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TO
302
_ ",,¡'_«~ f_- _ __ I. ...- Au.. ' ‹FABIANA
DE SOUZA
PREVALÊNCIA
DA
SOROPOSITIVIDADE
DO
VDRL ENTRE
AS
MULHERES
ATENDIDAS
NA
MATERNIDADE
DO
HOSPITAL
UN
IVERSITÁRIO/UF SC
NO
PERÍODO
DE
JUNHO
A
SETEMBRO
DE
2000
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
FABIANA
DE SOUZA
PREVALÊNCIA
DA
SOROPOSITIVIDADE
DO
VDRL ENTRE
AS
MULHERES
ATENDIDAS
NA
MATERNIDADE
DO
HOSPITAL
UNIVERSIT
ARIO/U
'FSC
NO
PERIODO
DE
JUNHO
A
SETEMBRO
DE
2000
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, par a a conclusão 0 Curso de Graduação
em
Medicina.
Coordenador do Curso: Prof. Dr. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Dr. Edison Natal Fedrizzi
FLORIANÓPOLIS
_
SANTA
CA
2001
AGRADECIMENTOS
Ao
professor. Dr. Edison Natal Fedrizzi, pela orientação, paciência e apoiodispensados durante a execução deste trabalho.
Ao
Serviço de Análises Clínicasdo
Hospital Universitário especiahnente aosbioquímicos
Maria
LuízaBazzo
eMiguel
Strazzer Neto, e ao fimcionáiio Francisco Carlos Fenniano,o
“Chiquinho",sempre
dispostos a ajudar.À
equipe deenfermagem do
Alojamento Conjuntoda
Maternidadedo
Hospital Umversitálio, pelaamizade
concedida.A
Rogério por toda dedicação, carinho e renuncia nosmomentos
necessários.Ao
amigos
Rodinei Tenório eEdson
Yanaga
pelo grande auxílio prestado.E
a todosque
diretaou
indiretamente colaboraram para a concretização deste trabalho.1
.Introdução
... .. 2.0bj<-:tivos ... ..3.Método
... ..4.Resultados
... ..5.Discussão
... ..6.Conc1usões
... ..7.Referências
... ..Normas
adotadas
Resumo
... ..Summary
... ..Apêndice
... .. ‹ o o o Q Q ‹ Q o o n o o o o aoÍNDICE
o o o Q n Q Q n n c ¢ n ao z - . ¢ ¢ . . ‹ - . . . ¢ . . « . . . z . . . .. z z . . ¢ ¢ ‹ ‹ ó ‹ ‹ ¢ ‹ z. . . . ¢ ¢ ‹ ‹ ¢ ¢ ‹ . ¢ ‹ .Q . z . . ¢ ¢ ¢ « . . . z - z 0. ¢ z z ‹ . ¢ . . . « . . . .. ¢ ¢ . ‹ ‹ ‹ ‹ . ¢ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ ‹ . . ¢ « ¢ « . . . «- . . . ¢ . ¢ . . . ...1.
INTRODUÇÃO
Dentre as doenças infecciosas, a sífilis é notável por sua
ampla
variedade deapresentações clínicas. Trata-se de
uma
doença
infecciosa crônica, causada pelabactéria
T
reponema
pallidum,com
caráter sistêmico, e sujeita a surtos de agudização e a períodos de latêncial.De
acordocom
a duraçãoda doença
e aspectos clínicos,pode
serclassificada
em:
sífilis recente; tardia; gestacional e congênita (precoce e tardia).Fazem
parteda
sífilis recente os estágios primário, secundário e latente precoceda
doença.Sendo
os estágios latente tardio e terciário consideradocomo
sífilis tardiaz.A
gravideztem
poucos
efeitosno
curso clínicoda
doença. Inicialmente acreditava-seque o
estado de imunossupressão relativoda
gravidez afetasse a respostamatema
à sífilis. Evidências recentesnão
tem comprovado
estacrença”.
No
entanto, a infecção sifilíticamatema,
pode
causarum
grande impactodurante a gestação. Parto prematuro, aborto espontâneo, natimortos,
morte
neonatal, e infecção congênita, sãoalgumas
das complicações causadas pelasífilis4”5”6.
O
risco de infecção fetal parece estar correlacionado diretamentecom
o
grau de espiroquetemiamatema
eo
tempo
de duraçãoda
doença2”3°7'8.A
taxade transmissão vertical
em
mulheresnão
tratadas é de70%
a100%
na
sífilisadquirida recente (principalmente primária e secundária),
40%
na
sífilis latenteprecoce e de
10%
na
sífilis latente tardiag.Fiumara
e colaboradores,em
1952
descreveram os resultados
da
infecção sifilíticamatema
não
tratada sobreo
feto.Demonstraram
que
durante a infecção primária e secundária50%
dos casosforam
associados à natimortalidadeou morte
neonatal, eo
restante dos fetosou
2
importante causa de natimortalidaden. Duarte e colaboradores,
em
1994,encontraram esta infecção
como
sendo
asegunda
causamais
fieqüente
de óbitofetal, ultrapassada apenas pela síndrome hipertensiva.
Após
o
adventoda
penicilina, acreditava-seque
osproblemas
com
a sífilisestavam
solucionados,porque
essadoença que
foimotivo
de preocupações das autoridades científicas e sanitárias, passava a ter tratamento simples e eficiente.No
entanto, a euforia inicialnão
refletiu a realidade, e adoença
vem
semanifestando
em
focosendêmicos
e eventualmente epidêmicos, resultandoainda
em
nascimento de crianças portadoras de sífilis congênita”.Nos
Estados Unidos, a última epidemia de sífilis,que
foi seguida poruma
epidemia de sífilis congênita ocorreu duranteo
final dos anos80
e inícioda
década
de 90.As
taxas de sífiliscomeçaram
a declinarem
1991, e as de sífiliscongênita, tiveram seu declínio a partir de 1992,
chegando
a declinar78,2%
de1992
a1998”.
A
incidência de sífilis nos EstadosUnidos
é distribuídamuito
heterogeneamente.
Os
estadosdo
sul apresentamnúmero
de casosdesproporcionalmente elevado
em
relação ao restodo
país13”l4”l5.Essa
distribuição parece estar relacionada a classeseconômicas
menos
favorecidas”.Entre outros fatores de risco associados ao aparecimento de sífilis
matema
observou-se mulheres jovens, solteiras, baixo nível de instrução, prostituição,cuidados pré-natais inadequados e o
consumo
de drogas2”7”15”l6”17”l8”l9°2°. Esteúltimo fator de risco, principalmente
o
uso de cocaína/crack,pode
ter sidoo
responsável pelo surgimento de casosda doença
no
finalda década
de803,7,17,19,2o_
Porto e colaboradores,
em
1991, realizaramum
estudona
Faculdade deCiências
Médicas de
Santos,mostrando que
cerca de16%
das gestantes soropositivas para sífilis, apresentavam anticorpos anti-HIV (vírusda
Imunodeficiência
Adquirida) positivo. Essa associação está relacionada ao3
consumo
de drogas ilícitas e prostituição,modificando
o
enfoque terapêutico epropedêutico
da
paciente sifilítica.A
utilizaçãoda
prostituição,como
um
meio
para obtenção de drogas,
aumenta o
risco de aquisiçãoda
sífilis, poraumentar o
número
de parceiros sexuais, e faz dessas mulheres reservatóriosna
transmissãoda
sífilis edo
vírusda
Imunodeficiência
Humana
(HIV)
para seus filhos e seusclientes2'l8'l9°2°.
A
despeito de seu decréscimoem
países desenvolvidos, a sífilis continuasendo
uma
importantedoença
sexualmente transmissívelem
paísesem
desenvolvimento, por causa das suas complicações e altas taxas de infecção”.
Em
alguns paísesda
África, representauma
grande causa demorbidade
emortalidade durante a gestação,
onde
tem
sido encontrada alta taxa desoropositividade, tais
como
6%
a15%
no
sulda
Áfiica,14%
no Zimbábue,
e5%
a15%
em
Moçambique23”24”25”26”27.No
entanto,em
algumas
regiõesda
América
Latina, é dificil fazeramplas
generalizações a respeitoda
sífilis.Há
muita disparidade sócio-econômica entreas várias nações e dentro de diferentes regiões de
um
mesmo
país”.O
Ministérioda
Saúde do
Brasil considerou a sífilis congênitacomo
prioritária atravésda
Portarianúmero
542
de 22/12/86, parafins
de notificação compulsória eadoção
demedidas
de vigilância.O
Ministérioda Saúde
avaliataxa de sífilis congênita
da
ordem
de 4.2 casos para cada 1.000 nascidos vivos;como
onúmero
de nascimento/anono
Brasil está estimadoem
3.200.000, pode-se esperar todo
ano
cerca de 13.000 a 14.000 casos de sífilis congênita.No
estado deSão
Pauloem
1994,com
685.000 nascimentosdeveriam
ter sidonotificados 3.000 casos, ao invés dos
339
casos oficialmente registrados.Portanto a subnotificação
ou
anão
notificaçãoda
sífilis congênitapode
levar aodesconhecimento da
realidade e fazercom
que
oproblema não
seja discutidoem
4
No
entanto,mesmo
a subnotificação de casos de sífilis congênita sendo alta,alguns
dados
disponíveis, indicam a elevadamagnitude
desseproblema
no
país, sendo que,o
número
de casos notificadosaumentou nos
últimos anos, passando de570
casosem
1995, para1140
em
1996
e 1301em
1997. Estima-seque
no
país a
média
de prevalência de sífilisna
gestação, varie entre3.5%
a 4.0%28'29.Aliados a estas informações sobre a
magnitude do
problema,há que
seconsiderar
também
o
custo social (incluindo sofrimentohumano),
eeconômico
da
sífilis congênita. Portanto é inadmissívelque
esta doença,que figura
entreuma
dasmais
evitáveis infecçõesque
pode
acometero
recém-nascido (desdeque
com
diagnóstico e tratamento adequados),pennaneça
relegada aum
plano secundário”.2.
OBJETIVOS
Determinar a prevalência
da
soropositividadedo
VDRL
(Veneral Disease Research Laboratory), nas mulheresque
intemaram na
Maternidadedo
Hospital Universitário/UFSC,
em
trabalho de parto, inibição de trabalho de partoprematuro,
curetagem
uterina por aborto e puérperas,no
período dejunho
asetembro de
2000
correlacionando-se a positividadecom
fatores de risco e epidemiológicos.3.
MÉTODO
No
período de 6 dejunho
a 6 de setembro de 2000,foram
avaliadas507
mulheres, admitidas
na
matemidade
do
Hospital Universitárioda
UniversidadeFederal de Santa Catarina, para realização de parto (normal
ou
cesárea),curetagem
uterina por aborto,ou
inibição de trabalho de parto prematuro.Dessas, 21
negaram-se
a participardo
estudo; 19receberam
alta hospitalar antesda
coleta sangüínea;26
amostras hemolisaram, eem
9 amostras a quantidade de sangue foi insuficiente para análise.Com
isso,432
mulheresforam
investigadasquanto à sorologia para sífilis, pelos
métodos
deVDRL
(Veneral Disease Research Laboratory) e pelo teste treponêmico deImunocromatografia.
As
amostrasforam
coletadas diariamente, através depunção
venosa,utilizando-se o sistema de Vacutainer
MR, em
tubos siliconizados, estéreis,sem
anticoagulante, identificados
com
onome
da
paciente, euma
identificaçãonumérica
crescente após esclarecimento dasmesmas
a respeitoda
pesquisa eaceitação por parte destas através
da
assinaturado termo
de consentimento livre e esclarecido (apêndice).A
identificação das mulheres teve por objetivo possibilitaro
aconselhamentoe/ou tratamento daquelas
que
apresentassem sorologia positiva, sendoencaminhadas
ao ambulatóriodo
HU
paraacompanhamento,
se assimo
desejassem.Os
recém-nascidos,quando
necessário,foram encaminhados
paratratamento e
acompanhamento no
Serviço de Neonatologia/Pediatriado
HU
Após
a coleta,o
material foiencaminhado
imediatamente ao Serviço de Análises Clínicasdo
Hospital Universitário (HU),sendo
submetido à centrifugação após sua coagulação e utilizadoo
soro para análise.7
Simultaneamente
a coleta das amostras, preencheu-seum
protocolo,conforme
modelo
em
anexo
(apêndice), contendodados
sócio-econômicos,infonnações sobre controle pré-natal,
dados
clínicos e epidemiológicos, afim
deidentificar e correlacionar possíveis fatores de risco .
A
coleta dedados
foirealizada através de entrevista
com
as mulheres e análise de prontuáriomédico
destas,bem
como,
atravésda
análisedo
prontuário dos recém-nascidos.O
presente trabalho trata-se deum
estudodo
tipo corte transversal,aprovado
peloComitê
de Éticaem
Pesquisacom
SeresHumanos.
Os
materiais necessários para as coletas e análiseforam fomecidos
peloServiço de Análises Clínicas
do
HU,
sob supervisãodo
professorLuiz
AlbertoPeregrini (chefe
do
Serviço). VTodas
as amostras sangüíneas,foram
submetidas ao testenão
treponêmicoVDRL,
sendo as amostras reagentes submetidas à realização deum
teste treponêmico qualitativo (Imunocromatografia), sob a coordenaçãoda
bioquímica
Maria Luíza
Bazzo.A
análise dosdados
foi realizada utilizando-seo
programa
Epi Info versão 6.0, e teste estatístico para análise das variáveis Yates corrigido.4.
RESULTADOS
De
um
total de432
amostras sangüíneas, 4 (0,98%) apresentaramsoropositividade para sífilis ao teste de
VDRL, com
titulação variando de 1/1 a 1/2,sendo todas
confinnadas
com
o teste treponêmico (Imunocromatografia).Em
relação ao motivo de intemação,do
total de mulheres avaliadasno
estudo,271 (62,73%) realizaram parto normal, sendo que
em
3 delas(75%)
a sorologiapara sífilis foi reagente; 112 (25,93%) mulheres foram submetidas à cesárea, dessas
apenas 1
(25%)
apresentouVDRL
positivo (tabela I).TABELA
I: Caracterização das mulheres segundo o motivo de internaçãona
Maternidade
do
Hospital Universitário/UF SC.MoT1vo
DA
VDRL
(+)VDRL
(-) TotalINTERNAÇÃO
n
%
n
%
n
%
Parto normal 3 75268
62,62 271 62,73 Cesárea 1 25 111 25,93 112 25,93Curetagem
0 0 32 7,48 32 7,41TPP
0 0 17 3,97 17 3,93 Total 4 100428
100432
¬ 100Obs: TPP = Trabalho de parto prematuro.
9
Quanto
a idade das mulheres avaliadas, 251 (58,10%) situavam-se entre a faixa etária de 16 a25
anos,havendo
um
predomínioda
soropositividade para sífilisnesse grupo
(75%)
(tabela II).TABELA
II: Relação entre faixa etária e resultadodo
VDRL
nas mulheresinternadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.1DADE
VDRL
(+) (anos)n
%
VDRL
(-)TOTAL
n
%
n
%
S15
O O 16-20 1 25 21-25 2 50 26-30 1 25 31-35 0 0 36-40 0 02
40
0 0 7 1,63 7 1,62 116 27,10 132 30,84 82 19,20 57 13,3027
6,30 7 1,63 27,08 31,02 19,22 13,19 6,25 1,62 Total4
100428
100 10010
Do
total de mulheres avaliadas,75%
do
grupoVDRL
positivo e59,56%
do
grupo
VDRL
negativo tiveram apenas o primeiro grau de estudo, completoou
incompleto. (tabela III).
TABELA
III: Correlaçãoda
escolaridadecom
resultadodo
VDRL
entre asmulheres internadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.ESCOLARIDADE
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
n
%
n
%
n
%
Analfabeta 1°.G
incompleto 1°.G
completo 2°.G
incompleto 2°.G
completo 3°.G
incompleto 3°.G
completo 50206
1,67 48,12 11,44 10,04 20,08 6,30 2,80 1,16 48,15 11,57 9,95 20,14 6,25 2,78 Total 100428
100 100 Obs:G
= Grau.ll
Na
tabelaIV
observamos
a ocupação das mulheres estudadas e o resultadodo
VDRL,
sendo que239
mulheres (55,32%) referiram atividades domésticascomo
ocupação, das quais 3 apresentaram
VDRL
positivo (75%).TABELA
IV: Resultadodo
VDRL
e a ocupação das mulheres internadasna
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.PRoF1ssÃo
VDRL
(+)VDRL
(_)n
%
n
%
TOTAL
n
%
Do
lar 3 75236
5 1,14Doméstica
0 049
1 1,45 Estudante 0 026
6,07 Professora 0 0 15 3,50Desempregada
0 0 4 0,93 Outros 1 25 98 22,20239
55,3249
1 1,3426
6,02 15 3,47 4 0,92 99 2,92 Total 4 100428
100432
10012
Quanto
ao estado civil,214
mulheres (49,54%)eram
casadas e 169 (39,12%)mantinham
união estável, perfazendoum
total de88,66%
de mulherescom
parceiro fixo.
A
distribuição dos testes deVDRL
reagentespredominou
entre asmulheres casadas
(25%) ou
com
união estável(50%)
(tabela V).TABELA
V: Relação entre resultadodo
VDRL
e estado civil das mulheresinternadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.ESTADO
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
CIVIL
n
%
n
%
n
%
Casada
1 25 '213
49,77214
49,54União
estável 2 50 167 39,01 169 39,12 Solteira 1 25 38 8,88 39 9,03 Separada 0 0 10 2,33 10 _ 2,31 Total 4 100428
100432
10013
A
tabelaVI
faz referência à raça das mulheres avaliadas, sendo que367
(84,95%) pertenciam à raça branca, e 65 (15,05%)
eram
negras. Entre as soropositivas para sífilis, 3(75%) eram
brancas, e apenas 1 era negra (25%).TABELAVI:
Relação entre a raça e o resultadodo
VDRL
nas mulheres internadasna
Maternidadedo
Hospital Universitário/UF SC.RAÇA
VDRL
(+)VDRL
(_)roTAL
6n
%
n
%
n
%
Branca
3 75364
85,05367
Negra
1 2564
14,95 65 84,95 15,05 Total4
100428
100432
10014
A
avaliação da renda familiar foi expressaem
saláriosmínimos
(SM)
eobservamos
que a maioria (43,29%) recebiam de 1 a 3 salários mínimos, e que asorologia para sífilis foi reagente
em
duas mulherescom
renda de 5 a 7 salários(50%)
(tabela VII).TABELA
VII:Renda
familiar(SM)*
e o resultadodo
VDRL
nas mulheresinternadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.Renda
familiar(SM)
VDRL
(+)VDRL
(-)n
%
n
%
TOTAL
%
<1 1|_3
3|_5
5I--7
7I-9
>9
0 0 5 1,17 1 25 186 43,46 1 25 118 27,57 2 50 65 15,19 0 029
6,77 0 0 25 5,84 1,15 43,29 27,55 15,51 6,72 5,78 Total4
100428
100 100Fonte: Serviço de GO/Laboratório de análises clínicas HU/UFSC-Florianópolis, 2001.
15
Quanto
aonúmero
de gestações, 184 (42,59%)eram
primigestas, sendoo
segundo
maior grupo representado pelas mulheres secundigestas (25,43%). Dentreas mulheres
com
sorologia positiva para sífilis, 2(50%)
apresentaramum
número
de gestações superior a quatro (tabela VIII).
TABELA
VIII:Número
de gestações e 0 resultadodo
VDRL
nas mulheresinternadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.GESTAÇÕES
VDRL
(+)VDRL
(_)n
%
n
%
TOTAL
n
%
I 1 25 183 42,76 II 1 25 109 25,47 III 0 0 70 16,35IV
0 0 36 8,41>IV
2 50 30 7,00 184 42,59 110 25,43 70 16,20 36 8,33 32 7,40 Total 4 100428
100432
10016
Do
total de mulheres avaliadas, 187 (43,29%) realizaram de 4 a 6 consultasdurante o pré-natal, sendo que, o
VDRL
foi positivoem
2 mulheres desse grupo (50,0%) (tabela IX).TABELA
IX:Número
de consultas pré-natal e o resultadodo
VDRL
nas mulheresinternadas
na
Matemidade
do
Hospital Universitário/UF SC.coNsULTAs
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
PRÉ-NATAL
n
%
n
%
n
%
Nenhuma
1 2529
6,78 30 6,94 1-3 1 25 59 13,7860
13,89 4-6 2 50 185 43,22 187 43,29>6
0 0 155 36,22 155 35,88 Total 4 100428
100432
H 10017
Notou-se que a maioria das mulheres (83,41%) que tiveram o resultado
do
VDRL
negativo durante o nosso estudo, jáhaviam
realizado aomenos
um
testedurante o pré-natal.
Enquanto
entre as mulheres que foram soropositivas,75%
não
realizaram
VDRL
durante oacompanhamento
pré-natal, sendo este resultado estatisticamente significativo (p=0,0177) (tabela X).TABELA
X: RealizaçãoVDRL
durante o pré-natal e o resultadodo
VDRL
nasmulheres internadas
na
Maternidadedo
Hospital Universitário/UF SC.VDRL
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
pré-natal
n
%
n
%
n
%
Sim
1 25357
83,41358
82,87Não
3 75 71 16,59 74 17,13Total
4
100428
100432
10018
Em
relação à história de aborto prévio,não houve
diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos (p=O,6452), sendo que75%
das mulherescom
VDRL
reagente e78,5%
dasnão
reagentesnegaram
história de aborto prévio(tabela XI).
TABELA
XI: História de aborto prévio e o resultadodo
VDRL
nas mulheresinternadas
na
Maternidadedo
Hospital Universitário/UF SC.Aborto
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
n
%
n
%
n
%
Sim
1 25 92 21,50 93 21,52Não
3 75336
78,50339
78,48 Total4
100428
100432
10019
A
maioria das mulheres estudadasnegou
qualquer fator de risco para sífilis,75%
entre as mulheres que tiveram resultado positivo, e77,10%
entre as soronegativas,não
sendo significativo a diferença (p=0,6184) (tabela XII).TABELA
XII: Correlação entre fatores de risco das mulheres intemadasna
Maternidade
do
Hospital Universitário/UFSC
e o resultadodo
VDRL.
Fatores de risco
VDRL
(+)VDRL
(-)TOTAL
da
mulher
n
%
n
%
n
%
AUSENTE
3 75330
77,10 333 77,08PRESENTE:
l 25 98 22,90 99 22,91DST
prévia 1 25 7 1,63 8 1,18Drogas
1 2526
60,0727
6,25- Hemotransfusão 0 0 23 5,37 23 5,32Obs: DST= Doenças sexualmente transmissíveis.
20
Quanto
aos fatores de riscodo
parceiro,75%
das mulheres que tiveramresultado positivo e
83,18%
com
resultado negativonegaram comportamento
derisco
do
parceiro,não
sendo significativa essa diferença (p=0,6352) (tabela XII).TABELA
XIII: Correlação entre fatores de risco dos parceiros sexuais e o resultadodo
VDRL
nas mulheres atendidasna
Maternidadedo
Hospital Universitário/UF SC.Fatores de risco
VDRL
(+)VDRL
(-)do
parceiron
%
n
%
TOTAL
%
AUSENTE
3 75356
83,18PRESENTE:
1 25 72 16,82HIV
(+) 0 0 2 0,46Drogas
1 25 53 12,38 Hemotransfusão 0 0 17 3,97 83,10 16,90 0,46 12,50 3,9321
Os
dados sobre os antecedentes obstétricos e as informações referentes a fatores de risco para aquisição de doenças sexualmente transmissíveis, das pacientessoropositivas, encontram-se agrupados
no
quadro abaixo.QUADRO
I:Resumo
das características das quatro mulheres cujas sorologias parasífilis foram reagentes.
Paciente
Número Número Número Número
VDRL
número
de de de de Pré-natal/pré-natal
gestações partos abortos consultas resultado
Fatores de risco 01 l 1 0 6 1/reagente
Nenhum
02 2 2 O 1 ONenhum
03 5 4 1 5 0 DSTprévia(sífilis)Droga
não inj etável/parceiro drogadito04
6 6 0 0 ONenhum
5.
DISCUSSÃO
A
sífilis, flagelodo
iníciodo
século, poderia estar hoje completamenteerradicada, considerando-se o pleno conhecimento da história natural da doença, sua etiologia e possibilidade de tratamento eficaz após o advento da penicilina. Entretanto, sua transmissão através
do
contato sexual, sua sintomatologiapouco
alarmante e que posteriormente toma-se assintomática por longo período,dificultam o controle epidemiológico, sua prevenção e tratamento”.
Se a sífilis já é
problema
sanitário importante, toma-se muito mais gravequando
ocorrena
gravidez, caracterizando-acomo
de alto risco”. Identificar a presença de sorologia reativa, e saber diagnosticar qual delas representa realmente adoença
constitui-senmn
procedimento vitalna
atenção pré-natal”. Entretanto,ainda
não
existeum
teste ideal para o diagnóstico sorológico da sífilis,com
100%
de sensibilidade e
100%
de especificidade, que possa ser utilizadoem
qualquer faseda doença,
com
garantia de que sejam detectados anticorpos,mesmo
em
diminutaquantidade e
que não
reajam inespecíficos3 1.Os
testesnão
treponêmicos baseiam-sena
pesquisa de anticorpos lipoídicosou
anticardiolipínicos, conhecidoscomo
reaginas”. Esses anticorpos,costumam
ser~
produzidos
em
resposta à destruiçao tecidualaguda
ou
crônica e por esse motivo,podem
ser produzidos durante o curso de outras doenças, quenão
necessariamentea sífilis1'32.
Além
disso,em
situações fisiológicas,como
a gravidez, os títulos destestestes, particularmente
o
VDRL,
tendem
a aumentar inespecificamente”.Apresentam
aindauma
sensibilidade que varia de acordocom
a fase da doençal. Já»23
casos, estes testes
permanecem
reagentes até o fmal da vida,sem
contudo significar a presença de infecçãoou
a necessidade deum
novo
tratamento1”32”34. Paris-Hamelin
(1978), demonstrou que ai negativação dos testes sorológicos, édiretamente proporcional à precocidade
do
tratamento,ou
seja, quanto maior otempo
de evolução da doença,menor
a probabilidade de negativação sorológica.Como
em
geral, o tratamento ocorre após a soroconversão, a regra observada,na
rotina clínicaem
geral, é a persistência dos testes treponêmicos reagentes, e dosnão
treponêmicos estabilizadosem
títulos baixos,como
1/1ou
1/234'Quanto
soropositividade a literatura pesquisada apresentou taxas muito variáveis, tais diferençaspodem
ser decorrentes de fatores econômicos, sociais e culturaisque poderiam
influenciarna
prevalência da doença.Os
maiores índicessão encontrados
na
Áfiica,5-15%
no Moçambique,
14%
no Zimbábue,
8%
no
Zâmbia23”36.Na
Bolívia,Southwick
et al.em
1996, analisando 1471 parturientes,encontraram
4,89%
de soropositividade.No
Brasil, segundo o Ministério daSaúde, a taxa de soroprevalência para a sífilis foi estimada
em
3,5%
a4,0%
no
ano de 1998, sendo a taxamédia
de transmissão vertical entre gestantesnão
tratadas de85%29”38. Amaral,
em
1996,em
pesquisa realizadaem
Campinas
(SP),examinou
5815
pacientesnomomento
do
parto, encontrandouma
soroprevalência de 1,16%.Ramos
et al.,num
estudo realizadono
Hospital Materno-Infantil PresidenteVargas
em
Porto Alegre, avaliaram200
mulheresem
doismomentos
(março de 1997, abril de 1998), encontrando3,5%
e1,5%
de soropositividade respectivamente.Em
1999,a Secretaria Municipal de
Saúde do Rio
de Janeiro, assumiucomo
prioridade à eliminação da sífilis congênita, elaborandomn
plano de açãocom
definição devárias estratégias.
Uma
das ações propostas foi a realização deuma
campanha
para eliminaçãoda
sífilis congênita. Durante acampanha
foram testadas9448
gestantes,24
utilizado era
do
tipo treponêmico, os autores referiram a possibilidade de teremsido detectados casos de sífilis
com
tratamento anterior (cicatriz sorológica), oque
pode
ter contribuído parauma
taxa de prevalência superestimada4'.Nosso
estudo,comparado
aos estudos citados, apresentouuma
menor
taxa de soropositividade,0,98%
das432
mulheres avaliadas(IC=95% 0,3%
- 2,6%), sendo que, os títulos deVDRL
variaram da diluição de 1/1 à 1/2, e todos foram reagentes ao teste treponêmico utilizado (imunocromatografia), sendo estes resultadosnão
conclusivoscomo
diagnóstico de sífilis,podendo
tratar-se de infecção inicialou
cicatriz sorológica. Para o diagnóstico definitivo, seria necessária airepetição
do
VDRL
com
intervalo de 15 dias,ou
ainda, a realização deFTA-ABS
IgM.
Entretanto,
mesmo
considerando-se a hipótese de que a sorologia encontradativesse sido de 0,3%,
ou
seja, o limite inferiordo
intervalo de confiança, oVDRL
deve continuar sendo realizado de rotina para todas as gestantes.Muitos
estudostêm
demonstradoque
a realizaçãodo
screening para sífilis, apresentauma
relaçãode custo/beneficio favorável, até
mesmo
quando
a prevalência dadoença
entre as gestantes for tão baixa quanto 0,005%37”42”43”44. Sabe-se ainda que até90%
doscasos de sífilis congênita
poderiam
ser prevenidoscom
o tratamentoda
gestante,no
entanto, o tratamento inadequadoou
onão
tratamento, requerem o tratamentodo
recém-nascido,com
custo estimado nos EstadosUnidos
de $12.000,00 por recém-nascido33.
Analisando as mulheres segundo a faixa etária, escolaridade e profissão,
(tabelas II,III,IV) observou-se que a maioria,
ou
seja75%
dasque
apresentaramsorologia positiva para sífilis, situavam-se entre 16 e 25 anos de idade.
Quanto
aonível de instrução,
50%
referiram ter apenas o primeiro grauincompleto.Com
relação a ocupação,75%
das mulheresVDRL
reagenteseram
donas de casa.25
observadas correspondem à situação brasileira,
com
grandenúmero
de gestantesjovens,
com
baixa escolaridade, e conseqüentementecom
pouca
educaçãoem
saúde,
tomando
o país cenário ideal parauma
alta prevalência de sífilisem
geral ede sífilis congênita
na
população _neonatal29”45.Comparando-se
nossos resultados,com
os dados fomecidos peloSINAN
(Sistema de Informações deAgravos
de Notificação)no
período de abril ajunho
de 1998,vimos
que estes se assemelham, segundo eles, a idade das gestantes era predominantemente jovem, variando de 19 a23 anos;
53,2%
tinham apenas o primeiro grau de escolaridade; e quanto à ocupação,70,2%
das mulherescom
sorologia reativa para sífiliseram
donas decasa ss.
A
maioria das mulheresque
avaliamoseram
casadas,ou mantinham
uniãoconsensual estável, (75%). Este resultado é igual ao descrito por
Gomes
et al.(Cuba,l997),
onde
75%
das mulherescom
sorologia positiva para sífiliseram
casadas,porém
diferedo
descrito porMcFarlim
et al.(EUA,l994) onde
os autoresconstataram, predomínio significativo de mulheres solteiras (67%). V
Em
relação à etnia,predominou
em
nosso estudo, a raça branca,em
75%
doscasos. Ricci et al. (EUA,l989), diferentemente, descreveu
que
das mulheressoropositivas
60%
eram
da raça negra.Nos
Estados Unidos, tem-se observadoque
a prevalência é maior entre as mulheres negras33. Entretanto, a sífilis éuma
doença
cosmopolita,não
podendo
ser relacionada anenhum
grupo racial, e sua incidência atual parece refletir mais fatores sociaiscomo
pobreza e baixa escolaridadedo
que fatores biológicosl3'33 eem
nossa região,predomina
a raça branca.O
impacto das desigualdades sócio-econômicas e sua relaçãocom
a prevalênciade sífilis, foram demonstrados
em
um
estudono
Estado deSão
Pauloem
1995,onde
66%
do
grupo de mulheres infectadas apresentavamum
baixo nível sócio-26
mais elevado48.
A
maioria das mulheres avaliadas (75%), referiu oganho
de 3 a 7 salários mínimos. Estes resultados estãoacima
do
encontrado porMefane
Toug-
Mvee,
queem
1987,no
Gabão, observou diferentes freqüências de testessorológicos positivos para sífilis de acordo
com
o nível sócio-econômico dasgestantes estudadas, variando de
1,55% no
grupo de gestantes mais favorecidas, a26,5%
no
grupocom
nível sócio-econômico mais baixo.Na
avaliação da história obstétricamatema, observamos
que entre as mulherescom
sorologia positiva para sífilis, duas relataram mais de quatro gestaçõesanteriores (50%), semelhante ao relatado por Guinsburg et al. (1993),
que
observaram a associação entre grande multiparidade e sorologia positiva para sífilis
em
recém-nascidos. Istopode
ser explicado talvez, devido ao fato de que a presença de grande multiparidade possa refletir otempo
de vida sexual ativada
gestante, e de certa maneira, à ausência de educaçãoem
métodos
anticoncepcionais,podendo
em
última análise refletir, a falta de acesso ao sistemade saúde.
McFarlim
et al.,em
1994,também
descreveram a presença de grandemultiparidade, associando-a
com
sorologia positiva para sífilis.Azeze
et al.(Etiópia,1995), avaliaram
270
mulheres, sendoque
28,1%
tinham 5ou
mais gestações.Com
relação aonúmero
de consultas durante oacompanhamento
pré-natalMcFarlim
et al.(EUA,
1994) descreveram que77%
das mulherescom
sífilistiveram
menos
de 2 consultas pré-natais.No
Brasil, segundo Boletim epidemiológico deDST
de 1998,58,3%
das mulheresVDRL
positivasnão
realizaram pré-natal, e20,8%
tiveram entre 4 e 6 consultas.Em
nosso estudoencontramos que a maioria das mulheres avaliadas
(50%)
apresentaramnúmero
de27
Quanto
a relização deVDRL
durante o pré-natal,Southwick
et al. (Bolívia,1996) descreveram que
embora
76%
das mulheres tivessem realizado pré-natal, apenas17%
realizaram o teste para screening da sífilis.Em
nosso estudoencontramos que, entre as soronegativas,
16,59% não
realizaramVDRL
durante oacompanhamento
pré-natal, entretanto entre as soropositivas75%
não
realizaramVDRL
em
nenhuma
fase da gravidez, sendo a diferença estatisticamentesignificante (p=0,0l77).
É
rotina pré-natal a solicitação de testenão
treponêmicopara rastreamento da sífilis
na
primeira consulta de pré-natal, sendo oVDRL
o mais utilizadoem
nossomeio
e, se possível, oexame
deverá ser repetidotrimestralmente.
No
finaldo
segundo trimestre, recomenda-se a repetição da reaçãosorológica, para abranger casos que estavam
na
fase inicial da infecção primária,ou
relacionado à contaminação recente.
O
Centro de Prevenção e Controle deDoenças
(CDC)
dosEUA,
recomenda
a realizaçãodo
exame
sorológico para sífilis,também
no
momento
do
parto, eem
situações de alto risco, deverá ser realizadotambém
no
iníciodo
terceiro trimestre33”34.A
história de aborto prévionão
apresentou diferença significativa entre asmulheres
com
sorologia positiva(25%)
e ascom
sorologia negativa (21,50%)(p=0,6452).
No
entanto, diversos autores demonstraram as várias conseqüênciasda
infecção sifilítica durante a gestação, entre elas a ocorrência de abortosespontâneos2”4”6.
O
impacto da sífilisna
gravidez, foi muitobem
documentado
num
estudo realizado
na
Etiópiaem
1995,onde
as mulheres soropositivas apresentaram duas vezes mais chances de natimortalidade e abortos espontâneosdo
que asnão
reativas4'
Além
do
inadequadoacompanhamento
pré-natal, vários autorestêm
relacionado o uso de drogas e a promiscuidade sexual
com
um
risco elevado de sífilisna
gestação3'7'19'2°.Nos
EstadosUnidos
o uso de cocaína e crack foi apontado28
como
o principal fator de risco para sífilis materna e congênita,podendo
ter sidoresponsável pelo surgimento de casos da
doença no
final da década de 802°3”7”18”2°.Sison et al.
(EUA,
1997)mostraram
que o uso de drogas é o mais significativo fatorassociado à sífilis
matema
e congênita devido ao pobre cuidado pré-natal eaumento
da promiscuidade sexual entre essas mulheres.Têm-se
observado que onúmero
de mulheres usuárias de drogas ilícitas, durante a gestação,têm aumentado
nos últimos anos. Durante o
mesmo
período,um
aumento na
prevalência de sífilisprimária e secundária foi observado entre as mulheres
em
idade reprodutiva,resultando
num
aumento da
prevalência de sífilis congênital4°16'l7'2°'5'.Em
nosso estudo, contrapondo-se a literatura estudada,75%
mulheres estudadasnão
relataramnenhum
fator de risco, entretanto, devido aotamanho
reduzido da nossaamostra,
não
podemos
descartar que esse resultadonão
foi encontrado ao acaso.Observando
individualmente cada paciente (quadro I),podemos
perceberuma
série de condições e equívocos
que
podem
interferirno
aparecimento deDSTs,
eem
particular a sífilis.No
caso da pacientenúmero
01,observamos
descasodo
serviço de saúde, já que esta apresentouum
número
relativamenteadequado
deconsultas pré-natais (6) e
no
entanto oexame
sorológico para sífilis, foi solicitadoapenas
uma
vez, emesmo
tendo sido descritocomo
positivo (não foi especificado atitulação),
não
havia referência sobre o tratamento enão
houve acompanhamento
sorológico.No
casoda
pacientenúmero
02, verificou-se provavelmenteuma
procura tardiaao serviço de pré-natal,
ou
um
não
comparecimento' às consultas, e amesma
nãorealizou
nenhum
exame
deVDRL
no
pré-natal.Ao
analisar o casoda
pacientenúmero
O3, verificou-se que amesma
apresentava vários fatores de risco para aquisição de sífilis, porém, pareceque
tais29
teste sorológico para a sífilis,
não
foi realizado durante o pré-natal.A
mesma
referiu ter tratado a infecção,mas
não soube informar qualmedicamento
foiutilizada e se seu companheiro havia sido tratado
ou
não.Muito
embora, a sífilis seja Lunadoença
curável,não
oferece imunidade definitiva, e a possibilidade dereinfecção
não pode
deixar de ser considerada”.É
de extrema importância, ainda dentre os fatores de riscomatemos,
a ausência de cuidado pré-natal, este foi o caso da pacientenúmero
04.A
falta de assistência pré-natal auma
parcela considerável da populaçãoem
geral,tem
sido associadocomo
um
dos principais fatores de risco para aquisição da infecção sifilítica,impossibilitando o diagnóstico da doença,
em
momento
anterior ao parto24.Em
1997, Sanchez e
Wendel
relataram que, durante o período gestacional, a sífilis émais encontrada entre populações
sem
assistência pré-natal,além
de apresentar estreita associaçãocom
oconsumo
de drogas.Falhas
como
estas,podem
levar a sérias conseqüências, entre elas, oaumento
dos casos de sífilis congênitas.Dorfinan
e Glaser (1990), descreveram casos de sífilis congênita, por falta de diagnóstico e deadequado
tratamento materno, erelataram que
13%
das mulherescom
sorologia reativano
finalda
gestaçãonão
6.
CONCLUSÕES
A
prevalência de soropositividade para sífilis aoVDRL,
confirmado
com
o teste treponêmico (Imunocromatografia), entre as mulheres atendidasna
maternidade
do
HU
para realização de parto,curetagem
uterina por aborto,ou
inibição de trabalho de trabalho de parto prematuro,no
período de estudo é de0,98%, não sendo
possível admitirque
este percentual sejamesmo
de sífilis,uma
vez
que
a titulação foi igualou
inferior à 1/2.A
maioria das mulherescom
sorologia positiva para sífilis são jovens,com
idade entre 16 e25
anos (75%), brancas (75%),com
baixo nível de instrução(50%),
ocupadas fundamentalmente
em
atividades domésticas (75%), casadasou
com
união estável (75%),com
ganho
salarial de 5 a 7 salários (50%), sendoque
50%
tinhamais
de4
gestações anteriores.Não
houve
correlação entre os fatores de risco avaliados(DST
prévia,uso
de7.
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período neonatal: prevalênciaem
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com
fatores de riscomatemos
ecom
sorologia para HIV-1.Rev
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JG. Lues-lues:Matemal
and
Fetal Considerations of syphilis. ObstetNORMAS
ADOTADAS
As
normas
adotadas para a confecção deste trabalho foram as determinadaspelo colegiado
do
curso de graduaçãoem
Medicina da
Universidade Federal deSanta Catarina, através
da
resolução 001/99.Para as referências bibliográficas foram utilizadas as
normas
determinadas pelaconvenção
de Vancouver.RESUMO
Sífilis é
uma
importante causa de morbimortalidade durante a gestação,em
muitos países.
Realizou-se
um
estudo para deterinar a resposta aos testes treponêmico (Imunocromatografia) enão
treponêmicos(VDRL)
de432
mulheresno
HospitalUniversitário
em
Florianópolis, entre osmeses
de junho a setembro de 2000,correlacionando possíveis fatores derisco associados.
A
prevalência encontrada foide 0,98%.
Apesar
de algumas limitações estatísticas mostra a importânciado
screeningSUMMARY
Syphilis is an important cause of morbidity
and
mortality during pregnancy inmany
countries.The
present studywas
carried out to determine treponemic (imunocromatografia)and
non-treponemic(VDRL)
serology in432
partunentwomen
at HU-Florianópolis,between
Juneand September
2000 and
the associatedrisk factors.
The
prevalencewas
0,98%.In spite of
some
limitation regarding statistical precision this studyshows
theAPÊNDICE
PROTOCOLO
DE
PESQUISA
IDENTIFICAQÃO
Nome: Registro:
Idade: Estado Civil: Profissão: Cor: Escolaridade: Renda familiar (SM):
Gesta:
í
Para:___.
Cesárea:__í_
Aborto'‹____i
Ectó Pica'E
PRÉ-NATAL
Sim( )
N°
consultas:Não
( ) Motivo: Cartão pré-natal: sim ( ) não( )VDRL
(+
) ( ) Tratamento:(-) ( ) N°I
Toxo
IgG(+)/IgM(-)()
IgG (
+
) /IgM
(+) ( ) :> Tratamento:IgG(-)/
IgM(-)
( ) :>Aconselhamento: Sim( )Não(
):>
Exame
repetido:Não
( )INTERNAQÃO
IG
pelaDUM:
IG porUSG:
Motivo: Curetagem ( )TPP
( )Parto Nonnal ( ) Cesárea( ):> Indicação:
simz1m'( ),11( ),1n( )
RN:vivo( ) morto( )Peso: g
Apgar:1':_
5':_
Capurro:Fatores de risco: ( ) Came/ ovos “crus”, mal cozidos
( ) Frutas/ verduras mal lavadas
(C )Animais domésticos: cão(
) gato( )
À
)Atual ( ) Qual: Tratamento:
Companheiro durante gestação: Sim( ) N° :
Não(
)FATORES
DE
RISCO
( ) drogas injetáveis -
( ) drogas não injetáveis ( )
DST
prévia( ) hemotransfusão prévia
( ) parceiro de risco ( ) drogadito
( )hemofilico ( ) bissexual ( )hemotransfusão
(
)HIV
+
( ) sem fator de risco ( )
HIV
+
SOROLOGL4
VDRL
( + ) ( ) Titulação:_/
_
FTA-
abs:(-) ( )
IFI(
)IgG(+)Tit:
IgM(-)
()IgG(+)
Tit:_í
IgM(+)
Tit:()ígG(-)
1gM(-)
sERviço PÚBLICO
FEDERAL
uN|vERsiDADE
FEDEi=gA|.DE
SANTA
cATARiNA
HosP|TAL
uN|vERs|TAR|o
CONSENTIMENTO
LIVRE E
ESCLARECIDO
Você
foi admitida neste hospital para : ( ) realização de parto , ( ) curetagemuterina, ( ) inibição
de
trabalhode
parto prematuro.O
objetivo deste termo é pedirsua permissão para
usarmos
informaçõesa
respeitode
suas condições clínicas,como
por exemplo, a presença ounão de
sorologia positiva para ( )sífilis,( )to×oplasmose ou ( )HlV
em
seu sangue. Coletareiuma
pequena
quantidade deseu
sangue
para ser avaliadoem
laboratório.Não
será administradonenhum
medicamento
adicionalque não
sejam oque o
seu médico assistente pretendaadministrar para seu correto tratamento.
O
objetivo deste trabalho é determinarem
nosso meio a prevalência destasinfecções
em
nossa população, cujos resultados poderão ounão
modificar ascondutas
tomadas
no pré-natal,sendo
assim desuma
importância para acoletividade. .
Estas informações serão utilizadas para a realização de 3 (três) trabalhos de
conclusão de curso.
Todas
as informações coletadas serão mantidasconfidencialmente.
Os
dados
serãoarmazenados
em
um
computadorsem
identificação, e seu
nome
não
apareceráem
nenhuma
publicação, tendo você aliberdade e
o
direitode
pedir para tirar seunome
e
seusdados do
trabalhoquando
quiser ou se achar
que
lhe trará algum prejuizo ou constrangimento. Este estudo foirevisado
e
aprovado porum
Comitêde
Éticaem
pesquisacom
sereshumanos
eestá
de
acordocom
os termos das resoluções 196 e 251 do Conselho Nacional de Saúde.Se
em
seusangue
houver sorologia positiva para sífilis, toxoplasmose ou HIVvocê será comunicada por mim, se assim desejar, e, se for
de
sua vontade, seráencaminhada
para aconselhamento e/ou tratamento no ambulatório deste hospital.Eu, abaixo assinado, concordo
que
as informações a respeitode
minhacondição médica
podem
ser usadas neste estudo.Eu
entendoque
estasinformações serão confidenciais
e
que
meu nome
não
serámencionado
em
qualquer publicação deste estudo eque
a atenção dispensada amim
eao
meu
bebê
não
serão prejudicadasem
casode
recusa à participaçãodo
trabalho.Nome
da
paciente Assinaturada
pacienteTCC
UFSC
T0
0302 Ex.l N-Chflm TCC UFSC TO 0302Autor: Sousa, Fabiana
972814105 Ac. 254432
Ex.l UFSC BSCCSM
Título: Prevalência da soropositividade