ANDREIA
MARIA DA
SILVA
DE SOUZA
COMPARAÇÃO
ENTRE
AS CLASSIFICAÇÕES
DE
MCLAREN
E
WELLCONIE
NA
ABORDAGEM
DA
DESNUTRIÇÃO ENERGETICO
PROTEICA
CM
851
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.FLORIANÓPOLIS
COMPARAÇÃQ
ENTRE
AS CLASSIFICAÇÕES
DE
MCLAREN
E
WELLCQME
NA
ABORQAGEM
DA
DESNUTRIÇÃQ ENERGETICO
PROTEICA
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.Coordenador do Curso: Professor Edson J. Cardorso
Orientador:
Dra
Maria Marlene Souza PiresFLORIANÓPOLIS
AGRADECIMENTOS
Em
primeiro lugar desejo agradecer à professora, Dra.Maria
Marlene, pela disposição, pelo carinho e pela dedicação demonstradasna
orientação deste tra-balho.
Ao
doutor Antônio C. E. Marasciulo e à professora Dra. SílviaModesto
Nassar,
meus
sinceros agradecimentos,sem
elesnão
poderia atingiro
objetivo deste estudo.A
algtmsamigos
especiais,que
ao longo dos seis anos de curso de gradua- ção, muitome
ajudaram, entre eles,minha
dupla de intemato -Ângela
Lapoli,além
de Daniela Alves, Ricardo Luna,Andréa
Monteiro e Alexandro Klöppel.Obrigada à querida Cláudia,
da
Divisão de Pediatria, queem
todos osmo-
mentos
mostrou-se disposta a ajudar.Aos
meus
pais e irmãs,meu
carinho eterno.A
José Antônio,meu
esposo, obrigada por tudo o que fez pormim.
À
F
rancielle, razãodo
meu
viver, obrigada por existir.E
a Deus, poissem
Ele jamais seriaquem
sou,nem
tãopouco
teria aomeu
INTRODUÇÃO
-OBJETIVO
-«-«~«IVIETODO
---RESULTADOS
-DISCUSSÃO
-CONCLUSÃO
-REFERÊNCIAS
-1.
INTRoDUÇÃo
Tem
- se a tendência de acreditarque
a Desnutrição éum
problema que
assola apenas países
renomadamente
pobrescomo
tantosda
África e Ásia,ou
de determinadas regiões específicascomo
o
Nordeste brasileiro, entretanto , esta éuma
entidade encontrada, de maneira maisou
menos
freqüente,em
todos os serviços hospitalares queatendem o
paciente pediátrico.O
Estado de Santa Catarina,como
um
todo, é tidocomo
uma
área privilegiada,onde
a pobrezanão
é tão extrema,onde
tem-seum
relativobom
amparo
médico,enfim,
um
local favorecido, enão
seria esperado encontrar-se criançascom
graus de desnutrição graves;mas
este trabalho, efetuado junto ao Hospital Infantil Joana deGusmão,
um
centromédico
de referência, analisou 51 criançascom
diagnósticofirmado
de Desnutrição Energético Protéica(DEP)
deIIIQ grau, nas formas clínica de
Marasmo
e de Kwashiorkor, e ainda nas formas intermediárias agrupadasna denominação
deMarasmo-Kwashiorkor, mostrando
com
isso a importânciada
devida avaliaçãodo
estado nutricional de cada criança.Ao
mesmo
tempo
que é de vital importância a correta investigação de cadacriança, abrangendo todos os seus aspectos, a medicina depara-se
com
a carência de recursos financeiros disponíveis às classes sociaismenos
favorecidas, e procurameios
alternativos, de prosseguircom
um
atendimento de qualidade ao paciente,sem
sobrecarregaro
Sistema de Saúde.Exames
laboratoriais são pedidos quaseque
indiscriminadamente, e muitas vezes, toma-se muito dificil esperarum
dado
laboratorial,como
adosagem
de albumina sérica, parao
corretodiagnóstico
da
desnutrição,do
qual dependeria a conduta individual a sertomada
para a prevenção das seqüelas agudas e tardias, as quais esta criança estará exposta.O
presente estudo visoufinnar
um
paralelo entreo
exame
clínico (baseadona
presençaou não
deedema
eda
hipotrofia muscular) eo
exame
laboratorial(com
adosagem
de albumina sérica), e procuroucom
a
análise estatística provarque
,através deuma
avaliação clínica, é possível estabelecer o correto diagnósticodo
tipo de Desnutrição Energético Protéica, o quealém
deos custos, ainda possibilitaria a
tomada
de condutas terapêuticas eficazes mais precocemente.Convém
ainda ressaltar, quena Recuperação
Nutricional é de extrema importância saber-seo
tipo de desnutrição, jáque
asdo
tipoMarasmo-
Kwashiorkor
e Kwashiorkor, formas graves,agudamente
descompensadas, exige-seque medidas
terapêuticas imediatas sejamtomadas
afim
de que possa- se evitar conseqüências graves.3
2.
OBJETIVO
O
objetivo deste trabalho é saber o grau de concordância entre a Classifica- ção ouro deMcLaren
e a Classificação deWellcome,
para saber sena
práticaclínica diária, é possível utilizar-se somente critérios clínicos para classificar-se
o
tipo de Desnutrição Energético Protéica,sem
que
haja necessidade de solicitar-sea
dosagem
da
Albumina
sérica de cada paciente cujo diagnóstico realizado seja de desnutrição de terceiro grau.3.
MÉToDo
Este trabalho trata-se
um
estudo clínico, prospectivo,com
corte transversal,onde foram
analisados algrmsdados
relevantes aos objetivosque
o
presente trabalho se propõe.Os
dados
fazem
parteda
tese de doutoradoda
Orientadora deste estudo; sendo esteuma
das diversas ramificações as quaiso
trabalho originaldeu margem.
11 -
GRUPO
DE
ESTUDO
De
uma
população total de crianças internadasna Unidade
de Nutrição e Metabologiado
Hospital Infantil Joana deGusmão
da
Secretariado
Estado de Santa Catarina, foi selecionadauma
amostracomposta
de 51 crianças,com
idades compreendidas entre l e 18 meses, intemadasna
referida Unidade,no
período
de
março
de 1992 a junho de l995, cujo diagnósticofirmado
foide
Desnutrição Energético Protéico
de HI°
grau. ,2.
CRITÉRIOS
DE
INCLUSÃO:
0 Crianças
com
o
diagnóstico deDEP
de 3° grau;0 Crianças
com
idades compreendidas entre 1 e 18meses no
momento
da
avaliação;
3.
COLETA
DE
DADOS:
Os
dados foram
obtidos a partirda
pesquisaem
um
banco
de dadoscolhidos pela orientadora,
que obedeciam
os critérios de inclusão.Foram
tomadas
informações queconstavam
de :5
3.1.
Ananmese
3.2.Exame
fisico3.3. Avaliação
do
estado nutricional3.1.
Anamnese
A
aplicaçãoda anamnese
foi efetuadaem
uma
sala própria, de reuniões eentrevistas,
da Unidade
de Nutrição e Metabologiado
Hospital Infantil Joana deGusmão.
Coletou-se dados de acordocom
um
questionário predeterminado,com
questões abertas e fechadas.As
questões propostasforam
referentes a identificação, estudo epidemiológico e dados complementaresda
criança. Verificou-seo
entendimentoadequado
das questões formuladas e a coerência das respostascom
a aplicaçãodo
questionário por duas vezes (na admissão ena
altado
paciente).3.2.
Exame
fisicoO
exarne fisico diário realizado pela pesquisadora incluía todos os parâmetros clínicos específicos, entre eles, a presençaou
a ausência de hipotrofiamuscular e edema.
3.3. Antropometria
3.3.1.
Peso
e AlturaA
Antropometria, realizada pela pesquisadora, se constituiuda
obtenção diáriado
peso(em
gramas), esemanalmente
a obtençãodo comprimento
(em
jejiun e completamente despida.
As
mensurações eram tomadas
atéque
duasmedidas não
diferissem, parao
pesoem
mais de 10gramas
e para a alturaem
mais de 0,5
cm,
e se considerava amédia
aritmética das medidas. 2A
pesagem
era realizadaem
uma
balança Filizzola, de mesa, digital,devidamente tarada.
Para a
medida do
comprimento, a criança era colocada deitadaem
decúbito dorsal sobreuma
superficie dura e plana.O
instrumento utilizado possuíauma
barra horizontal que continha a fita métrica metálica padrão e duas placasverticais perpendiculares
à
placa horizontal.A
placa juntoà
cabeça erafixa
ea
que
ficava
junto aos pés, móvel.O
procedimento demedição
era realizado por duas pessoas;uma
a manter a cabeçada
criança apoiadana
partefixa
do
medidor,com
osombros fixos
eo
olhar vertical, e a outra a manter aspemas
esticadas e a partemóvel
apoiadafinnemente
contra os calcanharesda
criança. 23.4. Laboratório
3.4.1.
Dosagem
sérica deAlbumina
:Por
meio da
ligação específicada
sua moléculacom
aforma
iônicado
verde de bromocresolem
pH
3,8.A
albumina interagecom
o
verde de bromocresoltamponado,
e devido ao erro protéico dos indicadores ocorre formação de cor verde, proporcional à concentraçãoda
albuminana
amostra.3A
unidade adotada foi gramas/ litro (g/l).4.
Avaliação
do
Estudo
Nutricional:4.1.
Gráficos da
National Center for Health Statistcs:Os
dados
utilizados peloNCHS
apresentamo
cálculoda
relação de peso para idade, peso para estatura, estatura para idadeem
termos deadequação
7
percentual, faixa de percentil e
medidas
considerados ideais parao
percentil5o%.4
Os
dados
relativos àsmedidas
quantitativasforam
monitorizadosem
gráficosda
National Center for Health Statistcs-NCHS,
e a seguir analisados peloprograma
decomputação
,que
constitui-se deum
Sistema de Avaliaçãodo
Estado Nutricional
em
Pediatria,do
Centro de Informáticaem
Saúde da
Escola Paulista de Medicina,que
faz a distribuiçãoda
criança nas curvade
percentis e classificao
estado nutricional de acordocom
o
parâmetro estudado,no
caso deste estudo o gráficoda
NCHS.
4.2. Classificação
em
desvios-padrão (“Z score”)Este
método
se baseiana medida do
número
de desvios-padrãoacima ou
abaixoda
média.As
medidas
antropométricascomumente
avaliadas por estemétodo
são: peso, estatura e peso para estatura.Segundo
a Classificaçãolntemacional de
Doenças (CID)
o diagnóstico de desnutrição grave é tidoquando
a criança está 3 desvios-padrão afastadada média ou
então,quando há
a a presença de edema. 5 V4.3. Classificação de
McLaren:
Quanto
a diferenciaçãodo
tipo de desnutrição(Marasmo,
Kwashiorkor,Marasmo
- Kwashiorkor) utilizou-se a classificação deMcLaren, que
é baseadaem
uma
tabela de pontuação para achados clínicos edosagem
da
concentraçãoda
albumina sérica 6(Quadro
I)Quadro
I - Classificação deMcLaren,
1967 2 1Marasmo
0 - 3 pontos 1MflfaSm°
' KWaShí°f1<°f 4-3 P°“*°S 'KWaShÍOfkOf
5 POIIÍOS 24
Fonte: Carraza, 1991A
desnutrição grave, após estar instalapode
apresentar-se de três formasclínícasz
Marasmo,
Kwashiorkor
eMarasmo-Kwashiorkor.
O
quadro II mostra9
Quadro
II - Principais características que diferenciamo
Marasmo
do
Kwashiorkor. AeeufuadasMedefadas
Azenwzóz Azznmzâa
Aueeute Pfeueuee Ausente Presente RarasComum
Leves
AeeufuadaaRafa
FrequenteModerado Moderado
Dimmuíâz
Muiw
âimimúâz
Aoonwada Aoonmada
Neuual
Baixa
Aumeufada
Muita aumentada
Baixo
Muito
baíXoFonte: Carraza, 1991
Marasmo:
É
o
tipo de desnutriçao que ocorre principalmenteem
lactentesque
receberam
uma
dieta integralmente deficiente.Na
maioria das vezes estas crianças são intemadas poralguma
emergência clínica,como
desidratação convulsões e insuficiência respiratória, decorrentes de diarréia, meningite e pneumonias,ou
seja,alguma doença
infecciosa aguda.G¡igura 1).Clinicamente é
uma
criançapouco
ativa,pequena
paraa
idade, emagrecida de vida à atrofia muscular e subcutânea;têm
um
aspecto envelhecido, as costelasbem
ressaltadas;além
das nádegas vaziascom
a pele solta eemugada.
6Kwashiorkor:
É
o tipo de desnutriçãoque acomete
a criançaacima
deum
ano..A
criança é muito apática,pouco
responsiva aos estímulos; apresenta alterações de pele (lesões hipocrômicas ao lado de lesões hipocrômicas), alterações dos cabelos(textura, coloração e facilidade de se soltar
do
couro cabeludo), hepatomegalia,edema
de face, anasarca; e laboratorialmente baixas concentrações séricas de proteínas e albumina.A
massa
muscular desta, criança, está drasticamente consumida,mas
o
tecido subcutâneo está conservado. 6 (figura 2).Marasmo-Kwashiorkor:
É
uma
forma
intermediária entreMarasmo
e Kwashiorkor.A
clínicaFigura 1: Criança
com
DEP
de 3° grau, tipo Marasmo LI' i V .-. . V ' u iFigura 3: Criança
com
DEP
de 3° grau, tipo Marasmo-Kwashiorkor.4.4. Classificação de
Gomez:
Quando
classificou-se aDEP
da populaçãoem
relação à intensidade, intimamente associada à gravidadeda
desnutrição, utilizou-se a classificação deGomez.
Esta classificação teve origem a partir deum
estudo realizadoem
1956
sobre o prognóstico
da
mortalidade de crianças desnutridas intemadas.A
criança é considerada normalquando
o seu peso para idade é superior a91%
do
padrão adotadoem
cada região.A
desnutrição é classificadocomo
leveou
de 19 grau,moderada ou
de 29 grau e graveou
de 39 grau,segundo
os valoresdo
quadro abaixo.713
Quadro
Ill Classificação deGomez,
1956.Peso/idade
(%)
Grau
de desnutriçao91 - 100
Normal
76
-90
Leve ou
lggrau61 - 75
Moderado
ou
29 grau<
60
Grave
ou
39 grauTeve-se a necessidade de utilizar a classificação de
Gomez,
pois esta classifica as criançasem
relação ao déficit de pesoem
relação auma
média
padronizada .E este déficit nos será útilquando
utilizarmos a Avaliação deWellcome
.4.5. Classificação de
Wellcome:
Esta classificação de desnutrição infantil foi estabelecida por
um
grupo de especialistasem
Nutriçãoem
1970. 8O
objetivo foi de proporcionar parâmetrosfixos
e mensuráveis parao
diagnóstico das diferentes formas clínicas de desnutrição.São
dois os critériosem
que se baseia esta classificação : peso paraa idade e presença
ou
ausência deedema
8.(QuadroIV
).Quadro
IV. ClassificaçãoWellcome, 1970*
Peso/idade
Edgma
%
do padrão
Presente ausente60-80
Kwashiorkor
Subnutrição<
60
Marasmo-kwashiorkor
Marasmo
5
VARIÁVEIS
Do
ESTUDO
z5.1. Tipo de Desnutrição:
A
amostra foi classificada de acordocom
as classificaçõesde
McLaren
eWellcome
em
desnutrição tipoMarasmo,
Marasmo-Kwashiorkor
e Kwashiorkor,uma
vezque
todoseram
desnutridos de terceiro grau, por déficit de peso e/ou edema.5.1.1.
Edema
5.1.2. Hipotrofia
Muscular
5.1 .3. Alterações de pele e de cabelo
5.2.
Dosagem
séricada
Albumina
6.
ANÁLISE
E
PROCESSAMENTO
DOS
DADOS.
Após
classificar as 51 crianças pelas Classificações deWellcome
eMcLaren,
aplicou-se algtms testes estatísticos, sendo eleso
Coeficiente deKappa,
e os cálculos de valores preditivos positivo e negativo.Quando
o
Coeficiente deKappa
foi calculado, as duas crianças que pela Classificação deMcLaren
tiveramo
diagnóstico de Kwashiorkor,foram
15
excluídos
do
cálculo, para quenão
houvesseum
desviona
curva dos resultados.O
Coeficientede
Kappa
é calculado pela seguinte fórmula:fli
K_1
-Pe
Sendo
que:Po
=
ConcordânciaObservada
Pe
=
Concordância EsperadaE
pode-se encontrar os possíveis valores:1,0
=
concordância perfeita>
0,75=
boa
chance de concordância excelente0,4 - 0,75
=
regular chance de concordância excelente<
0,4=
ruim chancede
concordância excelenteO
=
péssima chance de concordância excelentepéssimo ruim regular boa excelente
l I I I ' I >
0 0,25 0,50 0,75 1
Figura 4: Valores de Kappa e seus significados quanto à Concordância entre duas categorias
4.
RESULTADOS
Na
tabela Ipodemos
ver a distribuição das crianças deste trabalho segundoo
sexono
momento
do
estudo:30
(58,8%)meninos
e 21 (41,2%) meninas. Esta distribuiçãopode
ser melhor visibilizada atravésdo
gráfico 1.Tabela I: Distribuição
da
amostra de crianças intemadasno
Hospital InfantilJoana de
Gusmão
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de 1992-95, segundo o sexo.SEXO
n
%
meninos
30 58,80 meninas 21 41,20 total 51 100,00//'/-'-ø
feminino n = 21 ma-.«icu1iu_‹_›_ n = 30 Lv __
Gráfico li Distribuição da amostra de crianças intemadas no Hospital Infantil Joana de Gus-
17
Em
relação à idade, dividiu-se as 5 l crianças,segundo
os semestres de vida:26
crianças (50,98) tinham até 6 meses; 16 crianças (3l,38%)
tinham entre 6 e 12 meses;9
crianças (l7,64%)
tinham entre 12 e 18 meses. (tabela II e gráfico2).
Tabela II: Distribuição
da
amostra de crianças intemadasno
Hospital Infan-til Joana de
Gusmao
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de1992-95, segundo a idade,
em
meses.‹ .
Gráficø
22 Distribuição da amostra de crianças intemadas no Hospital Infantil Joana de Gus-mão com
diagnóstico de desnutrição de 3° grau no período de 1992-95, segundo a idadeem
semestres.A
respeitoda
HipotrofiaMuscular 49
(96,07%) crianças apresentavam Hi- potrofia, , enquantoem
2 (3,93%) crianças este critério clínico não foi encontra-do. (tabela III e gráfico 3).
Tabela III: Distribuição da amostra de crianças intemadas
no
Hospital In-fantil Joana de
Gusmão com
djagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de 1992-95, segundo a presençaou não
de Hipotrofia Muscular.o §\ Muscular Presença
49
96,07 Ausência 02 3,93 Total 5 l 100,00 Hipotrofia n 11 ausênciaI
presmça
Gráfico 32 Distribuição da amostra de crianças intemadas no Hospital Infantil Joana de Gus-
mão com
diagnóstico de desnutrição de 3° grau no periodo de 1992-95, segundo a presença19
Vinte e sete (52,94%) crianças apresentavam
edema
clinicamente vizibiliza-do
e24 (47,06%) não
tinham este sinal,como
pode
ser apreciadona
tabelaIV
e gráfico 4.Tabela IV: Distribuição da amostra de cnanças intemadas
no
Hospital In-fantil Joana de
Gusmão
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de 1992-95, segimdo a presençaou não
de edema.Edema
n
%
Presença 27 52,94 Ausência24
47,06 Total 5 l 100,00 › _ ' "4`;1%%` IGráfico
41 Distribuição da amostra de crianças internadas no Hospital Infantil Joana de Gus-mão
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grau no período de 1992-95, segundo a presençaEm
relação aos níveis séricos deAlbumina
encontramos os resultadosque
podem
ser visibilizadosna
tabela V.Tabela V: Distribuição da amostra de crianças internadas
no
Hospital Infan-til Joana de
Gusmäo
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de21
No
gráfico 5podemos
ver a distribuiçãoda
amostra segundo a classificaçãocom
baseno
Escore Z.Vemos
que24
(47,06%) crianças tinham -3 escores z; 16(31,37%) crianças tinham -2 escores Z; 8 (15,69%) crianças tinham-
4
escoresZ
e 3 (5,88%) crianças tinham -1 escoreZ
_Gráfico
5: Distribuição da amostra de crianças internadas no Hospital Infantil Joana de Gus-Ao
classificar-se a amostraem
relação ao tipo de Desnutrição Energético Proteica, dentro dos critérios deMacLarem,
24
(47,06%) crianças tinhamDEP
do
tipoMarasmo;
25 (49,02%) tinhamDEP
do
tipoMarasmo-Kwashiorkor;
e2(3,92%)
crianças tinhamDEP
do
tipo Kwashiorkor. Jáquando
as crianças fo-ram
catalogadas segundo a classificação deWellcome,
23 (45,10%) crianças ti-nham
DEP
do
tipoMarasmo;
15 (29,41%) crianças tinhamDEP
do
tipoMaras-
mo-Kwashiorkor;
e 13 (25,49%) crianças tinhamDEP
do
tipoKwashi-
orkor.(Gráfico 6) _E
`Í
~A--as
â z E ‹ -20 àsa
Número de Pacientes _5. . 'I
E L Mamma' Maclarem É r c. -O Iwelcon rwe"
\-inn:-í
' _ -Í g g _Kwashiqrkqr Manasmo Kwçshiqrkqr Nlaràflnoç
Gráfico
62 Distribuição da amostra de crianças intemadas no Hospital Infantil Joana de Gus-mão
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grau no período de 1992-95, segundo o tipo de23
Abaixo
vê-seo
quadro sobre o qual foi calculadoo
Coeficiente deKappa
e os demais índices estatísticosque
avaliam a possibilidadeou não de
substituis-sea Classificação de
McLaren, que
éo
padrão - ouro deste estudo, e a Classificaçãode
Wellcome.
Quadro
V:
Distribuiçãoda
amostra de crianças intemadasno
Hospital In-fantil Joana
de
Gusmão
com
diagnóstico de desnutrição de 3° grauno
período de 1992-95,segundo o
cálculodo
Coeficiente deKappa
e dos valores preditivos.` Í
_23+13
=
só
:
P0-
49
49
0,135Kappa
ll27
+
7 14P
°=--=í'-
=
376
49
0”K_
"
po-pe
3
0,735-0,316
1-ve
1-0,376
Então:K
=
0,575=l_
=
VPPM
23 13=--=
929
Wa
14 °› 0VPP=-
=
K
12E
a seguir os valores preditivos negativos(VPN)
____2_8____
26
=
VPNNI
_
26
114+12
VPN_
12+23
Mi
12+z3
VPN=_2ê;1é_
K
23+14
_
35=1
25
5.
DISCUSSÃO
Estado nutricional é definido
como
a condição de saúde deum
indivíduo, influenciada peloconsumo
e utilização de nutrientes, identificada pela correlação de informações obtidas de estudos fisicos, bioquímicosou
dietéticos 9;ou
aindacomo
o
estado resultantedo
equilíbrio entreo
suprimentode
nutrientes edo
gastodo
organismo. 1°As
quatro mais importantes doenças de deficiência nos paísesem
desenvolvimento, hoje, são Desnutrição Energético - Protéica GDEP),Xeroftalmia,
Anemias
e desordens pela deficiência de Iodo. Destas, aDEP
é a mais importante e a de mais dificil controle. .“A
causa principal de desnutriçãoem
países subdesenvolvidos éo consumo,
cronicamente, deficiente de alimentos, e está então, particularmente prevalecente nos mais baixos níveis econômicos. 12
Dos
distúrbios nutricionais, aDEP
éo
mais grave. Foi definidaem
1973 pela OrganizaçãoMundial da Saúde
(OMS)
como
uma
gama
de
condições patológicascom
deficiência simultânea de proteínas e calorias,em
variadasproporções,
que acomete
principahnente crianças de baixa idade ecomumente
associada a infecções 13DEP
éum
problema
global de saúde pública dos paísesem
viasde
desenvolvimento e resultada
pobreza e marginalização socialem
que
vive grandecontingente
da
sua população. 6. Estima-se que 150 milhões de crianças abaixode 5 anos sofram de
DEP,
sendoque
destas,20
milhõestenham
DEP
de terceiro grau. 14A
DEP
étambém
uma
das principais causas de morbirnortalidadena
infância.
Chega
auma
prevalência de20%
entre crianças pré - escolares 14A
complexidadeda
síndrome clínicaque
constitui aDEP
émelhor
consideradaquando
utiliza-seum
modelo
tridimensional para ilustrar seusvariados graus ( isto é, leve,
moderada ou
grave ).E
o
espectro natural dasformas de 3° grau ( isto é, Kwashiorkor,
Marasmo
- kwashiorkor eMarasmo).
15Considera-se
o problema
nutricionalcomo
sendo de natureza multicausal, e quanto àsmedidas
de controle, as decisões e ações são orientadas tanto para a prevenção dos problemas nutricionaiscomo
para a solução dosmesmos,
e isto é tarefa para os diversos níveisdo
Sistema de Vigilância, parao
Setor deSaúde
e~ ~
para as organizaçoes de produção e distribuiçao de alimentos. 16
Sabe-se
que
a desnutriçãonão
se caracteriza só pela falta de alimentosno
domicílio,mas
também,
com
grande freqüência, por práticas inadequadascom
relaçãoa
horários, tipo e quantidade de alimentos, face à provável desorganização psíquica e desequilíbrio social. 17Em
1990,o
IBGE
estimou cerca 8,5 milhões de criançascom
algum
graude
desnutrição e, desses,
250
milem
estado grave.No
Brasil a incidência de27
estando as taxas mais elevadas nas regiões Norte e Nordeste
do
país,onde
11,5 a25,4%
representam casos de desnutrição grave 16Em
uma
tese recentemente realizadano
Hospital Infantil Joana deGusmão,
encontrou-se
uma
prevalência de27,7%
de desnutrição nas crianças intemadas.É
provávelque
este valor tão elevado, seja devido ao fato de se tratar, o referidohospital,
um
centro de referência, parao
qual escoa os principais casoscomplexos
clinicamentedo
Estado. 1.As
51 crianças, quecompõem
a amostrado
presente estudo sãotambém
a amostrada
tese citada anteriormente.Em
relação à distribuição das crianças quanto ao sexo, nos mais diversos estudosnão
são encontradas diferenças significativas de prevalência entremeninos
e meninas. 18*19”2°”21”22”23No
estudo deGomez
12 e colaboradoresnão
houve
nenhuma
predileção poralgum
sexo, suficientemente evidentes para discussões.O
sexo feminino parece teruma
maior capacidade de resistência frente a fatores adversos, taiscomo:
desnutrição, enfermidadesou
a vidaem
grandesaltitudes. 24
No
presente estudonão foram
encontradas diferenças marcantesna
distribuiçãodo
sexo,havendo
uma
leve prevalênciado
sexo masculino.E
como
éde
conhecimento geral,o
sexo masculino, principahnente nos primeiros anos deTambém
a fatalidadeda
DEP
está associada à idade, Erinoso et al 2°relataram
que houve
um
decréscimo dos casos fataiscom
a idade:75%
e33%
naquelescom
12meses
de idade e30
a36
meses, respectivamenteHá
relatos deque
a desnutriçãono
lactente está freqüentemente associada amn
subsequente atrasode
crescimento e desenvolvimento,porém
estudosmostram
que
se conhecemal
os efeitos deum
episódiode
desnutrição nos primeirosmeses
de vida, seguido deuma
recuperação nutritiva rápida e definitiva, antesde
ter terminadoo
sinto de crescimento cerebral. 22Já
Moura
21,num
estudo de505
crianças de 3 a60 meses
de vida referiramque
houve
uma
piorado
estado nutricionalcom
o aumento
da
idade.Leone
et al 18afirmaram
queo
periodo etárioem
que
a desnutrição é mais incidente vai dos 6 aos36
meses
de idade, sendo mais grave, quanto maisjovem
for a criança e observaramtambém
que à análise dosdados
médios
de peso e estatura durante os dois primeiros anos de vida,em
relação ao pesodo
nascimento, observa-se diferença, estatisticamente significativa,
em
quase todas as idades,o que
evidencia, indiretamente, a influência de fatores ambientais,que
agem
inclusive antesdo
nascimentono
processo de crescimento.Ibekwe
25, avaliouum
grupo de 803 crianças,com
DEP
e a idadedo
grupomais
comum
representada foi aquelacompreendida
entre 12 e29
meses.Parra et al 19 encontraram,
em
seu grupo de estudo, idadesque
variaram de 3 a74
meses, eafirmaram
que o
pesocomeça
a ser deficiente a partir dos 1229
tendência à recuperação, a qual é muito mais evidente
quando
secompara o
queseria ideal para a idade. Pelo contrário, esta última manifesta
um
marcado
deterioramento a partir dos 18
meses
e sua recuperação é mínima.No
Boletimdo
Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição, tem-seque
30,7%
das crianças brasileirasmenores
de 5 anos são desnutridas e a prevalênciamaior
éem
menores
de 2 anos. 16Issler et al 26 estudaram
477
crianças residentesem
bolsões de misériada
Vila
Grande
Cruzeiro,em
Porto Alegre,RS,
e as idades variaram de 12 a59
meses.Em
nosso estudo82,36%
das crianças tinhammenos
de
12 meses, sendoque
quase40%
delas tinham entre 3 e 6 meses.De
uma
maneira geral, nostrabalhos pesquisados, a idade de desnutrição é mais tardia.
É
provável ,que
em
nosso meio, os problemas nutricionais já estejam
começando
a ocorrer mais precocemente. E,além
disso, é provávelque
estejano
desmame
precoce, a principal causade
encontrarmos aDEP
em
uma
faixa etária tão baixa.Quanto
ao quadro clínico nos diferentes tipos deDEP,
os trabalhos relatamque
a criançacom
DEP
tipomarasmo tem
os braços e as pernas delgados, decorrenteda
atrofiada
musculatura edo
tecido subcutâneo,com
desaparecimentoda
bola de Bichat, quedá
a esta criançaum
aspecto senil,envelhecido;
além
disso,tem
as costelasbem
evidentes e a pele se mostra solta eemugada
na
região das nádegas, que se apresenta plana e vazia.No
marasmo
é evidenteo
consumo
de músculos e gorduras. 2Além
disso,não há
figado
gorduroso;
o
órgão épequeno
e as biópsias por agulha falham freqüentemente.A
gordura subcutânea é virtualmentenão
existente 27Já a criança
com
DEP
do
tipoKwashiorkor
tem
um
deficit importante deestatura, e sua musculatura está gravemente consumida,
mas
seu tecido gordurosodo
subcutâneo está basicamente preservado.Há
a presença deedema
eo
figado
gorduroso neste tipo clínico
pode
ser encontrado e é associadocom
a presença deuma
moderada
quantia de gordura subcutânea,mas
é incerto se eles estão relacionados causalmente.Cicely Willian,
em
sua descrição original de Kwashiorkor, implicaque
a deficiência de proteínasna
alimentação dos bebês,pode
ser a principal causa desta síndrome.A
principalmarca do Kwashiorkor
éo
edema.De
acordocom
a teoria clássica,uma
inadequada ingestão de proteínas, leva à diminuiçãoda
concentração de albuminano
plasma( a albumina é a determinanteda
pressão oncótica)o que
em
última análise leva ao edema. 28 *HHipoalbuminemia
é a causa mais provável de edema.Quanto
mais baixa for adosagem
de albumina plasmática,maior
seriao
grau de edema.Mas
há
outras causasque
podem
ser atribuídas, entre elas, a deficiência de Potássio, o baixoconsumo
de energia, oaumento
de Renina-que
aumenta
a retenção de Sódio- c aindao
aumento da
atividadedo
Hormônio
Anti - diurético. 29Como
um
tipo clínico intermediário entre os dois tipos relatadostemos
aDEP
do
tipomarasmo-kwashiorkor que
também
se apresentacom
uma
diminuiçãodo
tecido celular subcutâneo,mas
em
grau inferiorao
marasmo
onde
a hipotrofia muscular é marcante.
O
edema
se faz presente deforma
mais sutildo
31
No
presente estudo96,07%
das crianças apresentaram hipotrofia muscular sendoque
as duas crianças, cuja hipotrofia muscular foi negativa aoexame
fisico,foram
asque
tiveram pela Classificação deMcLaren
o
diagnóstico deDEP
do
tipo Kwashiorkor,conforme
pode
ser vistono
apêndice 1.A
classificação deMcLaren
foi consideradano
presente trabalhocomo
padrão ouro , por valorizar os dados clínicos já citados etambém
osdados
laboratoriais.
McLaren
eRead
3°,em 1972, relataramque 44
casoscom
edema
tiveram aalbumina sérica de 2,88g/100 ml.
Acentuam
ainda que, as formas graves de desnutrição,estavam
divididasem
Marasmo( sem edema
) e Kwashiorkor(com
edema
).Uma
outra importante questão levantada por estes autores foi de que,crianças
com
infecções graves e agudas,também
fazem
um
consumo
aumentado
de proteínasem
vigência ena
recuperaçãodo
processo infecciosoou
seja,podem
apresentar
edema sem
estarem, previamente, desnutridosJá Classificação de
Wellcome,
considera apenas os sinais clínicos e classifica as criançascomo
DEP
do
tipomarasmo,
aquelascom
menos
de60%
do
peso esperado para a idade eque não
tem
edema; Kwashiorkor
éo
tipo deDEP
na
qual a criançatem
de60
a80%
do
peso esperado para a idade eque
apresenta
edema;
jáo
Marasmo
-Kwashiorkor
éo
grupo das criançascom
menos
de
60%
do
peso esperado e quetem
edema. 8 Vê-se a importância, portanto,que
o
edema
tem, para esta classificação,onde
o único sinal clínico a ser analisado,além
do
peso é a presençaou não
deedema
Na
literaturanão
existenenhum
tipo de trabalhoque
façacomparação
entre estes dois tipos de avaliação,no
entanto existeum
estudo feito porSpody
31que
utilizasomente
a classificação deWellcome.
A
importância secundária dos dados laboratoriais, sobre osdados
de antropometria e de raciocínio clínico, é relatadatambém
nos estudos de Benjamin. 32 ,Ibrahim 33, Erinoso 2° eWaterlow
29Ibrahim et al 33 reportam a
um
estudoque
correlaciona os achados laboratoriais e a apresentação clínica das criançascom
DEP
e concluíramque
as proteínas totais e albuminaforam
significativamente mais baixasem
todos os desnutridos,comparados
ao controle,com
marcada
hipoproteinemia nos casoscom
Kwashiorkor. Quatro das 17 criançascom
Kwashiorkor
morreram, elas tinham as concentrações de albumina sérica mais baixas de todos os casos estudadosErinoso et al 2° salientam que, hipoproteinemia e hipoalbuminemia, estão associadas
com
pobre prognóstico, individualmente equando
combinadas.Quando
proteínas séricas e albumina estavam baixas, a mortalidade foi de32%,
e~
nao
existiram mortes,quando
os níveis estavam normais.Waterlow
29 refereque o Kwashiorkor
se desenvolvequando
a dietatem
uma
baixa proporção de proteínas e energia, deforma
que as proteínas, juntocom
as vitaminas e minerais, a elas associadas nos alimentos, estão deficientes.As
respostas endócrinas iniciais auma
dieta deste tipo,na
quala
energia éum
fator limitante, consisteem
elevaçãoda
insulina plasmática e diminuiçãodo
cortisol.O
33
músculos e direção deles até
o
figado.Como
conseqüência, existeuma
reduçãoda
síntese de albumina,que conduz
à hipoalbuminemia, e das apolipoproteínas, levando aum
figado
grande.Monteiro 34 salienta
que
sinais clínicos e alterações bioquimicas,como
edema
e hipoalbuminemia, por exemplo,não
são sistemáticosna
Desnutrição Protéico - Calórica leve e moderada,além
de, freqüentemente, ocorreremtardiamente, e apenas nos casos mais graves de deficiência.
De
uma
maneira geral a síntese de gamaglobulinasnão
se altera pela desnutrição,havendo
com
facilidade, elevação de sua sintese(em
três vezes ),na
vigência de processos infecciosos.
A
formação de anticorposnão
parece se modificar. 18McLaren
eRead
3°em
1972, escreveram queembora
houvessemétodos
disponíveis e simples para a determinação de albmnina plasmática
ou
proteínastotais, parece haver
um
bloqueio ao uso deste sistemana
prática clínica.Escreveram
ainda que, a albumina está fortemente afetadano
Marasmo,
mas
está mais diminuídano
Kwashiorkor.Concentrações de albumina entre 2,1 g/100
ml
e 3,0g/100ml
sãoem
geral indicativos de desnutrição moderada. Entretantonenhuma
relação destes valorestem
sido demonstradacom
valores diminuídos de albumina e edema. 35O
longo período demeia
vidada
albumina ( -T-23
dias)
tem
sidoresponsabilizado pela sua
má
correlaçãocom
processosagudos que levam
à desnutrição. 35Quanto
a avaliação antropométrica, utilizou-se a classificação de desvios -padrão (
Z
escore )que
baseia-sena medida do
número
de
desvios - padrão,acima ou
abaixoda
média.Comumente
por estemétodo
são avaliadas: peso,~
estatura e peso para estatura.
Quando
os valores são negativos significaque
estao situados abaixoda
média ou da
mediana.6Os
valores limítrofes dos indicadoresPeso
para Idade ePeso
para Altura são determinadosou
por percentisconforme o
Natural Center Health Statistics(NCHS),
estando a faixa de normalidade entre o 10° e90°
percentil,ou
porDesvio
- Padrão (DP), estando a faixa de normalidade entrei
2DP.
37Segundo
oCID
- 1997, desnutrida é a criançaque
apresenta 3 escoresZ
negativos parao
critério Peso/Idade,ou que
apresenta edema. 5Encontramos
em
nosso trabalho,5,88%
das criançascom
-1 escore Z,31,37%
com
-2 escoresZ,47,06%
com
-3 escoresZ
e15,69%
com
-4 escores Z.E
como
já foi citado anteriormente, segundo a classificação pelo escore Z,desnutrida é a criança
com
-3 escores Z; portanto as criançasque
tinhammenos
de
-3 escores Z,foram
classificadascomo
desnutridas devido a presençade
edema,
detectado clinicamente aoexame
fisico e laboratorialmente pelo nível de albumina plasmática (McLaren).As
medidas
antropométricas consistem em: peso, altura e pregas cutâneas. Essasmedidas
utilizadas isoladamenteou
deforma
combinada,quando
relacionadas: determinados parâmetros e a partir de determinadas classificações possibilitam identificar e qualificar a origem eo
grau dos distúrbios nutricionais.35
invasivas, de execução fácil `e rápida, de baixo custo e ainda sensíveis e específicas para avaliar
o
processo de crescimento e desenvolvimento, necessitando apenas deum
treinamento básico para a corretatomada
de valores. 36* 33Em
qualquer classificação antropométricado
estado nutricional, acréscimosem
especificidade necessariamente significam decréscimosem
sensibilidade.A
mesma
reduçãodo
nível críticoque
faz a proporção de falsos positivos,faz crescer a proporção de falsos negativos. Entre nós, onde, regra geral, é
endêmica
a presença de desnutrição, aadoção
de níveis críticos altamente específicos epouco
sensíveiscomo
os propostos - percentil 3,média
menos
2desvios,
adequação
de75%
àmédia
- teriamcomo
principal conseqüência aprodução
de situaçõesonde
freqüentemente os falsos negativos (desnutridosnão
diagnosticados) superariam
em
número
os desnutridos efetivamente diagnosticados. 34Nenhum
único procedimento é atualmenteadequado
para avaliarintegralmente a
DEP.
Entre os mais diversos procedimentos destacamos: Históriadietética;
Exame
clínico; Antropometria ( Peso, Estatura, Perímetro cefálico,Circunferência braquial, Pregas cutâneas, etc.);
Exames
bioquímicos ( proteínas totais e frações, albumina sérica, transferrina, pré albumina, proteínas de ligação ao retinol );Métodos
de análiseda composição
corporal ( Pressão hidrostática,Dosagem
de Potássio,Água
corporal total, Ultrassonografia,Tomografia
Computadorizada, Análise de atividade de nêutrons, Condutividade elétrica). 14
É
importante ainda ressaltar que, é de extrema importância atentar parao
estado nutricional de todos os pacientes pediátricos a nível ambulatorial e mais ainda, de todos os pacientes hospitalizados.
E
ainda, apenascomo
uma
informação adicional, sabe-se que a desnutrição
no
adulto hospitalizado é análoga àdo
paciente pediátrico, e destes é ainda mais freqüenteno
paciente cirúrgico,que
no
paciente clinico. 34A
curvado
National Center for Health Statistics 4 foi construídacom
uma
casuística de 20.000 criançasem
amostragem
nacional, representando assim,o
crescimento de cerca de setenta milhões de crianças dos Estados Unidos.
do
nascimento aos 18 anos de idade.O
padrão norte americano foi escolhidocomo
referencial pelo Ministérioda
Previdência e Assistência Social
(MPAS)
e pelo Ministérioda Saúde
(MS)
em
seus
manuais
de avaliaçãodo
crescimento.Segundo o manual do
MPAS:
"osdados
do
padrãoNCHS
têm
demonstradoque
crianças até 7 anos, de classe sócio-
econômica
alta,em
paísesem
desenvolvimento, apresentam curvas decrescimento extraordinariamente similares àquelas das crianças de países desenvolvidos 16
A
recomendação da
OMS
quanto àadoção do
padrãodo
NCHS
em
âmbito internacionalvem
sendo seguidaem
estudos comunitários realizadosem
outros paísesem
desenvolvimento,o que
permitecomparação
entre países distintos.Uma
curva de crescimento éum
instrumento subsidiário ao raciocínio e diagnóstico clínico, elanão
substitui amente do
médico.O
rótulo de desnutrido~
para toda e qualquer criança
com
peso abaixodo
percentil 10 éuma
práticanao
aceitável. 37
Nos
cinco primeiros anos de vida,quando
os agravos nutricionais são maiscomuns, há
evidências deque o
padrão deHarvard
presta-se convenientemente37
para estudos comparativos
da
evolução somatométricada
criança brasileira.O
uso de tabelas locais, principalmente nas áreas subdesenvolvidas, representa
um
risco potencial: a possibilidade de se aceitar
como
"normais" valores afetados por condiçõespouco
favoráveisda
ecologia. 38O
indicadorPeso
para a idade éo
mais tradicional e maisamplamente usado
e
provém
da
relação entre o peso observado e o peso de referência (medianada
população de referência), por idade e por sexo.A
classificação deGomez,
recomendada
para a avaliaçãodo
estado nutricional de crianças de O a 6 anos,ficando
a suamaior
especificidadena
faixa dos O aos 2 anos. Ela determina o grau de desnutrição,porém
ignora a naturezado
processo. 7Para
Dowck
eLeone
39 a classificação deGomez,
quando
necessáriauma
avaliação isolada,não
seconhecendo
a evoluçãoda
criança,mostrou
ser aque
possui
menor
probabilidade de levar a erro.Apesar
disto, suamargem
de erro é suficiente paranão recomendar
sua utilizaçãocomo
único critério diagnóstico, principalmenteno
primeiro ano de vida,quando o
risco deum
diagnóstico falso positivo é mais elevado.Peso
écomumente
amedida
somática utilizada mais simples e precisa.A
grande maioria das classificaçõesnão
levaem
conta as diferençasda composição
do
corpo, fisiologia, patologias, e ainda,tempo de
duraçãoda
desnutrição.O
fatorque
relaciona peso para altura variacom
a evoluçãoda
infância.Ao
nascimento, a relação é de 67,5 grarnas por centímetro; e aos 12
meses
esta relação quase duplica: 132,5gramas
por centímetro. Depois, osaumentos
são lentos e aos60
meses
a relação é de169 gramas
por centímetros. 31McLaren
eRead
3°em
1972remontam
ao seu sistema de classificação baseadana
dosagem
de albumina, e a presençade
4 sinais clínicos:hepatomegalia, alterações de pele, alterações de cabelo e edema.
McLaren
eRead
4°,em
1975,fizeram
um
estudo comparativo entre duasclassificações -
McLaren
eRead
eWaterlow
e Rutishauser -em
três grupos decrianças.
O
primeirocom
539
crianças,o
segimdocom
154 e o terceirocom
87 crianças, gravemente desnutridas, e concluíramque
nos resultados encontrados existem consideráveis diferenças entre os doismétodos
de classificaçao, principalmente nos casos de severa desnutrição.No
trabalho de Erinoso e colaboradores 2°,em
1993, das 150 criançasadmitidas
no
setor pediátricodo
Hospital Universitário de Ibadem,na
Nigéria,foram
estudadas, e encontrou-se mortalidadeno
Marasmo,
Kwashiorkor
eMarasmo-Kwashiorkor
de 35,47
e60
%
, respectivamente.Ibekwe
et al 25 relataramque
de 803 criançascom
DEP
de terceiro grau, os casos deKwashiorkor
formaram
a maior proporção de admissões (66%).Casos
de
Marasmo
predominaram
entre criançasmenores
de 18 meses.No
estudo de Ibrahim et al, 33 encontrou-se49
casos deMarasmo,
17 deKwashiorkor, e
28 de Marasmo-Kwashiorkor.
Já
em
nosso trabalho, segundo os critériosde
McLaren,
encontrou-se47%
deMarasmo,
49%
deMarasmo-Kwashiorkor
e4%
de Kwashiorkor
oque
em
muito diferenciou-se ,quando
a classificação utilizada foi a deWellcome.
39
Quando
utilizamos esta classificação encontramos45%
deMarasmo,
30%
deMarasmo-Kwashiorkor
e25%
de Kwashiorkor.A
classificação deWellcome
parece superestimar os casos de desnutrição grave, tanto que, de dois casos deKwashiorkor
diagnosticados pelos critérios deMcLaren, quando
a avaliação foi feita pelos critérios deWellcome
,os casos deKwashiorkor, subiram para 13 as custas
do
tipo clínico marasmp-kwashiorkor.~
Das
51 crianças avaliadas e catalogadas, 16nao
tiveram equivalência nas duas classificações analisadas; emesmo
assim,não houve
um
padrão de discordância.As
criançasque
na
classificação deMcLaren
tiveram diagnósticode marasmo,
persistiramna de Wellcome.
E
cercada metade
das criançasque
tiveram diagnóstico demarasmo
- kwashiorkorna
classificação deMcLaren
passaram
a ter diagnóstico de kwashiorkorna
deWellcome, conforme pode
ser vistono
apêndice 1.Depois
de ter-se aplicado os testes estatísticos necessários a esta análise,chegou-se à conclusão de
que
Wellcome
diagnóstica, sensivelmente,o
marasmo;
enquanto que, deixa a desejar a diferenciação quanto às formas clínicasde
marasmo
- kwashiorkor e kwashiorkor, entretanto,como
o
tratamento nestescasos é
no
inicio, basicamenteo
mesmo,
a classificação deWellcome,
mostra-se, ainda assim, útil,ou
seja,pode
ser utilizada parauma
análise imediata, e àmedida que o
acompanhamento
da
criança progredir, osexames
necessários6.
coNCLUsÃo
Face
aos resultados obtidos através deste estudo, conclui-seque
a Classifi- cação deWellcome
éeficaz
para diagnosticarmarasmo,
etambém
valoriza o va-lor preditivo positivo.
Porém
não
éeficaz
para diferenciar as formasmarasmo-kwashiorkor
e kwashiorkor, entretanto é provável que a classificação deWellcome
continue tendouma
utilidade prática, principalmenteem
termos deSaúde
Pública, pois entre estas duas formas de desnutrição, a conduta terapêutica inicial a ser tomada,41
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