modelo a ser seguido e fomentando negociações vinculadas à exportação do etanol. O desenvolvimento de referidas análises propiciaria, assim, o embasamento necessário à discussão principal a que se aspira numa futura tese doutoral. Tal objetivo, por sua vez, relaciona-se à certificação ambiental do etanol, apresentada como exigência da União Européia para viabilizar a exportação deste biocombustível de acordo com o novo plano energético comunitário, que pretende situar o uso de energias renováveis em ao menos 20% do total de seu conjunto até 2020 (Diretiva 2009/28/CE).. AGRADECIMENTOS Agradeço a Anhanguera Educacional S.A., instituição a qual me encontro vinculada e que dá suporte à pesquisa que agora se desenvolve, bem como a FUNADESP – Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular, agência que fomenta a pesquisa.. REFERÊNCIAS ACADEMIA EUROPÉIA DE CIÊNCIA E ARTES. Energía: Presente y futuro de las diversas tecnologías. Disponível em: <http://www.academiaeuropea.org/pdf/energia_presente_y_futuro_de_las_diversas_tecnologias.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2009. ASPO Newsletter 2003, dezembro. Disponível em: <http://www.peakoil.net/aspo-newsletter>. Acesso em: 08 mar. 2009. BRASIL. Balanço nacional de cana -de-açúcar e agroenergia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Produção e Agroenergia – Brasília: MAPA /SPAE, 2007. 139p. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br. Acesso em: 29 set. 2009. Cambridge Energy Research Associates, Inc. Worldwide Liquids Capacity Outlook to 2010, Tight Supply or Excess of Riches. Maio, 2005. CAMPBELL, C.J., Laherrere, J.H.,1998. The end of cheap oil. Scientific American, March 1998. Disponible en: http://dieoff.org/page140.htm; COMISIÓN MUNDIAL PARA EL DESARROLLO Y EL MEDIO AMBIENTE. Hacia un desarrollo sostenible. Nuestro futuro común. Madrid: Alianza, 1988. Directorate-General for Research Energy. World Energy, Technology and Climate Policy Outlook: WETO 2030. European Commission, EUR 20366: 2003. DOE. Departamento de energia dos estados unidos. Net. Disponível em: <www.energy.gov>. Acesso em: 12 mar. 2009. Revista de Ciências Gerenciais  Vol. 15, Nº. 22, Ano 2011  p. 273-286.

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